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CORAÇÃO CABEÇA E ESTÔMAGO

Untitled - Luso Livros

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À imitação desta, podia eu contar a história de muitos bêbados ilustres daminha mocidade.(*)[(*) A palavra é pouco urbana e civil para livro de tanta polpa e gravidade. Bêbado é o homem que seembebeda na taberna. Ao bebedor que se embriaga nos cafés e nas salas, a não se lhe dar nome deespirituoso, também não deve chamar- se bêbado. Os glossários que conheço carecem desta distinção, que sequer observada entre pessoas que se tratam.]Conheci outros que eram poetas orientais. Escreviam do amor das mouras,das volúpias dos serralhos, das acesas paixões dos Árabes. Claro é que numclima temperado, e com os costumes chãos e algum tanto lorpas e lerdos danossa terra, a imaginativa carecia de espiritar-se com os boléus da embriaguezpara sair-se dignamente com uma sextilha asiática. Vinham a fazer ditirambos,que intitulavam Arrobos, ou Coriscos.***NOTAEntre as poesias de Silvestre, achamos uma, datada em 1855, que parecereferir-se à época e aos poetas orientais de que vem falando nas suasmemórias. Dela trasladamos um fragmento, que vem a ponto:A esperança mocidade, a plêiadeDe génios do Marrare, que é feito dela?Pulavam em barda, enxame às nuvensDe abelhas, que libavam mel do Himeto,Disfarçado em cognac; e, então, melífluos,Como diz não sei quem, que sabe a língua,Emelavam a gente, isto é, melavam!E melaram os dulcíssimos meninos,

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