25.08.2015 Views

A CIDADE E AS SERRAS

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Uma destas manhãs, Jacinto, apareço no 202, para almoçar contigo, elevo o meu amigo. Ele só come arroz, uma pouca de salada, e fruta. Econversamos... Tu tinhas um exemplar do « Sepher-Zerijah» e outro do «Targum d'Onkelus». Preciso folhear esses livros.Apertou a mão do meu Príncipe, saudou este assombrado Zé Fernandes, eserenamente seguiu pela quieta rua, com o chapéu de palha para a nuca, asmãos enterradas nas algibeiras, como um homem natural entre coisas naturais.Oh Jacinto! Quem é este bruxo? Conta!... Quem é ele, santíssimo nome deDeus? Recostado na vitória, ajeitando o vinco das calças, o meu Príncipecontou, concisamente. Era um nobre e leal rapaz, muito rico, muitointeligente, da antiga casa soberana de Mayolle, descendente dos duques deSeptimânia... E murmurou, através do costumado bocejo:— O desenvolvimento supremo da Vontade!... Teosofia, Budismoesotérico... Aspirações, deceções... já experimentei... Uma maçada!Atravessámos, calados, o rumor de Paris, sob a moleza abafada do crepúsculode Verão, para jantar no Bosque, no Pavilhão de Armenonville, onde ostziganes, avistando Jacinto, tocaram o «Hino da Carta» com paixão, comlangor, numa cadência de czarda dolorosa e áspera.E eu, desdobrando regaladamente o guardanapo:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!