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A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

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e as carnes, e os legumes, que os escudeiros serviam, empoados de pó rosado,com librés da cor da rosa, enquanto do teto, de um velário de seda rosada,caíam pétalas frescas de rosas... A Cidade, deslumbrada, clamou: «Bravo,Jacinto!» E o meu Príncipe, ao rematar a festa fulgurante, plantou diante demim as mãos nas ilhargas e gritou triunfalmente: «Hem? Que maçada!...»Depois foi o Humanitarismo: e fundou um hospício no campo, entre jardins,para velhinhos desamparados, outro para crianças débeis à beira doMediterrâneo. Depois com o major Dorchas, e Mayolle, e o hindu de Mayollepenetrou no Teosofismo: e montou tremendas experiências para verificar amisteriosa exteriorização da motilidade. Depois, desesperadamente, ligou o202 com os fios telegráficos do «Times», para que no seu gabinete, como numcoração, palpitasse toda a Vida Social da Europa.E a cada um destes esforços da elegância, do humanitarismo, da sociabilidade,e da inteligência indagadora, voltava para mim, de braços alegres, com umgrito vitorioso: «Vés tu, Zé Fernandes? Uma maçada!» Arrebatava então o seu«Ecclesiastes», o seu Schopenhauer, e, estendido no sofá, saboreavavoluptuosamente a concordância da Doutrina e da Experiência. Possuía umaFé — o Pessimismo: era um apóstolo rico e esforçado: e tudo tentava, comsumptuosidade, para provar a verdade da sua Fé! Muito gozou nesse ano omeu desgraçado Príncipe!

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