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FREI LUÍS DE SOUSA

Untitled - Luso Livros

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Manuel, marido da minha alma, pelo nosso amor to peço, pela nossa filha.<br />

Vamos seja para onde for, para a cabana de algum pobre pescador desses<br />

contornos, mas para ali não, oh, não!<br />

MANUEL<br />

— Em verdade nunca te vi assim; nunca pensei que tivesses a fraqueza de<br />

acreditar em agouros. Não há senão um temor justo, Madalena: é o temor de<br />

Deus; não há espectros que nos possam aparecer senão os das más ações que<br />

fazemos. Que tens tu na consciência que tos faça temer? O teu coração e as<br />

tuas mãos estão puras; para os que andam diante de Deus, a terra não tem<br />

sustos, nem o inferno pavores que se lhes atrevam. Rezaremos por alma de D.<br />

João de Portugal nessa devota capela que é parte da sua casa; e não hajas<br />

medo que nos venha perseguir neste mundo aquela santa alma que está no<br />

céu, e que em tão santa batalha, pelejando pelo seu Deus e pelo seu rei,<br />

acabou mártir às mãos dos infiéis. Vamos, D. Madalena de Vilhena, lembraivos<br />

de quem sois e de quem vindes, senhora. E não me tires, querida mulher,<br />

com vãs quimeras de crianças, a tranquilidade do espírito e a força do coração,<br />

que as preciso inteiras nesta hora.<br />

MADALENA<br />

— Pois que vais tu fazer?<br />

MANUEL

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