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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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— Pois sim... Mas. sem ser milho nem cevada... Então ali no pomar, rentedo muro velho, não se podia plantar uma fila de pessegueiros?O riso do Manuel crescia. — Isso sim, meu senhor! Isso é lá para os Santosou para o Natal. Agora só a couvinha na horta, a beldroega, os espinafres,algum feijãozinho em terra muito fresca...O meu Príncipe sacudiu, com brando gesto, estes legumes rasteiros. — Bem,boa noite, Manuel. Essas laranjas são da tal laranjeira que diz o Melchior,muito doces, muito finas? Então leve para os seus pequenos. Leve muitas paraos pequenos.Não! O empenho era criar a árvore. Pela árvore contemplada na serra na suaverdadeira majestade, na beneficência da sua sombra, na frescura embaladorado seu rumorejar, na graça e santidade dos ninhos que a povoam, começaratalvez, lentamente, o seu amor novo da terra. E agora sonhava uma Tormestoda coberta de árvores, cujos frutos e verduras, e sombras, e rumorejossuaves, e abrigados ninhos, fossem a obra e o cuidado das suas mãospaternais.No silêncio grave do crepúsculo, que descia, murmurou ainda: — Oh, ZéFernandes, quais são as árvores que crescem mais depressa? — Eh, meuJacinto... A árvore que cresce mais depressa é o eucalipto, o feíssimo e ridículoeucalipto. Em seis anos tens aí Tormes coberta de eucaliptos...

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