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CORAÇÃO CABEÇA E ESTÔMAGO

Untitled - Luso Livros

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— Anda, Caetano — disse ela —, que estou a arrefecer! Tu não te mexes?Estás amuado?— Vossa Mercê engana-se — disse eu, quando conheci a cozinheira aoclarão da lua.Mal proferidas estas palavras, o vulto deu um grito de surpresa e fugiu,deixando aberta a grade.A este tempo, ouvi passos na estrada, e, sem refletir, entrei no jardim e sumimepor entre a espessura dos arbustos. Pouco depois, vi entrar um vulto dohomem no jardim, caminhar afoitamente, subir a um patim e empurrar demanso uma porta, que não se abriu. Mais tarde, correu-se uma janela superiorà porta e travou-se este diálogo:— Caetano!— Eufémia!— És?— Sou. Abres?— Não; tenho medo.— Ora!, ainda estão a pé?— Não é isso... Estava ali à porta do jardim um homem. Cuidei que erastu. Não o viste?— Isso havia de ser para a fidalga: não vi ninguém.— Não pode ser para a fidalga.— Pois então quem era, senão o conde?— Não era, que esse entrou às onze horas e está cá.— Seja quem for; abre a porta.— Hoje não: vai-te embora. Olha... tinha-se ali um franguinho assado...queres que to dei-te?— Então é certo que não abres?— Estou a tremer com medo. Será alguma espera para o Sr. Conde?

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