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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO - Unicap

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código de conduta descrito no seu “Livro Sagrado” nada lhes poderia ser imputado.Já na Grécia, no Século V a.C. encontra-se “o primeiro verdadeiro estudo no campoda medicina”, o chamado Corpus Hippocraticum, cuja autoria é atribuída aHipócrates, destacando-se queOs vários escritos que lhe são atribuídos, e que formam o CorpusHipocraticus, provavelmente foram o trabalho de várias pessoas, talvez emum longo período de tempo. O importante é que tais escritos traduzem umavisão racional da medicina, bem diferente da concepção mágico-religiosaantes descrita 10846Pelo que “em conformidade com o pensamento do século V a.C, Hipócrates coloca amedicina em bases racionais e a atribui aos homens, e não aos deuses, comorelatado no Prometeu acorrentado de Ésquilo (525-456 a.C.)” 109 fazendo romper, decerta forma, o paradigma anterior e trazendo juntamente com a racionalidadehumana, a possibilidade de falha humana e a sua consequente responsabilizaçãocivil.Outrossim, na Grécia antiga o paciente era visto como um incapaz, partindo-se dopressuposto que a doença o impedia de emitir sua vontade de modo coerente. AnotaCarlos Ragazzo que a “orientação que permeava a medicina grega (de médicosfilósofoshipocráticos) sugeria um modelo no qual o paciente não teria qualquerparticipação no processo de decisão médica.” 110Neste mesmo sentido observa Ricardo Lorenzetti:Na Grécia, por exemplo, considerava-se impróprio que o pacienteparticipasse das decisões ou estivesse informado. Hoje dá-se à informaçãotamanha relevância que lhe foi conferido status constitucional, já que o art.42 da Constituição Argentina adverte que os consumidores têm direito auma “informação adequada”. 111André Pereira, buscando as raízes etimológicas da palavra enfermo aduz que amesma “provém do latim infirmus, ou seja, débil, sem firmeza, não apenas física,108 SCLIAR, Moacyr. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,17(1):29-41, 2007. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a03.pdf Acesso em: 02nov. 2011.109 GUSMÃO, Sebastião. HISTÓRIA DA MEDICINA: evolução e importância. Disponível emhttp://www.museu-emigrantes.org/Hist%C3%B3ria_da_medicina.pdf. Acesso em: 10 jan. 2012.110 RAGAZZO, Carlos Emmanuel Jopert. O dever de informar dos médicos e o consentimentoinformado. Curitiba: Juruá, 2009. p. 40111 LORENZETTI, Ricardo Luis. Fundamentos do direito privado. São Paulo: RT, 1998. p. 132.

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