GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ENSINO FUNDAMENTAL ANO II
Guia de Orientações para a Intervenção Pedagógica - Sedu Guia de Orientações para a Intervenção Pedagógica - Sedu
A coordenadora intermediária da educação infantil de Taguatinga, no Distrito Federal, e ex-professora de crianças de 6 anos, Márcia Gondim, conta sobre a época em que não ensinava às crianças o que considerava que elas podiam aprender sozinhas. “Esse foi um dos grandes problemas que nós, professores, tivemos alguns anos atrás. A gente deixava os brinquedos nas mãos dos alunos e pronto”, relembra Márcia. Esse pensamento, porém, sofreu modificações. “Descobrimos que era preciso sentar junto, interferir e ver a opinião dessas crianças”. Cláudia Gontijo também acredita que a exposição à linguagem escrita, por si só, não implica a aquisição de saberes. “Não adianta colocar uma série de materiais escritos na classe sem mostrar para a criança que ler e escrever são formas de diálogo com outras pessoas. Porque, caso contrário, fica o ensino da técnica pela técnica”, argumenta a professora da UFES. A professora da 2ª série da Escola Municipal Professora Veneza Guimarães de Oliveira, em Santo Antônio dos Campos, distrito de Divinópolis (MG), Ivani de Oliveira, conta que costuma fazer rodas de conversa com os seus alunos. As crianças falam sobre assuntos vistos em livros, jornais, revistas e jogos. Depois se dividem em grupos e cada um deles elabora uma parte dos cartazes com as conclusões, que são colocados em sala de aula. É importante que os materiais afixados na sala sejam coerentes com as práticas de leitura e escrita neste contexto. “E nunca deixo os cartazes por tempo demais”, destaca Ivani. “Esse tipo de material, construído junto à criança, torna-se significativo para ela e determinante para o seu bom aprendizado”, diz a professora de Psicologia da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Luciane Manera. A pesquisadora explica que o importante é mostrar aos alunos o que é aquilo e porque está ali, para que esses objetos não sejam apenas enfeites na sala de aula. Para ela, “o que garante o aprendizado é a interação do aluno com as escrita e a atuação de um sujeito mediador entre o conhecimento e o aluno”. Já o professor, para poder fazer essa mediação, tem que ser um bom usuário da linguagem escrita. “O material sozinho pode pouco”, diz Carmen Sanches. A utilização dos textos pode ser mais livre e espontânea, mas é preciso organização. Aparecida Biruel planeja e distribui o tempo que tem em vários momentos. “Temos a hora da leitura, a hora do brinquedo, a hora de ouvir e a hora de falar. Eu tenho consciência dos objetivos que quero atingir em cada um desses momentos”, conta. Fora da escola Nenhuma criança chega à escola sem saber nada. Geralmente, desde o nascimento, as pessoas convivem com uma série de elementos escritos e falados que irão compor uma espécie de estoque cultural. “Uma criança que tem em casa um ambiente alfabetizador entra na escola em vantagem com relação à criança que não tem”, pontua Luciane Manera. A leitura diária de um jornal pelo pai, a mãe que escreve uma lista de compras ou mesmo o irmão que lê gibis faz com que a criança ainda não alfabetizada verifique a funcionalidade dos materiais de leitura e de escrita. 133
A falta desse ambiente alfabetizador em casa, entretanto, não significa que o aluno está fadado ao fracasso. “O que acontece é que ele tem mais chances de demorar a se alfabetizar, já que teve pouco contanto anterior com os objetos escritos”, comenta a professora da UFRJ. Com ou sem apoio familiar, é papel do professor se envolver “com o processo de alfabetização dos alunos. Ele deve estar sempre disponível para responder às perguntas das crianças e para dialogar com elas”, afirma Sara Mourão. Diversidade de materiais Confira mais algumas dicas para a construção de um ambiente alfabetizador em sala de aula: Cartazes Feitos por professores e alunos ou recebidos pela escola. Os cartazes podem ficar expostos em sala de aula o tempo que for necessário para o seu uso. Correspondências A troca espontânea de bilhetes e cartas das crianças entre si, com a professora e outras pessoas deve ser estimulada. Cantinho de leitura Os livros devem estar disponíveis a qualquer momento para os alunos. “Os professores devem ler bastante para as crianças, encontrar novas formas de contar histórias, fazer rodinha, sentar no chão e ler”, sugere Márcia Gondim. Jogos “Jogos auxiliam bastante na alfabetização e alguns podem ser confeccionados pelas próprias crianças”, diz Cláudia Gontijo. É interessante ter jogos que estimulem o reconhecimento ou a escrita de letras e palavras, ou ainda que utilizem números e figuras geométricas. 134
- Page 84 and 85: 3) Relacione as informações do te
- Page 86 and 87: 6ª AULA Em sala de aula, com as me
- Page 88 and 89: 2ª AULA Inicie com um questionamen
- Page 90 and 91: Fazer conexões entre figuras plana
- Page 92 and 93: Some os ângulos internos do triân
- Page 94 and 95: As peças do Tangran Confeccionar c
- Page 96 and 97: Antes da Leitura O professor inicia
- Page 98 and 99: Artigo IV Fica decretado que o home
- Page 100 and 101: 3ª AULA Introduzindo o gênero Lei
- Page 102 and 103: Sobre a canção O compositor Lúci
- Page 104 and 105: a. Tá vendo aquele edifício, moç
- Page 106 and 107: A construção coletiva realizada c
- Page 108 and 109: Uma reflexão ampla sobre a avalia
- Page 110 and 111: Uma perspectiva inclusiva da avalia
- Page 112 and 113: criança é sumamente importante pa
- Page 114 and 115: Atividade 1 Esquematizando o Plano
- Page 116 and 117: PLANO DE ESTUDO 3 “As capacidades
- Page 118 and 119: A ideia de símbolo é bastante com
- Page 120 and 121: trânsito, gestos convencionais, ge
- Page 122 and 123: de palavra, ela corresponderá à l
- Page 124 and 125: PLANO DE ESTUDO 4 “O Som e a Escr
- Page 126 and 127: Diversos fatores podem estar por tr
- Page 128 and 129: A seguir traremos o exemplo de duas
- Page 130 and 131: fessor e alunos checam, comparando
- Page 132 and 133: isso reflete as relações pedagóg
- Page 136 and 137: PLANO DE ESTUDO 6 “Literatura Inf
- Page 138 and 139: REFERÊNCIAS Azevedo, Ricardo. Aspe
- Page 140 and 141: zação de Ferreiro e Teberosky, na
- Page 142 and 143: Ainda segundo Varella (in Saraiva),
- Page 144 and 145: PLANO DE ESTUDO 7 “Prática de Pr
- Page 146 and 147: As pesquisas na área da aprendizag
- Page 148 and 149: péis enunciativos, envolvendo-se c
- Page 150 and 151: que existe fora da escola pode e de
- Page 152 and 153: mocráticas, capazes de promover a
- Page 154 and 155: Elaborar o projeto de monitoria da
- Page 156 and 157: FICHA DE INSCRIÇÃO DO ALUNO MONIT
- Page 158 and 159: DIAGNÓSTICO INICIAL DA APRENDIZAGE
- Page 160 and 161: 8. Contexto - Resultados - PAEBES,
- Page 162 and 163: IV - AÇÕES ESTRATÉGICAS (As aç
- Page 164 and 165: ANEXO 4 PROJETO “LER, ESCREVER E
- Page 166 and 167: Vincular os programas e/ou projetos
- Page 168 and 169: Representante dos Servidores no Con
- Page 170 and 171: ANEXO 5 TERMO DE COMPROMISSO COM A
- Page 172 and 173: IV. Vincular os programas e/ou proj
- Page 174 and 175: COMPROMISSO DA UNIDADE CENTRAL I. O
- Page 176: Nome do estudante Nome do responsá
A coordenadora intermediária da educação infantil de Taguatinga, no Distrito Federal,<br />
e ex-professora de crianças de 6 anos, Márcia Gondim, conta sobre a época em<br />
que não ensinava às crianças o que considerava que elas podiam aprender sozinhas.<br />
“Esse foi um dos grandes problemas que nós, professores, tivemos alguns anos atrás.<br />
A gente deixava os brinquedos nas mãos dos alunos e pronto”, relembra Márcia. Esse<br />
pensamento, porém, sofreu modificações. “Descobrimos que era preciso sentar junto,<br />
interferir e ver a opinião dessas crianças”. Cláudia Gontijo também acredita que<br />
a exposição à linguagem escrita, por si só, não implica a aquisição de saberes. “Não<br />
adianta colocar uma série de materiais escritos na classe sem mostrar para a criança<br />
que ler e escrever são formas de diálogo com outras pessoas. Porque, caso contrário,<br />
fica o ensino da técnica pela técnica”, argumenta a professora da UFES.<br />
A professora da 2ª série da Escola Municipal Professora Veneza Guimarães de Oliveira,<br />
em Santo Antônio dos Campos, distrito de Divinópolis (MG), Ivani de Oliveira, conta<br />
que costuma fazer rodas de conversa com os seus alunos. As crianças falam sobre<br />
assuntos vistos em livros, jornais, revistas e jogos. Depois se dividem em grupos e<br />
cada um deles elabora uma parte dos cartazes com as conclusões, que são colocados<br />
em sala de aula. É importante que os materiais afixados na sala sejam coerentes com<br />
as práticas de leitura e escrita neste contexto. “E nunca deixo os cartazes por tempo<br />
demais”, destaca Ivani.<br />
“Esse tipo de material, construído junto à criança, torna-se significativo para ela e<br />
determinante para o seu bom aprendizado”, diz a professora de Psicologia da Educação<br />
da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Luciane Manera. A pesquisadora<br />
explica que o importante é mostrar aos alunos o que é aquilo e porque está ali, para<br />
que esses objetos não sejam apenas enfeites na sala de aula. Para ela, “o que garante<br />
o aprendizado é a interação do aluno com as escrita e a atuação de um sujeito mediador<br />
entre o conhecimento e o aluno”. Já o professor, para poder fazer essa mediação,<br />
tem que ser um bom usuário da linguagem escrita. “O material sozinho pode pouco”,<br />
diz Carmen Sanches.<br />
A utilização dos textos pode ser mais livre e espontânea, mas é preciso organização.<br />
Aparecida Biruel planeja e distribui o tempo que tem em vários momentos. “Temos a<br />
hora da leitura, a hora do brinquedo, a hora de ouvir e a hora de falar. Eu tenho consciência<br />
dos objetivos que quero atingir em cada um desses momentos”, conta.<br />
Fora da escola<br />
Nenhuma criança chega à escola sem saber nada. Geralmente, desde o nascimento,<br />
as pessoas convivem com uma série de elementos escritos e falados que irão compor<br />
uma espécie de estoque cultural. “Uma criança que tem em casa um ambiente alfabetizador<br />
entra na escola em vantagem com relação à criança que não tem”, pontua<br />
Luciane Manera. A leitura diária de um jornal pelo pai, a mãe que escreve uma lista de<br />
compras ou mesmo o irmão que lê gibis faz com que a criança ainda não alfabetizada<br />
verifique a funcionalidade dos materiais de leitura e de escrita.<br />
133