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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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Atirei os braços, compreendendo: — Ah! bem! Queres ir assistir àtrasladação... Jacinto sumiu a carta no bolso. — Pois não te parece, ZéFernandes? Não é por causa dos outros avós, que são ossos vagos, e que eunão conheci. É por causa do avô «Galeão»... Também não o conheci. Mas este202 está cheio dele; tu estás deitado na cama dele; eu ainda uso o relógio dele.Não posso abandonar ao Silvério e aos caseiros o cuidado de o instalarem noseu jazigo novo. Há aqui um escrúpulo de decência, de elegância moral...Enfim, decidi. Apertei os punhos na cabeça, e gritei — vou a Tormes! Evou!... E tu vens!Eu enfiara as chinelas, apertava os cordões do roupão: — Mas tu sabes, meubom Jacinto, que a casa de Tormes está inabitável... Ele cravou em mim osolhos aterrados. — Medonha, hem? — Medonha, medonha, não... É uma belacasa, de bela pedra. Mas os caseiros, que lá vivem há trinta anos, dormem emcatres, comem o caldo à lareira, e usam as salas para secar o milho. Creio queos únicos móveis de Tormes, se bem recordo, são um armário e uma espinetade charão, coxa, já sem teclas.O meu pobre Príncipe suspirou, com, um gesto rendido em que seabandonava ao Destino:— Acabou!... Alea jacta est! E como só partimos para Abril, há tempo depintar, de assoalhar, de envidraçar... Mando, daqui de Paris tapetes e camas...Um estofador de Lisboa vai depois forrar e disfarçar algum buraco Levamos

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