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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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diamantes, os seus cavalos, os seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, oseu palacete, a sua publicidade, a sua insolência, é necessário que se agremiemumas poucas de fortunas, se forme um sindicato! Somos uns sete, no Clube.Eu pago um bocado... Mas meramente por Civismo, para dotar a cidade comuma cocotte monumental. De resto não chafurdo. Pobre Diana!... Dosombros para baixo nem sei se tem a pele cor de neve ou cor de limão.Arregalei um olho divertido: — Dos ombros para baixo?... E para cima? —Oh! para cima tem pó de arroz!... Mas é uma seca! Sempre bilhetes, sempretelefones, sempre telegramas. E três mil francos por mês, além das flores...Uma maçada!E as duas rugas do meu Príncipe, aos lados do seu afilado nariz, curvadosobre a salada, eram como dois vales muito tristes, ao entardecer.Acabámos o almoço, quando um escudeiro, muito discretamente, nummurmúrio, anunciou Madame d'Oriol. Jacinto pousou com tranquilidade ocharuto, eu quase me engasguei, num sorvo alvoroçado de café. Entre osreposteiros de damasco cor de morango ela apareceu, toda de negro, de umnegro liso e austero de Semana Santa, lançando com o regalo um lindo gestopara nos sossegar. E imediatamente, numa volubilidade docemente chalrada:— É um momento, nem se levantem! Passei, ia para a Madalena não mecontive, quis ver os estragos... Uma inundação em Paris, nos Campos Elísios!Não há senão este Jacinto. E vem no «Figaro»! O que eu estava assustada,

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