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CORAÇÃO CABEÇA E ESTÔMAGO

Untitled - Luso Livros

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jornal declinou a responsabilidade moral e legal da ofensa ao doutor. Rompeumeassim das entranhas o ódio que as queimava:Sr. Redator:Há casos em que o silêncio é um crime! À vista de infâmias que sobreexcedeme transbordam a paciência humana, não há aí peito de ferro que secontenha!Nam quis iniquaeTam patiens urbis, tam ferreus, ut teneat se...?Aqui é o caso de dizer como o cantor de Camões:Ergo-me a delatar tamanho crimeE eterna a voz me gelará nos lábios.Vinde a mim, hipócritas!Vinde ao sevo do escândalo, celerados que andais nas encruzilhadasassalteando a honra dos infelizes descautelosos! Aqui tendes charco para vosrebalsardes, cerbos!Aqui está um dos vossos, que apunhalou a alma de um marido, crucificouuma esposa ao madeiro de eterno opróbrio e sovou aos pés uma coroavirginal.Isto era o exórdio, que os meus inimigos chamaram farfalhada. Seguia-sedepois a exposição chã da protérvia de Anselmo Sanches, arranjada em trêscapítulos, cada um com uma epígrafe. A primeira era: Quousque tandem,Catilina?... Achou toda a gente literata muita novidade nesta passagem deCícero a propósito de Anselmo. A segunda epígrafe era Proh pudor, prohdolor! — também nova. O terceiro capítulo rompia com o Me, me adsum quifeci, in me convertite ferrum. O todo era broslado de passagens latinas, quetornavam o meu artigo um parto de indignação e outro parto de sapiência.

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