25.08.2015 Views

A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

é lindo! — gritou ele de baixo. E o teu palácio tem um soberbo ar... Por ondeé a porta?Mas eu já me precipitava para o pátio — onde Jacinto, apeando, contoualegremente os tormentos do Grilo, que nunca montara a cavalo, e nãocessara de berrar perante os perigos daquela aventura.E o digno preto, ofegante, lustroso de suor, e lívido sob o esplendor da suanegrura, exclamava, apontando com a mão trémula para a pobre égua, quesolta, de cabeça pensativa, parecia de pedra, sobre as patas mais imóveis quemarcos:— Pois se o siô Fernandes visse! Uma fera, que nunca veio quieta. Semprepara a esquerda, sempre para a direita, Pé aqui, pé além! Só para me sacudir!Só para me sacudir!E não resistiu. Com a ponta do guarda-sol atirou uma pontoada vingativacontra a égua, sobre o albardão.Subindo a escadaria ligeira, penetrando no alegre corredor, com a sua janela aofundo engrinaldada de roseirinhas, Jacinto louvava grandemente a nossa casa,que o repousava das rijas muralhas, das grossas portas feudais de Tormes. Eno seu quarto agradeceu os cuidados maternais da tia Vicência, que enchera deflores os dois vasos da China sobre a cómoda, e adornara a cama com umadas nossas colchas da Índia mais ricas, cor de canário, com grandes aves deouro. Eu sorria, enternecido. Então estreitámos os ossos num grande abraço,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!