FREI LUÍS DE SOUSA

More documents

Recommendations

Info

CENA III TELMO, depois o IRMÃO CONVERSO TELMO (Vai para deitar a mão à corda, pára, suspenso, algum tempo, e depois) — Vamos: isto há de ser. (Ouve-se tocar longe uma sineta; Telmo fica pensativo e com o braço levantado e imóvel.) CONVERSO — Quem sois? TELMO (estremecendo) — Telmo Pais. (O converso faz vénia e vai-se.)
CENA IV TELMO (só) — Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem. Tinha um pressentimento do que havia de acontecer parecia-me que não podia deixar de suceder e pensei que o desejava enquanto não veio. Veio, e fiquei mais aterrado, mais confuso que ninguém! Meu honrado amo, o filho do meu nobre senhor, está vivo, o filho que eu criei nestes braços. Vou saber novas certas dele, no fim de vinte anos de o julgarem todos perdido; e eu, eu que sempre esperei, que sempre suspirei pela sua vinda. — era um milagre que eu esperava sem o crer! — eu agora tremo. É que o amor destoutra filha, desta última filha, é maior, e venceu. Venceu. Apagou o outro. Perdoai-me, Deus, se é pecado. Mas que pecado há de haver com aquele anjo? Se ela me viverá, se escapará desta crise terrível? Meu Deus, meu Deus (ajoelha), levai o velho que já não presta para nada, levai-o, por quem sois! (Aparece o Romeiro à porta da esquerda, e vem lentamente aproximando-se de Telmo, que não dá por ele). Contentai-vos com este pobre sacrifício da minha vida, Senhor, e não me tomeis dos braços o inocentinho que eu criei para vós, Senhor, para vós. Mas ainda não, não mo leveis ainda. Já padeceu muito, já traspassaram bastantes dores aquela alma; esperai-lhe com a da morte algum tempo!
Page 2 and 3:
FREI LUÍS DE SOUSA ALMEIDA GARRETT
Page 4 and 5:
Acto Primeiro Câmera antiga, ornad
Page 6 and 7:
CENA II (MADALENA, TELMO PAIS) TELM
Page 8 and 9:
— Então! Tem treze anos feitos,
Page 10 and 11:
Pois está bem. Digo que mal sei da
Page 12 and 13:
(assustada) — Está bom; não ent
Page 14 and 15:
— Senhora... Senhora D. Madalena,
Page 16 and 17:
MADALENA — Para essa houve poder
Page 18 and 19:
TELMO — Não vos apareceu decerto
Page 20 and 21:
— Não, não tenho! MADALENA —
Page 22 and 23:
— E dizei ao meu cunhado, a Frei
Page 24 and 25:
— Voz do povo, voz de Deus, minha
Page 26 and 27:
CENA IV (MADALENA, MARIA) MARIA —
Page 28 and 29:
anda cá, Maria, conta-me do teu ja
Page 30 and 31:
CENA V (JORGE, MADALENA, MARIA) JOR
Page 32 and 33:
(para Madalena, baixo) — Sabeis q
Page 34 and 35:
— Mas que mal fizemos nós ao con
Page 36 and 37:
CENA VII (JORGE, MADALENA, MARIA, M
Page 38 and 39:
que fidalgos portugueses! Hei de lh
Page 40 and 41:
(vindo para ele) — Ouve, escuta,
Page 42 and 43:
— Ora tu não eras costumada a te
Page 44 and 45:
— Vou, já te disse, vou dar uma
Page 46 and 47:
CENA X (MANUEL DE SOUSA,, MADALENA,
Page 48 and 49:
CENA XII (MANUEL DE SOUSA e criados
Page 50 and 51:
Acto Segundo É no palácio que for
Page 52 and 53:
de maravilha, que foi um espetácul
Page 54 and 55:
— Já, sim. Vão-se desvanecendo,
Page 56 and 57:
MARIA — E não tem nome o cavalei
Page 58 and 59:
MARIA — Pois não há profecias q
Page 60 and 61:
(deixando-se surpreender) — Pois
Page 62 and 63:
MANUEL — Perigo, pouco. Ontem à
Page 64 and 65:
MANUEL — Ah, você sabia e estava
Page 66 and 67:
tão diante dos olhos sempre, como
Page 68 and 69:
CENA IV (MARIA, MANUEL DE SOUSA, JO
Page 70 and 71: — E os ares maus em Lisboa? JORGE
Page 72 and 73: (fazendo por se alegrar) — Triste
Page 74 and 75: (para Madalena) — Queres tu saber
Page 76 and 77: — E verdade. E andam-me a promete
Page 78 and 79: CENA VI (MANUEL DE SOUSA, MADALENA,
Page 80 and 81: MADALENA — Porque nunca assim est
Page 82 and 83: tanto deseja conhecer. Olha se ela
Page 84 and 85: CENA IX JORGE (só) — Eu faço po
Page 86 and 87: MADALENA — Conto. Este amor, que
Page 88 and 89: — Para lá torno já, minha senho
Page 90 and 91: da vossa qualidade. A troco de uma
Page 92: CENA XIII (MADALENA, JORGE e MIRAND
Page 95 and 96: ROMEIRO — Oxalá! Padeci muita fo
Page 97 and 98: — E o que eu puder fazer-vos, tod
Page 99 and 100: — Sim, mas. ROMEIRO — Mas o jur
Page 101 and 102: — Cativo? ROMEIRO — Sim. MADALE
Page 103 and 104: CENA XV JORGE e o ROMEIRO, que segu
Page 105 and 106: CENA I (MANUEL DE SOUSA sentado num
Page 107 and 108: — Vê a palavra que disseste: «d
Page 109 and 110: JORGE (animando-o) — Ela não est
Page 111 and 112: — Então desengana-me. Desengana-
Page 113 and 114: — Está — imagina por ti — es
Page 115 and 116: — Não, homem; é o seu aio velho
Page 117 and 118: CENA II JORGE, MANUEL DE SOUSA, TEL
Page 119: JORGE — Ficai aqui. Em nós saind
Page 123 and 124: — Esta voz. Esta voz.! Romeiro, q
Page 125 and 126: — E porque não, se já me pesa a
Page 127 and 128: — E eu hei de mentir, senhor, eu
Page 129: — Eu. Vai, saberás de mim quando
Page 132 and 133: MADALENA — Meu marido, meu amor,
Page 134 and 135: — Estáveis aqui só, Telmo! E el
Page 136 and 137: JORGE (continuando a conversação
Page 138 and 139: naquela cruz! Pela última vez, Mad
Page 140 and 141: CORO (dentro) — Fiant aures tu en
Page 143 and 144: CENA XI O PRIOR DE BENFICA, o ARCEB
Page 145 and 146: MADALENA — Misericórdia, meu Deu
Page 147: — Minha irmã, rezemos por alma.
show all

FREI LUÍS DE SOUSA

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?