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Viagem ao Mundo do Empreendedorismo

Viagem ao Mundo do Empreendedorismo - IEA

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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong><strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo


Rita de Cássia da Costa MalheirosLuiz Alberto FerlaCristiano J.C. de Almeida Cunha<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong><strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFLORIANÓPOLIS - BRASIL - 20053


REDAÇÃORita de Cássia da Costa MalheirosDESIGN HIPERTEXTUAL - REVISÃO - ILUSTRAÇÃO EPROJETO GRÁFICOREVISAREIMPRESSÃO GRÁFICACoan Indústria Gráfica LTDACatalogação: Leila Patrícia Ramos - CRB 14/848<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo / Ritade Cássia da Costa Malheiros / Luiz Alberto Ferla/ Cristiano J. C. de Almeida Cunha, organiza<strong>do</strong>res.Florianópolis : IEA – Instituto de Estu<strong>do</strong>sAvança<strong>do</strong>s. 2ªedição, 2005.Bibliografia:1. Empreende<strong>do</strong>rismo 2. Negócios 3.Organização Comercial 4. Administração de Empresas.I. Malheiros, Rita de Cássia da Costa. II Ferla, LuizAlberto. III Cunha, Cristiano J. C. de Almeida.CDU - 658.11Índices para catálogo sistemático:1. Empreende<strong>do</strong>rismo: 658.112. Negócios: 658.113. Organização Comercial: 658.114. Administração de Empresas: 658.11ISBN 85-86563-04-8Impressão revista, ampliada e atualizada <strong>do</strong> livro “Inician<strong>do</strong> seu Próprio Negócio”2ª edição - 2005 - 2.000 exemplaresTo<strong>do</strong>s os direitos de publicação total ou parcial reserva<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> IEA – Institutode Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>s.IEA – Instituto de Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>sCaixa Postal 5250 – Cidade Universitária88040-970 – Florianópolis – SC – BrasilFone/fax: (48) 3025 8181E-mail: iea@iea.org.brhttp://www.iea.org.br4


APRESENTAÇÃOAÇÃOA publicação <strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo é mais <strong>do</strong> que apenas uma versãorevisada e ampliada <strong>do</strong> livro Inician<strong>do</strong> seu Próprio Negócio, lança<strong>do</strong> em 1997 pelo Instituto de Estu<strong>do</strong>sAvança<strong>do</strong>s – IEA, em parceria com o Instituto Friedrich Naumann. Além de atualizar os cincocapítulos já existentes, esta nova versão, que já está em sua segunda edição, traz mais quatrocapítulos, acrescentan<strong>do</strong> novos tópicos à abordagem inicial da obra.O livro, além de ter um de seus focos principais na disseminação <strong>do</strong> espírito empreende<strong>do</strong>r,também fala sobre os aspectos práticos <strong>do</strong> planejamento e gestão <strong>do</strong>s pequenos negócios. Temascomo a análise <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, a elaboração de um plano operacional e aspectos tributários, financeirose de registro de empresas passaram a ser aborda<strong>do</strong>s com mais detalhamento em <strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong><strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo.Este livro destaca a importância <strong>do</strong> indivíduo como fator determinante no sucesso oufracasso de um empreendimento. Além disso, aponta como as técnicas criativas nos possibilitamidentificar idéias e torná-las oportunidades de negócios, aproveitan<strong>do</strong> melhor os recursosfinanceiros.To<strong>do</strong>s esses assuntos são aborda<strong>do</strong>s de forma didática, mas nunca superficial. O resulta<strong>do</strong>é um livro que engloba to<strong>do</strong>s os aspectos referentes à criação e manutenção de um empreendimento,desde a identificação de uma oportunidade de negócio até os indica<strong>do</strong>res de desempenho daempresa.Com muita satisfação, o Instituto Friedrich Naumann colabora com o IEA na realizaçãodeste novo trabalho, por reconhecer a relevância <strong>do</strong> tema e por acreditar que esta obra podeimpulsionar o sucesso de novos negócios, contribuin<strong>do</strong> para o desenvolvimento da nossa sociedade.A Confederação Nacional <strong>do</strong>s Jovens Empresários, da mesma forma, fica honrada empoder proporcionar <strong>ao</strong>s seus jovens associa<strong>do</strong>s o contato com uma publicação que poderá ser degrande valia para o bom desenvolvimento <strong>do</strong>s negócios de suas empresas e para a disseminação<strong>do</strong> espírito empreende<strong>do</strong>r, colaboran<strong>do</strong> na geração de emprego e renda em nosso país.A Confederação Latino-Americana <strong>do</strong> Comércio e Serviços, entidade representativa <strong>do</strong>varejo latino-americano, que congrega milhões de micro, pequenas e médias empresas em todaAmérica Latina, também se sente honrada em apoiar uma publicação que instiga uma nova postura5


para o empresário e líder <strong>do</strong> comércio e serviços, tornan<strong>do</strong>-o muito mais consciente da importânciade planejar suas atividades empresariais.Luiz Alberto FerlaInstituto de Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>s – IEABeate BunseInstituto Friedrich Naumann – FNSt/BrasilDoreni Caramori JúniorConfederação Nacional <strong>do</strong>s Jovens Empresários – CONAJEGerson GabrielliConfederação Latino-Americana <strong>do</strong> Comércio e Serviços – CLAM6


ROTEIROPrefácio ............................................................................................................................................... 11Mapa da <strong>Viagem</strong> ................................................................................................................................ 13ESCALA I: O EMPREENDEDOROrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 16Quem é o Empreende<strong>do</strong>r ...................................................................................................... 19Características <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>r ......................................................................................... 22As Mudanças e os Novos Empreende<strong>do</strong>res ....................................................................... 37O que são as Empresas ........................................................................................................... 44Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 48Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 49Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 50Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 50ESCALA II: COMO IDENTIFICAR NOVAS OPORTUNIDADESDE NEGÓCIOSOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 55Como Encontrar sua Idéia ..................................................................................................... 57Como Transformar sua Idéia em Oportunidade ............................................................... 68Fontes de Idéias para a Criação de novos Negócios ......................................................... 72Tendências Mundiais Geram Oportunidades de Negócios.............................................. 76Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 98Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 99Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 100Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 100ESCALA III: A EMPRESA ORIENTADA PARA O CLIENTEOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 103As Relações com os Clientes ................................................................................................. 104Como Acontece o Processo de Decisão de Compra ........................................................ 105O que Influencia as Decisões de Compra ........................................................................... 110De que Mo<strong>do</strong> os Clientes Definem Qualidade .................................................................. 112Serviços – Como Avaliar sua Qualidade .............................................................................. 114A Importância da Qualidade <strong>do</strong> Atendimento ................................................................... 117Enxergan<strong>do</strong> o Negócio com os Olhos <strong>do</strong>s Clientes ......................................................... 1187


Desenvolven<strong>do</strong> Relações Dura<strong>do</strong>uras: A Qualidade naRelação entre a Empresa e os Clientes................................................................................. 119Fundamentos Básicos da Abordagem da Qualidade Total............................................... 121Organização Orientada <strong>ao</strong>s Clientes x Organização Tradicional .................................... 124Vamos Implantar a Qualidade Total no nosso Negócio ................................................... 125Como os Clientes Avaliam a Qualidade ............................................................................... 128Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 130Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 131Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 131Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 132ESCALA IV: RELAÇÕES HUMANAS NA ORGANIZAÇÃOOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 135Porque Estudar Relações Organizacionais .......................................................................... 138Motivação .................................................................................................................................. 146Liderança ................................................................................................................................... 151Equipes ...................................................................................................................................... 165Conflito...................................................................................................................................... 167Comunicação ............................................................................................................................ 169Redes .......................................................................................................................................... 177Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 179Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 181Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 182ESCALA V: PLANEJAMENTO E BUSCA DE RECURSOSPARA O NOVO NEGÓCIOOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 185A Percepção Empreende<strong>do</strong>ra ................................................................................................ 186Os Primeiros Passos no Planejamento de um Negócio.................................................... 191Plano de Negócios: O Mapa da Estrada para o Sucesso .................................................. 196Financian<strong>do</strong> seu Negócio: Onde Conseguir o Dinheirode que você Precisa para Começar........................................................................................ 204O que os Agentes Financeiros Costumam Perguntar ....................................................... 211A Parceria como Forma de Viabilizar a Empresa .............................................................. 212Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 218Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 219Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 220Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 2208


ESCALA VI: ASPECTOS LEGAIS, REGISTRO DE EMPRESASE ASPECTOS TRIBUTÁRIOSOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 223Aspectos Legais e Registro de Empresas ............................................................................ 223Passos Necessários para Registrar uma Empresa .............................................................. 226Registros e Autorizações Diversas ........................................................................................ 232Aspectos Tributários ............................................................................................................... 242Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 251Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 253Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 254Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 254ESCALA VII: ESTUDO DE MERCADOOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 259Merca<strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r - Clientes ........................................................................................... 261Elaboran<strong>do</strong> um Questionário ................................................................................................ 274Análise <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Concorrente ......................................................................................... 282Análise <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Fornece<strong>do</strong>r ........................................................................................... 285Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 287Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 291Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 292ESCALA VIII: PLANO OPERACIONALOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 295O Pessoal ................................................................................................................................... 310Estratégias de Negócio ........................................................................................................... 312O Projeto <strong>do</strong> Processo ........................................................................................................... 317O Fluxograma........................................................................................................................... 320Diferenciação <strong>do</strong>s Processos <strong>do</strong> Negócio ........................................................................... 323Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 328Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 333Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 333Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 334ESCALA IX: ASPECTOS FINANCEIROSOrientação de <strong>Viagem</strong>............................................................................................................. 337Determinação <strong>do</strong> Investimento Inicial ................................................................................ 337Classificação <strong>do</strong>s Custos ......................................................................................................... 340Custos de Produção ................................................................................................................ 347A Determinação <strong>do</strong> Preço de Venda .................................................................................... 348Os Resulta<strong>do</strong>s Operacionais .................................................................................................. 3529


Indica<strong>do</strong>res de Desempenho ................................................................................................. 353Diário de Bor<strong>do</strong> ....................................................................................................................... 357Atividades de <strong>Viagem</strong>.............................................................................................................. 363Futuros Roteiros ...................................................................................................................... 364Comandantes de Bor<strong>do</strong> .......................................................................................................... 364FINALIZANDO NOSSA VIAGEM ........................................................................................... 36510


PREFÁCIO<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo originou-se da revisão e ampliação <strong>do</strong>conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> livro Inician<strong>do</strong> seu Próprio Negócio, <strong>do</strong> Instituto de Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>s - IEA.Os cinco primeiros capítulos, extraí<strong>do</strong>s da primeira versão, foram atualiza<strong>do</strong>s manten<strong>do</strong>sea linha de conteú<strong>do</strong> original da contribuição de seus colabora<strong>do</strong>res: Cristiano J. C. de AlmeidaCunha e Suzana Susi Pfeifer; Cristina Borges; Carlos Henrique Orsatto; Graciella Martignago; e Rita deCássia da Costa Malheiros, respectivamente.Além destes, foram acrescenta<strong>do</strong>s outros quatro capítulos desenvolvi<strong>do</strong>s por Rita de Cássiada Costa Malheiros, sen<strong>do</strong> que o Capítulo 6, especificamente, contou com contribuições de SanderlúcioFabiano de Mira e Sidnei Manoel da Cunha.Os novos conteú<strong>do</strong>s foram cuida<strong>do</strong>samente desenvolvi<strong>do</strong>s pela Dra. Rita, que, com suaexperiência e com toda a dedicação que lhe é peculiar <strong>ao</strong>s projetos que orienta e desenvolve,enriqueceu esta obra.A nova versão visa contribuir ainda mais na compreensão <strong>do</strong> processo empreende<strong>do</strong>r,fator que representa uma contribuição inegável na renovação <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> empresarial, na criação deempregos e na difusão <strong>do</strong>s avanços tecnológicos, contribuin<strong>do</strong> para o bem-estar social e econômico.Sua proposta é proporcionar <strong>ao</strong> leitor uma profunda reflexão sobre as expressivas mudançasocorridas no ambiente empresarial, levan<strong>do</strong>-o a planejar negócios para atuarem nesse contexto.Da mesma forma, procura mostrar <strong>ao</strong> leitor que a tarefa de empreender um novo negócioestá longe de se tornar uma atividade capaz de ignorar as diferenças individuais, principalmenteem relação às condições econômicas e sociais, assim como a vocação empresarial.O desejo <strong>do</strong>s organiza<strong>do</strong>res Rita de Cássia da Costa Malheiros, Luiz Alberto Ferla eCristiano J. C. de Almeida Cunha, é que os leitores desta 2ª versão revisada e ampliada da obr<strong>ao</strong>riginal, possam absorver os conhecimentos aqui disponíveis e que o Empreende<strong>do</strong>rismo possaser cada vez mais difundi<strong>do</strong>, contribuin<strong>do</strong> para o desenvolvimento empresarial, econômico esocial.11


MAPA A DA VIAGEMOlá, Caro leitor! Desejamos que seu tour neste livro seja muito proveitoso,pois esta viagem foi planejada para que seus encontros com o conhecimento deEmpreende<strong>do</strong>rismo sejam momentos culturais agradáveis. Por isso, preparamosum ótimo roteiro e convidamos a Ana e o Tom para serem nossos companheirosde viagem.Oi! É um prazerestar com você!Para mim também! Então,vamos começar nosso tour?Bem, nossa primeira e segunda escalas serão no país intitula<strong>do</strong> pelaOrganização Internacional de Empreende<strong>do</strong>rismo, como o país modelo nesteramo. Ao visitarmos as suas principais cidades, procuraremos entender melhoras ações empreende<strong>do</strong>ras e as novas oportunidades de negócios, quedeterminaram o título de modelo em Empreende<strong>do</strong>rismo. Na terceira escalaparticiparemos de um congresso cuja finalidade é discutir a Empresa Orientadapara o Cliente. Na quarta, visitaremos uma organização modelo, cuja experiênciase destaca no investimento das relações humanas. Em seguida, na quinta escala,teremos a oportunidade de visitar a famosa Biblioteca Empreender, onde, à nossadisposição, estarão os melhores livros sobre planejamento e busca de recursospara o novo negócio. Na sexta escala da nossa viagem, vamos nos encontrarcom um advoga<strong>do</strong> perito em aspectos legais, registro de empresas e aspectostributários. Partiremos, então, para as três últimas escalas nas quais estaremosfinalizan<strong>do</strong> nossa viagem. A sétima escala será com um grupo de consultores, everemos como se faz o estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>. Na oitava escala, vamos discutircom outros consultores sobre plano operacional e fecharemos a viagem, emnossa nona escala, com uma consultoria sobre os aspectos financeiros naabertura de um novo negócio.E então, caro leitor, você está prepara<strong>do</strong> para iniciar esta aventura?Boa <strong>Viagem</strong>!!!13


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rESCALA I<strong>Viagem</strong> às cidades deEmpreendenópolisO Empreende<strong>do</strong>r15


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoOrientação de <strong>Viagem</strong>Seja bem-vin<strong>do</strong> a Empreendenópolis! Antes de iniciarmos nosso tour,gostaria de lhe falar um pouco sobre o assunto desta nossa primeira escala. Entãolhe pergunto: Você já ouviu falar sobre Empreende<strong>do</strong>rismo? Veja, é importanteque você relembre seus conceitos sobre este tema, antes de iniciarmos nossaviagem para, juntos, podermos construir novos conhecimentos!Muito bem, começo dizen<strong>do</strong> que o Empreende<strong>do</strong>rismo é o principalfator de desenvolvimento econômico de um país. Por isso, em países com culturaempreende<strong>do</strong>ra as perspectivas de crescimento econômico são muito maioresUma pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM)analisou as complexas relações entre empreende<strong>do</strong>rismo e crescimentoeconômico em 21 países. E constatou que nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, em 2001, haviaa relação de 01 empresa para cada 12 pessoas, e na Finlândia, a relação era de 67pessoas para cada empresa.As pesquisas demonstram que no Brasil já houve momentos melhores.O Jornal Valor Econômico (2002) publicou que o Brasil está cain<strong>do</strong> no rankinginternacional <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a avaliação é feita a partir<strong>do</strong> motivo que leva as pessoas a abrir um negócio: a necessidade, e não <strong>ao</strong>portunidade.No ano de 2000, em que o Brasil foi avalia<strong>do</strong> juntamente com 21 países,ele foi classifica<strong>do</strong> como a primeira nação em iniciativa empreende<strong>do</strong>ra. No anoseguinte, já com 28 países participan<strong>do</strong> da pesquisa, ficou em quinto lugar. Em2004 aparece em sétimo lugar, entre 34 nações.Ah! Agora já sei! O que leva o povo brasileirooptar por empreender novos negócios sãoprincipalmente, as dificuldades sociais eeconômicas.Isso mesmo! Os baixos salários, por exemplo, estimulam a busca porrenda complementar, além <strong>do</strong> fato de o Esta<strong>do</strong> não ser mais um grandeemprega<strong>do</strong>r.16


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rA conclusão deles é pertinente. Veja que a tabela abaixo exemplifica oque eles concluíram:POSIÇÃO DO BRASIL DO RANKING INTERNACIONAL DEEMPREENDEDORISMOAno Posição Proporção de empreende<strong>do</strong>res entre a população adulta2000 1º2001 5º Homens - 55%2002 7º Mulheres - 45%2003 6º2004 7º25 a 34 anos é a faixa etáriaque concentra o maiornúmero de empreende<strong>do</strong>resno país.Embora que menor que aatividade empreende<strong>do</strong>rapor oportunidade, 46% <strong>do</strong>sempreendimentos abertosno Brasil são motiva<strong>do</strong>spela necessidade.4º lugar é a posição <strong>do</strong> Brasilno ranking de atividadeempreende<strong>do</strong>ra por necessidade.E no que tange àatividade empreende<strong>do</strong>rapor oportunidade, o Brasilfica em 11º lugar entre os 34países pesquisa<strong>do</strong>s.O Empreende<strong>do</strong>rismo é defini<strong>do</strong> como um comportamento e não comoum traço de personalidade. Segun<strong>do</strong> esse ponto de vista, as pessoas podemaprender a agir como empreende<strong>do</strong>res, usan<strong>do</strong> para isso ferramentas baseadasno interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las como oportunidadede negócios.Como conseqüência, uma cultura empreende<strong>do</strong>ra gera prosperidadeeconômica <strong>ao</strong> proporcionar altas taxas de criação de novas empresas. Por setratar de um fenômeno social e cultural, existem famílias, cidades, regiões e paísesmais empreende<strong>do</strong>res que outros.Fonte: GlobalEntrepreneurshipMonitor, 2004.Mas... Que ações devem ser tomadas para queas iniciativas empreende<strong>do</strong>ras no Brasiltenham sucesso?17


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO que sustenta a atividade empreende<strong>do</strong>ra em um país é a existência deum conjunto de valores sociais e culturais que possam encorajar a criação denovas empresas. Por isso, devemos repensar alguns valores, como a valorização<strong>do</strong> emprego, a estabilidade financeira e a formação universitária, que no Brasilsão instrumentos fundamentais de realização pessoal.Por isso, é muito importante incentivar uma educação empreende<strong>do</strong>ra,introduzin<strong>do</strong> na cultura valores como autonomia, independência,capacidade de gerar o próprio emprego, de inovar e gerar riqueza,capacidade de assumir riscos e de crescer em ambientes instáveis, porqueesses representam os valores sociais que conduzem um país <strong>ao</strong>desenvolvimento.O que quero mostrar, com isso tu<strong>do</strong>, é a importância da figura <strong>do</strong>indivíduo empreende<strong>do</strong>r, desempenhan<strong>do</strong>, por meio de seus negócios, umimportante papel junto à sociedade como gera<strong>do</strong>r de emprego e riqueza. Eledefine metas, busca informações e é obstina<strong>do</strong>. Embora muitas pessoas já tenhamessas características, outras tantas precisam desenvolvê-las e melhorá-las.Gostaria de lembrá-lo que: para ser empreende<strong>do</strong>r em meio a umaeconomia instável é necessário ter iniciativa e estar prepara<strong>do</strong> para assumir osriscos e compromissos necessários.Bem, já estamos chegan<strong>do</strong> a Empreendenópolis, visitaremosprimeiramente a cidade chamada “Quem é o empreende<strong>do</strong>r?”. Nela iremosidentificar o que diferencia um empreende<strong>do</strong>r de um empresário nos negócios.Depois iremos visitar a segunda cidade denominada “As Mudanças e os NovosEmpreende<strong>do</strong>res”, onde investigaremos as principais mudanças que têm ocorri<strong>do</strong>no ambiente <strong>do</strong>s negócios, exigin<strong>do</strong> uma nova forma de empreende<strong>do</strong>rismo.Na última, com o nome “As mudanças e os novos Empreende<strong>do</strong>res”,discutiremos o conceito de empresa, possibilitan<strong>do</strong> àqueles que desejam se tornarempresários uma idealização melhor de seus futuros negócios.18


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rQuem é o Empreende<strong>do</strong>rVocê sabia que:• Existe um número muito grande de empreende<strong>do</strong>res.•Que nem to<strong>do</strong>s têm inspirações de gênio, ganham rios de dinheiro econquistam a fama.• E que muitos passam por diversos fracassos até aprender.•Outros tantos dependem de sócios e colabora<strong>do</strong>res para suprir suasdeficiências.Mas que to<strong>do</strong>s, de uma forma ou de outra, fazem a diferença e servemde alavanca para o progresso.O Empreende<strong>do</strong>rismo é composto por diferentes fatores, presentes emdiferentes <strong>do</strong>ses em cada empreende<strong>do</strong>r. Embora existam muitas variações noperfil empreende<strong>do</strong>r, com algumas características comportamentais podemosprever a vocação empreende<strong>do</strong>ra de uma pessoa.Hum... Eu posso saber setenho essas características?Pode sim! É isso que iremos ver agora. Por meio <strong>do</strong> teste, a seguir, vocêpoderá identificar as suas características empreende<strong>do</strong>ras mais desenvolvidas,assim como aquelas menos presentes, para se aperfeiçoar cada vez mais.Antes de discutirmos a respeito das principais características <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r, faça o teste a seguir e identifique as suas característicasempreende<strong>do</strong>ras mais desenvolvidas, assim como aquelas menos presentes, parase aperfeiçoar cada vez mais.19


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVocê tem perfil empreende<strong>do</strong>r?Grau com que cadaafirmação expressauma característica suaFONTE: Basea<strong>do</strong> no teste exposto no site http://www.intermanagers.com.br Alto Médio BaixoEu sou ambicioso e tenho a pretensão de prosperar financeiramente.Gosto de adquirir novos conhecimentos.Avalio minhas experiências positivas e negativas e apren<strong>do</strong> com elas.Tenho iniciativa própria.Tenho coragem para assumir riscos.Consigo superar derrotas e adversidades.Sou capaz de expressar minhas idéias de maneira clara.Trabalho persistentemente até alcançar um objetivo.Possuo a capacidade de negociar.Tenho habilidade para fazer novos contatos de negócios.Consigo bons resulta<strong>do</strong>s mais <strong>do</strong> que a média das pessoas.Tenho a capacidade de administrar pessoas.Confio nos outros.Sei compreender os erros <strong>do</strong>s outros.Sou capaz de fazer um elogio ou delegar uma tarefa.Conto com a experiência e os conhecimentos necessários nas áreas em que preten<strong>do</strong>atuar.Sou capaz de fazer planos em curto e longo prazos.Estou sempre em busca de novas maneiras para melhorar as situações.Costumo fazer um controle financeiro.Tenho reservas suficientes para cobrir minhas despesas pessoais e da empresa atéque o empreendimento seja rentável.Minha família e amigos apóiam os meus projetos.Estou disposto a abrir mão <strong>do</strong> tempo livre, de hobbies e férias até que o negócioesteja estabeleci<strong>do</strong>.Estou me tornan<strong>do</strong> independente por vontade própria.Sou capaz de influenciar pessoas e liderar equipes.Consigo manter o controle em situações de estresse.Sou autocrítico.Compreen<strong>do</strong> a importância de desenvolver parcerias.NÚMERO DE OCORRÊNCIAS20


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rAgora que você já preencheu os campos e somou o número deocorrências, saberá se tem ou não características de empreende<strong>do</strong>r. Para lhe ajudarna avaliação, observe em qual <strong>do</strong>s três níveis se encontra sua pontuação:AVALIAÇÃOALTO = 3 PONTOS MÉDIO = 2 PONTOS BAIXO = 1 PONTODe 0 a 27 pontosDe 28 a 54 pontosDe 55 a 81 pontosObserve suas característicasAs características que você tem atualmente não são indicadas para oempreendimento de negócios próprios. Mas não desista! Identifiqueas suas características mais deficientes, procuran<strong>do</strong> desenvolvê-las.Aceite o desafio de procurar superá-las sempre que enfrentar umasituação em que essas características sejam exigidas.Você tem grandes chances como empreende<strong>do</strong>r, mas precisamelhorar seu conhecimento e disposição. Cursos, leituras e visitasa feiras e eventos especializa<strong>do</strong>s podem ajudá-lo nesse desafio. Setu<strong>do</strong> começa com um sonho, busque conquistar as condições ideaispara realizá-lo.Parabéns! Você tem as características ótimas para alguém que desejaempreender um novo negócio. Apresenta capacidade de explorarnovas oportunidades, independentemente <strong>do</strong>s recursos que tem àmão. Embora isso não seja garantia de sucesso, indica que você temespírito empreende<strong>do</strong>r. Aproveite-o e vá em busca da realização deseus sonhos.Puxa... Someiapenas 27 pontos...Não desanime, isso não representa uma verdadeabsoluta. É apenas um parâmetro para você fazeruma auto-análise. Veja, tenho certeza queaprenderemos, nesta viagem, que as pessoaspodem aprender a agir como empreende<strong>do</strong>res.Acredito que até o final dela, você estará pensan<strong>do</strong>diferente.21


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoIndependentemente <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu perfil, nas escalas que faremosvocê irá adquirir subsídios importantes para ser um empreende<strong>do</strong>r de sucesso.Agora que você já conhece suas características individuais, saiba queempreende<strong>do</strong>res são pessoas capazes de sonhar e transformar sonhos emrealidade. Identificam oportunidades, agarram-nas, buscam recursos etransformam tais oportunidades em negócios. São empreende<strong>do</strong>res todas aspessoas inova<strong>do</strong>ras, assim como aquelas que sabem enxergar as mudanças eaproveitá-las, transforman<strong>do</strong>-as em oportunidades de negócios.Empreende<strong>do</strong>res não fogem <strong>ao</strong>s obstáculos. Imaginam caminhos novos,diferentes; mudam ou criam valores. Iniciativa, persistência, especialização,persuasão e capacidade de assumir riscos são alguns <strong>do</strong>s traços comuns entreempreende<strong>do</strong>res de sucesso.Mas também conta muito ter consciência <strong>do</strong>s próprioslimites, o que pressupõe um profun<strong>do</strong> autoconhecimento.Por isso, é muito importante desenvolver um conceito desi próprio, identifican<strong>do</strong> os valores pessoais, os gostos, asáreas de conhecimento de maior interesse e, sobretu<strong>do</strong>,as deficiências, para que possam ser corrigidas(compensadas, eliminadas).A melhor definição <strong>do</strong> seu perfil poderá ajudá-lo a desenvolver umnegócio compatível.Características <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rA viabilidade de uma pequena empresa depende, basicamente, da figura<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r, pois ele é o ponto central que determinará ou não o sucesso<strong>do</strong> empreendimento. Cabe a ele muitas vezes exercer, simultaneamente, o papelde <strong>do</strong>no da idéia e o de gerente das ações que serão colocadas em prática. Poressa razão, o empreende<strong>do</strong>r deve procurar sempre desenvolver as virtudes e asqualidades necessárias para obter sucesso no seu empreendimento.Mas afinal, o que preciso ter para seruma empreende<strong>do</strong>ra de sucesso?22


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rObserve que os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Ibrahim e Goodwin identificamtrês importantes fatores gerais para o sucesso de pequenas empresas, segun<strong>do</strong> avisão de <strong>do</strong>nos de negócios.Em primeiro lugarEm segun<strong>do</strong> lugarEstão os valores associa<strong>do</strong>s à pessoa <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r, ou seja, às virtudes que sãocaracterísticas fundamentais de quem queriniciar seu próprio negócio.Estão as habilidades gerenciais, que incluemestratégias de nicho, gerenciamento <strong>do</strong> fluxode caixa, um sistema orçamentário simples,mas eficiente, experiência anterior, educaçãoe estrutura organizacional simples.IBRAHIM, A.,and J.GOODWIN.(1986).Perceived causesof success insmall business.AmericanJournal of SmallBusiness, 11(Fall), 41-50.Em terceiroEstão as habilidades pessoais, que incluemum bom relacionamento com umrepresentante de crédito, boas relações comclientes e boas relações com os emprega<strong>do</strong>s.Esses fatores menciona<strong>do</strong>s são determinantes para que o empreende<strong>do</strong>rpossa atingir seus objetivos e metas.Você deve trabalhar o sucesso como função dehabilidades como:•competência (saber fazer),• motivação (querer fazer) e•criatividade (fazer mais com menos),•metas claras, desafia<strong>do</strong>ras, mas que podem serrealizadas.Ufa! Será quetenho todas estashabilidades?23


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPara ser bem-sucedi<strong>do</strong> é preciso iniciativa, busca de oportunidades,perseverança, comprometimento, busca por qualidade, correr riscos calcula<strong>do</strong>s,determinação de metas significativas, busca de informações, capacidade dedetalhar, monitorar e de persuadir, independência, autoconfiança e saber trabalharem parceria. Ten<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> algumas das principais características <strong>do</strong>comportamento empreende<strong>do</strong>r, continuaremos nosso tour conhecen<strong>do</strong> asvirtudes <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.Virtudes <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rQual será a diferença entre iniciaruma empresa e iniciar um novotrabalho?Ao iniciar uma empresa, você será aquele que tomará as decisões e suascaracterísticas influirão muito nesse arrisca<strong>do</strong> negócio. É preciso muitadeterminação e perseverança. A criatividade será necessária não só para iniciar,mas também para sustentar o negócio <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong> tempo.É importante estar consciente de quais são suas qualidades e suasdeficiências. Uma análise de suas experiências práticas, de sua capacidade epersonalidade ajudará a enfrentar qualquer situação.No jogo <strong>do</strong>s negócios o que distingue os empreende<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s merosparticipantes são <strong>do</strong>is tipos de virtudes: as de apoio e as superiores. As virtudesde apoio são importantes e necessárias, mas as virtudes superiores sãocaracterísticas apenas <strong>do</strong>s verdadeiros empreende<strong>do</strong>res.Puxa! Mas como vouconseguir tantas virtudes?24Calma! Não pense que você precisa reunir todas essas virtudes nestemomento. É possível aprender, desenvolver e estimular todas essas qualidades.Para isso, você precisa conhecer quais são as principais virtudes <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rVirtudes de apoioNão pense você que as virtudes de apoio dizem respeito somente <strong>ao</strong>sempreende<strong>do</strong>res. Elas também são comuns a outros grupos, como por exemploos bons administra<strong>do</strong>res. Conheça algumas:Visão, energia, comprometimento, liderança,obstinação e capacidade de decisão/concentração.Convi<strong>do</strong> você para ver, com mais detalhes, cada uma delas! VisãoA visão é um trabalho mental que liga o hoje (conheci<strong>do</strong>) <strong>ao</strong> amanhã(desconheci<strong>do</strong>), crian<strong>do</strong> o futuro a partir de uma montagem de fatos, esperanças,sonhos, oportunidades e perigos. A definição da visão permite que oempreende<strong>do</strong>r estabeleça seu rumo em longo prazo. Ela permite que oempreende<strong>do</strong>r se posicione, assim como o seu empreendimento, para criar eaproveitar oportunidades. Com base na visão, o empreende<strong>do</strong>r busca idéias econceitos que possibilitem caminhar segun<strong>do</strong> uma direção preestabelecida,convencen<strong>do</strong> as pessoas a a<strong>do</strong>tarem a visão e a procurarem maneiras paradesenvolvê-la.A visão ajuda a indicar um rumo de ação que possibilita que oempreende<strong>do</strong>r acompanhe as mudanças no ambiente. Ter uma visão significavocê saber para onde quer ir. Assim, fica muito mais fácil definir as maneiras dechegar lá.As pessoas que definem visões têm comportamento proativo: fazem ascoisas antes de serem pressionadas ou forçadas pelas circunstâncias.Apesar de oconceito“proatividade”ser comum noslivros sobreadministração,não seencontra namaioria <strong>do</strong>sdicionários. Elesignifica muitomais <strong>do</strong> quetomar ainiciativa,implica definiras ações depessoas quesãoresponsáveispor suaspróprias vidas.Ah! Agora entendi. O comportamentohumano depende de decisões tomadase não de condições externas.25


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoIsso mesmo, essas pessoas têm capacidade de privilegiar os valores, nãoos sentimentos, ten<strong>do</strong> iniciativa e responsabilidade suficientes para que as coisasaconteçam. Muitas pessoas levam suas vidas puramente como conseqüência dascondições e condicionamentos externos, deixan<strong>do</strong> que esses fatores controlemsuas mentes, por decisão consciente ou por omissão. Se essa for nossa opção,nos tornamos reativos. As pessoas reativas são muito afetadas pelo ambiente econstroem sua vida emocional em torno <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s outros. Sealguma coisa muda, elas também mudam.Contrariamente, as pessoas proativas definem seus próprios rumos,independentemente <strong>do</strong> ambiente externo. Elas têm a capacidade deprivilegiar um valor, não uma ação. Enquanto os reativos são conduzi<strong>do</strong>spelos sentimentos, circunstâncias, condições e ambiente, os proativos evisionários são guia<strong>do</strong>s por seus valores, cuida<strong>do</strong>samente pensa<strong>do</strong>s,seleciona<strong>do</strong>s e interioriza<strong>do</strong>s.Agora que você já sabe sobre a importância de uma visão proativa, iremosjuntos ver a importância da energia. EnergiaOs empreende<strong>do</strong>res são seres carrega<strong>do</strong>s de energia. Eles estãoconstantemente buscan<strong>do</strong> alguma coisa para fazer. Empreende<strong>do</strong>res não gostamde perder tempo.Dificilmente você vai encontrá-losbalançan<strong>do</strong>-se em uma rede ou curtin<strong>do</strong> avida, a não ser que estejam meditan<strong>do</strong> sobreum novo negócio.26Se perguntarmos às pessoas comuns o que elas querem, quase todasresponderão algo mais ou menos assim: “Eu gostaria de ter uma boa vida e tertanto sucesso quanto possível”.Embora a resposta pareça interessante, se você ir mais fun<strong>do</strong>, vaiencontrar uma pessoa sem energia, que jamais conseguirá alguma coisa da vida,exceto os restos da mesa <strong>do</strong>s realmente bem-sucedi<strong>do</strong>s, aqueles que têm objetivosclaros e se esforçam para atingi-los.Para você ter sucesso, é necessário ter energia e estar disposto a sesacrificar para atingir objetivos, caso seja necessário.


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rA pessoa que age com energia, e tem objetivos, atraioportunidades. Lembre-se de que jamais as coisas“simplesmente acontecem”. Como é que a vida podelhe oferecer alguma coisa se você não luta paraconsegui-la? De que maneira outros podem ajudá-loa atingir determina<strong>do</strong>s objetivos, se você não dedicagrande parte de suas energias para isso?Ah! Até aqui são três, as armas que devo utilizar,para superar as ameaças que encontro nocaminho: energia, objetivos claros eaproveitar as oportunidades que surgem.Muito boa a reflexão <strong>do</strong> Tom. Pois o sucesso é incerto, mas possível,basta lutar. Aceite a luta e vença! A luta sempre deve ser vista como um<strong>ao</strong>portunidade de desenvolvimento, de exposição e de progresso. Portanto, semme<strong>do</strong> de perder, “vá à luta!”Seja um empreende<strong>do</strong>r motiva<strong>do</strong> para que possa alcançar o sucesso. Poisa maior recompensa é sua satisfação pessoal. ComprometimentoOutra característica <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res bem-sucedi<strong>do</strong>s é ocomprometimento. Eles estão sempre dispostos a se sacrificar ou despenderesforço pessoal, fora <strong>do</strong> comum, para concretizar um projeto.Além disso, sabem que: para conduzir um grupo de pessoas por caminhosnem sempre fáceis, é necessário tratá-las da maneira mais correta possível. Se forpreciso, o empreende<strong>do</strong>r se une <strong>ao</strong>s funcionários para terminar uma tarefa.O comprometimento faz com que o empreende<strong>do</strong>r se esforce em manteros clientes satisfeitos e os coloque em primeiro lugar, acima <strong>do</strong> lucro em curtoprazo. O empreende<strong>do</strong>r comprometi<strong>do</strong> sempre faz amigos entre funcionários eclientes.Em outra esfera está o comprometimento social. É quan<strong>do</strong> oempreende<strong>do</strong>r, de alguma forma, contribui para melhorar as condições <strong>do</strong> lugarem que estabelece o seu negócio: gera empregos, paga decentemente seus27


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismofuncionários, não sonega impostos, não degrada o meio ambiente. Esses sãoexemplos de alguém que está sinceramente comprometi<strong>do</strong> com os fatos queestão ocorren<strong>do</strong> à sua volta. O empreende<strong>do</strong>r se sente responsável, também,pela condição de vida das pessoas que estão em contato com ele.O indivíduo empreende<strong>do</strong>r não é daquele tipo que pensa:“Não tenho nada a ver com esse problema”.Provavelmente está mais próximo daquele que pensa:“Em que eu posso contribuir para melhorar essa situação?”E então age, faz alguma coisa.Comprometimento é uma questão de sinceridade. A sinceridade é umtraço <strong>do</strong> caráter que aumenta a auto-satisfação, o auto-respeito e a capacidadeespiritual de conviver consigo mesmo. LiderançaO empreende<strong>do</strong>r possui forte capacidade de liderança. Ele é capazde agregar pessoas em torno de si e movê-las em direção <strong>ao</strong>sobjetivos por ele determina<strong>do</strong>s. Como líder autêntico, possuiideais e objetivos. Para realizá-los, emprega estratégias conscientesou inconscientes, buscan<strong>do</strong> influenciar ou persuadir os outros.Ao buscar apoio, associa-se às pessoas-chave crian<strong>do</strong> uma redede contatos. Essas estratégias são utilizadas, principalmente,para desenvolver e manter relações comerciais.28Uma série de estu<strong>do</strong>s define o empreende<strong>do</strong>r como alguém comcapacidade de liderança, exceden<strong>do</strong> os demais membros de seu grupo nacapacidade de articular pessoas em torno de um objetivo. Entretanto, as qualidades,características e habilidades exigidas em um líder são determinadas, em grandeparte, pelas exigências da situação em que terá de agir como tal.Apesar de não haver unanimidade sobre as características de um líder,to<strong>do</strong>s concordam que o líder deve ter personalidade. O líder deve saber defenderseus pontos de vista e estar disposto a lutar por eles.A maioria <strong>do</strong>s líderes também tem caráter. Certa vez alguém definiucaráter como o que você faz com sua personalidade e temperamento, a partirde forças e fraquezas herdadas. A melhor maneira de enfocá-lo é dizer quecaráter é aquela parte da personalidade que nos parece moralmente valiosa. Épor essa soma de qualidades morais que uma pessoa é julgada, e não por fatores


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rcomo inteligência, competência ou talentos especiais.Uma outra característica com que a maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s da liderançaconcorda é a integridade, que pode ser definida como a qualidade que faz comque as pessoas confiem em você. A falta de confiança em relações de trabalho é,com freqüência, uma conseqüência da falta de integridade pessoal. Um consultorconta que, durante um trabalho, um gerente de uma fábrica de salsichas disse-lheque não confiava em seu chefe. Ao ser indaga<strong>do</strong> sobre o porquê, respondeu:“Bem, ele é um gerente esperto que quer atingir o ápice. Diz uma coisa na suafrente e outra nas suas costas. Na realidade não mente, mas lida com meiasverdades”. ObstinaçãoO empreende<strong>do</strong>r é um guerreiro obstina<strong>do</strong>. Ele gosta de competir.Quan<strong>do</strong> entra em uma disputa por uma causa ou um ideal, só sai como vence<strong>do</strong>r.Não conseguin<strong>do</strong> vencer da primeira vez, não desiste, volta com cargatotal assim que for possível. Neste caso, usa estratégias alternativas, a fim deenfrentar os desafios e superar os obstáculos.Na sua visão, obstáculos existem não para serem contempla<strong>do</strong>s, mas simultrapassa<strong>do</strong>s. Quanto maior o obstáculo, maior o desafio.É a obstinação que faz com que os empreende<strong>do</strong>res assumam, comosen<strong>do</strong> de sua responsabilidade pessoal, a performance necessária para o seu negócioatingir os objetivos deseja<strong>do</strong>s.As pessoas que estão na corrida pelo sucesso devem ter em mente que aatualidade em que vivemos exige novas idéias, novas maneiras de fazer as coisas,novos líderes.Após umaanálise <strong>do</strong>clim<strong>ao</strong>rganizacionalda empresa,concluiu-se queo chefe empauta era um<strong>do</strong>s principaisresponsáveispela baixamotivação <strong>do</strong>sfuncionários.No fun<strong>do</strong> dessa procura de coisas novas e melhores há duasqualidades que você tem de possuir para vencer: objetivosclaros, o conhecimento daquilo que quer, e a obstinação, odesejo intenso de possuí-lo.Você que deseja o sucesso precisa lembrar que: os verdadeiros líderesforam sempre homens que controlaram e colocaram em prática as forças ocultas,de oportunidades ainda não percebidas, e que converteram essas forças (ouimpulsos de pensamento) em arranha-céus, cidades, fábricas, aviões, automóveise outras formas de sonhos.29


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAh! Aquela frase popular representa bem isso:O mais importante não é vencer na primeiravez e sim continuar tentan<strong>do</strong>...ThomasEdison, um<strong>do</strong>s maioresinventores detoda ahumanidade,sonhou com alâmpada quepodia usareletricidade.Começou aperseguir osonho atravésda ação e,apesar de maisde dez milfracassos,permaneceufiel a ele atétransformá-loem realidadefísica.Sonha<strong>do</strong>resobstina<strong>do</strong>s epráticos nãodesistem.Isso mesmo, o Tom está no caminho certo! No planejamento para osucesso você não pode desprezar o sonho. Se você considera certo e acreditanaquilo que quer fazer, vá em frente e faça-o! Em caso de fracasso, continuedivulgan<strong>do</strong> seu sonho e ignore o que os outros dizem. Eles não sabem queto<strong>do</strong>s os fracassos trazem consigo a semente de um grande sucesso.O mun<strong>do</strong> atual é marca<strong>do</strong> por um grande número de oportunidades queos sonha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> jamais tiveram.Tu<strong>do</strong> se inicia no sonho. Depois vem a esperança de que esse sonho serealize. A esperança é a matéria-prima <strong>do</strong> sucesso. Ela se concretiza em fé, a féem determinação, e esta em ação. As realizações nascem principalmente naimaginação, nos sonhos por um mun<strong>do</strong> melhor, por uma vida melhor, por umfuturo melhor. Libere seus sonhos. Ouse ter sonhos ambiciosos.Outra característica <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r obstina<strong>do</strong> é a paciência. Apaciência exige um tipo próprio e peculiar de coragem. É um tipo de combinaçãoentre privação e ânimo que tem por origem a dedicação completa a um ideal oumeta. A paciência é a coragem de mudar as coisas que você pode mudar e asabe<strong>do</strong>ria para identificar a diferença entre elas.Já a flexibilidade/tolerância diz respeito à capacidade de oempreende<strong>do</strong>r moldar-se mental e fisicamente, adaptan<strong>do</strong>-se a quaisquercircunstâncias ou ambientes, manten<strong>do</strong> o autocontrole e a compostura.Entretanto, não significa sujeitar-se à vontade <strong>do</strong>s outros. É a capacidade deanalisar e avaliar rapidamente uma dada situação e reagir a ela, fundamenta<strong>do</strong> narazão.O senso de humor é um <strong>do</strong>s ingredientes da flexibilidade. Um bomsenso de humor torna uma pessoa mais apreciada, mais atraente. O fino sensode humor baseia-se principalmente em humildade.Aprenda a considerar os problemas como degraus para o sucesso. To<strong>do</strong>s osproblemas que solucionar o aproximarão mais e mais da meta. Todas asmás situações poderiam ser piores; nenhum problema é excepcional ou novo.30


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>r Capacidade de Decisão/ConcentraçãoO empreende<strong>do</strong>r não se perde no emaranha<strong>do</strong> de oportunidades. Eletem um senso apura<strong>do</strong> de prioridade e concentra-se naquilo que é realmenteimportante.As próprias atividades diárias são avaliadas e realizadas em função deuma escala de prioridades: primeiro as mais importantes, depois as menos. Senão houver tempo suficiente, ficam as menos importantes para o outro dia.É isso mesmo! Não devo deixar paraamanhã o que posso fazer hoje.O senso de prioridade facilita o cálculo <strong>do</strong>s riscos. O empreende<strong>do</strong>ravalia as estratégias alternativas e calcula riscos deliberadamente, semprepreocupa<strong>do</strong> em reduzi-los e em controlar os resulta<strong>do</strong>s. Busca sempre se colocarem situações que implicam riscos modera<strong>do</strong>s e calcula<strong>do</strong>s em relação <strong>ao</strong>s objetivosque pretende alcançar.Você deve decidir o que deseja ser e onde quer chegar. Amelhor maneira é definir objetivos que irão colocá-lo nadireção certa. Objetivos também vão ajudá-lo a definirse você está progredin<strong>do</strong> e se já alcançou o que desejava.Os objetivos a serem especifica<strong>do</strong>s cobrem várias áreas. Não é suficienteapenas decidir que você deseja ter cinco milhões de dólares ou ser <strong>do</strong>no de umagrande empresa. Outros objetivos, que pertencem a outras categorias, tambémdevem ser defini<strong>do</strong>s. Por exemplo:Objetivo financeiro: ter uma certa quantidade de dinheiro emum determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de tempo.Objetivo educacional: obter um diploma em uma determinadaárea que seja de seu interesse e que possa ajudá-lo nos seusnegócios.Objetivo físico: desenvolver alguma atividade física que o tornemais saudável.Objetivo Comunitário: realizar algum tipo de trabalho social.A tomada de decisão envolve um processo mental que você deveadministrar bem, com rigor e imaginação.31


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEla é parte de um processo que começa com a identificação de umproblema e termina apenas quan<strong>do</strong> uma determinada alternativa for escolhida.Este processo se desenvolve em cinco etapas.ETAPA 1ETAPA 2ETAPA 3ETAPA 4ETAPA 5Formulação da QuestãoFormule uma questão que descreva a situação-problema damaneira mais clara possível, sem sacrificar suas sutilezas oucomplexidades.Busca de InformaçõesBusque informações relevantes para o aprimoramento e aresposta da questão.Definição de AlternativasCrie várias respostas alternativas para a questão.As ConseqüênciasAvalie cada uma das alternativas que emergem da etapa 3,pensan<strong>do</strong> nas suas implicações e preven<strong>do</strong> as possíveisconseqüências. Isso o prepara para tomar a decisão na próximaetapa e possibilita a criação de planos parciais, caso a escolhase mostre parcial ou totalmente errada.A DecisãoAntes de iniciar esta etapa, faça uma avaliação rápida <strong>do</strong>processo já realiza<strong>do</strong>.Ten<strong>do</strong> claro essas etapas, você deve avaliar a probabilidade de sucesso decada alternativa e fazer um balanço entre os riscos e as recompensas ofereci<strong>do</strong>sem cada alternativa. Então, use sua capacidade de julgamento para tomar a decisão.Esse processo consome tempo e pode ser exaustivo quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> aum problema complexo. Entretanto, esse é o único processo que lhe dá a chancede pensar de forma racional sobre o seu futuro. Para facilitá-lo, você podeempregar um conjunto de técnicas para estímulo da criatividade.Para completar o processo decisório, não basta definiras melhores alternativas. É necessário priorizá-las.Como os seus recursos (tempo, dinheiro) são limita<strong>do</strong>s,é necessário que você tenha de forma clara quaisalternativas devem ser realizadas primeiro.32


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rVirtudes superioresÉ com as virtudes superiores que vemos a diferença <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rem relação <strong>ao</strong>s outros participantes <strong>do</strong> jogo. É por meio delas que o empreende<strong>do</strong>rconsegue construir impérios e modificar o mun<strong>do</strong>. Essas virtudes são:criatividade, independência e entusiasmo/paixão. A partir de agora veremoscada uma das virtudes superiores com mais detalhes. CriatividadeNos negócios, o empreende<strong>do</strong>r usa a criatividade como uma de suasprincipais armas. Cria novos produtos, novos méto<strong>do</strong>s de produção, desbravanovos merca<strong>do</strong>s. O empreende<strong>do</strong>r é uma personalidade criativa que está semprebuscan<strong>do</strong> novas formas de satisfazer os clientes e muitas vezes crian<strong>do</strong> novasnecessidades.Além disso, no empreende<strong>do</strong>r, obrigatoriamente, a criatividade vemacompanhada da capacidade de execução, de inovação. Como diz o professor daUniversidade de Harvard, Theo<strong>do</strong>re Levitt (1986), a “criatividade imagina ascoisas novas, a inovação faz as coisas novas”. Portanto, na vida empresarial asduas são companheiras inseparáveis.A criatividade representa a oficina onde são formula<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os planosgera<strong>do</strong>s pelo homem. O nosso impulso e a nossa visão recebem a forma que éposta em movimento com a ajuda da capacidade criativa.Com a ajuda da criatividade, o homem descobriu e pôs sob controle, nosúltimos cem anos, uma parte maior das forças da natureza <strong>do</strong> que durante toda ahistória anterior da humanidade. Analisou e pesou o Sol a uma distância de milhõesde quilômetros e determinou os elementos de que é constituí<strong>do</strong>. Aumentou avelocidade de locomoção a ponto de tornar possível voar a uma velocidade muitosuperior a <strong>do</strong> som.Este processocriativo podetornar-se maisfrutífero se oterreno for bemaduba<strong>do</strong>. Nomun<strong>do</strong> modernoisso significa tero máximo deinformação.A criatividade pode ser utilizada de duas maneiras:combinan<strong>do</strong> coisas já existentes ou geran<strong>do</strong> coisasnovas.33


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNo primeiro caso podemos combinarvelhos conceitos, idéias ou planos emnovas configurações. Isso não criarealmente nada de novo. Trabalha como material da experiência, educação eobservação com que a criatividade éalimentada. É mais usada pelo inventor,com a exceção <strong>do</strong> “gênio”, que recorre<strong>ao</strong> segun<strong>do</strong> tipo de criatividade quan<strong>do</strong>não consegue resolver um problemaapenas combinan<strong>do</strong> coisas já existentes.No segun<strong>do</strong> caso,são criadas coisasefetivamente novas.A criatividade sófunciona quan<strong>do</strong> amente conscientetrabalha em um ritmomuito rápi<strong>do</strong>, comoquan<strong>do</strong> é estimuladapela emoção de umforte desejo.Os grandes líderes <strong>do</strong>s negócios, indústrias, finanças, os grandes artistas,músicos, poetas e escritores tornaram-se grandes porque desenvolveram esteúltimo tipo de criatividade.Os <strong>do</strong>is tipos de criatividade tornam-se mais ágeis e eficientes com ouso. Da mesma maneira que qualquer músculo ou órgão <strong>do</strong> corpo se desenvolvemais quan<strong>do</strong> exercita<strong>do</strong>, você pode também desenvolvê-las. IndependênciaMEYER,Michael. Ocomplexo deAlexandre. Riode Janeiro:Record, 1992.34O empreende<strong>do</strong>r é um ser independente. Não gosta de seguir normas eestar sob controle <strong>do</strong>s outros. A autonomia é um <strong>do</strong>s seus grandes objetivos. Nabusca deste e de outros objetivos, ele se apresenta sempre autoconfiante. Mantémseu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resulta<strong>do</strong>s desanima<strong>do</strong>res.Expressa confiança na sua própria capacidade de realizar tarefas difíceis e deenfrentar grandes desafios.Meyer (1992) diz que os grandes empreende<strong>do</strong>res não se mostravamsatisfeitos quan<strong>do</strong> trabalhavam para os outros: “na maioria das vezes, demitiamseou eram demiti<strong>do</strong>s, incapazes de desempenhar um papel secundário eirrita<strong>do</strong>s com a burocracia das corporações, ou recusan<strong>do</strong>-se a seguir normasestabelecidas”O empreende<strong>do</strong>r é aquele que vive a sua própria vida. Assume a possecompleta de sua mente e dirige-a para os objetivos que ele mesmo escolheu, sem


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rpermitir que influências externas o desestimulem ou desencaminhem. Oempreende<strong>do</strong>r é independente; é um pensa<strong>do</strong>r de possibilidades.Independência tem a ver com autoconfiança. O sucesso não ocorre sevocê subestima seu próprio valor. A autoconfiança atrai a atenção das pessoas epermite aquilo que Napoleon Hill chama de “<strong>do</strong>mínio de cena”.O <strong>do</strong>mínio de cena é criativo e tem um certo valor de entretenimento(teatral). Exige segurança, engenhosidade e bom senso de oportunidade. Nãotem a ver com a bajulação e ostentação, que criam mais repulsa <strong>do</strong> quemanifestações de amizade. Tem a ver com atenção especial dada às sutilezas dacortesia e da polidez que podem trazer enormes benefícios à sua imagem e àconvivência com os demais.HILL,Napoleon. A lei<strong>do</strong> triunfo. 8.ed. Rio deJaneiro: JoséOlympio, 1991.A manifestação da apreciação <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>soutros também é um bom exemplo. O <strong>do</strong>mínioda cena, autêntico, segue um curso positivo:não nega ou reduz o valor de outras pessoas.Ninguém pode subir <strong>ao</strong> sucesso em cima <strong>do</strong>sombros alheios.Os empreende<strong>do</strong>res bem-sucedi<strong>do</strong>s são os que pensam e se movem poriniciativa própria. Basicamente, há duas formas de ação: a que iniciamos pordecisão nossa e a que praticamos apenas quan<strong>do</strong> somos obriga<strong>do</strong>s. Nesse senti<strong>do</strong>,há pelo menos <strong>do</strong>is tipos de pessoas que nunca progridem ou chegam a seralguma coisa na vida: o primeiro é o que não faz o que lhe mandam; o segun<strong>do</strong>é o que não faz mais <strong>do</strong> que mandam. Entusiasmo/PaixãoUma outra característica que distingue os verdadeiros empreende<strong>do</strong>res éo entusiasmo, a paixão.Não basta apenas você ser comprometi<strong>do</strong> e obstina<strong>do</strong>. Osempreende<strong>do</strong>res são entusiasma<strong>do</strong>s, apaixona<strong>do</strong>s por aquilo que fazem. Elesdedicam suas vidas a uma idéia que, em determina<strong>do</strong> momento, se torna umideal. E o mais importante: eles inspiram outras pessoas para que aceitem seussonhos. To<strong>do</strong>s estão empenha<strong>do</strong>s, de uma maneira ou outra, em mudar o mun<strong>do</strong>.Hill acredita que “O entusiasmo é um esta<strong>do</strong> de espírito que inspira eincita o indivíduo à ação. Nada é tão contagioso quanto o entusiasmo. Ele afeta35


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNenhumempreende<strong>do</strong>rou grande líderjamais foi umpessimista. Oque poderia umlíder pessimistaprometer a seussegui<strong>do</strong>res,senão desesperoe me<strong>do</strong>?de maneira vital não somente o apaixona<strong>do</strong>, como também os que entram emcontato com ele”. É mais poderoso que a lógica, a razão ou a retórica.O magnetismo pessoal está liga<strong>do</strong> <strong>ao</strong> volume de sentimentos, de carátere de emoção – alegria, amor, entusiasmo – que você é capaz de gerar e aplicar emsuas palavras e atos, revela<strong>do</strong>s, principalmente, através da voz, <strong>do</strong>s olhos e dasmãos.Nas relações humanas, o semelhante atrai o semelhante: o otimista tendea conviver com otimistas, da mesma forma que sucesso atrai sucesso. Ospessimistas, contu<strong>do</strong>, alimentam preocupações e problemas sem pronunciarpalavra ou praticar um ato, porque sua atitude negativa atua como um ímã perfeito.O otimismo é a crença firme de que você pode fazer com que as coisasacabem bem, se planejar e decidir por um curso de ação basea<strong>do</strong> em bom juízo.Mas atenção, dificilmente você vai encontrar um empreende<strong>do</strong>r comtodas essas características. Elas representam apenas um referencial que possibilitasua auto-avaliação, a partir da qual você terá condições de definir seus pontosfortes e fracos e optar por um programa de aperfeiçoamento pessoal, visan<strong>do</strong>,principalmente, a eliminar suas deficiências.Qualidades EspeciaisPesquisas feitas com empreende<strong>do</strong>res bem-sucedi<strong>do</strong>s identificaram, alémdessas virtudes já apresentadas, qualidades especiais comuns entreempreende<strong>do</strong>res de sucesso:36


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rAssumir riscosPerceber, no momento certo, as oportunidades que o mer-ca<strong>do</strong> oferece é outra importante qualidade <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r. Ele é uma pessoa curiosa, atenta e que estásempre em busca de novas informações.IdentificaroportunidadesConhecimentoOrganizaçãoEsta é uma das maiores qualidades <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.Correr riscos conscientemente é ter coragem de enfrentardesafios. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e épreciso que você aprenda a lidar com eles.Quanto maior for seu conhecimento e <strong>do</strong>mínio sobre umramo de negócio, maior é sua chance de obter êxito. Esseconhecimento pode ser obti<strong>do</strong> através de sua experiênciaprática, de informações em publicações especializadas, emcursos especializa<strong>do</strong>s, ou até mesmo por meio de outraspessoas com empreendimentos semelhantes.Utilizar recursos humanos, materiais, financeiros etecnológicos de maneira racional e organizada é fundamentalpara o desempenho positivo <strong>do</strong> seu empreendimento.Antes de seguir para a terceira cidade, sugiro que você reflita sobre ascaracterísticas citadas e analise qual a sua situação em relação a cada uma delas. Everifique quais são seus pontos fortes e quais pontos são passíveis de melhoria,estabelecen<strong>do</strong> suas metas, visan<strong>do</strong> <strong>ao</strong> seu desenvolvimento. Afinal, as mudançasque têm aconteci<strong>do</strong> no ambiente empresarial exigem que você se recicle.Agora, já podemos partir para a cidade “As mudanças e os novosEmpreende<strong>do</strong>res”. Ao chegarmos lá, iremos discutir as principais mudanças quetêm ocorri<strong>do</strong> no ambiente <strong>do</strong>s negócios, exigin<strong>do</strong> uma nova forma <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>rismo.Fonte:Exportar &Gerência,março 1999.As Mudanças e os NovosEmpreende<strong>do</strong>resPensar em pequenas empresas não significa pensar na idéia de ser frágil. Omerca<strong>do</strong> tem prova<strong>do</strong> que empresa fragilizada não tem necessariamente algo a vercom ser pequena. Ser pequeno não significa ser fraco, assim como ser grande nãotraduz competência. A força está, isto sim, no espírito empreende<strong>do</strong>r.37


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoMas será que com a ALCA, aspequenas empresas conseguirão sesustentar no merca<strong>do</strong>?A globalização <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s (Merca<strong>do</strong> Comum Europeu, Nafta,Mercosul...) está mudan<strong>do</strong> as trajetórias das carreiras profissionais, os níveissalariais, a estrutura e o funcionamento <strong>do</strong>s negócios e a própria natureza <strong>do</strong>trabalho e suas relações, desmoronan<strong>do</strong> a idéia de que as melhores oportunidadesde sucesso profissional estão apenas nas grandes corporações industriais. Essasoportunidades estão se deslocan<strong>do</strong> para as empresas de pequeno porte, quetenham forte espírito empreende<strong>do</strong>r.Nesse contexto, sobreviverão as empresas capazes de se adaptarrapidamente às transformações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. É preciso agilidade na tomada dedecisões, que precisa ser descentralizada. Ser pequeno, pode ser hoje uma grandesolução.Para isso, não basta você ter uma boa formaçãoacadêmica. O momento é de aprendiza<strong>do</strong> permanente,de busca contínua de nível de capacitação profissionalque facilite a realocação ou recolocação e/ou amontagem <strong>do</strong> próprio negócio, num mun<strong>do</strong> em que ouniverso <strong>do</strong> emprego tradicional está diminuin<strong>do</strong>.Isso ocorre inclusive no Brasil, onde também o desemprego deixou deser conjuntural para ser estrutural. A empregabilidade deixou de ser moda paraser uma necessidade e o negócio próprio, mais <strong>do</strong> que nunca, passou a ser um<strong>ao</strong>pção de vida.Nesse senti<strong>do</strong>, as pequenas empresas têm ofereci<strong>do</strong> grandes contribuiçõesà nação, na medida em que fornecem empregos, introduzem inovações eproduzem bens e serviços com eficiência.Falência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>38Assumir atividades que antes eram função pública está se transforman<strong>do</strong>em um negócio interessante e lucrativo. O papel fundamental <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>ré estar sintoniza<strong>do</strong> com essas oportunidades.


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rExiste uma tendência mundial que revela que: os empregos públicos estãoterminan<strong>do</strong> e alternativas de trabalho em pequenas e médias empresas, por contaprópria, são uma boa solução para a lacuna deixada.Mudanças EstruturaisO desemprego tem atingi<strong>do</strong> índices muito eleva<strong>do</strong>s no Brasil e no mun<strong>do</strong>.Nos próximos anos esses números devem crescer mais ainda. Muitos dessesdesemprega<strong>do</strong>s são vítimas da revolução tecnológica, que está substituin<strong>do</strong> aspessoas por máquinas em quase to<strong>do</strong>s os setores e indústrias. As novas tecnologiasde informática e de comunicações estão causan<strong>do</strong> impacto no merca<strong>do</strong> de trabalhoe na economia.Eu vejo que estamos diante de um mun<strong>do</strong> de pouco emprego e demuito trabalho. Por isso, é preciso redefinir oportunidades,encaran<strong>do</strong> o emprego a partir de um novo olhar!A reflexão de Tom foi pertinente! Atualmente, os três setores tradicionaisda economia – agricultura, indústria e serviços – estão passan<strong>do</strong> pelo deslocamentotecnológico, levan<strong>do</strong> milhões de trabalha<strong>do</strong>res para as filas <strong>do</strong> desemprego.Hoje, o único setor emergente é o setor <strong>do</strong> conhecimento,forma<strong>do</strong> basicamente por empreende<strong>do</strong>res, cientistas,técnicos, programa<strong>do</strong>res de computa<strong>do</strong>r, profissionais,educa<strong>do</strong>res e consultores.O número de desemprega<strong>do</strong>s tem aumenta<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> inteiro. Mesmoas nações em desenvolvimento estão enfrentan<strong>do</strong> o desemprego tecnológico, àmedida que empresas multinacionais utilizam tecnologia de ponta, dispensan<strong>do</strong>trabalha<strong>do</strong>res de baixa remuneração, que não podem competir com a eficiênciade custos, controle de qualidade e rapidez de entrega, alcança<strong>do</strong>s com a produçãoautomatizada.Muitas empresas, neste processo de reestruturação pelo qual estãopassan<strong>do</strong>, estão delegan<strong>do</strong> a terceiros a execução <strong>do</strong>s serviços não-essenciais dalinha de produção. A terceirização é parte integrante desse processo de mudançasestruturais que vêm ocorren<strong>do</strong> no ambiente empresarial. Ela tem trazi<strong>do</strong>resulta<strong>do</strong>s favoráveis para as empresas como melhoria da competitividade,aumento <strong>do</strong> lucro, ampliação da flexibilidade técnica e econômica, diminuição39


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoGrande parte<strong>do</strong>s executivostem, também,realiza<strong>do</strong> umtrabalho dereestruturação,que tem comometa aeliminação dascamadas degordura daempresa e aeliminação <strong>do</strong>snegócios comdesempenhoinsatisfatório.Porém, muitosanalistasadmitem que,embora asempresas degrande porteestejamdispensan<strong>do</strong>muitostrabalha<strong>do</strong>res,as pequenasempresas estãoaumentan<strong>do</strong> <strong>ao</strong>ferta deempregos.LONGENECKER,Justin G.;MOORE, CarlosW.; PETTY, J.William.Administraçãode pequenasempresas. SãoPaulo: MakronBooks, 1997.da burocracia e possibilidade de estabelecer parcerias. Isso tem implica<strong>do</strong>,geralmente, redução <strong>do</strong>s níveis hierárquicos e corte de pessoal.Essa “capacidade” de gerar empregos, que as pequenas empresas têmmostra<strong>do</strong>, tem leva<strong>do</strong> os governos a encontrar maneiras de estimular o surgimentode novas empresas, pela ampliação das linhas de crédito e da eliminação oudiminuição de taxas e impostos.Mudanças de ComportamentoA “aldeia global” impõe novos estilos devida, desde o consumo de produtos às opções delazer e perspectivas de realização individual.Isso mesmo! Surgem cada vez mais novos nichos de merca<strong>do</strong>, pelasmudanças comportamentais que vêm ocorren<strong>do</strong> em razão desses diferentesvalores e hábitos que se instauram como reflexo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>.A atuação em segmentos de merca<strong>do</strong> (Estratégia de Segmentação) é umaestratégia interessante para as pequenas empresas. Isso significa dividir o merca<strong>do</strong>total em grupos com necessidades semelhantes, de tal forma que cada grupotenha a possibilidade de responder de maneira favorável a uma estratégia específicade merca<strong>do</strong>. Conforme podemos ver em Longenecker existem três tipos deestratégias de segmentação de merca<strong>do</strong>:•••Podemos pensar que essas mudançasgeram novas tendências, novos valores,novos estilos de vida e, portanto, novasoportunidades de negócio.a estratégia não-segmentada – quan<strong>do</strong> uma empresadefine o merca<strong>do</strong> total como seu merca<strong>do</strong>-alvo;a estratégia de multissegmentação – que reconhecesegmentos individuais que têm preferências diferentes;ea estratégia de segmentação única – quan<strong>do</strong> aempresa prefere se concentrar em atingir apenas um <strong>do</strong>sdistintos segmentos de merca<strong>do</strong> identifica<strong>do</strong>s.40


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rAssim, caro leitor, você pode constatar que a segmentação única éprovavelmente a melhor estratégia para pequenos negócios, pois lhe permite seespecializar e utilizar melhor os recursos limita<strong>do</strong>s.Essa estratégia é também chamada de estratégia de “nicho”. Ela éconsiderada uma excelente opção para que as pequenas empresas introduzamnovos processos e tecnologias que reduzam o custo de produtos já estabeleci<strong>do</strong>s.Elas atendem a merca<strong>do</strong>s pequenos, e seus bens ou serviços crescem e sedesenvolvem junto com a expansão desse merca<strong>do</strong>.O menor nicho de merca<strong>do</strong> pode ser composto de um indivíduo. Nofuturo, as empresas terão de se adaptar de tal forma a dar opções <strong>ao</strong>s seus clientesde escolher características que gostariam de ter nos bens/serviços que adquirem,receben<strong>do</strong> atendimento personaliza<strong>do</strong>.VantagensAs pequenas empresas levam vantagem sobre seus concorrentes de grandeporte por estarem mais próximas <strong>do</strong> cliente e conhecerem melhor as suasnecessidades, anseios e aspirações. Além disso, ser pequeno tem ainda duasqualidades que são a rapidez nas ações e a informalidade.Mas simplesmente montar um negócio não garante a concretização <strong>do</strong>sonho de sucesso. A realidade aponta que a taxa de mortalidade das pequenas emicroempresas brasileiras atualmente é ainda muito elevada. Embora ascompensações <strong>do</strong> empreendimento sejam tenta<strong>do</strong>ras, também existemdesvantagens. Começar um negócio próprio exige muito trabalho e muita energiaemocional.Causas de FracassoA possibilidade de fracasso é uma ameaça constante <strong>ao</strong>s empreende<strong>do</strong>res,e ninguém pode garantir o sucesso.Ao decidir ser um empreende<strong>do</strong>r, você deve examinartanto os aspectos positivos quanto os negativos. Sevocê espera colher recompensas, é preciso eleva<strong>do</strong>grau de compromisso e certo grau de sacrifício de suaparte.41


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoA principal razão para o fracasso da maioria <strong>do</strong>s pequenosempreendimentos é a falta de habilidades administrativas, financeiras,merca<strong>do</strong>lógicas ou tecnológicas <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res, somada a aspectoscomportamentais que envolvem a gestão de um empreendimento.Falta de dedicaçãoPara você ter êxito como empreende<strong>do</strong>r, deve dedicar seu tempointegralmente para a pequena empresa. A taxa de fracasso costuma crescer nocaso de empresários que entram com o capital e deixam a gerência <strong>do</strong> negóciopor conta de terceiros.Incompetência gerencialPara você se tornar empreende<strong>do</strong>r, precisater o conhecimento necessário para gerirseus bens ou serviços.Porque na maioria <strong>do</strong>s casos de sucesso, o futuro empreende<strong>do</strong>r <strong>do</strong>minaas noções básicas, necessárias para desenvolver o novo negócio. Com freqüênciaalguém que <strong>do</strong>mina os aspectos técnicos da fabricação de um produto se associaa alguém que <strong>do</strong>mina os aspectos gerenciais <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> negócio.Se você estabelece um novo negócio, sem o conhecimento necessáriopara operaracionalizar com excelência a produção de bens e serviços, está sujeito<strong>ao</strong> fracasso.Mas que conhecimentos sãonecessários para que minhaempresa tenha sucesso?42Dentro da gama de conhecimentos necessários é imprescindível oconhecimento financeiro básico, que consiste na elaboração e interpretaçãode fluxos de caixa. O empreende<strong>do</strong>r costuma administrar a folha de pagamento,as contas a pagar, as receitas e as despesas financeiras <strong>do</strong> mês, deven<strong>do</strong> administraro caixa. Ele não deve perder tempo com o lucro contábil, que nada tem a vercom o caixa, <strong>ao</strong> precisar pagar as contas no final <strong>do</strong> mês.


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rDesinformaçãoA desinformação e a falta de atualização sobre a situação econômica, eoutros fatores que interferem diretamente num negócio, são algumas dasdeficiências marcantes que se observam nos pequenos empreende<strong>do</strong>res.To<strong>do</strong> negócio existe em função <strong>do</strong>s clientes, fornece<strong>do</strong>res, concorrentes,emprega<strong>do</strong>s, sócios e investi<strong>do</strong>res, não deven<strong>do</strong> ser esquecida a necessáriaconvivência com advoga<strong>do</strong>s, conta<strong>do</strong>res, banqueiros, consultores e agências depublicidade, os quais contribuirão com diferentes subsídios de grande importânciapara que você, como empreende<strong>do</strong>r, se mantenha informa<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong> nomun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios.Desorientação para o merca<strong>do</strong> edesconhecimento de marketingÉ preocupante o número de negócios que são inicia<strong>do</strong>s sem que oempreende<strong>do</strong>r tenha claro o conceito <strong>do</strong> negócio, ou seja, as necessidades <strong>do</strong>grupo de clientes a quem pretende atender, as dificuldades de atender a essasdemandas e o quanto eles estão dispostos a pagar para satisfazê-las.Assim, para ter sucesso, você precisa estarconstantemente corrigin<strong>do</strong> suas deficiências,além de explorar aqueles pontos que constituemseus pontos fortes, ou seja, aqueles fatores quelhe têm possibilita<strong>do</strong> sucesso, buscan<strong>do</strong> ser omais competitivo possível.Por isso é que to<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r, <strong>ao</strong> intencionar abrir seu próprionegócio, deve estar apoia<strong>do</strong> em um Plano de Negócio, com o qual seja possíveldefinir cada função da futura empresa.É preciso que você estude cada passo <strong>do</strong> negócio para tentar minimizaros problemas que certamente surgirão. Resolven<strong>do</strong>-os com profissionalismo,será possível consolidar uma empresa de sucesso.Mas, afinal, qual a percepção de um empreende<strong>do</strong>r a respeito de umaempresa? Consideran<strong>do</strong> tal necessidade, é conveniente que você tenha claro oque é uma empresa e quais as diferentes áreas funcionais que a compõem.43


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoBem, agora já podemos seguir para a cidade “O Que são as Empresas”.Ao chegarmos lá, iremos discutir o conceito de empresa, possibilitan<strong>do</strong> àquelesque desejam se tornar empresários uma idealização melhor de seus futurosnegócios.O que são as EmpresasFigura 1:Representação<strong>do</strong>s sistemas.As empresas são organizações que estão em constante interação comseus ambientes. As organizações, como classe especial de sistemas abertos, têmpropriedades que lhes são peculiares, mas compartilham outras propriedadescom to<strong>do</strong>s os sistemas abertos. Essas propriedades incluem a importação deenergia <strong>do</strong> ambiente, a transformação da energia importada em alguma forma deproduto que é característica <strong>do</strong> sistema, a exportação desse produto para oambiente e a renovação de energia para o sistema, de fontes que existem noambiente.Os sistemas são tipicamente representa<strong>do</strong>s pelo seguinte fluxograma(Young, 1977):Os problemas organizacionais são os inputs coloca<strong>do</strong>s num mecanismoou processo de solução de problemas (figura 2), que produz soluçõesorganizacionais como outputs (Young, 1977).Figura 2:Processo desolução deproblemas.44As empresas são organizações destinadas a produzir alguma coisa, bensou serviços, ou um misto <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, e fazem isso por um processo de transformação(figura 3), ou seja, pela utilização <strong>do</strong>s recursos para mudar o esta<strong>do</strong> ou condiçãode algo para produzir outputs (bens/serviços), (Slack et al., 1997).


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rFigura 3:Modelo detransformação<strong>do</strong>s recursosorganizacionais.Para realizar esse processo de transformação, as empresas são constituídasde várias funções que, integradas entre si e em constante interação com o ambienteonde estão inseridas, buscam atender às necessidades e expectativas <strong>do</strong>s seusclientes-alvo (figura 4).FatorescientíficosFatorestecnológicosFatoreseconômicosFatorespolíticosFornece<strong>do</strong>resConsumi<strong>do</strong>resRegulamenta<strong>do</strong>resFatoresdemográficosORGANIZAÇÃOFatoresculturaisFatoresecológicosConcorrentesFatoressociaisFigura 4:Administração:princípios etendências/FranciscoJosé MassetLacombe,Gilberto LuizJoséHeilborn.São Paulo:Saraiva,2003.45


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoCHIAVENATO,Idalberto.Vamos abrir umnovo negócio?São Paulo:Makron Books,1994.Tipos de EmpresasA principal razão para o fracasso da maioria <strong>do</strong>s pequenosempreendimentos é a falta de habilidades administrativas, financeiras,merca<strong>do</strong>lógicas ou tecnológicas <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res, somada a aspectoscomportamentais que envolvem a gestão de um empreendimento.Empresas IndustriaisProduzem bens de consumo ou bens de produção por meio datransformação de matérias-primas em merca<strong>do</strong>rias ou produtos acaba<strong>do</strong>s. Asempresas industriais que produzem bens de consumo oferecem seus produtos<strong>ao</strong>s consumi<strong>do</strong>res finais, enquanto as que produzem bens de produção geralmentesão fornece<strong>do</strong>ras de outras empresas industriais ou comerciais.Exemplos de bens produzi<strong>do</strong>s por empresas industriais:Bens de consumo:- automóveis, motos, produtosfarmacêuticos e veterinários;- papel e papelão, produtosalimentares, couros, pelese produtos similares;- mobiliário, fumo, perfumaria,bebidas e refrigerantes.Bens de produção:-material elétrico e de comunicação;-matérias-primas químicas eplásticas;-máquinas e equipamentos deprodução.Empresas ComerciaisVendem merca<strong>do</strong>rias ou produtos acaba<strong>do</strong>s diretamente <strong>ao</strong> consumi<strong>do</strong>r(varejo) ou àquelas que compram <strong>do</strong> produtor para vender <strong>ao</strong> varejista (ataca<strong>do</strong>).Exemplos de empresas comerciais:Comércio varejista:- supermerca<strong>do</strong>s, lojas de roupas evestuário;- restaurantes;- ferragens;- móveis e artigos de decoração;- lojas de veículos e acessórios;- joalherias e relojoarias.Comércio atacadista:- produtos alimentícios;- roupas e vestuário.46


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rEmpresas de prestação de serviçosOferecem serviços especializa<strong>do</strong>s, como transporte, saúde, comunicação,educação, manutenção, lazer e outros. Produzem atividades profissionalizadas.Exemplos:Empresas presta<strong>do</strong>ras de serviço:• administração de imóveis e valores imobiliários,•alojamento e alimentação,•bancos e financeiras,•escolas e universidades,•médicos, dentistas, psicólogos, advoga<strong>do</strong>s,•transportes,•agências de propaganda,•hospitais e clínicas médicas,•consultores,• professores,•mecânicos, eletricistas e encana<strong>do</strong>res.Bem, após termos discuti<strong>do</strong> nesta etapa de nossa viagem sobre asprincipais características <strong>do</strong> comportamento empreende<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> que seja umaempresa, cabe-nos reforçar a idéia da figura <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r na atual conjunturaeconômica e social, buscan<strong>do</strong> esclarecer ainda mais sua atuação dentro de umcenário de globalização <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s. Afinal, estão mudan<strong>do</strong> as trajetórias dascarreiras profissionais, a estrutura e o funcionamento <strong>do</strong>s negócios e a próprianatureza <strong>do</strong> trabalho e suas relações, desmoronan<strong>do</strong> a idéia de que as melhoresoportunidades de sucesso profissional estão apenas nas grandes corporaçõesindustriais. Por isso, hoje vemos surgir muitos negócios novos. Mas comomenciona<strong>do</strong> anteriormente, para que um novo negócio tenha sucesso, éimportante estar consciente de quais são suas qualidades e suas deficiências, comforte espírito empreende<strong>do</strong>r. Uma análise de suas experiências práticas, capacidadee personalidade ajudará a enfrentar qualquer situação.Mas lembre-se: não basta só ter comportamentoempreende<strong>do</strong>r. Você deverá estar muito bem informa<strong>do</strong>a respeito das tendências de negócios, buscan<strong>do</strong>desenvolver idéias criativas que possam sertransformadas em grandes oportunidades de negócios.47


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDiário de Bor<strong>do</strong>Para fechar nossa primeira escala, gostaria de relembrar com você ospontos principais que discutimos aqui:TÓPICOSQuem é oempreende<strong>do</strong>r?Características<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rAs mudanças eos novosempreende<strong>do</strong>resAs empresasCONSIDERAÇÕESOs empreende<strong>do</strong>res são pessoas que, quan<strong>do</strong> desafiadas por um<strong>ao</strong>portunidade, estão dispostas a trabalhar arduamente para conseguirefetivá-la. Essas pessoas, independente de suas atividades, fazem comque as coisas aconteçam. Elas têm forte necessidade de realização epoder, possuem habilidade para influenciar pessoas, sentem necessidadede ter seu próprio negócio e aproveitam as oportunidades que surgem.Três importantes fatores gerais contribuem para o sucesso de pequenasempresas: valores associa<strong>do</strong>s à pessoa <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r, habilidadesgerenciais e habilidades pessoais.No jogo <strong>do</strong>s negócios o que distingueos empreende<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s meros participantes são <strong>do</strong>is tipos de virtudes:as de apoio e as superiores. As virtudes de apoio são importantes enecessárias, mas as virtudes superiores são características apenas <strong>do</strong>sverdadeiros empreende<strong>do</strong>res. No entanto, não pense que você precisareunir todas essas virtudes neste momento. É possível aprender,desenvolver e estimular todas essas qualidades. Para isso, você precisaconhecer quais são as principais virtudes <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.Nos últimos anos, as grandes empresas têm busca<strong>do</strong> trabalhar de formamais enxuta, procuran<strong>do</strong> adquirir maior flexibilidade. Nesse senti<strong>do</strong>,as pequenas empresas levam vantagem sobre seus concorrentes degrande porte, pois estão mais próximas <strong>do</strong> cliente, têm mais rapideznas ações e informalidade. Mas, simplesmente montar um negócionão garante a concretização <strong>do</strong> sonho de sucesso. Ao decidir ser umempreende<strong>do</strong>r, você deve estar atento <strong>ao</strong> que está ocorren<strong>do</strong> à suavolta, deven<strong>do</strong> atualizar-se sempre. Além da falta de atualização, aprincipal razão para o fracasso da maioria <strong>do</strong>s pequenosempreendimentos é a falta de habilidades administrativas, financeiras,merca<strong>do</strong>lógicas ou tecnológicas <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res, somada aaspectos comportamentais que envolvem a gestão de umempreendimento.As empresas são organizações em constante interação com seusambientes. As organizações, como classe especial de sistemas abertos,têm propriedades que lhes são peculiares, mas compartilham de outraspropriedades em comum com to<strong>do</strong>s os sistemas abertos. De acor<strong>do</strong>com seu ramo de atividade podem ser empresas industriais, comerciaisou de prestação de serviços.48


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rBem, já está na hora de irmos à Capital de Empreendenópolis. Nocaminho, sugiro que você reflita sobre alguns aspectos importantes que foramvistos nessas três cidades em que você passou, relacionan<strong>do</strong>-os com o que jásabia antes. Assim, ficará mais fácil de compreender a aplicação destesconhecimentos em sua área profissional.Atividades de <strong>Viagem</strong>A viabilidade de uma pequena empresa depende, basicamente, da figura<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r, pois ele é o ponto central que determinará ou não o sucesso<strong>do</strong> empreendimento. Cabe a ele muitas vezes exercer, simultaneamente, o papelde <strong>do</strong>no da idéia e o de gerente das ações que serão colocadas em prática. Poressa razão, o empreende<strong>do</strong>r deve procurar sempre desenvolver as virtudes e asqualidades necessárias para obter sucesso no seu empreendimento.•Qual a importância <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo no momento atual dasociedade brasileira?•Cite e analise duas vantagens que as pequenas empresas possuemem relação às empresas de grande porte.•Identifique e analise as principais causas de fracasso das pequenasempresas.•Cite <strong>do</strong>is exemplos de cada um <strong>do</strong>s tipos de empresa que existem.• Descreva os principais fatores que contribuem para o sucesso daspequenas empresas.•Quais as virtudes <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res que você considera seremmais difíceis de se desenvolver. Por quê?•Cite as virtudes de apoio e analise uma delas.•Cite as virtudes superiores e analise uma delas.•Quais virtudes apresentadas fazem parte de suas características?•Quais as virtudes superiores que você precisa desenvolver mais paraser um empreende<strong>do</strong>r bem-sucedi<strong>do</strong>? Organize um plano dedesenvolvimento.49


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFuturos RoteirosCHIAVENATO, Idalberto. Vamos abrir um novo negócio? São Paulo: MakronBooks, 1994.COLLINS, James; PORRAS, Jerry. Feitas para durar: práticas bem-sucedidas deempresas visionárias. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY, J. William.Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.MORRIS, M. J. Inician<strong>do</strong> uma pequena empresa com sucesso. São Paulo: MakronBooks; McGraw-Hill, 1991.50Comandantes de Bor<strong>do</strong>AZEVÊDO, João Humberto; VINÍCIUS, Mário. Os dez mandamentos. Exportar& Gerência, Brasília, n. 6, mar. 1999.BAUCIA, Alfre<strong>do</strong>. David contra Golias: o caso <strong>do</strong> Mastersux. In: GRACIOSO,Francisco (Org.). Grandes sucessos da pequena empresa: histórias reais. Brasília:SEBRAE, 1995.BERGAMASCO, Cláudia. Esses milhões que movem o mun<strong>do</strong>. PequenasEmpresas Grandes Negócios. São Paulo, ano XII, n. 144, p. 18-26, jan. 2001.CHIAVENATO, Idalberto. Vamos abrir um novo negócio? São Paulo: MakronBooks, 1994.HILL, Napoleon. A lei <strong>do</strong> triunfo. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.IBRAHIM, A., and J. GOODWIN. (1986). Perceived causes of success in smallbusiness. American Journal of Small Business, 11 (Fall), 41-50.KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento,implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1994.LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: princípios etendências. São Paulo: Saraiva, 2003.LEVITT, Theo<strong>do</strong>re. A imaginação de marketing. São Paulo: Atlas, 1986.LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY, J. William.Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.


Escala I - O Empreende<strong>do</strong>rMEYER, Michael. O complexo de Alexandre. Rio de Janeiro: Record, 1992.SLACK, Nigel et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.YOUNG, Stanley. Administração: um enfoque sistêmico. São Paulo: Pioneira,1997.51


ESCALA IIDIRETO À CAPITAL AL DEEMPREENDENÓPOLISComo Identificar NovasOportunidades de Negócios53


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosOrientação de <strong>Viagem</strong>Como combinamos anteriormente em nossa 2ª escala, aqui na capital,procuraremos conhecer as novas oportunidades de negócios. Assim, antes deiniciarmos nossa visita, vou lhe falar um pouco sobre como identificar novasoportunidades de negócios.Posso dizer a você que para uma pessoa com comportamentoempreende<strong>do</strong>r, iniciar uma empresa é uma experiência emocionante. Pode trazerum bom retorno financeiro e uma incrível satisfação pessoal. Mas, para ter sucessoo empreende<strong>do</strong>r deverá utilizar, além de toda sua dedicação e intuição, muitacriatividade. Terá que gerar uma idéia vence<strong>do</strong>ra, e aplicar toda a sua capacidadeempreende<strong>do</strong>ra para transformá-la em um negócio.Lembre-se! Antes de se arriscarnum vôo solo, é precisodesfazer algumas ilusões.O empreende<strong>do</strong>rdeve saber queuma boa idéia éuma condiçãonecessária, masnão suficiente,para se lançar,construir eeventualmentecolher os frutosde um novoempreendimento.Ela é a pessoaque vê como equan<strong>do</strong> umaidéia pode sertransformada emum negócio desucesso.Isso mesmo! Ao abrir um novo negócio, você deve observar pelo menoscinco aspectos: volume de trabalho, retorno financeiro, riscos, investimento e terconhecimento no ramo. Vamos ver cada um deles: Em relação <strong>ao</strong> volume de trabalhoQuem pensa que vai trabalhar menos sen<strong>do</strong> patrão, já começa mal. Até onegócio se estabelecer, o empresário precisa cuidar de tu<strong>do</strong> pessoalmente. É elequem abre e fecha a empresa, confere os estoques, sai atrás <strong>do</strong>s clientes, atendea reclamações e fecha as contas no final <strong>do</strong> expediente. Em relação <strong>ao</strong> retorno financeiroOutra fantasia que é bom esquecer: o dinheiro que se põe no bolso podenão ser muita coisa, pelo menos no começo. Nos primeiros anos da empresa, oganho costuma ser até menor <strong>do</strong> que o salário <strong>do</strong> emprego que ficou para trás.Tu<strong>do</strong> isso significa que administrar a vida pessoal fica mais complica<strong>do</strong>. Por isso,quem começa um empreendimento achan<strong>do</strong> que vai trabalhar pouco e ganharmuito dinheiro, provavelmente, vai se iludir.O trabalhofísico pode até<strong>do</strong>brar, porqueno começo nãodá para deixarna mão <strong>do</strong>parceiro, <strong>do</strong>irmão, <strong>do</strong> filhoou <strong>do</strong>emprega<strong>do</strong>.55


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPara isso épreciso espionara concorrência,pesquisar ospreços <strong>do</strong>sfornece<strong>do</strong>res eter uma noçãode como está omerca<strong>do</strong>. Em relação <strong>ao</strong> riscoO empreende<strong>do</strong>r deve saber também, que negócio sem risco não existe.Mas algumas precauções podem ser tomadas para começar com um pouco maisde segurança. Segun<strong>do</strong> alguns autores, a maioria das pessoas parte para um negóciopróprio apenas inspirada na experiência bem-sucedida de conheci<strong>do</strong>s. É umequívoco sério. A chance de uma pessoa dar certo como empreende<strong>do</strong>r é maiorquan<strong>do</strong> ela gosta <strong>do</strong> que faz e melhor ainda se ela conhece o ramo. O que maisajuda é fazer um projeto no papel. Em relação <strong>ao</strong> investimento financeiroEm relação <strong>ao</strong> investimento financeiro, o empreende<strong>do</strong>r deve saberexatamente não apenas quanto é preciso investir para abrir a empresa, mas tambémcalcular quanto ela vai custar no primeiro ano de funcionamento. Uma novaempresa leva, em média, um ano e meio para começar a dar retorno. Portanto,você não deve apostar todas as economias no novo empreendimento, porqueprovavelmente terá que viver da poupança até o negócio deslanchar. Em relação <strong>ao</strong> conhecimento <strong>do</strong> ramo de merca<strong>do</strong>Um outro erro freqüente, cometi<strong>do</strong> por empreende<strong>do</strong>res novatos, é entrarnum negócio sem saber exatamente onde estão pisan<strong>do</strong>.Bem, vamos em frente! De acor<strong>do</strong> com o roteiro, nossa permanênciaaqui na capital está dividida em <strong>do</strong>is momentos: no primeiro momentodiscutiremos sobre algumas questões que podem fazer a diferença, como acriatividade e os aspectos liga<strong>do</strong>s às oportunidades criadas por uma idéia e, nosegun<strong>do</strong>, veremos as tendências no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios. Inician<strong>do</strong> nosso tourpela capital de Emprendenópolis, vou convidar você, primeiramente, a descobrircomo encontrar sua idéia!Então...Vamos lá?56


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosComo Encontrar sua Idéia?Já descobriu? Veja, o primeiro passo de um empreende<strong>do</strong>r é a busca deidéias que possam ser transformadas em negócios.Hum... Mas afinal, oque é uma idéia?Essa pergunta merece ser pensada. Podemos dizer que idéia é:••••uma representação mental de uma coisa concreta ou abstrata;uma elaboração intelectual, ou concepção;um projeto, plano; ouuma invenção ou criaçãoLembre-se! To<strong>do</strong>s nós, alguma vez na vida, já tivemos alguma idéia queachamos genial. Até aí nada de excepcional. A virtude está em não deixar a luzse apagar. Mas se, <strong>ao</strong> contrário, a idéia ainda não apareceu, o importante écompreender como ocorre o processo de geração de idéias e aprender a deixá-loacontecer.Muitas vezes tem-se várias idéias que podem levar à criação de diversosempreendimentos. O desafio, então, é identificar aquelas que realmenterepresentam oportunidades de negócios. As idéias para novos empreendimentossurgem de uma variedade de fontes, contatos e experiências anteriores.Todas as idéias – mesmo incompletas – são válidas quan<strong>do</strong> se está noprocesso de escolha. O processo de criação normalmente se desenvolve a partirde bombardeios de idéias que nem sabemos de onde surgem. O importantenesses momentos é não criticar.Quan<strong>do</strong> julga ou critica, a pessoa se limita. Quan<strong>do</strong> observa, ela cri<strong>ao</strong>portunidades. Muitas vezes, deixamos de la<strong>do</strong> essas intuições, acreditan<strong>do</strong> quesão somente “bobagens”, e desse mo<strong>do</strong> perdemos muitas oportunidades.Quan<strong>do</strong> umaidéia nosacompanha pormuito tempo,não custa nadaexaminá-lamelhor, paraconferir se aescolharealmente valeráa pena.As idéias podemsurgir nãosomente de umaexperiência detrabalho, mastambém a partirde hobbies,encontrossociais, trabalhoautônomo,viagens, feiras eexposições,leitura, Internet,entre outros.57


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUma alternativa interessante, nesses momentos,é anotar to<strong>do</strong>s esses pensamentos, pois maistarde eles poderão vir a ser combina<strong>do</strong>s geran<strong>do</strong>dessa maneira, idéias muito interessantes.O processo de registro das idéias, na realidade, nada mais é <strong>do</strong> que aconstrução de um “banco” no qual você deposita e gera idéias, num processocontínuo de multiplicação.Mas de que forma as novas idéiaspodem ser ampliadas?Para responder a dúvida de Tom, podemos citar um estu<strong>do</strong> que verificouas idéias de novos produtos ou serviços para novos negócios e constatou que:Esse estu<strong>do</strong> foiconduzi<strong>do</strong> pelaNationalFederation ofIndependentBusinessFoundation ecita<strong>do</strong> porLongenecker etal. (1977).(45%) Surgiu por meio de "experiência anterior de trabalho"(16%) Surgiu por meio de "interesses pessoais e hobbies"(11%) Surgiu por meio de um "acontecimento casual"(07%) Surgiu por meio de uma "sugestão"(06%) Surgiu por meio de uma "empresa familiar"(06%) Surgiu por meio de "cursos"(05%) Surgiu por meio de "amigos/parentes"LONGENECKER,Justin G.;MOORE,Carlos W.;PETTY, J.William.Administraçãode pequenasempresas. SãoPaulo: MakronBooks, 1997.58(04%) Surgiu por meio de "outros"Outro aspecto muito importante é que o processo de geração de idéiassempre deve acontecer acompanha<strong>do</strong> pela informação. As idéias são os óculosatravés <strong>do</strong>s quais filtramos a informação. Desse mo<strong>do</strong>, idéias sem informaçãosão inúteis. O melhor de tu<strong>do</strong> é a informação suplementada por idéias. Quantomais se lê, se busca, se investiga, mais elaborada a idéia se torna.As idéias de negócios, de acor<strong>do</strong> com Longenecker et al. (1977), podemser classificadas em:


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosMerca<strong>do</strong> novo Nova tecnologia Benefício novoMuitos novos negóciossão desenvolvi<strong>do</strong>s demo<strong>do</strong> a fornecer <strong>ao</strong>sclientes um produto ouserviço que não existeem seu merca<strong>do</strong>particular, mas que jáexiste em algum outrolugar.Outros negócios sebaseiam em umprocessotecnologicamente novo.E, por fim, existemaqueles que provavelmenterepresentam o maiornúmero de novasiniciativas de risco, que sãoos que propõem formasnovas e aprimoradas par<strong>ao</strong> desempenho de antigasfunções.Revistas e outros periódicos sãoexcelentes fontes de idéias para seiniciar negócios.Uma forma de gerar idéias para novos negócios é ler sobre a criatividadede outros empreende<strong>do</strong>res. Uma busca deliberada também ajuda de uma formageral, estimulan<strong>do</strong> um preparo mental. Aqueles que pensam em serempreende<strong>do</strong>res, e que estão pensan<strong>do</strong> seriamente sobre idéias de novos negócios,serão mais receptivos a novas idéias, qualquer que seja a fonte.Bem, até agora falamos sobre idéias que possam gerar novosempreendimentos. Mas não é só isso. Iremos ver, também, como osempreende<strong>do</strong>res aqui da Capital abordam um outro fator importante, a chamad<strong>ao</strong>portunidade.Idéia e oportunidadeA maioria de nós, alguma vez na vida, se convenceu de que tinha umagrande idéia para iniciar um negócio. Pelo menos sob nossa perspectiva, acreditamosque os outros achariam o produto ou o serviço atraente. Entretanto, nem sempreuma boa idéia é necessariamente uma boa oportunidade de investimento. De fato,há uma tendência de a maioria de nós ficar animada com uma idéia e subestimar adificuldade envolvida para conseguir receptividade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> à nossa idéia.Para se qualificar como uma boa oportunidade de investimento,nosso produto ou serviço deve atender a uma necessidade real com respeitoà funcionalidade, à qualidade, à durabilidade e <strong>ao</strong> preço. A oportunidade, emA oportunidadepara De Bono(1989) é umaespeculação,porque dizrespeito <strong>ao</strong>futuro. Nessesenti<strong>do</strong>, quasetodas as nossasatividades sãoespeculações,pois estamostentan<strong>do</strong> fazeralguma coisaacontecer eacreditamos quenossas ações vãoproduzir esseefeito. Mas umaverdadeir<strong>ao</strong>portunidadenão é uma áreade alto risco. Eladeve ser claraquanto às suasvantagens.59


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoúltima instância, depende de nossa habilidade para convencer os consumi<strong>do</strong>res(o merca<strong>do</strong>) <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> produto ou serviço.Dessa forma, perceba que é o merca<strong>do</strong> que determina se uma idéiatem potencial para oportunidade de investimento, ou seja, apenas omerca<strong>do</strong> nos dirá, finalmente, se a idéia gera valor para o usuáriofinal <strong>do</strong> produto ou serviço – valor que ele está disposto a pagar.A diferença entre a oportunidade e o pensamento positivo é que <strong>ao</strong>portunidade é possível. À primeira vista, uma oportunidade pode não parecerpossível, mas graças <strong>ao</strong> esforço de pensamento nela concentra<strong>do</strong>, sua possibilidadepode aumentar. Se isso não acontecer, então não há oportunidade. A possibilidadedeveria aumentar tanto <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong> curso de ação que pode ser toma<strong>do</strong>,quanto das vantagens que poderiam decorrer dele.Transformar uma idéia em oportunidade real, requer tempo e esforçopara pensar. O objetivo fundamental <strong>do</strong> pensamento é formular a idéia d<strong>ao</strong>portunidade. O segun<strong>do</strong> é avaliar os resulta<strong>do</strong>s. O terceiro, elaborar um cursode ação que pode ser realiza<strong>do</strong>. Deve ser evidente que, quanto mais se pensasobre a idéia, menos arriscada será a oportunidade.Há diversas forças que influenciam quan<strong>do</strong> uma idéia também é umaboa oportunidade. Alguns <strong>do</strong>s requisitos mais fundamentais incluem o seguinte:• o momento precisa ser oportuno. As oportunidades surgem naquilo quealguns chamam de “tempo real”. O conceito <strong>do</strong> produto ou serviço pode serbom, mas se não for o momento certo, não há oportunidade de investimentoviável. Para que um empreende<strong>do</strong>r aproveite uma oportunidade, é necessárioque a oportunidade esteja aberta e permaneça aberta por tempo suficientepara ser explorada;•••o negócio proposto deve ser capaz de atingir uma vantagem competitivadurável ou sustentável;o aspecto econômico da nova iniciativa precisa ser compensa<strong>do</strong>r e atégeneroso, permitin<strong>do</strong> lucro significativo e potencial de crescimento. Ou seja,a margem de lucro e o retorno sobre o investimento devem ser atraentes osuficiente para permitir erros e enganos, e ainda assim gerar benefícioseconômicos significativos;deve haver um bom entrosamento <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r com a oportunidade.Em outras palavras, a oportunidade deve ser capturada e desenvolvida por60


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócios•alguém que tenha as habilidades e experiências apropriadas, e que tenha acesso<strong>ao</strong>s recursos críticos necessários para permitir que o empreendimento cresça;não deve haver falha fatal no empreendimento – ou seja, nenhuma circunstânci<strong>ao</strong>u desenvolvimento que possa tornar, por si só, o negócio um fracasso.Não há atalho para a busca de oportunidades e para o seudesenvolvimento. É preciso um tempo dedica<strong>do</strong> especialmente para pensar.Quanto mais tempo você puder arriscar, menos arriscará outros recursos. Nãodevemos imaginar que o tempo gasto em pensar foi desperdiça<strong>do</strong> se <strong>ao</strong>portunidade for recusada. Esse investimento em pensamento poderá mostrarseútil em alguma outra situação. A necessidade de refinar uma nova idéia,entretanto, não está limitada a novas empresas de alta tecnologia.Diferentes empreende<strong>do</strong>res podem investigar uma oportunidade denegócio e chegar a diferentes resulta<strong>do</strong>s. Cada pessoa tem sua maneira particularde observar uma mesma oportunidade. Desse mo<strong>do</strong>, aquilo que é atraente paravocê pode não ser para outra pessoa. Definir uma boa oportunidade não é tarefafácil. Avaliar uma oportunidade envolve uma série de considerações.Antes de continuarmos nossa visita, faço um convite para que você paree reflita sobre algumas questões que apresento, avalian<strong>do</strong> se tem somente umaidéia ou uma oportunidade real de negócio.Quase todaidéia para umanova empresamerece estu<strong>do</strong>cuida<strong>do</strong>so etipicamenterequermodificação, àmedida quevocê, oaspirante aempresário, semove emdireção <strong>ao</strong> diada abertura <strong>do</strong>novo negócio.•••••Quais são as principais forças e “vácuos competitivos” que criam est<strong>ao</strong>portunidade?O que está por trás dessa oportunidade?Quais são as principais razões que conduzem a essa oportunidade?Por quanto tempo elas vão existir?Para quem esta oportunidade será desejável?•••••Os valores pessoais e o estilo de vida <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r têm um grandepeso na definição de uma boa oportunidade. Qual seu estilo de vida? Eleé compatível com sua idéia de negócio?Existe uma necessidade real para este produto ou serviço?Consegue-se identificar os consumi<strong>do</strong>res?Pode-se atingi-los?Eles ficarão realmente encanta<strong>do</strong>s e entusiasma<strong>do</strong>s com o produto ouserviço?61


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO produto ou serviço é lucrativo osuficiente para permitir uma margemde segurança para possíveis errosdurante o perío<strong>do</strong> de aprendizagem?•••Analisan<strong>do</strong> as alternativas, o balançoentre riscos e vantagens está a seufavor?Se não, o que é necessário para seinverter o balanço a seu favor?As vantagens são extremamenteatrativas, mas você poderá absorvero fracasso, caso ele ocorra, em termosfinanceiros e psicológicos?Bem, acredito que já podemos continuar!Não se pode negar que a realidade é dura. Os empreende<strong>do</strong>res devemestar prepara<strong>do</strong>s para lidar com muitas variáveis e com situações em constantemudança. Portanto, o refinamento de uma idéia em uma oportunidade necessitade várias experiências.É importante você se acostumar com o processo de empreende<strong>do</strong>rismo,que são os passos interativos de um processo de tentativa e erro na busca poridéias de produtos e serviços que apresentem um bom potencial de merca<strong>do</strong>.Esses passos são: a revisão, teste e re-teste, e a aplicação e reaplicação dessasidéias, até que um “casamento” perfeito e lucrativo entre a idéia e necessidades/desejos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r seja encontra<strong>do</strong>.Neste momento entra em jogo uma outra questão, apredisposição daquele que busca começar umempreendimento. E você, com que tipo de negócios estádisposto a se envolver?Bem, se você está acompanhan<strong>do</strong> astendências, irá saber o que é mais interessante nomomento. Saberá quais os negócios que osespecialistas estão consideran<strong>do</strong> promissores oumais seguros e, conseqüentemente, terá a certezase algum deles é adequa<strong>do</strong> para você.62


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosUm negócio bem-sucedi<strong>do</strong> não é só aquele que segue umamoda ou que encontra um momento adequa<strong>do</strong> para umproduto ou serviço. Embora essas sejam consideraçõesnaturalmente importantes, é ainda mais importante que onegócio atenda <strong>ao</strong> perfil <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r: seus interesses,formação, experiência e planos para o futuro.É importante que você saiba que <strong>do</strong> ponto de vista da teoria daadministração, existem certos princípios fundamentais aplicáveis a qualquer negócioe que permitirão que você opere uma empresa de forma lucrativa. Mas, observe:Só porque alguém lucra venden<strong>do</strong> “rédeas para charretes”isso não significa que você também deva começar a vendêlas.O merca<strong>do</strong> para esse produto precisa ser conheci<strong>do</strong>,sen<strong>do</strong> necessário identificar os méritos <strong>do</strong>s diferentes estilosde segurá-las, ou os prós e contras <strong>do</strong> sintético e <strong>do</strong> courolegítimo etc.Existem milhares de oportunidades comerciais por aí, e qualquer umadelas poder ser certa para você. É possível escolher experimentan<strong>do</strong> todas elas,investin<strong>do</strong> muito tempo e dinheiro, examina<strong>do</strong> cada uma para determinar qual éa melhor. Mas é muito mais eficiente que você busque a resposta dentro de simesmo.Quan<strong>do</strong> o empreende<strong>do</strong>r está absolutamente comprometi<strong>do</strong> com umesforço em nível pessoal, independentemente <strong>do</strong> potencial de lucros, as chancesde sucesso aumentam bastante. Portanto, saber onde focar e identificar comclareza a sua “janela de oportunidade”, permite que você utilize mais efetivamenteo seu tempo na preparação <strong>do</strong> seu negócio. Esteja praticamente certo de queuma oportunidade real e atraente de negócio existe, possibilitan<strong>do</strong> economizarseu tempo.Puxa! Muito interessante essa discussão sobreidéia e oportunidade mas, estou com umadúvida: será que a criatividade tem algumarelação com a formação de idéias?Mas a questãomais importanteé: você estariafeliz nesse ramode atividade? Ese vender“rédeas paracharretes” nãofor a respostaque procura,qual será?Igualmenteimportante é acapacidade dereconhecerquan<strong>do</strong> vocênão tem tempode planejar,quan<strong>do</strong> tomaruma ação émaisapropria<strong>do</strong>,quan<strong>do</strong> énecessário epossível iradiante antesque a “janela”se feche.63


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTem sim! Em nossa próxima visita, iremos perceber que a idéia, além deestar diretamente interligada à oportunidade, também precisa da criatividade parase sustentar. A criatividade é vital para a geração de idéias que visa a identificaroportunidades de negócios.Idéia e criatividadeComo você define criatividade?Alguns autores a definem como um processo contínuo que se caracterizapela produção de alguma coisa nova e útil, pelo exercício da habilidade criativa.Outros a definem como um processo de criação de valor a partir das idéias.A criatividade consiste em você ver o que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> vê e pensar o queninguém pensou. A criatividade é um méto<strong>do</strong>, uma atitude humana e um processomental. Na realidade, podemos dizer que a criatividade é um duplo processo:Emborapossamos nãoser como DaVinci ouEinstein, to<strong>do</strong>ssomos criativos– o tempo to<strong>do</strong>.Só que algunsde nós utilizama própriacriatividade deforma a deixaruma marcavisível; outrosnão.RAY, M.;MYERS, R.Criatividade nosnegócios. Rio deJaneiro: Record,1996.••a dissociação, que permite desembaraçar-se das formasrotineiras de pensar; ea associação, que implica a criação de novas relações entrefatos normalmente não relaciona<strong>do</strong>s.Qualquer que seja a definição, ela descreve aquilo que ocorre com aspessoas, equipes e empresas e leva à geração de idéias e a seu desenvolvimento,de mo<strong>do</strong> que se possa construir algo novo. Existe uma tendência para pensar nacriatividade como esfera para uns poucos escolhi<strong>do</strong>s, pessoas possui<strong>do</strong>ras delampejos de genialidade, que deixam sua marca dura<strong>do</strong>ura na humanidade.A criatividade é também uma atitude mental. É encorajada por umaabertura de pensamento; pela disposição de conviver por algum tempo com idéiasconflitantes e não ter a solução de imediato; por uma curiosidade que buscainformações e pela ânsia de aprender; pela valorização <strong>do</strong>s trabalhos <strong>do</strong>inconsciente e a disposição de brincar com a imaginação; e pela rapidez em recuare questionar suposições e crenças.Segun<strong>do</strong> Ray e Myers, rever nossas idéias e as <strong>do</strong>s outros nos impulsiona<strong>ao</strong> processo criativo. Parece que a criatividade começa com algum problema ounecessidade e prossegue de diversas formas, por uma série de fases, queconsistem em reunião de informações, digestão <strong>do</strong> material, incubação ou64


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negóciosesquecimento <strong>do</strong> problema, inspiração súbita (quan<strong>do</strong> as condições para issosão adequadas) e, por fim, implementação.Mas o processo criativo pode ser diferente para cada pessoa e cada idéia.Mais importante <strong>do</strong> que se esforçar para forçar o processo é obter algumaexperiência prática em conviver com sua enorme e, às vezes, desconhecida fontecriativa interior.Concor<strong>do</strong> com Ray e Myers , quan<strong>do</strong> dizem que a fonte criativa interioré tão imediata, e mesmo assim intemporal, tão básica e superior, tão individual etambém universal que os autores escolheram a palavra “essência” para descrevêla.Ela está relaciona com cinco tipos de qualidades:Qualidades da essênciaIntuiçãoVontadeAlegriaForçaConfiançaEm primeiro lugar, a essência criativa interior fornece a qualidade daintuição: um conhecimento direto sem raciocínio consciente. A intuiçãosempre foi uma viga mestra de grandes negócios, mas até há bem poucotempo era renegada como ferramenta de negócios numa era de excessode dependência das análises. Isso não é mais verdade. Os homens denegócios agora falam muito da intuição, e ela é considerada uma marcada habilidade gerencial.Mas só a intuição não é suficiente para descrever a essência ou para sustentaruma vida criativa. Uma segunda qualidade, a vontade, também é necessária.Essa é a parte <strong>do</strong> indivíduo que assume responsabilidades. É o chão paraas ações criativas. Pessoas que são criativas nos negócios têm uma visão oumissão que as estimula, e isso é um exemplo de vontade.A terceira qualidade da essência é a alegria. Quan<strong>do</strong> se tem uma noçãode sua própria criatividade ou potencial, sempre se sente esta qualidadebrilhante e vibrante que é a alegria.Freqüentemente se fala de criatividade em termos de avanços. E paraavançar através de um muro de me<strong>do</strong> e críticas que pode nos deter,to<strong>do</strong>s precisamos de uma quarta qualidade, a força. Os homens denegócios criativos assumem riscos calcula<strong>do</strong>s. Sua força lhes permitefazer isso sem nem mesmo temer os riscos. Sua força interna supera ome<strong>do</strong>. O homem de negócios criativo tem a força para ser novo ediferente quan<strong>do</strong> o novo e o diferente são exatamente o certo.Por fim, pode-se buscar uma quinta qualidade da essência, a confiança.Homens de negócios criativos podem implementar tão bem suacriatividade porque têm confiança em sua capacidade criativa e a buscamnos outros também.A criatividade é uma característica da espécie humana. É um potencial65


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoque to<strong>do</strong>s possuímos e, logicamente, em algumas pessoas pode estar maisdesenvolvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que em outras, dependen<strong>do</strong> da maneira como esse potencial foisen<strong>do</strong> estimula<strong>do</strong> e encoraja<strong>do</strong>.Observe este da<strong>do</strong>:Estu<strong>do</strong>s mostram que os adultos utilizam somente 2% de seupotencial criativo, <strong>ao</strong> passo que as crianças, na fase de 5 a 8 anosde idade, atingem o potencial máximo de utilização da criatividade,algo em torno de 90%. À medida que crescemos e nos tornamosadultos, vão sen<strong>do</strong> impostas regras e normas de comportamentoque vão minan<strong>do</strong> nossa criatividade.Não há botões,nem chaves,nem há fórmulaspara ativarnosso la<strong>do</strong>criativo. Seexistir umsegre<strong>do</strong>, esteserá particular acada pessoa e sópoderá serdescoberto porela mesma, coma prática!Podemos dizer então que a nossa formação acaba, muitas vezes, nosdeforman<strong>do</strong>.A educação tradicional, pela qual a maioria das pessoas passa, é que tendea abafar a criatividade, tornan<strong>do</strong> os indivíduos repetitivos.Para alguém que quer ser empreende<strong>do</strong>r isto é um complica<strong>do</strong>r, pois épela criatividade que o empreende<strong>do</strong>r associa diversos tipos e formas deempreendimentos, de mo<strong>do</strong> que possa gerar novos negócios. A criatividadepossibilita <strong>ao</strong> empreende<strong>do</strong>r criar novos produtos, serviços e processos, bemcomo explorar novos merca<strong>do</strong>s com produtos e serviços já existentes, utilizan<strong>do</strong>fatores diferenciais ou geran<strong>do</strong> inovações.Então qual é o botão paraativar o nosso la<strong>do</strong>criativo?PREDEBON, J.Criatividade:abrin<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>inova<strong>do</strong>r damente. SãoPaulo: Atlas,1997Não existe! Como podemos identificar nesta capital com Predebon,não há um sistema operacional “enlata<strong>do</strong>” para o processo prático de criação,existem sim etapas que podem ser consideradas denomina<strong>do</strong>res comuns <strong>do</strong>processo, e que cada um, à sua maneira, sempre usa.Vamos conhecer essas etapas:66


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosPreparar-seAtivan<strong>do</strong> o campo mental, fazen<strong>do</strong> pesquisa de todasas informações possíveis, in<strong>do</strong> a campo e colocan<strong>do</strong>em jogo o máximo de elementos. Defina sua meta,formas e caminhos já traça<strong>do</strong>s, fixe no essencial.Ativan<strong>do</strong> o campo emocional, motivan<strong>do</strong>-se, com o máximode entusiasmo e dedicação. O pensamento positivo éobrigatório.Envolver-seGerar alternativasSuspenden<strong>do</strong> o julgamento, viajan<strong>do</strong> na fantasia,associan<strong>do</strong>, anotan<strong>do</strong>, brincan<strong>do</strong>, depois julgan<strong>do</strong>. Oprocesso pode terminar exatamente aqui, com um“eureca”, ou continuar, na falta desse.Afastan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> trabalho, para não atingir o estresse advin<strong>do</strong>da tentativa infrutífera. Um dia é o ideal, mas até dez minutosde afastamento dão resulta<strong>do</strong>. O inconsciente continuarátrabalhan<strong>do</strong>, é só confiar nele. Quan<strong>do</strong> retomar, procuremudar parâmetros, ângulos de apreciação e processos.IncubarRealizarElaboran<strong>do</strong>, finalizan<strong>do</strong>, verifican<strong>do</strong> a viabilidade, sepossível testan<strong>do</strong> a criação na prática. No mínimo,relatá-la, pesquisan<strong>do</strong> a recepção da idéia.Como podemos perceber, ninguém necessita ser um gênio ou um artistapara se tornar uma pessoa criativa. Assim, fique atento:Um ingrediente vital nesse processo é ter a habilidade deolhar para os mesmos velhos problemas através de novasmaneiras e diferentes ângulos. Quan<strong>do</strong> se estáobservan<strong>do</strong> um empreendimento, um produto ou umserviço, por que não pensar em novas maneiras deapresentação, de embalagem, de vendas, de atendimento,de localização, de processo de produção, entre outras?Não basta enxergar o que os outros enxergam, mas simenxergar o que os outros não enxergam.67


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAlém disso, éfundamental tercoragem eautoconfiança,pois até chegarà posição de<strong>do</strong>no de seupróprio negócio,muitosobstáculos terãoque sertranspostos.Neste momento você pode estar se perguntan<strong>do</strong>: Mas como transformarminha idéia em oportunidade? Pois bem, estamos entran<strong>do</strong> no segun<strong>do</strong> momentode nossa visita à Capital de Empreendenópolis onde o tema será exatamente“como transformar sua idéia em oportunidade”.Como Transformar sua Idéia emOportunidade?Para que você possa transformar uma idéia em uma oportunidade, deveconsiderar quatro requisitos, que são: conhecimentos e/ou habilidades,motivação/prazer, capital inicial e merca<strong>do</strong>.68 Conhecimentos e/ou HabilidadesOs conhecimentos e/ou habilidades de que o empreende<strong>do</strong>r dispõe sobreuma determinada área ou atividade, logicamente, facilitam sua entrada naqueleramo específico de negócio. Entretanto, esse aspecto não se caracteriza comouma pré-condição, pois existem muitos empreende<strong>do</strong>res que buscaram iniciarsuas atividades justamente em áreas que desconheciam e foram bem-sucedi<strong>do</strong>s.Isso leva os indivíduos a “correrem atrás <strong>do</strong> prejuízo”, pois é imprescindível quevocê tenha alguns conhecimentos acerca <strong>do</strong> produto ou serviço no qual estápensan<strong>do</strong> em investir.Geralmente, o empreende<strong>do</strong>r escolhe o negócio que já conhece e noqual tem alguma experiência profissional ou técnica. Na verdade, o melhor negócioé aquele que conseguejuntar as experiênciase os conhecimentos <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r com asnecessidades <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.De nada adianta você semeter a fazer algo queconhece profundamente,mas que apresentasaturação no merca<strong>do</strong> ouconcorrentes que já fazemmelhor. Assim, além <strong>do</strong>


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negóciosconhecimento técnico <strong>do</strong> produto ou serviço a ser produzi<strong>do</strong>, o empreende<strong>do</strong>rdeve também reunir o conhecimento sobre o merca<strong>do</strong> onde irá atuar. Motivação/PrazerHoje, muito tem se fala<strong>do</strong> a respeito desse aspecto, pois o empreende<strong>do</strong>rdeve ter em mente que ele vai passar muitas horas <strong>do</strong> seu dia à frente <strong>do</strong> seunegócio. Portanto, se uma atividade lhe parecer enfa<strong>do</strong>nha e sem alegria, issosignifica que o tempo dedica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> negócio lhe parecerá um far<strong>do</strong> muito pesa<strong>do</strong>.É preciso que, <strong>ao</strong> pensar em uma determinada idéia de negócio, você avalietambém, além da viabilidade financeira, se essa idéia lhe parece motiva<strong>do</strong>ra eprazerosa. Claro que a motivação externa, proporcionada pelo retornofinanceiro, é muito importante, mas será ainda melhor se a ela você puder somara motivação interna, que é o desejo de fazer alguma coisa pelo puro prazer defazê-la. Capital inicialUm <strong>do</strong>s aspectos mais importantes na constituição de uma empresa é afixação <strong>do</strong> capital. É com o capital inicial que a empresa tem condições dereunir os recursos empresariais necessários <strong>ao</strong> seu funcionamento, sejam elesrecursos humanos, materiais ou financeiros.Esse é o capital necessário paravocê viabilizar o seu sonho deiniciar um empreendimento.O capital constitui o recurso financeiro básico da empresa: o investimentoefetua<strong>do</strong> pelos proprietários ou acionistas para a criação e operação da empresa.Contu<strong>do</strong>, não é somente o capital investi<strong>do</strong> pelos acionistas que dinamiza aempresa. Ela utiliza capital de terceiros na operação <strong>do</strong>s seus negócios. Assim,quanto à sua propriedade, existem <strong>do</strong>is tipos de capital: o capital próprio(pertencente <strong>ao</strong>s proprietários ou acionistas) e o capital de terceiros(empréstimos).Conseguir crédito é a primeira prova da sua habilidade como homem denegócios. As opções, em geral, são amigos, familiares e os bancos ou outrasinstituições de fomento a novos empreendimentos.Muitas vezes não é nada fácil conseguir um empréstimo, ou porqueÉ importantetambémacrescentar que,para que o serhumano possaser criativo einova<strong>do</strong>r épreciso, antes detu<strong>do</strong>, que ele sesinta bem emseu trabalho.Somentequan<strong>do</strong> trabalhacom prazer eestímulo, o serhumanolibertará o seutalento criativo.A fixação <strong>do</strong>capital depende<strong>do</strong> ramo denegócio emque a empresavai se engajar,isto é, <strong>do</strong>produto quevai produzir ou<strong>do</strong> serviço quevai prestar e <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> quevai atender.69


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPortanto,determinar opotencial <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> é oprocesso delocalizar einvestigarunidades quetenham poderde compra enecessidadesque possam sersatisfeitas como produto ouserviço que oempreende<strong>do</strong>rpossa oferecer.existe uma diferença entre o montante solicita<strong>do</strong> e o possível de se obter, ouporque você não possui bens para incorporar como garantia. Esta será uma dastemáticas discutidas no Congresso que participaremos na próxima escala, ondevocê compreenderá melhor a questão <strong>do</strong> Capital. Merca<strong>do</strong>Quanto <strong>ao</strong> merca<strong>do</strong>, pode ser defini<strong>do</strong> como um grupo de clientes ouclientes potenciais que têm poder de compra e necessidades não satisfeitas. Éimportante entender que um merca<strong>do</strong> é mais <strong>do</strong> que uma área geográfica.O merca<strong>do</strong> é a arena de operações da empresa. É onde se travam asbatalhas, não só para conquistar o cliente, disputa<strong>do</strong> entre vários concorrentes,mas também para descobrir as necessidades dele, a fim de desenhar e projetarmerca<strong>do</strong>rias e serviços adequa<strong>do</strong>s a essas necessidades, fazen<strong>do</strong> com que essecliente escolha o seu produto ou serviço e não o <strong>do</strong>s concorrentes.Isso significa fazer a empresa voltadapara o merca<strong>do</strong> e para o cliente, bemcomo para a competição.A pesquisa demerca<strong>do</strong> podeser definidacomo acompilação, oprocessamento,o relato e ainterpretaçãodasinformações demerca<strong>do</strong>.Nenhum empreende<strong>do</strong>r deve duvidar de que, para estar em condiçõesde iniciar um negócio, o conhecimento sobre o merca<strong>do</strong> é fundamental. Obterinformações reais sobre concorrentes, fornece<strong>do</strong>res e futuros clientes é tãoimportante quanto definir o tipo de processo produtivo ou a localização <strong>do</strong> futuroempreendimento.A ferramenta utilizada para esse conhecimento é, sem dúvida, a pesquisade merca<strong>do</strong>. Ela é utilizada para conhecer a oferta (empresas ou negócios queestão oferecen<strong>do</strong> o produto ou o serviço pretendi<strong>do</strong> ou um similar) e a demanda(quem são os possíveis clientes e que tipos de necessidades eles têm).Já que estamos falan<strong>do</strong> sobre merca<strong>do</strong>,como a empresa deve proceder antesde uma compra ou uma venda?Boa esta pergunta! Responderei a ela com o seguinte quadro:70


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosPara comprarPara comprar, a empresa precisa fazeruma pesquisa de merca<strong>do</strong> defornece<strong>do</strong>res, a fim de conhecê-losmelhor e escolher os fornece<strong>do</strong>resmais adequa<strong>do</strong>s em função <strong>do</strong> preço,qualidade e condições de pagamento.Para venderPara vender, a empresa precisa fazer umapesquisa de merca<strong>do</strong> de consumi<strong>do</strong>res, afim de saber onde estão localiza<strong>do</strong>s, ondee como compram, suas preferênciasquanto a preço ou características <strong>do</strong>produto, e escolher os meios adequa<strong>do</strong>sde levar seus produtos ou serviços até eles.No entanto, uma pequena empresa realiza tipicamente menos pesquisade merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> que um grande negócio. Parte <strong>do</strong> motivo para essa situação é ocusto. Outro fator é a falta de compreensão <strong>do</strong> processo de pesquisa de merca<strong>do</strong>.Portanto, muitos empreende<strong>do</strong>res a evitam, não compreenden<strong>do</strong> totalmente oque ela pode fazer por eles.Contu<strong>do</strong>, vou lhe dar uma dica:O empreende<strong>do</strong>r que entra no merca<strong>do</strong>, sem antesanalisá-lo, parece com um mergulha<strong>do</strong>r que salta<strong>do</strong> trampolim sem verificar a profundidade da água.Lembre-se sempre de que: o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> é importante para balizaro comportamento de sua empresa diante <strong>do</strong>s seus fornece<strong>do</strong>res, <strong>do</strong>s seus clientese concorrentes. Sem o estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, a empresa se comportaria às cegas, noescuro, sem saber exatamente as preferências e tendências que ocorrem nomerca<strong>do</strong>. Se você tiver conhecimentos sobre pesquisa de merca<strong>do</strong>, você mesmopoderá realizá-la, caso contrário, existem empresas que podem ser contratadaspara a execução desse trabalho.Então, como pudemos observar, esses quatro requisitos sãointerdependentes, ou seja, devem ser considera<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s no seu conjuntopara que possam resultar numa verdadeira sinergia. Adiante em nossa viagem,iremos apresentar mais profundamente como você deverá proceder para fazerum estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>. O que foi apresenta<strong>do</strong> é só o começo.Agora vamos continuar nosso tour, e transitar sobre Fontes de Idéias,que é o que temos no roteiro para nossa próxima parada.Quanto maior oestu<strong>do</strong> e apesquisa demerca<strong>do</strong>, maisinformações aempresaconsegue arespeito de seumerca<strong>do</strong>,melhor é seudesempenho emrelação <strong>ao</strong>sconcorrentesque disputam osmesmosfornece<strong>do</strong>res eos mesmosconsumi<strong>do</strong>res, emenor é aincerteza daempresa comrelação <strong>ao</strong>complexomun<strong>do</strong> que acerca.71


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFontes de Idéias para a Criação deNovos NegóciosO empreende<strong>do</strong>r é aquele indivíduo que identifica e cria novasoportunidades de negócios. Para ele as idéias são um importante recurso, sobreo qual ele imagina, trabalha, reformula e planeja, de mo<strong>do</strong> que ele possatransformar esse recurso num empreendimento de sucesso.Ah! O desafio, então, é identificar asidéias que realmente representemoportunidades de negócios.Mas... e se eu não tiver nenhuma idéiaem particular para começar umnegócio? Onde devo procurar?DEGEN, R. Oempreende<strong>do</strong>r:fundamentosda iniciativaempresarial.São Paulo:McGraw-Hill,1989.72Veja bem, idéias para novos empreendimentos vêm de uma variedadede fontes, contatos e experiências. Além da própria experiência anterior detrabalho, idéias podem surgir a partir de hobbies, de encontros sociais, <strong>do</strong> trabalhoautônomo, de uma noite insone, mas também de uma procura deliberada eorganizada.Veremos detalhadamente, a seguir, os oito processos mais comuns deidentificação de oportunidades de negócios, segun<strong>do</strong> o prefeito da Capital deEmpreendenópolis, Sr. Degen: Identificação de necessidadesPor definição, to<strong>do</strong> negócio deve atender às necessidades <strong>do</strong>s clientes,mediante a oferta de algum produto ou serviço pelo qual eles estejam dispostosa pagar. Portanto, o processo mais direto para identificar oportunidades denegócios é você procurar necessidades que não estão sen<strong>do</strong> satisfeitas edesenvolver os produtos ou serviços para satisfazê-las, a um custo que os clientesestejam dispostos a pagar. To<strong>do</strong>s os outros processos são detalhes desse processomaior, distinguin<strong>do</strong>-se apenas na escolha da sua postura em relação <strong>ao</strong> negócioque você pretende desenvolver.


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócios Observação de deficiênciasQuase to<strong>do</strong> negócio pode ser aperfeiçoa<strong>do</strong>. Esta constatação – que é aessência <strong>do</strong> “processo de destruição criativa” de Schumpeter – motiva muitosempreende<strong>do</strong>res a montar negócios, embora mais aperfeiçoa<strong>do</strong>s ou semelhantes<strong>ao</strong>s que já existem. Um bom negócio é aquele que oferece mais pelo mesmopreço da concorrência, ou oferece o mesmo por menos.Você deve estudar os negócios <strong>do</strong>s concorrentes e descobriro que pode ser melhora<strong>do</strong>. Em seguida, analise se essasmelhorias são realmente importantes para os clientes, a pontode fazê-los mudar de fornece<strong>do</strong>r, e se há condições deintroduzir essas melhorias a um custo que não inviabilize onegócio. Se as respostas forem afirmativas, então vocêidentificou uma real oportunidade de negócio. Observação de tendênciasNosso mun<strong>do</strong> está em constante mudança, decorrente da sucessão esuperposição das mais diversas tendências, com os mais varia<strong>do</strong>s ciclos de vida,desde, por exemplo, os modismos que mal duram uma temporada, até as evoluçõestecnológicas ou sociais, que chegam a se desenvolver por várias décadas. Alémdas tendências de ciclo vital único, há ciclos de negócios que se repetem emintervalos mais ou menos regulares.Eles existem, de uma forma ou de outra, em to<strong>do</strong>s os ramos de atividadeseconômicas, como, por exemplo:A sazonalidade anual <strong>do</strong> negócio debrinque<strong>do</strong>s e sorvetes, ou o efeito daretração ou aquecimento daeconomia sobre a indústriaautomobilística e a construção civil.Por isso, para identificar as oportunidades de negócios pela observaçãode tendências, você tem de compreender as tendências que influenciam o nossodia-a-dia e tentar prever quais são elas quan<strong>do</strong> elas vão ocorrer e como podemnos afetar. As mudanças acabam geran<strong>do</strong> novas tendências, que podem trazernovas oportunidades.73


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoSão muitos osexemplos queconhecemos, deemprega<strong>do</strong>sque sedesligaram desuas empresaspara montar seunegócio próprioe concorrer,com êxito, comseu antigoemprega<strong>do</strong>r. Derivação da ocupação atualMuitas oportunidades de negócios estão relacionadas com a ocupaçãoatual <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r. São aquelas oportunidades derivadas da constatação econvicção de que, se o negócio lhe pertencesse, faria melhor.Como poucas ocupações não permitem essa derivação, o número deoportunidades é incalculável, já que cada negócio e cada função dentro <strong>do</strong> negóciopodem representar uma nova oportunidade para um potencial empreende<strong>do</strong>r. Procura de outras aplicaçõesOportunidades de negócios surgidas a partir da solução encontrada paradetermina<strong>do</strong> problema, apesar de não serem tão óbvias e comuns, sãosuficientemente freqüentes para merecer uma análise atenciosa pelos potenciaisempreende<strong>do</strong>res.A idéia central desse processo é procurar outras aplicações para algumtipo de solução tecnológica, merca<strong>do</strong>lógica, industrial, entre outras.Um aspectocurioso é o fatode que essetipo de negócioé quase sempremuito rentávelpara oempreende<strong>do</strong>rque sedestacou emseu hobby, poisos clientes <strong>do</strong>sseus serviçosou produtosestão dispostosa pagar umpouco mais, naesperança deaprenderemalgo com omestre ouí<strong>do</strong>lo.Um exemplo interessante é o buffet desorvetes, sistema em que o cliente se servee paga pelo peso <strong>do</strong> produto a serconsumi<strong>do</strong>, copia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s serviços de buffetsde comida por quilo. Exploração de HobbiesSe gostamos de fazer algo, é muito provável que outras pessoas tambémgostem. A oportunidade de negócio está no desenvolvimento de um produto ouserviço que satisfaça esse gosto comum. São raros os hobbies que não representamoportunidades. Além disso, é uma forma agradável de desenvolver um negóciopróprio.Com algumas exceções, os negócios basea<strong>do</strong>s em hobbies raramente setransformam em grandes empresas. As razões, quase sempre, não estão na faltade potencial de crescimento <strong>do</strong>s negócios, mas sim na falta de interesse <strong>do</strong>spróprios empreende<strong>do</strong>res em expandi-los. É que eles querem, normalmente,compatibilizar o seu tempo entre o negócio e o hobby e, se a empresa crescermuito, terão que romper esse equilíbrio em favor <strong>do</strong> trabalho. É preferível, então,mantê-la pequena.74


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócios Lançamento de modaOportunidades de negócios baseadas no lançamento de uma moda oumodismo, são encontradas quan<strong>do</strong> se procuram idéias originais, que podemencantar um grande número de clientes. Normalmente, esse encanto é passageiroe o empreendimento tem um ciclo de vida curto.Lançar moda, porém, requer bem mais <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r <strong>do</strong> que umaidéia original, requer grande perseverança para a realização da sua idéia, poisnormalmente as pessoas próximas acabam achan<strong>do</strong> a idéia muito “maluca” oumuito “ousada”, ou “que não vai dar certo”.Outro aspecto importante de um modismo é que a originalidade <strong>do</strong>produto ou serviço gera um grande sucesso inicial, mas também um rápi<strong>do</strong>declínio de popularidade.Os lança<strong>do</strong>res de moda também acabam sen<strong>do</strong> força<strong>do</strong>s a lançar seusprodutos ou serviços sem pesquisa prévia para descobrir a reação <strong>do</strong>s clientes,pois a originalidade da idéia é seu trunfo, o que os impossibilita de divulgá-lapreviamente numa pesquisa. Isso normalmente acaba configuran<strong>do</strong> um alto riscopara o empreendimento. Imitação <strong>do</strong> sucesso alheioAssim como lançar moda é um negócio de alto risco, em virtude d<strong>ao</strong>riginalidade e da ausência de qualquer referência no merca<strong>do</strong>, imitar o sucessoalheio é o processo menos arrisca<strong>do</strong> de iniciar um empreendimento próprio.Sem dúvida, por esse motivo, muitos empreende<strong>do</strong>res acabam utilizan<strong>do</strong> esseprocesso. Uma dica nesse senti<strong>do</strong> é:Para ter êxito em imitar o sucesso alheio, você deveobservar e analisar muito bem o tipo de negóciopretendi<strong>do</strong>, para poder identificar as razões de seusucesso e, na medida <strong>do</strong> possível, introduzirmelhorias no empreendimento original, a fim de sediferenciar <strong>do</strong>s concorrentes e não ser simplesmentemais um <strong>do</strong>s imita<strong>do</strong>res.A originalidadede uma idéiatende aperturbar aspessoas, é algoque extrapola arotina e, porisso, as pessoassão levadas arejeitá-la. É areação contraalgo novo quepossa vir aperturbar aharmoniaestabelecida nocotidiano.Por esse motivo,você deve fazerum bomplanejamento,para que osucesso não setornerapidamente umfracasso. Vocêdeve se prepararpara poderlançar novosprodutos ouserviçoscomplementares,evitan<strong>do</strong> aextinção <strong>do</strong>empreendimento.Pode-se dizer que, se existe uma regra sem exceções, é a de que hápoucas idéias claras. A receita de sucesso de pequenas empresas inclui pessoasque se conservaram naquilo que conheciam, bem como aquelas que partiram75


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismopara algo totalmente novo. Obviamente, se você não sabe muito sobre umdetermina<strong>do</strong> ramo de atividade, mas está pensan<strong>do</strong> em investir seu tempo edinheiro nele, vale a pena pesquisar o máximo que puder antes de se aventurar. Ésurpreendente a freqüência como o “óbvio”, para quem está “por dentro”, tornasequase impensável para o recém-chega<strong>do</strong>. O exército tem uma expressão muitosábia: “o tempo gasto no reconhecimento raramente é perdi<strong>do</strong>”.Além disso, uma dica:Independentemente <strong>do</strong> que você faça, evite o esquema <strong>do</strong>“enriqueça depressa”. Fazer um levantamento <strong>do</strong> território noqual está se pensan<strong>do</strong> em pisar, pode parecer simplista, noentanto muitas pessoas se arrependem de decisões tomadasprecipitadamente. Isso não quer dizer que nenhum<strong>ao</strong>portunidade de lucrar seja genuína. Todavia, investigação epesquisa são essenciais em qualquer circunstância de negócio.Bem, como foi combina<strong>do</strong> no roteiro, o nosso primeiro momento devisitas está chegan<strong>do</strong> <strong>ao</strong> fim, mas ainda temos um último compromisso: observaras tendências no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios. Então, vamos adiante!As empresasestão sedigladian<strong>do</strong>numa arenacada vez maisglobal ecompetitiva. Osmerca<strong>do</strong>s estãocada vez maissegmenta<strong>do</strong>s evoláteis, osconsumi<strong>do</strong>resmais exigentes,os produtosmais feitos “sobmedida”.Tendências Mundiais GeramOportunidades de NegóciosNesta parte de nossa visita à capital de Empreendenópolis vamosconhecer vários estudiosos que nos falarão sobre as tendências mundiais paranovos negócios.Proponho iniciarmos pelo século XX, pois a última década desse séculofoi caracterizada por uma permanente turbulência no ambiente econômico. Amudança tem si<strong>do</strong> uma constante na vida <strong>do</strong>s indivíduos, das empresas e dasinstituições.Com o desenvolvimento acelera<strong>do</strong> da informática, das comunicações eda tecnologia de um mo<strong>do</strong> geral, geran<strong>do</strong> novos processos e materiais, e com aconstante evolução <strong>do</strong>s padrões de conduta e <strong>do</strong>s valores sociais, as mudançasno mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios são cada vez mais rápidas e representam, <strong>ao</strong> mesmotempo, um permanente desafio e renovadas oportunidades para as empresas. Astransformações políticas, sociais e econômicas, cada vez mais aceleradas, mudam76


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócioso ambiente <strong>do</strong>s negócios no mun<strong>do</strong> inteiro e oferecem novas e promissorasoportunidades de empreendimento.O empreende<strong>do</strong>r, por sua vez, sempre está buscan<strong>do</strong> a mudança e reagea ela exploran<strong>do</strong>-a como sen<strong>do</strong> uma oportunidade.Então, uma dica:Antes de você investir recursos e energia numnovo negócio, é preciso descobrir quais sãoos setores com maiores chances decrescimento no merca<strong>do</strong>. Estar em sintoniacom as transformações mundiais, é um passona busca de oportunidades.Pois, a era da globalização traz mudanças que atingem to<strong>do</strong> o planeta eque devem ser consideradas. A partir dessas mudanças, surgem as tendênciasque influenciam o ambiente com o qual as empresas interagem no dia-a-dia.Portanto, acompanhar as novas necessidades <strong>do</strong>s clientes é fundamental paraque você identifique os melhores empreendimentos. Além disso, são vitais omonitoramento da empresa já estabelecida e a adaptação contínua às mudançasambientais.Infelizmente,muitosempreende<strong>do</strong>rese empresas nãoconsideram asmudanças comooportunidades.Ignoram ouresistem a elas,inician<strong>do</strong>negóciosfada<strong>do</strong>s <strong>ao</strong>fracasso ouimplantan<strong>do</strong>estratégias,estruturas,sistemas eculturaempresarialobsoletos.Então se eu quiser ser bem-sucedida comoempreende<strong>do</strong>ra, devo reconhecer eresponder de mo<strong>do</strong> rentável àsnecessidades não atendidas e àstendências <strong>do</strong> macroambiente?Isso mesmo, pois necessidades não atendidas sempre existem e vocêpode ganhar uma fortuna se puder resolver quaisquer desses problemas: curapara o câncer, cura para a AIDS, curas químicas para <strong>do</strong>enças mentais,dessalinização da água <strong>do</strong> mar, alimentos nutritivos saborosos que não engordam,carros elétricos práticos, computa<strong>do</strong>res controla<strong>do</strong>s por voz e moradias <strong>ao</strong> alcancede to<strong>do</strong>s.Até em economias de crescimento lento, alguns empreendimentosprocuram criar novas soluções para atender às necessidades existentes. Exemplo:77


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTendência éuma direção ouseqüência deeventos queocorre emalgum momentoe prometedurabilidade.POPCORN, F. OrelatórioPopcorn. Rio deJaneiro:Campus, 1995O Clube Mediterranée surgiu para atender àsnecessidades das pessoas por férias exóticas; o MP3Player foi cria<strong>do</strong> para pessoas ativas que desejavamouvir música de forma privada; a Federal Expresssurgiu para atender à necessidade de entrega deencomendas no dia seguinte; a figura <strong>do</strong> personaltrainer surgiu para atender à necessidade das pessoasde se exercitarem sem ter que se deslocar a umaacademia de ginástica.Oportunidades são também encontradas pela identificação detendências. Por exemplo, uma tendência importante é o “aumento da participaçãodas mulheres no merca<strong>do</strong> de trabalho”. Essa tendência tem implicações profundasno crescimento econômico, na vida familiar, na vida empresarial, no poder políticoe em preferências por bens e serviços.É importante fazer uma distinção entre moda, tendência e megatendência.A moda é imprevisível, de vida curta e não tem significa<strong>do</strong> social, econômico epolítico. Por outro la<strong>do</strong>, as tendências são mais previsíveis e duráveis. Umatendência revela a configuração <strong>do</strong> futuro.Veja, para a futurista de Empreendenópolis Faith Popcorn umatendência tem longevidade, é observável por meio de diversos merca<strong>do</strong>s eatividades de consumo e consistente em relação a outros indica<strong>do</strong>res significativosque ocorrem ou emergem <strong>ao</strong> mesmo tempo. Faith identificou dez grandestendências e suas implicações para a tomada de decisão nos negócios. Vamosconhecê-las agora:Retorno às origensÉ o impulso para uma pessoa mudar de vida, buscan<strong>do</strong>uma carreira mais lenta, embora mais compensa<strong>do</strong>ra. Émanifesta<strong>do</strong> por pessoas que repentinamente perdemseus agita<strong>do</strong>s empregos urbanos e mudam-se para umapequena cidade para dirigir um pequeno jornal, umpequeno hotel ou associam-se a um conjunto musical.Eles acham que o estresse da vida moderna em escritóriosnão vale a pena. Há um retorno nostálgico <strong>ao</strong>s valoresdas pequenas cidades com ar puro, escolas seguras evizinhos de linguajar simples.78


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosÉ o impulso para a busca da vida interior, quan<strong>do</strong> osvalores exteriores tornam-se difíceis e raros. A maioriadas pessoas está transforman<strong>do</strong> suas casas em ninhos.Elas estão se tornan<strong>do</strong> “escravas <strong>do</strong> divã”, fanáticas porentretenimentos on-line, consumi<strong>do</strong>ras compulsivas delojas e supermerca<strong>do</strong>s virtuais, entre outras comodidadesadvindas da Internet. Além desta comodidade, o aumentoda criminalidade nos centros urbanos, furtos e outrosproblemas sociais têm incentiva<strong>do</strong>s as pessoas a, cadavez mais, se enclausurarem em suas habitações rodeadaspor grades, cães de guarda e seguranças. Aautopreservação é o tema <strong>do</strong>minante.EncasulamentoRetardamento <strong>do</strong>envelhecimentoÉ a tendência de alguém reagir <strong>ao</strong> envelhecimento esentir-se mais jovem. As pessoas mais velhas estãogastan<strong>do</strong> mais em roupas jovens, coloração de cabelo ecirurgia plástica. Estão engajadas em comportamentosmais joviais e propensas a agir de maneira nãoconvencionalà sua faixa etária. Compram brinque<strong>do</strong>sde adultos, freqüentam academias de ginástica, retornamàs universidades, inscrevem-se em programas de fériascom aventura.É o desejo de as pessoas desenvolverem umaindividualidade que permite que sejam vistas e tratadasde maneira diferente. Não se trata de egomania, massimplesmente <strong>do</strong> desejo de alguém se individualizar porintermédio de posses e experiências. O egotismo forneceàs empresas uma oportunidade competitiva de serembem-sucedidas <strong>ao</strong> oferecer bens, serviços e experiênciaspersonalizadas.Egotismo79


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFuga da rotinaAtende <strong>ao</strong> crescimento das necessidades das pessoas porfugas emocionais para compensar suas rotinas diárias.As pessoas buscam novas aventuras e atividades para fugir<strong>do</strong> estresse, tais como viagens exóticas, novos saboresde comida, esportes radicais, entre outras. Para asempresas, trata-se de uma oportunidade para criar novosprodutos e serviços que emocionem as pessoas, queproporcionem um momento mágico e único na vida delas.É o esta<strong>do</strong> desespera<strong>do</strong> das pessoas que devem exercermuitos papéis e responsabilidades. Essas pessoas sentemque o tempo é curto e tentam resolver esse problemafazen<strong>do</strong> uso da Internet, <strong>do</strong> telefone, de restaurantesfast food, de comida congelada, entre outros produtos eserviços que facilitem e agilizem sua vida. As empresas,atualmente, estão atenden<strong>do</strong> a essas necessidades crian<strong>do</strong>empreendimentos de marketing conglomera<strong>do</strong>s. Estesconsistem em estabelecimentos comerciais que oferecemsupermerca<strong>do</strong>, lavanderia, academia de ginástica, correio,caixa eletrônico, entre outros serviços que proporcionamfacilidade e economia de tempo.99 vidasBusca de pequenasindulgênciasDescreve a ação de consumi<strong>do</strong>res que enfrentam dilemasemocionais ocasionais. Eles podem não ter dinheiro paracomprar uma carro Honda, mas têm condições deadquirir uma moto Honda. Podem alimentar-seregradamente durante uma semana e, depois, premiarsecom meio quilo de sorvete especial. Seu desejo deduas semanas de férias na Europa é substituí<strong>do</strong> por cincodias de descanso no sul da Bahia. As empresas devemestar conscientes das privações sentidas por muitosconsumi<strong>do</strong>res e das oportunidades de oferecer-lhespequenas indulgências como compensação emocional.80


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosSOS (Guardiões daSociedade)Trata-se de um crescente número de pessoaspreocupadas em tornar a sociedade mais responsávelem torno de três variáveis críticas: ambiente, educaçãoe ética. Incentivos governamentais e fiscais, além de leis,estão sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s para empresas que buscam meiosde fabricar seus produtos sem agredir o meio ambiente,que elaboram projetos sociais em prol da igualdade e dajustiça, enfim, que buscam o desenvolvimentosustentável. A empresa e a comunidade estão seagrupan<strong>do</strong> para discutir e promover projetos quetornem o mun<strong>do</strong> mais humano e igualitário.Diz respeito às pessoas que se esforçam para viver mais eem melhores condições de vida. Com a difusão dasinformações pelas redes de internet de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, aspessoas estão se conscientizan<strong>do</strong> que seus estilos de vidapodem comprometer sua saúde e qualidade de vida nofuturo. Assim, estas pessoas buscam ter uma vida maissaudável, evitan<strong>do</strong> o cigarro, o ar poluí<strong>do</strong>, o consumo dedrogas e álcool etc. Além disso, não é raro encontrar pessoasque deixam bons empregos nas grandes cidades em buscade locais que ofereçam melhor qualidade de vida etranqüilidade, apesar de oferecerem salários mais baixos.As empresas, cientes dessa tendência, estão, cada vez mais,desenvolven<strong>do</strong> novos produtos e serviços mais saudáveis<strong>ao</strong>s consumi<strong>do</strong>res. Nota-se que, as pessoas pagam mais porprodutos e serviços dessa categoria.Manter-se vivoConsumi<strong>do</strong>rvigilanteÉ aquele que não está toleran<strong>do</strong> produtos de máqualidade e serviços inadequa<strong>do</strong>s. Deseja que asempresas sejam mais humanas e que assumam suasresponsabilidades receben<strong>do</strong> devolução <strong>do</strong>s produtosnão aceitos pelos consumi<strong>do</strong>res e devolven<strong>do</strong>integralmente o dinheiro pago. As empresas devemestar conscientes da necessidade de oferecer padrõesmais humanos nos bens e serviços que fornecem.81


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoJohn Naisbittpublicou olivro Para<strong>do</strong>xoglobal. Rio dejaneiro:Campus, 1994,juntamentecomABURDENE, P.publicaram aMegatrends2000. SãoPaulo: Amana-Key, 1990.E a megatendência, não vaiser fala<strong>do</strong> sobre isso?Bem lembra<strong>do</strong>! Outro futurista, muito conheci<strong>do</strong> é John Naisbitt, eleprefere falar sobre megatendências, que são as “grandes mudanças sociais,econômicas, políticas e tecnológicas de desenvolvimento lento que, apósimplantadas, exercem influências durante algum tempo sobre a vida das pessoas– entre sete e dez anos, ou mais”. Em 1982, Naisbitt listou as dez megatendênciasmais importantes em seu livro, que levou o mesmo nome: Sociedade industrial Sociedade da informaçãoA economia está passan<strong>do</strong> por uma “megatransformação”, de sociedadeindustrial para sociedade baseada na informação. Tecnologia forçada High tech/High touchÀ medida que a tecnologia se desenvolve, existirá a necessidade defornecer produtos com características que se ajustem plenamente <strong>ao</strong>s desejos<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res. Economia nacional Economia mundialAs economias nacionais estão sen<strong>do</strong> crescentemente afetadas pelainterdependência global. Curto prazo Longo prazoAs empresas começarão a pensar mais nas implicações em longo prazode suas decisões em curto prazo.82


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócios Centralização DescentralizaçãoAs empresas estão crescentemente descentralizan<strong>do</strong> o poder e a iniciativa. Ajuda institucional Auto-ajudaHá ênfase crescente em autoconfiança, em vez de dependênciainstitucional. Democracia representativa Democracia participativaTrabalha<strong>do</strong>res e consumi<strong>do</strong>res estão ten<strong>do</strong> mais voz no governo, nasempresas e no merca<strong>do</strong>. Hierarquias RedesO computa<strong>do</strong>r está tornan<strong>do</strong>s possível o compartilhamento de idéiaspor meio de redes, em vez da a<strong>do</strong>ção de linhas hierárquicas de comunicação. Norte SulNo caso <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, as pessoas estão mostran<strong>do</strong> preferênciaem mudar-se <strong>do</strong> norte e nordeste para o sul e sudeste. No Brasil também existemregiões e esta<strong>do</strong>s mais procura<strong>do</strong>s para investir ou morar, em função decaracterísticas favoráveis apresentadas. Duas opções Múltiplas opçõesAs pessoas estão exigin<strong>do</strong> variedade, em vez de “um tamanho padrãopara to<strong>do</strong>s”.Em seu outro livro, Megatrends 2000, Naisbitt descreveu dez novastendências de negócios no mun<strong>do</strong>.83


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO fenômenotorna-se viável àmedida quecresce o livrecomércio entreas nações. Ospaíses <strong>do</strong> ConeSul criaram oMercosul; oCanadá, osEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>se o Méxicoconstituem oNAFTA; aEuropa estáunificada;Austrália eNova Zelândiafazem acor<strong>do</strong>sde livrecomércio.Enfim,osmerca<strong>do</strong>s seunificam cadavez mais.O CentroGeorgesPompi<strong>do</strong>u, ummuseu de artemoderna emParis, é omonumentomais visita<strong>do</strong> <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, porcerca de 8milhões depessoas/ano, o<strong>do</strong>bro da TorreEiffel, osegun<strong>do</strong> maisvisita<strong>do</strong>. Nosúltimos anos, oJapão construiumais de 200novos museus,e a Alemanha,mais de 300.Crescimento marcante daeconomia global <strong>do</strong>s anos 90Não é mais possível, hoje, falar sobre economia brasileira, americana,européia ou japonesa, tal é o grau de conexão existente entre as economias.Não se trata de considerar o aumento <strong>do</strong> comércio entre os diversos países <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, mas a formação de uma economia única, um merca<strong>do</strong> único. Dessemo<strong>do</strong>, o futuro negócio de um empreende<strong>do</strong>r não concorrerá apenas com asempresas <strong>do</strong> seu bairro, cidade ou esta<strong>do</strong>, mas com empresas de todas as partes<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Uma aliança importante entre as telecomunicações e a economia permiteque um indivíduo, no interior de um esta<strong>do</strong> brasileiro, seja capaz de fecharnegócios numa outra parte <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> enviar voz, da<strong>do</strong>s, textos ouimagens instantâneas.Renascimento das artesAs pessoas têm demonstra<strong>do</strong> interesse em investir seu tempo, dinheiroe lazer em arte. Tu<strong>do</strong> o que se relaciona às artes, tanto visuais quanto comocênicas, tem futuro garanti<strong>do</strong>. Aumenta no mun<strong>do</strong> a visita <strong>ao</strong>s museus. Só nosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s o número de pessoas que visitam museus subiu de 200 paramais de 500 milhões.Outro merca<strong>do</strong> em franca expansão é o <strong>do</strong>s best sellers. Nos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, o merca<strong>do</strong> de livros é algo em torno de US$ 15 bilhões.Os leilões de obras de arte também arrecadam milhões. As duas principaisgalerias da Inglaterra faturam algo em torno de US$ 4 bilhões por ano. As artessão tão importantes naquele país que o merca<strong>do</strong> anual gira em torno de US$ 17bilhões.O principal financia<strong>do</strong>r da cultura será a iniciativa privada,que tende a trocar o investimento em esportes peloinvestimento em artes.84


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosSurgimento <strong>do</strong> socialismo demerca<strong>do</strong> livreMuitas foram as transformações verificadas nos países socialistas <strong>ao</strong> longo<strong>do</strong>s últimos anos. Poucas foram tão importantes quanto a transformação desuas economias. Nenhum país, na era em que a economia mundial se unifica,consegue permanecer com sua economia fechada. As economias de merca<strong>do</strong>se mostraram mais aptas a enfrentar as mudanças aceleradas <strong>do</strong>s novos temposcom seu modelo notadamente empreende<strong>do</strong>r.A economia baseada na informação desloca o foco das atenções <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> para o indivíduo, que teve seu poder fortaleci<strong>do</strong>. Em to<strong>do</strong>s os países <strong>do</strong>bloco socialista foram aprovadas leis que permitem constituir empresa individualem algumas profissões. O resulta<strong>do</strong> foi o aparecimento de milhões deempreende<strong>do</strong>res. Na verdade, os países socialistas estão abrin<strong>do</strong> mão <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio<strong>do</strong>s meios de produção, ou seja, estão transferin<strong>do</strong> seu controle para mãosprivadas.A transformação econômica <strong>do</strong>s países socialistas permitiu uma sériede novas oportunidades de negócios, dentre as quais destacamos:•••Possibilidade de venda de to<strong>do</strong>s os tipos de produtos e serviços.Estabelecimento de parcerias.Aproveitamento de tecnologia desenvolvida nesses países.Estilos de vida globais enacionalismo culturalEm função <strong>do</strong> crescimento da economia global, das viagens constantes<strong>do</strong>s indivíduos pelo mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> intercâmbio entre países, você pode notar traçosde consumo comuns entre os cidadãos de diferentes países. Por exemplo:No Brasil, as pessoas vestem as mesmas marcas de roupa consumidas nospaíses europeus, ou no Japão; dirigem carros japoneses, alemães, americanos;alimentam-se das mais diversas culinárias internacionais, como em to<strong>do</strong>s osoutros países. (Marcas como IBM, Canon, Sony, Porsche, Fiat, Nestlé, GAP,Armani são conhecidas no mun<strong>do</strong> inteiro e fazem parte <strong>do</strong> cotidiano daspessoas).85


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVocê pode observar que no Brasil, em alguns casos, é mais barato fazeruma viagem internacional <strong>do</strong> que passar férias no Nordeste ou no Norte <strong>do</strong> País.A classe média está muito mais habituada a viajar, coisa que no passa<strong>do</strong> eraprivilégio das classes mais favorecidas.Os preços das merca<strong>do</strong>rias tendem a ser globais, ou seja, o mesmopreço em to<strong>do</strong>s os países. Você pode comprar produtos em várias partes <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, sem variações no preço. Outra tendência que se mantém forte é o inglêscomo linguagem universal.Exemplo:A maioria das informações no mun<strong>do</strong> (cerca de 80%) estáarmazenada nos computa<strong>do</strong>res em inglês. Aproximadamente 400milhões de pessoas têm o inglês como língua nativa e outros 400milhões como segunda língua. Só na China, 250 milhões depessoas estudam inglês.Algumas oportunidades de negócios decorrentes <strong>do</strong> estilo de vidainternacional são:Os executivosdas antigasempresasestatais são osmaioresentusiastasdessa tendência,pois seperceberamlivres <strong>do</strong>controle <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> que, namaioria dasvezes, sódificultava suasações, além dehaver ingerênciapolíticaconstante.•••••••Comércio de roupas importadas.Comércio de artigos importa<strong>do</strong>s.Restaurantes típicos de diversos países.Lojas de fast food.PrivatizaçãoFabricação e comercialização de marcas internacionais da moda.Cursos de inglês, intercâmbios de jovens, de executivos e deterceira idade.Agências de turismo.Incentiva<strong>do</strong>s pelo modelo inglês, mais de 100 países iniciaram processosde privatização de empresas estatais. Nessa mudança, a maioria <strong>do</strong>s funcionáriosdas empresas públicas se tornou acionista de suas empresas, democratizan<strong>do</strong> ocapital de muitas delas.As privatizações são de toda ordem. Na Inglaterra, aeroportos, empresasde telecomunicações, gás e centenas de outras empresas foram privatizadas.86


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosNo Brasil, siderúrgicas, petroquímicas, empresas de telecomunicações euma série enorme de empresas. Na Nigéria, os bancos, segura<strong>do</strong>ras, cervejarias eas empresas de eletricidade. No Paquistão, moinhos rurais. No México, hotéis,fábricas de automóveis e muitas outras empresas.A ordem é concentrar as atividades <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos setores em que suaatuação é fundamental e deixar as atividades de produção nas mãos da iniciativaprivada, isto é, <strong>do</strong>s indivíduos. Essa tendência fortalece o papel <strong>do</strong> indivíduo nassociedades modernas, pois transfere para eles o poder concentra<strong>do</strong> nas mãos <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. De serviços nacionais de saúde para opções privadas; da regulamentaçãoexagerada <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> para o livre merca<strong>do</strong>; <strong>do</strong> coletivismo para o individualismo;<strong>do</strong> monopólio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para a iniciativa privada; <strong>do</strong> controle <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> sobreo capital das estatais para as ações nas mãos <strong>do</strong>s funcionários. Realmente sãomudanças profundas.A onda das privatizações também gera uma série de oportunidades denegócios:••••••Aquisição de ações de empresas estatais à venda.Prestação de serviços de toda natureza, em setores antesestatiza<strong>do</strong>s.Consultoria em processos de privatização.Consultoria em investimentos em setores a seremprivatiza<strong>do</strong>s.Treinamento e requalificação de pessoal.Cursos de empreende<strong>do</strong>rismo.Ascensão <strong>do</strong>s países daCosta <strong>do</strong> PacíficoCom o descobrimento das Américas, o centro comercial <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>migrou <strong>do</strong> Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. Agora, segue em direção<strong>ao</strong> Oceano Pacífico, com o Japão, China e os Tigres Asiáticos.As influências ocidentais nessas culturas, e vice-versa, são evidentes novestuário, nas artes e na comida.Algumas oportunidades têm surgi<strong>do</strong>:Neles seconcentrametade dapopulaçãomundial. Nesteséculo XXIespera-se que<strong>do</strong>is terços dapopulação <strong>do</strong>globo estejamnessa região.Hoje representaum merca<strong>do</strong> deUS$ 3 trilhões,que cresce US$3 bilhões porsemana.87


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo•••Importação e comércio de produtos fabrica<strong>do</strong>s nessespaíses – a maioria eletrônicos.Exportação de bens e serviços, inclusive alimentos.Parcerias na abertura de empresas no Brasil.Década das mulheres na liderançaSerá que as mulheres estãoassumin<strong>do</strong> a liderança nomun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios?As mulheresmostram-semuito maispreparadas paraexercerem aliderançademocrática,uma vez que nãoforamimpregnadaspelo estiloautocrático degerência, comoos homens. Omotivo é que notrabalho familiarsua postura erasempre de apoio,de solução deproblemas e defacilitação, o queas tornou maisaptas para osnovos modelosde convivênciagerencial.88Sim! Sen<strong>do</strong> notória a sua participação na vida econômica mundial emquase to<strong>do</strong>s os setores, destacan<strong>do</strong>-se no papel de grandes empreende<strong>do</strong>ras.Essa tendência verifica-se, de forma geral, no mun<strong>do</strong>.Comprovan<strong>do</strong> essa afirmativa, registrou-se, por meiode estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela GEM - GlobalEntrepreneurship Monitor em 2004, que as mulheresjá representam 45% <strong>do</strong>s negócios no mun<strong>do</strong>.A participação das mulheres tem aumenta<strong>do</strong> pois, atualmente, o estilogerencial pre<strong>do</strong>minante diz respeito à liderança democrática, cuja finalidade éfazer com que os emprega<strong>do</strong>s dêem o melhor de si, sintam-se co-responsáveispelos resulta<strong>do</strong>s, por meio de uma participação ativa. Essa visão gerencial seopõe <strong>ao</strong> modelo tradicional (gerência autocrática), caracteriza<strong>do</strong> pelo controle edecisões centralizadas.Os modelos militares de gerência, <strong>do</strong>s quais muitos homens retiraramseu estilo, pregam o controle pela autoridade, enquanto a estratégia usada pelaliderança democrática baseia-se na lealdade, no comprometimento e no respeito<strong>ao</strong>s indivíduos.


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosOutra característica importante é a possibilidade de as pessoas realizaremseu trabalho em casa, favorecen<strong>do</strong> ainda mais as mulheres, que podem conciliaro seu trabalho com o cuida<strong>do</strong> da família. Por exemplo, elas produzem com seuscomputa<strong>do</strong>res em suas próprias casas e remetem os resulta<strong>do</strong>s pela rede.O novo posicionamento social e econômico da mulher trouxe boasoportunidades de negócios:••••••Lojas de comida congelada e semipronta.Oferta de serviços caseiros de toda a espécie: limpeza, conservação,bufês, organização, transporte escolar, entre outros.Creches e to<strong>do</strong> tipo de estabelecimento esportivo, cultural,educativo e ocupacional para crianças.Produção e comércio de produtos sofistica<strong>do</strong>s de uso da mulherprofissional e executiva.Lojas de presentes para homens.Serviços de entrega de produtos e atendimento em <strong>do</strong>micílio.Era da biologiaDiretamente ligada à Biologia, a Biotecnologia pode resolver um <strong>do</strong>sgrandes problemas da humanidade: a fome. O desenvolvimento dessa ciênciavem possibilitan<strong>do</strong> colheitas mais fartas, com cereais mais produtivos e resistentesa pragas. O aumento <strong>do</strong> teor protéico <strong>do</strong>s grãos e a aceleração <strong>do</strong> crescimento<strong>do</strong>s peixes, aves e bovinos são apenas outras de suas aplicações. Entretanto,vários grupos ecológicos se mostram cautelosos e questionam a ética de sealterarem elementos da natureza.Realmente, como se pode ter certezade que as alterações nos genes dedetermina<strong>do</strong>s organismos nãocausarão um desastre ecológico?89


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPois é, hoje não poderei responder esta pergunta <strong>do</strong> Tom. O que possoafirmar é que não é mais possível ignorar a Biotecnologia. Ela está em toda aparte. A responsabilidade pelo que está acontecen<strong>do</strong> é de to<strong>do</strong>s nós. Em si, atecnologia não é boa nem má, o que parece relevante é o uso que é feito dela.Portanto, as sociedades devem se resguardar contra os abusos eventualmentepratica<strong>do</strong>s.A decifração <strong>do</strong> código genético é, sem dúvida, um <strong>do</strong>s maiores avançosda Biologia. Milhares de empresas de pesquisa em Biotecnologia estão sen<strong>do</strong>criadas no mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, e poucas delas estão falin<strong>do</strong>, ou seja, o negócio é altamenterentável, embora seus custos sejam muito altos.Entretanto, o que se observa é que muitas outras oportunidades decorrem<strong>do</strong>s avanços na Biotecnologia:•••••••Consultoria em Biotecnologia animal ou vegetal.Produção de sementes de cereais, hortaliças etc.Produção de matrizes de ga<strong>do</strong>.Produção de hormônios diversos.Produção farmacêutica.Empresas de inseminação artificial e de produção de sêmen.Pesquisas genéticas, inclusive a clonagem.Renovação religiosa <strong>do</strong>novo milênioEmbala<strong>do</strong> pela mudança de século, o mun<strong>do</strong> verifica uma volta <strong>do</strong>indivíduo à religião. Duas vertentes religiosas arrebanham fiéis das religiõestradicionais: os fundamentalistas e o movimento New Age. Os primeiros utilizama televisão para conquistar adeptos e administram suas atividades de formaempresarial. Já o New Age explora crenças orientais, a transcendência e areencarnação.Até mesmo os tradicionais católicos já se rendem <strong>ao</strong>s novos tempos,buscan<strong>do</strong> uma nova linguagem e uma postura mais próxima a <strong>do</strong>s jovens, paraque eles voltem a freqüentar as igrejas e compartilhem <strong>do</strong>s produtos gera<strong>do</strong>spor esse novo despertar.90


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosA força que as religiões estão adquirin<strong>do</strong> abre novas oportunidades:•••••Produção de livros, discos e fitas.Livrarias especializadas.Lojas de artigos religiosos.Palestras, cursos e seminários de iniciação esotérica.Palestras, livros e encontros sobre temas apocalípticos.Triunfo <strong>do</strong> indivíduoO mun<strong>do</strong> está reconhecen<strong>do</strong> a supremacia <strong>do</strong> indivíduo sobre o coletivo.O indivíduo se torna o alicerce da sociedade. Chega-se à conclusão de que não émais possível obter a consciência coletiva sem, primeiro, desenvolver to<strong>do</strong> opotencial <strong>do</strong> indivíduo.Essa nova tendência acontece <strong>ao</strong> mesmo tempo em que se caminhapara a globalização, o que se constitui no Para<strong>do</strong>xo Global, descrito por Naisbitt(1994). Ela demonstra que o indivíduo tem agora o controle daquilo que vê eouve, o que explica a explosão de consumo <strong>do</strong>s DVD´s, MP3 Player e telefonescelulares.As redes de informações permitem identificar as tendências econômicasmundiais bem como a oferta de bens e serviços de alta tecnologia, permitin<strong>do</strong>uma simbiose entre a pesquisa, o desenvolvimento e a produção comercial. Sãoas megatendências mostran<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o seu potencial.As novas comunidades eletrônicas irão mudar o mun<strong>do</strong> por completo,pois os indivíduos, não importan<strong>do</strong> onde estejam e nem que trabalho façam, seligarão <strong>ao</strong> merca<strong>do</strong> de consumo de forma impressionante.Com tu<strong>do</strong> isso, o consumi<strong>do</strong>r virou figura central. As filosofias modernasde gestão focam a gestão pela voz <strong>do</strong> cliente. “Satisfazer” e “encantar” os clientessão elementos que devem estar em sintonia com as ações das empresas, senão oconsumi<strong>do</strong>r simplesmente muda de fornece<strong>do</strong>r. Por isso, a personalização daprodução (customização) tem si<strong>do</strong> a estratégia de quem realmente está por dentro<strong>do</strong> que hoje acontece no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios.Logicamente, grandes oportunidades estão ligadas à supremacia <strong>do</strong>indivíduo:O indivíduo seliga, também, auma redeglobal. Comseuscomputa<strong>do</strong>res,os indivíduos eas empresaspodem teracesso a redesmundiais deinformação, asmais diversaspossíveis,poden<strong>do</strong>transferir voz,da<strong>do</strong>s, imagens,informaçõessobre produtos,serviços outecnologias.De artistas aengenheiros, devende<strong>do</strong>res detítulos atradutores, deescritores acompositores,to<strong>do</strong>s poderãoenviar oresulta<strong>do</strong> de seutrabalho <strong>ao</strong>sclientes, estejamonde estiverem.91


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo•••••••••Produção de softwares que facilitam as transações via computa<strong>do</strong>r.Produção de softwares e hardwares para redes.Consultoria em novos modelos de gestão.Consultoria em recursos humanos.Consultoria em informática.Consultoria em produção personalizada.Fabricação e venda de telefones, palm top, computa<strong>do</strong>res pessoais, entreoutros.Fabricação e comercialização de produtos e serviços personaliza<strong>do</strong>s.Consultoria em treinamento empresarial em to<strong>do</strong>s os setores.Você pode observar que enquanto as tendências de Popcorn são maispsicológicas e orientadas para a disposição das pessoas, as megatendências deNaisbitt são mais de escopo societal.E sobre o Brasil, há pesquisas?Sim! Com relação <strong>ao</strong> comportamento <strong>do</strong>s empresários brasileiros, muitaspesquisas também estão sen<strong>do</strong> realizadas com o intuito de estabelecer os novoscenários no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios.Exemplos:Uma pesquisa realizada pela FEA/USP sobreas tendências para o Brasil em 2010 apontaque nos próximos anos o PIB Brasileiropoderá crescer entre 3% a 5% <strong>ao</strong> ano,enquanto o aumento da população devegirar em torno de 1,5% neste perío<strong>do</strong>.Neste senti<strong>do</strong>, a pesquisa aponta que, para o ano de 2010:92


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de Negócios•••••Haverá uma expansão das pequenas e médias empresas, na opiniãode 75% <strong>do</strong>s empresários entrevista<strong>do</strong>s. Eles acreditam que haverádemanda crescente das corporações por mão-de-obra terceirizada, oque levará à criação de redes de pequenas e médias empresas comoparceiras das grandes.As microempresas (com até nove emprega<strong>do</strong>s) deverão reunir mais de5 milhões de empresas. Em 1996, esse número era de cerca de 3milhões.As empresas de pequeno porte (com 10 a 29 emprega<strong>do</strong>s) deverãocomeçar a década com mais de 300 mil companhias.As empresas médias (de 30 a 99 emprega<strong>do</strong>s) representarão mais de60 milAs pequenas e médias organizações terão papel preponderante nageração de empregos.No que tange às tendências para as organizações no ano de 2010, a mesmapesquisa identificou algumas que merecem um olho clínico por parte <strong>do</strong> candidatoa empreende<strong>do</strong>r:•••••••A empresa <strong>do</strong> futuro deverá estar mais adaptada <strong>ao</strong>s desejos dasociedade, devi<strong>do</strong> à sua capacidade de transformação e adaptação.A empresa tende a ser mais ágil, criativa, menos hierarquizada e commaior interação.As pequenas e médias empresas deverão investir em pesquisa edesenvolvimento (P&D).As estratégias utilizadas para as grandes empresas serão: a atuaçãointernacional, a integração eletrônica e a capacidade de atrair e retertalentos.As micro e pequenas empresas irão se diferenciar pela rápida tomadade decisão e pelo atendimento personaliza<strong>do</strong>.Os nichos de merca<strong>do</strong> tenderão a ser cada vez menoresAs grandes empresas devem agir como as pequenas organizações noque tange à agilidade nas decisões, capacidade de inovação eatendimento de nichos de merca<strong>do</strong>. Estas tenderão a atuar compequenas unidades de negócio.93


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo••••••Os parques temáticos e de lazer serão os principais catalisa<strong>do</strong>res de lazer fora de casa, <strong>ao</strong>la<strong>do</strong> das festas regionais.Os produtos regionais terão merca<strong>do</strong> garanti<strong>do</strong>, oferecen<strong>do</strong> alternativas <strong>ao</strong> consumi<strong>do</strong>rcom comidas típicas, moda, cosméticos, refrigerantes e cervejarias de fabricação local.Produtos personaliza<strong>do</strong>s despertarão interesse nas classes mais altas.Produtos e serviços especiais para terceira idade terão uma clientela certa.A falta de tempo, o trânsito e o acúmulo de atividades abrirão cada vez mais espaço paraserviços de entrega de merca<strong>do</strong>rias diversas.O consumi<strong>do</strong>r ganhará cada vez mais atenção nas estratégias empresariais.Uma outra pesquisa, Tendências <strong>do</strong> Comportamento <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r,realizada pela Cintra Leite Consultores/Horwath Franchise Services, nos dá umpanorama geral <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s novos consumi<strong>do</strong>res brasileiros para opróximo milênio.CasuloCom a insegurança das grandes cidades, ascasas serão equipadas para um convívio cadavez mais <strong>do</strong>méstico. As vendas deequipamentos de imagem e som crescerão, eos negócios via Internet explodirão.Levas de descontentes largarão empregosestáveis, investirão em hobbies e seguirão par<strong>ao</strong> interior, incrementan<strong>do</strong> os segmentos dejardinagem e roupas esportivas.AventureiroVolta <strong>ao</strong> passa<strong>do</strong>Saudades <strong>do</strong> que era bom. Seria<strong>do</strong>s ingênuoscomo Lucy, Zorro e Batman virarão alvo delicenças, merchandising, produtos de época.A aglutinação de pessoas em torno de um temacrescerá sensivelmente a partir de associaçõesde bairro, clubes, chats na Internet.Formação de clãs94


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosFantasia em açãoTu<strong>do</strong> o que se desejou, e não se fez, terá vez.Em alta estão os negócios que envolverãodesde ingredientes para um jantar exótico atéjogos de computa<strong>do</strong>r.A justificativa “eu mereço” ganhará mais pesona decisão de compra, abrin<strong>do</strong> espaço para oconsumo, independentemente <strong>do</strong> preço.Pequenas indulgênciasAncoragemA busca de uma “âncora” espiritual crescerá(ela já explica as vendas de milhões de livrosde Paulo Coelho e de CDs de cantogregoriano).A massagem <strong>do</strong> ego será muito praticada.Nenhum nicho de merca<strong>do</strong> será pequeno sepersonalizar os serviços, o atendimento e osprodutos.EgonomiaPoder femininoNoventa por cento das decisões de comprade bens de consumo estarão nas mãos dasmulheres. Um enfoque mais feminino tendea ganhar espaço neste século.Executiva, mãe, esposa, mulher sensual. Parapoder assumir to<strong>do</strong>s esses papéis, a mulher teráque contar com facilidades, comoequipamentos multifuncionais.99 vidasAlternativoModerno é viver com mais saúde. Terapiasalternativas, medicina e cosméticos naturaise dietas alimentares serão mais procura<strong>do</strong>s.95


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoConsumi<strong>do</strong>r vigilanteEle pedirá honestidade, melhor atendimento,um canal de comunicação eficaz, produtosque atendam às suas necessidades.Os negócios não serão mais os mesmos. Sinal verdepara franquias e pequenos empreendimentosbasea<strong>do</strong>s no know-how de grandes empresas.Queda de íconesSOS (Salve o social)A preocupação com as questões sociais eecológicas, vida saudável e ética nos negóciosvai aumentar.Basea<strong>do</strong>s nessas pesquisas, os consultores Francisco Guglielme, ManoelMüller e Marcos Gouvêa de Souza relacionaram alguns setores que apresentarãomaior potencial nos próximos anos:•••••••••••••Turismo receptivo em geral, especialmente o popular.Serviços relaciona<strong>do</strong>s à construção civil, com destaque para pré-molda<strong>do</strong>s e sistemasinteligentes de obras.Consultoria e serviços na área de informática.Serviços associa<strong>do</strong>s a idiomas.Serviços complementares liga<strong>do</strong>s à área de telecomunicações.Serviços pessoais, da moda à administração e limpeza <strong>do</strong>méstica, saúde e bem-estar.Serviços de suporte na área de alimentação, como elaboração de menus saudáveis,promoções, sobremesas.Empresas de logística na área de transportes, estocagem e distribuição de merca<strong>do</strong>riasnos grandes centros urbanos.Pesquisas e estratégias para identificar os interesses e necessidades <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.Empresas de delivery.Lojas de conveniência.Serviços de vendas <strong>do</strong>miciliares.Produção de alimentos congela<strong>do</strong>s ou resfria<strong>do</strong>s, seguin<strong>do</strong> menus balancea<strong>do</strong>s.96


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosPuxa! As tendências apresentadasnesta parte da nossa escala foram degrande importância para mim.Que bom Ana! E para você, caro leitor?Bem, agora vamos para a nossa próxima escala, que será o Congresso deEmpreende<strong>do</strong>rismo. Durante a nossa viagem, gostaria de comentar ainda sobrealgumas questões da escala em Empreendenópolis, como:Relembrar com você os principais tópicos aqui discuti<strong>do</strong>s;Sugerir algumas questões para você ir refletin<strong>do</strong> durante nossa viagem;Apresentar alguns nomes, para o caso de você desejar fazer novas viagensposterior a esta, e;Lembrar de to<strong>do</strong>s os estudiosos que contribuíram para que nossa estadaem Empreendenópolis fosse tão proveitosa.Então, vamos lá?97


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDiário de Bor<strong>do</strong>TÓPICOSComo Encontrar Sua IdéiaComo Transformar Sua Idéiaem OportunidadeFontes de Idéias para aCriação de Novos NegóciosTendências Mundiais GeramOportunidades de NegóciosCONSIDERAÇÕESÉ muito importante que, <strong>ao</strong> buscar suaidéia de negócio, você esteja sempre atento<strong>ao</strong> que acontece <strong>ao</strong> seu re<strong>do</strong>r e também arespeito de quais as tendências que estãosurgin<strong>do</strong> neste mun<strong>do</strong> cada vez maisglobaliza<strong>do</strong>. Examine-as procuran<strong>do</strong>identificar potencialidades e deficiências.Esse é o desafio.Para que seja possível transformar umaidéia em oportunidade, é necessário quevocê observe quatro requisitos:Conhecimentos e habilidades; motivaçãoe prazer; capital inicial; e merca<strong>do</strong>.Os processos mais comuns de identificaçãode oportunidades de negócios envolvem:identificação de necessidades; observaçãode deficiências; observação de tendências;derivação da ocupação ocupacional; procurade outras aplicações; exploração de hobbies;lançamento de moda e imitação <strong>do</strong> sucessoalheio.A era da globalização traz mudanças queatingem to<strong>do</strong> o planeta. A partir dessasmudanças, surgem as tendências queinfluenciam o ambiente com o qual asempresas interagem no dia-a-dia. Éfundamental que você acompanhe asnovas necessidades <strong>do</strong>s clientes paraidentificar os melhores empreendimentos,além de monitorar continuamente asmudanças ambientais.98


Escala II - Como Identificar Novas Oportunidades de NegóciosAtividades de <strong>Viagem</strong>1 “O processo de geração de idéias não precisa ser estimula<strong>do</strong>, pois eleé automático”. Você concorda ou discorda? Por quê?2 Por que dizemos que uma oportunidade deve estar ancorada nasnecessidades <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e numa situação de merca<strong>do</strong>favorável?3 “A criatividade pode ser estimulada e fortalecida por meio de técnicase exercícios”. Essa afirmativa é falsa ou verdadeira? Por quê?4 Qual o papel que a pesquisa de merca<strong>do</strong> desempenha para o sucessode um empreendimento?5 Discorra sobre os requisitos necessários para que uma idéia setransforme em oportunidade de negócio.6 “To<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r bem-sucedi<strong>do</strong> acompanha as mudanças e osciclos de negócios que influenciam sua empresa para aproveitar <strong>ao</strong>máximo o seu potencial”. Por quê?7 “A procura de outras aplicações é um tipo de processo de identificaçãode oportunidades de negócios que busca algum tipo de soluçãotecnológica, merca<strong>do</strong>lógica ou industrial para um produto ou serviçojá existente”. Você concorda ou discorda? Por quê?8 Como as mudanças agrupadas em tendências explicam muito <strong>do</strong>que está ocorren<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios e ajudam a encontraroportunidades de negócios de futuro?9 “Entre as novas forças sociais que geram oportunidades deinvestimento estão o movimento pelo verde e o movimento dasmulheres”. Como podemos comprovar essa afirmativa?10 Você concorda que o pequeno empreende<strong>do</strong>r não precisa sepreocupar com as tendências mundiais, pois seu negócio concorrerásomente no âmbito nacional? Sim ou não? Por quê?99


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFuturos RoteirosEVANS, R.; RUSSELL, P. O empresário criativo. São Paulo: Cultrix, 1989.NAISBITT, J. Para<strong>do</strong>xo global. Rio de janeiro: Campus, 1994.NAISBITT, J.; ABURDENE, P. Megatrends 2000. São Paulo: Amana-Key, 1990.POPCORN, F. O relatório Popcorn. Rio de Janeiro: Campus, 1995.Comandantes de Bor<strong>do</strong>DE BONO, E. Oportunidades. São Paulo: Vértice, 1989.DEGEN, R. O empreende<strong>do</strong>r: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo:McGraw-Hill, 1989.FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DA USP. A Empresa<strong>do</strong> Futuro. Disponível em . Acesso em 14 de setembrode 2005.LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY, J. William.Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.NAISBITT, J. Para<strong>do</strong>xo global. Rio de janeiro: Campus, 1994.PINO, L. J. Encontran<strong>do</strong> seu nicho: um caminho seguro para quem quer abrirseu próprio negócio. São Paulo: Best Seller, 1994.POPCORN, F. O relatório Popcorn. Rio de Janeiro: Campus, 1995.PREDEBON, J. Criatividade: abrin<strong>do</strong> o la<strong>do</strong> inova<strong>do</strong>r da mente. São Paulo:Atlas, 1997.RAY, M.; MYERS, R. Criatividade nos negócios. Rio de Janeiro: Record, 1996.SEBRAE. GEM –Global Entrepreneurship Monitor 2003. Disponível em:. Acesso em 13 de setembro de 2005.100


ESCALA IIICongresso Mundial deEmpreende<strong>do</strong>rismoA Empresa Orientadapara o Cliente101


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteOrientações de <strong>Viagem</strong>Como combinamos, nossa escala agora será no Congresso Mundial deEmpreende<strong>do</strong>rismo. Mas, antes de entrarmos, gostaria de lembrar que já sabemosda importância <strong>do</strong> perfil empreende<strong>do</strong>r e da criatividade para desenvolvermosnegócios bem-sucedi<strong>do</strong>s. Existem, entretanto, outros fatores que devem serconsidera<strong>do</strong>s no desenvolvimento de negócios sustentáveis. Conhecê-los é omotivo desta nossa escala.Puxa, creio que esta etapa é muitoimportante para mim!Iniciaremos dizen<strong>do</strong> que o cliente é a principal razão da existência deuma organização e, por conseguinte, <strong>do</strong> seu sucesso. Por isso, é fundamental queo empreende<strong>do</strong>r se aproxime <strong>do</strong>s clientes com o objetivo de conhecer suasnecessidades e expectativas. Ele tem que buscar respostas para algumas questõescomo: Quem são meus clientes? O que esses clientes esperam <strong>do</strong> meu produtoou serviço? Que preço estão dispostos a pagar? Que níveis de qualidade elesexigem?Às vezes, o empreende<strong>do</strong>r concentra-se em determinar como vai produzirou realizar seu serviço da melhor forma, basea<strong>do</strong> na idéia de que, se o produto ébom ou o serviço é o melhor, com certeza irá conquistar os clientes. Infelizmentenão é assim que acontece na realidade. Antes de definir como serão os processosde produção, o empreende<strong>do</strong>r precisa identificar o que será produzi<strong>do</strong> combase no que os clientes desejam.Isso significa se aproximar <strong>do</strong>s clientes e falar a sua língua para identificaros seus valores ou critérios, saber como eles decidem comprar ou consumir algumacoisa. Imagine os resulta<strong>do</strong>s de abrir, por exemplo, uma lanchonete sofisticada,com um ótimo atendimento, em um local onde as pessoas preferem freqüentarum botequim?O sucesso da atuação da empresa no merca<strong>do</strong> depende de como osclientes reagem às ações desenvolvidas pela empresa, por meio <strong>do</strong>s seus produtose serviços.Por isso, agora, vamos in<strong>do</strong> que a palestra sobre os pontos fundamentaisdas relações cliente–empresa já vai começar. Você vai ver que existem váriosmeios para garantir que essa relação seja positiva para os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s.103


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAs Relações com os ClientesSejam bem-vin<strong>do</strong>s! Estarei apresentan<strong>do</strong> a vocês algunsaspectos que considero relevantes para empresasorientadas para o cliente. Fiquem à vontade paraquestionarem ou opinarem durante a palestra.Vejam, a base das relações empresa–cliente é o processo de compra, quetem início antes <strong>do</strong> primeiro contato e continua após a entrega <strong>do</strong> produto ourealização <strong>do</strong> serviço. Esse processo de compra envolve <strong>do</strong>is personagensprincipais: o cliente, que adquire um produto ou utiliza um serviço, e o fornece<strong>do</strong>r,que produz o produto ou presta o serviço.Muitas vezes, porém, uma decisão de compra não fica restrita à relaçãocliente–fornece<strong>do</strong>r: em muitos casos, quem vai consumir efetivamente o produtonão é quem decide sobre a compra. Um exemplo disso é a educação infantil,onde quem avalia as instalações e práticas pedagógicas e toma a decisão são ospais. Além disso, mesmo quan<strong>do</strong> a decisão de compra é tomada por quem vaiconsumir o produto, existe a possibilidade de outras pessoas darem sua opiniãoe influenciarem na decisão.Nesse senti<strong>do</strong>, é muito importante identificar os fatores, internos eexternos, que contribuem para o sucesso nas relações da empresa com o merca<strong>do</strong>.O grande desafio é conciliar os produtose serviços, o processo de produção e asnecessidades e expectativas <strong>do</strong>s clientes,buscan<strong>do</strong> entender o processo de decisãode compra através <strong>do</strong>s olhos <strong>do</strong> cliente.104


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteComo Acontece o Processo deDecisão de CompraBem, agora vamos ver como acontece o processo de decisão de compra.Normalmente, um processo de decisão de compra envolve cinco estágios: Identificação das necessidadesUma necessidade surge a partir <strong>do</strong> momento em que a pessoa percebeuma diferença entre o esta<strong>do</strong> atual e o deseja<strong>do</strong>, ou seja, entre o que ela possui eo que gostaria de possuir. Busca de informaçõesApós identificar ou sentir uma nova necessidade, as pessoas buscamalternativas ou opções de produtos ou serviços capazes de satisfazê-las.são:Onde as pessoas vão procurar essas informações? As principais fontes••••Pessoais – família, amigos, conheci<strong>do</strong>s.Comerciais – propaganda, vende<strong>do</strong>res.Públicas – comunicação de massa, organizações deconsumi<strong>do</strong>res.Experimentais – exame e experiência de usos anteriores. Avaliação das alternativasCom base nas informações obtidas, as pessoas fazem uma análise daquelasalternativas que consideram capazes de satisfazer as suas necessidades de formamais adequada.Nesta fase, podemos dar um “empurrãozinho”,oferecen<strong>do</strong> um benefício adicional, um desconto amais, um brinde, uma vantagem inesperada.105


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoÉ importante termos claro que avaliar um serviço é muito mais difícil <strong>do</strong>que avaliar um produto: este você vê, sente, toca, experimenta. Mas quan<strong>do</strong> setrata de um serviço, não se pode fazer o mesmo.Conforme o tipo de necessidade, a avaliação ocorre de diferentes formase em perío<strong>do</strong>s diferentes. Por exemplo:1. A avaliação baseada em pesquisa pode ser feita antesda compra, enquanto a avaliação baseada naexperiência somente pode ser feita durante o uso ouconsumo;2. a avaliação baseada em credenciais é característica,principalmente, <strong>do</strong>s serviços que não podem ser avalia<strong>do</strong>santes da compra.Vejam como Gianesi ilustra os tipos de avaliação:Figura 1:Como osconsumi<strong>do</strong>resavaliaminformações.Fonte: Gianesi,L. G. N.;Corrêa, H. L.,1996.106 Decisão de compraCom base na avaliação das alternativas, as pessoas formam uma intençãode compra. É nesse momento que se torna fundamental que o seu produto ouserviço apresente um diferencial, aquele “algo mais” capaz de atrair e cativar ocliente. Afinal, ninguém compra um produto unicamente


Escala III - A Empresa Orientada para o Clientepor razões objetivas. As pessoas estão sempre buscan<strong>do</strong> algo além <strong>do</strong> produtoem si. Se não fosse assim, não haveria motivos para a existência de tantos modelose cores diferentes de produtos que possuem a mesma finalidade.Uma decisão de compra pode ser alterada, ainda, por outros <strong>do</strong>is fatores.O primeiro fator está relaciona<strong>do</strong> à atitude de outras pessoas que podem interferirou influenciar a intenção de compra <strong>do</strong> cliente. Esse poder de influência dependede duas condições:••Da força que a outra pessoa emprega com relação à intençãode compra, que pode ser a favor ou contra.Da intensidade de influência que essa pessoa possui.Isso nos mostra o quanto é importante a opinião de um cliente que nãoficou satisfeito com o nosso produto ou serviço, pois ele poderá influenciar aintenção de compra de outros clientes, trazen<strong>do</strong> sérios prejuízos <strong>ao</strong> nosso negócio.O segun<strong>do</strong> fator refere-se a situações não previstas, ou “ruí<strong>do</strong>s”, quepodem influenciar na intenção de compra <strong>do</strong> cliente:••••••Dificuldade de acesso <strong>ao</strong> produto ou serviço.Filas extensas.Excesso de formulários para preencher.Mau atendimento.Ambiente desagradável.Falta de informações sobre o produto ou serviço. Comportamento pós-compraQuanto mais satisfeitos os seus clientes ficarem com o seu produto ouserviço, maior será a probabilidade de que eles comprem de novo.Por exemplo a filosofia de qualidade da Chrysler é :“...produzir carros que as pessoas queiramcomprar, gostem de usar e queiram comprarnovamente”.107


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNão se esqueçade que sempreexistemoportunidadesparademonstrar queos seus clientessãoimportantes eque vocêdesejacontinuarmanten<strong>do</strong>contato.Nesse senti<strong>do</strong>, é importante fazer com que o cliente se sinta valoriza<strong>do</strong>com um telefonema ou com uma carta perguntan<strong>do</strong> a sua opinião sobre aqualidade <strong>do</strong> que foi feito ou adquiri<strong>do</strong>. Também é interessante que você lembreseu nome, envian<strong>do</strong> cartões de aniversário, de boas-festas, ou avisan<strong>do</strong> que éhora de uma revisão ou renovação, no caso de um comércio de automóveis, porexemplo.A satisfação é especialmente importante quan<strong>do</strong> se trata da prestação deserviços, pois a satisfação <strong>do</strong> cliente reduz a sua insegurança, favorecen<strong>do</strong> arepetição da compra. Além disso, <strong>ao</strong> ficar satisfeito, o cliente recomendará oserviço a outras pessoas, reduzin<strong>do</strong> a insegurança percebida por clientes potenciais.É como na sua vida: quan<strong>do</strong> você ficamuito satisfeito com um produto ou serviço,provavelmente vai querer consumi-lonovamente.Por que é tão importante manter os clientesatuais?Vocês sabiam que manter um cliente custa cinco vezes menos <strong>do</strong> queconquistar um cliente novo? Apenas esse da<strong>do</strong> já justifica a importância quevocê precisa dar <strong>ao</strong>s seus clientes, mas ainda existem outras razões:•••Quanto mais os clientes o conhecerem, mais comprarão de você.Quanto melhor você conhecer os seus clientes, melhor poderáatendê-los.Clientes satisfeitos costumam fazer propaganda boca a boca.De forma simplificada, o processo de compra pode ser representa<strong>do</strong>nos estágios que vocês podem ver na figura seguinte:108


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteFigura 2: Oprocesso dedecisão decompra – umavisão geral.Assim, caros participantes deste congresso, os clientes podem serinfluencia<strong>do</strong>s em cada estágio <strong>do</strong> processo de decisão de compra em favor dasua empresa. Em primeiro lugar, as pessoas tomam conhecimento da existência<strong>do</strong> seu produto ou serviço. Depois, reconhecem a necessidade de consumi-lo epodem conversar com pessoas que já usaram o produto ou serviço, ou podemler críticas escritas por especialistas. Podem, também, usar o produto de formaexperimental. Em cada estágio, suas atitudes são modificadas e reformuladas.Após a compra, as atitudes <strong>do</strong>s clientes continuam desenvolven<strong>do</strong>-se àmedida que vão utilizan<strong>do</strong> o produto ou serviço. Eles esperam determina<strong>do</strong>sníveis de desempenho que, se ficarem abaixo de suas expectativas, irão provocaruma atitude negativa em relação àquele produto ou serviço.Em to<strong>do</strong>s esses estágios, os contatos visuais e verbais são muitoimportantes. Por isso você deve esclarecer <strong>ao</strong>s seus funcionários, desde o início,sobre como devem apresentar-se diante <strong>do</strong>s clientes:Usan<strong>do</strong> roupas limpas e discretas, assea<strong>do</strong>s, com boa postura,olhar atento, sorriso aberto e franco, gestos adequa<strong>do</strong>s.109


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoE como devem comunicar-se com eles:Escutá-los com atenção, esclarecer todas as dúvidas, <strong>do</strong>minartodas as informações sobre os produtos e serviços, utilizarvocabulário acessível, não deixá-los esperar, nem mentir.Você já parou para pensar em qual seria a sua reação se, <strong>ao</strong> chegar a umrestaurante, fosse atendi<strong>do</strong> por um garçom com péssima aparência e que, alémdisso, fosse antipático e não soubesse sequer lhe explicar como são feitos ospratos que estão no cardápio?Saben<strong>do</strong> disso, sua empresa pode desenvolver esforços em cada um <strong>do</strong>sestágios para solidificar a relação com seus clientes, esforços estes que vão muitoalém da relação de troca de merca<strong>do</strong>rias ou serviços.O que Influencia as Decisões deCompraConforme nós vimos anteriormente, adecisão de compra pode serinfluenciada por diferentes fatores.Estes fatores podem ser agrupa<strong>do</strong>s emquatro grupos básicos. Vejam:110


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteFatores culturaisSão aqueles valores que estão presentes na vida da pessoa desde a suainfância e que são incorpora<strong>do</strong>s por ela. Estes fatores dependem de questõescomo a nacionalidade, grupo racial, religião e classe social.Alguns produtos e serviços fracassam porque surgem antes que asociedade esteja madura para absorvê-los, outros porque vão contra a cultura<strong>do</strong>minante. Por exemplo:Por isso, é fundamental analisar como se comporta o seu público: étradicional ou inova<strong>do</strong>r? Pertence a algum grupo religioso? Qual a sua classesocial? Saben<strong>do</strong> como pensa e age seu futuro cliente, você poderá atendê-lo commais eficiência.Fatores sociaisO computa<strong>do</strong>r em nossa sociedade se tornou uminstrumento de trabalho essencial, mas se o levássemospara uma tribo remota na África, significaria apenas umobjeto estranho para o qual não teria compra<strong>do</strong>res.Estes fatores relacionam-se <strong>ao</strong>s grupos de referência <strong>do</strong>s seus clientes,ou seja, grupos que direta ou indiretamente influenciam o seu comportamento esuas atitudes. Alguns estu<strong>do</strong>s apontam que os clientes procuram e confiam maisem informações de fontes pessoais <strong>do</strong> que impessoais, quan<strong>do</strong> avaliam serviçosantes da compra, evidencian<strong>do</strong> a importância da comunicação boca a boca naformação das expectativas <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res.Fatores pessoaisOs fatores pessoais podem ser subdividi<strong>do</strong>s em comportamentais (estilode vida e personalidade) e demográficos (idade, ocupação e condição econômica).Estes fatores indicam o que as pessoas pensam e como agem em decorrência desua forma de pensar. Em geral, os fatores comportamentais se misturam com osfatores demográficos, identifican<strong>do</strong> grupos de clientes com padrões comuns decomportamento de compra de produtos e serviços.As barreirasculturais sãoresponsáveis,muitas vezes,pelo fracassode produtos eserviços,porquetransformarhábitos ecostumes não étarefa fácil:envolvemúltiplosfatores sociais,econômicos,tecnológicos epolíticos.A família podeser consideradacomo um <strong>do</strong>smaisimportantesgrupos dereferência nadecisão decompra, atéporque osmembros dafamília podemserconsidera<strong>do</strong>scomo cousuários<strong>do</strong>serviço ouproduto.111


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFatores psicológicosSão quatro os fatores psicológicos que podem influenciar ocomportamento <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r:••••A motivação, que leva um cliente a realizar uma compra,procuran<strong>do</strong> satisfazer a uma determinada necessidade.A percepção, que é maneira como um indivíduo seleciona,organiza e interpreta as informações, crian<strong>do</strong> uma imagem<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.O aprendiza<strong>do</strong>, que mostra a influência das experiênciasanteriores <strong>do</strong> cliente, reforçan<strong>do</strong> ou não suas decisões futuras.As crenças e atitudes, que representam certas noções préconcebidasque os clientes têm sobre algumas coisas.Essas noções podem se referir, por exemplo, <strong>ao</strong> tempo que um clienteestá disposto a esperar por um serviço.Bem, vamos fazer uma pequena pausa e, em seguida, continuaremoscom nossa palestra.E então, caro leitor, o que você achou da primeira parte <strong>do</strong> evento?Hum... depois conversamos, pois o palestrante já está entran<strong>do</strong> novamente.De que Mo<strong>do</strong> os Clientes DefinemQualidadeBem, retoman<strong>do</strong> nossa palestra, vamosagora discutir a percepção que o clientetem sobre a qualidade de um produto.112Vejam a figura que mostra algumas das principais influências que definemas percepções <strong>do</strong>s clientes a respeito da qualidade <strong>do</strong>s produtos e serviços emcada fase <strong>do</strong> processo de compra.


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteANTES NO ATO DEPOISDA COMPRA DA COMPRA DA COMPRANome e imagemda empresaInformações sobreespecificações edesempenhoFacilidade deinstalação e usoExperiência Comentários <strong>do</strong> Atenção <strong>ao</strong>s chama<strong>do</strong>santerior vende<strong>do</strong>r/balconista de consertos e garantiasOpiniões de amigosReputação da empresaPublicações informativasGarantia de reposiçãodas peçasServiço de manutençãoe reparoProgramas deinformaçãoDisponibilidade depeças de reposiçãoEficiência <strong>do</strong>s serviçosConfiabilidadeDivulgação <strong>do</strong> custo- Avaliação <strong>do</strong> preço Avaliação comparativabenefício <strong>do</strong> produto pelo desempenho <strong>do</strong> desempenhoQuadro 1:Fatores queinfluenciam apercepção daqualidade.Fonte: Shapiro,B. P.; Sviokla, S.J., 1994.No entanto, a maioria <strong>do</strong>s clientes não reclama quan<strong>do</strong> fica insatisfeitaem relação <strong>ao</strong>s padrões de qualidade espera<strong>do</strong>s. Eles simplesmente passam afazer suas compras em outro lugar. Por isso, é importante ouvir o que os clientestêm a dizer, mesmo que seja uma reclamação; afinal, o cliente que reclama quercontinuar a fazer negócios com você e supõe que você queira estar a par <strong>do</strong>problema para poder corrigi-lo.Um outro aspecto que indica a importância de ouvir os clientes é que assuas prioridades e percepções também vão sofren<strong>do</strong> modificações <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong>tempo. O cliente de hoje não é o mesmo de ontem, nem será o mesmo de amanhã,pois suas necessidades, expectativas e percepções mudam a to<strong>do</strong> instante e auma velocidade cada vez maior. Um exemplo é:O caso das preferências <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res norte-americanos comrelação <strong>ao</strong>s automóveis: em 1970, os clientes valorizavam o estilo <strong>do</strong>carro; em 1975, a economia de combustível; e, em 1980, o design e odesempenho (Shapiro e Sviokla, 1994). Hoje muitos clientes consideramcomo prioridade a qualidade <strong>do</strong> produto e <strong>do</strong>s serviços associa<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong>Almeida (1997),um cliente quereclama é, naverdade, umconsultor: eleavalia o seutrabalho, indic<strong>ao</strong>s pontos emque é precisomelhorar,mostra comoaperfeiçoarprocessos e, oque é melhor,não cobra nadapor isso.113


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEm função disso, é fundamental que as empresas se preocupem emestudar constantemente as prioridades <strong>do</strong>s clientes, para não correrem o riscode continuar produzin<strong>do</strong> produtos ou prestan<strong>do</strong> serviços com característicasque não são mais valorizadas, ou insistir em “vender geladeiras <strong>ao</strong>s esquimós”.Serviços - Como Avaliar suaQualidadeBem, os serviços possuem características que tornam um pouco maiscomplexo avaliar a percepção <strong>do</strong>s clientes sobre a sua qualidade. A consideraçãode alguns critérios pode nos auxiliar nesse processo.Vejam neste quadro alguns deles:Quadro 2:Critérios deavaliação daqualidade emserviços.Fonte: Gianesie Corrêa,1996.114CRITÉRIOConsistênciaCompetênciaVelocidade de atendimentoAtmosfera de atendimentoFlexibilidadeCredibilidade/segurançaAcessoTangíveisCustoSIGNIFICADOConformidade com a experiência anterior; ausência devariabilidade no resulta<strong>do</strong>.Habilidade e conhecimento para executar o serviço. Relacionasecom as necessidades “técnicas” <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res.Prontidão da empresa e de seus funcionários em prestar oserviço. Relaciona-se com o tempo (real e percebi<strong>do</strong>).Atenção personalizada <strong>ao</strong> cliente; boa comunicação; cortesia;ambiente.Ser capaz de mudar e adaptar a operação, devi<strong>do</strong> a mudançasnas necessidades <strong>do</strong>s clientes, no processo ou no suprimentode recursos.Baixa percepção de risco; habilidade de transmitir confiança.Facilidade de contato e acesso; localização conveniente; horasde operação.Qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física(equipamentos, instalações, pessoal, outros consumi<strong>do</strong>res).Serviços de baixo custo.


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteAlguns desses critérios podem não ser importantes para um tipo deserviço, enquanto outros, não incluí<strong>do</strong>s, podem ser necessários para determinarcomo o cliente avalia os serviços em um caso específico. Vocês podem utilizaresse conjunto de critérios como ponto de partida ou como uma lista de verificação.De qualquer mo<strong>do</strong>, o mais importante é definir algum tipo de parâmetro paraque se possa entender como os clientes percebem os serviços que prestamos.Alguns serviços exigem a presença <strong>do</strong> cliente para que possam serrealiza<strong>do</strong>s e, nesse caso, quem oferece esses serviços precisa levar em conta nãoapenas os aspectos técnicos mas, principalmente, as necessidades emocionais:quem presta os serviços deve fazer com que os clientes se sintam ouvi<strong>do</strong>s,compreendi<strong>do</strong>s e respeita<strong>do</strong>s. O que está em jogo, nesse caso, é o la<strong>do</strong> emocional.Um bom presta<strong>do</strong>r de serviços precisa ter, de acor<strong>do</strong> com Gonçalves:GONÇALVES,David.Serviços: osprimeirospassos para osucesso.Florianópolis:SEBRAE,1996.Habilidades técnicasPois uma grande parte <strong>do</strong>s serviços não funcionaporque as pessoas simplesmente não sabem operarcoisas pequenas como o telefone, a copia<strong>do</strong>ra, ofax, a caixa registra<strong>do</strong>ra, o preenchimento <strong>do</strong>sformulários, entre outras (por exemplo, vocêcompra um computa<strong>do</strong>r, e os vende<strong>do</strong>res nãosabem dar nenhuma orientação de uso).Que envolvem um contínuo relacionamentocordial, educa<strong>do</strong> e simpático com os clientesinternos e externos. Que tal ser recebi<strong>do</strong> por umexcelente médico (em habilidades técnicas), mascom cara antipática? Sua avaliação provavelmenteseria péssima, mesmo que o profissional fosse umexcelente cirurgião.Habilidades interpessoaisConhecimento <strong>do</strong>s produtos e <strong>do</strong>s serviçosQue é a base de um relacionamento basea<strong>do</strong>na confiança. Os clientes sempre esperam quevocê conheça e saiba mais sobre os produtos<strong>do</strong> que eles, assim como sobre os produtosconcorrentes, pois esperam sua ajuda naavaliação das vantagens que seus produtose serviços oferecem.115


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoConhecimento <strong>do</strong>s clientesDe forma que você possa anteciparseus desejos e satisfazer as suasnecessidades.Assim, a avaliação que o cliente faz, durante ou após o término <strong>do</strong>processo de prestação de serviços, se dá por meio da comparação entre o que eleesperava <strong>do</strong> serviço e o que ele percebeu <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong> ou, em outraspalavras, a satisfação <strong>do</strong> cliente é uma relação entre o que ele recebeu e o que eleesperava receber.Vejam como sintetizo o processo nesta figura:Figura 3: Oprocesso deavaliação decompra.Fonte: Gianesi eCorrêa, 1996.Muitas vezesestá disposto apagar um poucomais para teraquele serviçodiferencia<strong>do</strong>que vocêoferece. Nessecaso, o clientefará uma ótimapropaganda <strong>do</strong>seu negócio.116As expectativas são excedidas quan<strong>do</strong> o cliente recebe um atendimentoexcepcional, o que faz com que, em todas as vezes em que ele procurar serviçosde qualidade, lembre-se <strong>do</strong> atendimento de sua empresa.Quan<strong>do</strong> o cliente tem suas expectativas atendidas, significa que nada degrave ocorreu no contato. O cliente é atendi<strong>do</strong> de forma normal e não consegueidentificar diferenças importantes em relação <strong>ao</strong>s concorrentes.No entanto, quan<strong>do</strong> as expectativas <strong>do</strong> cliente não são atendidas, o clientetambém lembra de você, só que com um efeito péssimo para o seu negócio, poisele vivenciou momentos desagradáveis. Não retornará nunca mais e, o que é pior,sairá falan<strong>do</strong> mal de sua empresa.


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteA Importância da Qualidade <strong>do</strong>AtendimentoVocês sabiam que um poderoso diferencial para fortalecer a relação comos clientes e conquistar a sua fidelidade é a qualidade <strong>do</strong> atendimento? Pois saibamque um bom atendimento pode representar uma excelente vantagem sobre seusconcorrentes, ou seja, pode ter uma forte influência sobre a decisão de compra<strong>do</strong> seu cliente, fazen<strong>do</strong>-o optar pelo seu produto ou serviço, em vez daquelesofereci<strong>do</strong>s pela concorrência.Do que depende a qualidade <strong>do</strong>atendimento?A qualidade <strong>do</strong> atendimento depende principalmente das pessoas quetrabalham na sua empresa. É preciso tomar muito cuida<strong>do</strong> em relação a esseaspecto: vende<strong>do</strong>r não é somente a pessoa que atende o cliente.De que adianta seu produto ou serviço ser excelente, se o atendimento<strong>ao</strong> telefone é desagradável, ineficiente, ou a pessoa que busca uma informaçãoacaba perden<strong>do</strong> a paciência por transferências de ramal intermináveis?To<strong>do</strong>s os funcionários da empresa, <strong>do</strong> presidente <strong>ao</strong> office-boy, sãoimportantes, especialmente aqueles que mantêm contato direto com os clientes,pois eles são capazes de construir ou destruir a imagem da empresa, por meiodas dezenas de encontros que têm com o cliente no dia-a-dia.Nesse senti<strong>do</strong>, é importante que você, como empreende<strong>do</strong>r, se preocupetambém em identificar as necessidades <strong>do</strong>s seus clientes internos, isto é, <strong>do</strong>s seuscolabora<strong>do</strong>res. Dessa forma, a qualidade <strong>do</strong> atendimento que eles vão dar <strong>ao</strong>sclientes será o reflexo da qualidade com que estão sen<strong>do</strong> trata<strong>do</strong>s: o emprega<strong>do</strong>passa para o cliente o atendimento que recebe da empresa. Por isso, aí vão duasdicas importantes:Todas aspessoas quetrabalham n<strong>ao</strong>rganizaçãofazem parte <strong>do</strong>mesmo time:transmitem umaimagem daempresa, <strong>do</strong>negócio, epodemcontribuir parafortalecê-lo oudestruí-lo.117


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo1. Relacione-se com os seus funcionários da mesmaforma como você quer que eles se relacionem comos seus clientes. (Covey, 1989).2. Um cliente bem atendi<strong>do</strong> comenta com até cincopessoas a atenção que recebeu, enquanto oinsatisfeito comenta com, no mínimo, dez.Você não acha que vale a pena prestar um atendimento de primeira?Isso é particularmente importante na prestação de um serviço, pois oatendimento representa o principal critério <strong>do</strong>s clientes para julgar a qualidadedesse serviço.Enxergan<strong>do</strong> o Negócio comos Olhos <strong>do</strong>s ClientesQuan<strong>do</strong>aprendemos aver através <strong>do</strong>solhos <strong>do</strong>sclientes ecolocamos emprática o quevemos,descobrimosoportunidadesdeaperfeiçoamentocontínuo eidentificamospossibilidadesde posicionarmelhor nossosprodutos eserviços.118É importante entender que o cliente é uma espécie de lente através daqual você deve enxergar. Durante muito tempo, a maioria das empresas costumavaconsiderar seus clientes da seguinte forma:•••••••O cliente é o responsável pelo problema, foi ele quem manuseou oproduto de forma incorreta.Não há nada de erra<strong>do</strong> com o produto, o cliente é que é muitosensível e alérgico.O cliente é negligente.Outro aspecto relevante para abrir umnovo negócio é percebermos como éo olhar <strong>do</strong> nosso cliente!Só é possível melhorar a qualidade às custas <strong>do</strong> cliente.O cliente não tem nada a contribuir com o nosso negócio.O cliente quer ter sempre razão, mesmo quan<strong>do</strong> não tem.O cliente que reclama é um chato.Hoje, as empresas que consideram os clientes dessa forma estão fadadas<strong>ao</strong> fracasso. Por isso, <strong>ao</strong> abrir o seu negócio, você precisa desenvolver novosconceitos e assumir novas posturas.


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteTodas as reclamações precisam ser analisadas erespondidas. Mesmo que o cliente não tenha razão, éuma oportunidade para ensiná-lo e orientá-lo sobre seusprodutos.O cliente crítico não tem a intenção de destruir o negócio. É um elementoparticipativo, que presta importantes contribuições para a empresa.Assim, um cliente bem atendi<strong>do</strong> e corretamente orienta<strong>do</strong> desenvolvevínculos com a empresa e lealdade à marca. Além desses retornos individuais, <strong>ao</strong>falar com os outros sobre suas experiências, divulga a empresa pela comunicaçãoboca a boca, considerada de muito mais confiança <strong>do</strong> que a propaganda de massa.O valor estatístico não é importante para o cliente. Seu problema e suasnecessidades são únicos para ele. Por isso, mesmo que o problema sejaaparentemente um fato isola<strong>do</strong>, é importante observar se aquele cliente não estásen<strong>do</strong> a ponta de um iceberg, de extensão e profundidade não detectadas.Portanto, caros participantes deste Congresso, uma empresa que temcomo um <strong>do</strong>s seus principais objetivos satisfazer o cliente, tem mais chance desobreviver às crises <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.O cliente nãopode sertrata<strong>do</strong> comoda<strong>do</strong> de umrelatório. Eletem nome,personalidade,percebe, sente,pensa e age.To<strong>do</strong> clientequer ser trata<strong>do</strong>como especial.Não quer serapenas “maisum”.Desenvolven<strong>do</strong> Relações Dura<strong>do</strong>uras:A Qualidade na Relação entre aEmpresa e os ClientesPercebam, por volta <strong>do</strong>s anos 60, o foco das empresas sobre os merca<strong>do</strong>sera sobre questões técnicas, como a melhoria <strong>do</strong>s processos internos ou ascaracterísticas específicas <strong>do</strong>s produtos. Os merca<strong>do</strong>s eram fecha<strong>do</strong>s e ocomportamento <strong>do</strong>s clientes era previsível. A idéia <strong>do</strong> atendimento às necessidades<strong>do</strong>s clientes existia, mas não era prioritária.Entretanto, no final da década de 80, uma série de mudanças fez comque as empresas fossem obrigadas a rever a sua forma de agir perante o merca<strong>do</strong>e a sociedade, como a intensificação <strong>do</strong> comércio mundial, os avanços tecnológicose as novas exigências <strong>do</strong>s clientes.119


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAlém de existir um maior número de concorrentes disputan<strong>do</strong> osmerca<strong>do</strong>s, os produtores não podiam mais se dar <strong>ao</strong> luxo de praticar vendasineficientes, cujo valor da<strong>do</strong> pelo cliente não era suficiente para cobrir os custosde produção. Além disso, surgiu uma forte tendência de diminuir a diferenciaçãoentre os produtos concorrentes.Embora tenha si<strong>do</strong> pintada com cores negras, se analisarmos essarealidade com bons olhos, poderemos enxergá-la como fonte de oportunidades:Oportunidades para o desenvolvimento de novos negócios, atuaçãoem novos merca<strong>do</strong>s, criação de novos produtos ou estabelecimentode novas e lucrativas parcerias, ou seja, oportunidades para osempreende<strong>do</strong>res.Diante dessa nova realidade, percebeu-se que os esforços de satisfaçãodas necessidades <strong>do</strong>s clientes eram insuficientes. Na verdade, questionou-se aprópria definição de cliente e expandiu-se a idéia de identificação das suasnecessidades, incluin<strong>do</strong>-se suas preferências, gostos e conveniências. Foram osprimeiros passos em direção à elaboração de um conceito mais abrangente paraa qualidade, a adequação <strong>ao</strong> uso.É mesmo! A qualidade deixou de serassociada <strong>ao</strong> verbo vender e passoua estar diretamente ligada <strong>ao</strong> verbocomprar.Você tem razão. A ênfase deixou de ser a oferta <strong>do</strong> produto, passan<strong>do</strong>para a criação <strong>do</strong> desejo em consumir o que está sen<strong>do</strong> oferta<strong>do</strong>.Assim, vocês podem ver no quadro os principais estágios de evolução<strong>do</strong> conceito de qualidade:120


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteControle final <strong>do</strong> produtobasea<strong>do</strong> na inspeção final de produtosControle estatístico de processoSegurança e zero defeitosGaratia da qualidadebaseada em normas e procedimentos formaisQualidade totalSatisfação <strong>do</strong> clienteQuadro 4:Evolução daqualidade.Fonte:SEBRAE,1994.Vocês podem verificar que o momento atual consolida o conceito daqualidade total, que significa a mobilização e a canalização de to<strong>do</strong>s os recursosdas empresas para gerar a adequação <strong>ao</strong> uso, com o objetivo de atender anecessidades, expectativas e conveniências <strong>do</strong>s clientes.Fundamentos ntos Básicos daAbordagem da Qualidade TotalHá uma questão que sempre me inquieta: Por que éimportante que, <strong>ao</strong> iniciar um negócio próprio,conheçamos os fundamentos básicos da qualidade total?Isso não precisaria ser feito somente após o negócio tersi<strong>do</strong> aberto?Não! Pois isso é necessário para que o seu negócio seja estrutura<strong>do</strong> deacor<strong>do</strong> com esses fundamentos, onde as exigências em relação à qualidade sejamconsideradas em to<strong>do</strong>s os fatores que integram o planejamento.121


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDessa forma, observem que as ações da qualidade total, que possibilitamque sua empresa tenha mais sucesso, estão fundamentadas em alguns elementoschave:•••••••To<strong>do</strong>s na empresa podem e devem contribuir para a qualidade percebidanos produtos e serviços pelos clientes.Não se exclui nada nem ninguém. Ao contrário, amplia-se a abrangênciada qualidade envolven<strong>do</strong> toda a organização, incluin<strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>res eclientes.To<strong>do</strong>s os custos relaciona<strong>do</strong>s com a qualidade devem ser detecta<strong>do</strong>s eotimiza<strong>do</strong>s.To<strong>do</strong> esforço de melhoria na qualidade repercute na competitividade.Existe sempre uma forma melhor de fazer as coisas.A qualidade deve ser construída <strong>ao</strong> longo de to<strong>do</strong> o processo e nãoapenas verificada no final.A qualidade precisa considerar a organização como um to<strong>do</strong>, não apenasas suas relações internas mas, principalmente, as externas com omerca<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong>-lhe identificar as necessidades <strong>do</strong>s clientes eatendê-los.A qualidade melhora o desempenho da organização a partir <strong>do</strong> momentoem que os seus objetivos são defini<strong>do</strong>s e os seus esforços são convergentes.Se a estratégia da empresa está orientada para o cliente, to<strong>do</strong>s os seuscolabora<strong>do</strong>res devem ser conscientiza<strong>do</strong>s a agir com a premissa de que elestrabalham na empresa para o cliente.Embora exista essa tendência, ditada pelo merca<strong>do</strong>, uma pesquisa comfuncionários de vários níveis revelou que no dia-a-dia das empresas isso não estábem claro. As respostas à pergunta “para quem você trabalha?” mostraram que,embora estejam numa mesma estrada, as pessoas andam em direções opostas.Vejam o resulta<strong>do</strong> da pesquisa:122


Escala III - A Empresa Orientada para o ClientePARA QUEM VOCÊ TRABALHA?Para a empresa 75%Para as lojas/filiais 55%Para meu supervisor 44%Para mim mesmo 33%Para a minha família 33%Para o cliente 33%Para o computa<strong>do</strong>r 22%Outros 55%Tabela 3 -Pesquisa para aidentificação d<strong>ao</strong>rientação <strong>do</strong>sesforços <strong>ao</strong>cliente.Fonte: Rangel,1993.Os esforços de uma empresa totalmente orientada para atender àsnecessidades <strong>do</strong>s clientes consistem em fazer com que todas as pessoas sigamnuma mesma estrada e na mesma direção: a satisfação <strong>do</strong> cliente.Para que isso aconteça, é necessário que você desenvolva uma culturabaseada nessa idéia, pois a cultura influencia o mo<strong>do</strong> como as pessoas agem e secomportam no dia-a-dia <strong>do</strong>s negócios. Dentro <strong>do</strong> conceito de qualidade total, éfundamental que um comportamento mais volta<strong>do</strong> <strong>ao</strong> cliente seja identifica<strong>do</strong>,compreendi<strong>do</strong> e implanta<strong>do</strong> pelas pessoas.Algumas alterações que você irá perceber nas organizações que a<strong>do</strong>tarama qualidade total como filosofia são ilustradas nesta figura:ANTES DA QUALIDADEMuitas metasCorrige errosIncentivo de acor<strong>do</strong> compolíticas determinadasDEPOIS DA QUALIDADE Visão comumDiscute erros(erro = oportunidade de melhoria) Ênfase no risco e na criatividadeAtenção a problemas de curto prazo Ação de longo prazoDetecta erros Previne errosAutoridade centrada nas gerências Delegação de poderesIncentiva competição entre setores Ação multifuncionalDecisões arbitrárias Decisões objetivasAuto-imagem estática Processo evolutivoFigura 5 -Diferenças nagestão antes edepois daqualidade.Fonte: Paladini,1995.123


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoOrganização Orientada <strong>ao</strong>s Clientes xOrganização TradicionalMuitas empresas enfrentam problemas para atender às necessidades eexpectativas <strong>do</strong>s clientes em função da sua própria estrutura. Normalmente, essasempresas são organizadas sob a forma piramidal, com algumas característicasbásicas:•••••••••Excesso de burocracia.Autoridade centralizada.Processos de comunicação deficientes.Excesso de controles.Padronização de produtos e serviços.Falta de visão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.Lentidão na resolução de problemas.Individualismo.Falta de motivação.As empresasorientadas par<strong>ao</strong>s clientesintegram osesforçosrelativos <strong>ao</strong>desenvolvimento,manutenção emelhoria daqualidade emtodas as áreasda organização,ou seja, to<strong>do</strong>sna organizaçãoseguem namesma direção.Essas características levaram as organizações a um excesso de cuida<strong>do</strong>com os processos internos de produção e à pouca atenção <strong>ao</strong> ambiente externo,<strong>ao</strong> seu merca<strong>do</strong>. Além disso, nesse modelo é quase impossível atingir a excelênciano atendimento <strong>ao</strong> cliente, mesmo consideran<strong>do</strong> que cada departamentoisoladamente tenha feito o melhor para aumentar a sua eficiência.O que você, como empreende<strong>do</strong>r, precisa ter claro é que aestrutura <strong>do</strong> seu negócio precisa ser construída de forma aatender <strong>ao</strong>s gostos, necessidades e preferências <strong>do</strong> cliente,que, na realidade, é quem vai garantir a sobrevivência dasua empresa.Uma comparação entre as duas formas de organizar os esforços nasempresas pode ser observada na figura a seguir.124


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteFigura 6 -Esforços nasempresastradicionaisversus asempresasorientadas <strong>ao</strong>sclientes.Tradicional - DispersãoOrientadas <strong>ao</strong> Cliente - CoesãoVamos Implantar a Qualidade Totalno nosso Negócio?E então, vocês querem implantar a qualidade totalno seu negócio? Acredito que sim. Por isso, nestaetapa da palestra vamos discutir esta questão.Vejam, <strong>ao</strong> iniciar o próprio negócio, é essencial que vocês se preocupemcom a implantação <strong>do</strong>s princípios da qualidade nos seus processos desde o início,pois este é um caminho longo que pode levar de cinco a oito anos para ficarsedimenta<strong>do</strong> na cultura da empresa.Para facilitar a vida das empresas, foram criadas as normas ISO 9000reconhecidas internacionalmente, que estabelecem alguns princípios eregras para a implantação de um sistema básico da qualidade.Seguin<strong>do</strong> os princípios da gestão da qualidade propostos na ISO 9000,ficará mais fácil desenvolver na sua empresa a cultura da qualidade.Observem, então, o que dizem estes princípios:Princípio 1 – Organização dirigida pelo clienteConforme vocês viram na primeira palestra <strong>do</strong> dia de hoje, asorganizações dependem fundamentalmente de seus clientes. Em função disso,precisam entender e até mesmo exceder as necessidades desses clientes. Istoimplica dirigir a organização por meio de:InternationalOrganization forStandardization125


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo•••Constante foco no cliente.Definição das necessidades atuais <strong>do</strong> cliente e previsão dasfuturas.Medição constante da satisfação <strong>do</strong> cliente.Princípio 2 – PessoasAs pessoas são os constituintes essenciais de uma organização e são elasque determinam a qualidade <strong>do</strong>s produtos e serviços. Para conseguir a participaçãoativa das pessoas, elas devem ser:•••••Desafiadas.Desenvolvidas.Motivadas.Reconhecidas.Respeitadas.Princípio 3 – Orientação no processoO trabalho dentro de uma organização deve ser conduzi<strong>do</strong> como umasérie de processos interliga<strong>do</strong>s e planeja<strong>do</strong>s, servin<strong>do</strong> a clientes externos ouinternos. Isso significa que:••No planejamento, considerações cuida<strong>do</strong>sas devem ser dadasa to<strong>do</strong>s os elementos <strong>do</strong> processo, como por exemplo,treinamento, pessoas, equipamentos, meto<strong>do</strong>logia e materiais,a fim de atender às necessidades exigidas pelo cliente.Só devem ser manti<strong>do</strong>s os processos que realmente agregamvalor <strong>ao</strong> produto ou serviço.126Princípio 4 – LiderançaOs líderes precisam estabelecer as finalidades, a missão, os valores e oscomportamentos pre<strong>do</strong>minantes na organização e liderar pelo exemplo pessoal.Precisam alinhar os recursos da organização para atender às metas e atingir avisão. Isso inclui:


Escala III - A Empresa Orientada para o Cliente• Delegar autoridade.• Inspirar e motivar.• Encorajar a comunicação.• Construir a confiança (eliminar o me<strong>do</strong>).• Estabelecer metas desafiantes.Princípio 5 – Melhoria contínuaDeve constituir um objetivo permanente da administração, para aumentaro desempenho da organização. As principais práticas associadas com o princípioda melhoria contínua são:• PDCA (planejar, executar, avaliar e atuar corretivamente).• Equipes de solução de problemas.• Círculos de Controle de Qualidade (CCQ).• Programa 5S.Princípio 6 – Abordagem <strong>do</strong>s sistemasAs organizações devem a<strong>do</strong>tar uma abordagem sistêmica de administraçãopara alcançar os seus objetivos e melhorar continuamente a sua eficiência e eficácia.Isso implica a necessidade de encarar a organização como uma totalidade, ondea alteração em qualquer uma de suas partes deverá se refletir no to<strong>do</strong>. Umaabordagem de sistemas para a administração inclui:•••Entendimento <strong>do</strong>s elementos <strong>do</strong> sistema de administração esuas inter-relações.Coordenação e integração <strong>do</strong>s recursos e atividades d<strong>ao</strong>rganização para atingir os objetivos.Desenvolvimento de mecanismos para melhoria contínua daeficiência e eficácia da organização.Princípio 7 – Fornece<strong>do</strong>rRelacionamentos mutuamente benéficos precisam ser estabeleci<strong>do</strong>s comos fornece<strong>do</strong>res para aumentar suas habilidades, a fim de criar valor para osclientes finais. Esses relacionamentos podem ser estabeleci<strong>do</strong>s por meio de:127


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo•••••Respeito e confiança mútuos.Um claro entendimento das necessidades <strong>do</strong> cliente final.Responsabilidade partilhada.Comunicações claras e abertas.Compromisso mútuo volta<strong>do</strong> à satisfação <strong>do</strong> cliente final.Princípio 8 – Da<strong>do</strong>s e informaçõesDecisões e ações devem ser baseadas em análises de da<strong>do</strong>s e informaçõespara melhorar suas chances de produzir os resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s. Isso é consegui<strong>do</strong>com:•••Coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s relevantes para as decisões e ações.Segurança de que esses da<strong>do</strong>s estejam corretos, confiáveis eacessíveis.Realização de uma análise válida desses da<strong>do</strong>s.Bem... esses princípios visam, emlinhas gerais, a fazer com que todas asações <strong>do</strong> processo produtivo ou <strong>do</strong>serviço presta<strong>do</strong> estejam direcionadas<strong>ao</strong> pleno atendimento <strong>do</strong>s clientes.Como os Clientes Avaliam aQualidade128Isso mesmo! Olho vivo! Você precisa estar sempre atento <strong>ao</strong>s níveis desatisfação <strong>do</strong>s seus clientes com a realização de avaliações constantes: diárias,mensais, trimestrais, semestrais ou anuais, conforme o seu negócio exigir. Nessasavaliações, você pode utilizar alguns desses instrumentos:


Escala III - A Empresa Orientada para o Cliente•••••••Caixa de sugestões.Linha direta com os clientes ou um serviço de atendimento <strong>ao</strong>consumi<strong>do</strong>r (SAC).Cartas de avaliação.Pesquisas sobre o nível de satisfação em relação <strong>ao</strong> atendimento.Reuniões com grupos de clientes.Reuniões periódicas com os funcionários que atuam na linha de frente.Quadros de aviso.Esses instrumentos são fundamentais para que sua empresa tomeconhecimento <strong>do</strong>s seus pontos fortes e das falhas que estão sen<strong>do</strong> cometidas, oque lhe permitirá melhorar o nível de satisfação <strong>do</strong>s clientes.Além disso, o cliente se sentirá valoriza<strong>do</strong> <strong>ao</strong> perceber que sua empresadá atenção às suas opiniões, e isso contará alguns pontos a mais na hora dadecisão de compra.Diante <strong>do</strong>s atuais níveis de concorrência e globalização da economia, oestu<strong>do</strong> das relações empresa–cliente assume um papel central para o sucesso <strong>do</strong>sempreende<strong>do</strong>res que desejam iniciar o seu próprio negócio.É fundamental que, antes mesmo de planejar a estrutura e os processosde produção da sua empresa, você identifique o que os clientes esperam <strong>do</strong>produto ou serviço que você pretende colocar no merca<strong>do</strong>. Essas informaçõesserão muito importantes para o desenvolvimento <strong>do</strong> seu plano de negócios.A qualidade total precisa se tornar uma preocupação constante no dia-adiadas empresas que quiserem ser competitivas. Por isso, os pontos-chave dessaabordagem e os princípios fundamentais estabeleci<strong>do</strong>s pelas normas ISO 9000foram cria<strong>do</strong>s para facilitar a sua implementação. Seguin<strong>do</strong> esses princípios, ficarámais fácil desenvolver na sua empresa a cultura da qualidade.Acredito que os pontos discuti<strong>do</strong>s neste Congresso são fundamentaispara que o seu negócio, <strong>ao</strong> ser orienta<strong>do</strong> para o cliente, alcance os resulta<strong>do</strong>s quevocê espera.Agora é com vocês! Não se esqueçam de ouvira voz <strong>do</strong>s clientes, de criar um diferencial par<strong>ao</strong> seu negócio e caprichar no atendimento! Foium prazer estar com vocês neste evento!Mas... atenção!As relações daempresa com osseus clientes nãose resumem aisso: as suasnecessidades,prioridades epercepçõesestão sempre semodifican<strong>do</strong> <strong>ao</strong>longo <strong>do</strong> tempo.Em funçãodisso, asempresasprecisam sepreocupar emacompanharconstantementeessas variáveis,desenvolverrelações sólidascom os clientes eaperfeiçoarcontinuamenteos seus produtose serviços.129


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDiário de Bor<strong>do</strong>Bem, caro leitor, terminamos aqui nossa segunda escala. Vamos, então,fazer um resumo <strong>do</strong> que vimos neste congresso:TÓPICOSAs relações com osclientes/processode compraO que influencia asdecisões de compraDe que mo<strong>do</strong> os clientesdefinem qualidadeServiços - como avaliarsua qualidadeA importância daqualidade <strong>do</strong>atendimentoEnxergan<strong>do</strong> o negóciocom os olhos <strong>do</strong>s clientesFundamentos básicosda abordagem daQualidade TotalCONSIDERAÇÕESInicialmente, discutimos o processo de compra, querepresenta a base das relações cliente-empresa, as etapasdesse processo e os principais fatores capazes deinfluenciar as decisões de compra.Conforme vimos, a decisão de compra pode serinfluenciada por diferentes fatores, que podem seragrupa<strong>do</strong>s em quatro grupos básicos: fatores culturais,fatores sociais, fatores pessoais e fatores psicológicos.Num segun<strong>do</strong> momento, analisamos as percepções <strong>do</strong>sclientes a respeito da qualidade <strong>do</strong>s produtos e serviçose a importância de acompanhá-las continuamente.Um bom presta<strong>do</strong>r de serviços precisa ter habilidadestécnicas, habilidades interpessoais, conhecimento <strong>do</strong>sprodutos e <strong>do</strong>s serviços, e conhecimento <strong>do</strong>s clientes.As expectativas <strong>do</strong> cliente precisam ser excedidas pormeio de um atendimento excepcional.Um outro ponto fundamental considera<strong>do</strong> foi aqualidade <strong>do</strong> atendimento, que pode definir as decisõesde compra e tornar-se um importante diferencialcompetitivo para a empresa.Quan<strong>do</strong> consideramos a percepção <strong>do</strong> cliente,descobrimos oportunidades de aperfeiçoamentocontínuo e identificamos possibilidades de posicionarmelhor nossos produtos e serviços.Por fim, exploramos os fundamentos básicos daabordagem da qualidade total, como implantá-los eavaliá-los. Vimos a necessidade de a empresa consideráloscontinuamente, se quiser se manter competitiva.130Agora, enquanto vamos para a 4ª escala da nossa viagem, sugiro quevocê reflita sobre algumas questões que disponibilizei a seguir:


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteAtividades de <strong>Viagem</strong>1. Qual é a importância <strong>do</strong> cliente para o sucesso de um novo negócio?2. Com base em que informações o empreende<strong>do</strong>r deve definir osprodutos que irá produzir ou quais serviços irá prestar?3. Como acontece o processo de decisão de compra?4. Analise cada etapa <strong>do</strong> processo de decisão de compra consideran<strong>do</strong>a escolha e a compra de um automóvel.5. De que forma o empreende<strong>do</strong>r deve investir na manutenção <strong>do</strong>sclientes atuais?6. Que fatores podem influenciar as percepções <strong>do</strong>s clientes a respeitoda qualidade <strong>do</strong>s produtos?7. De que forma os clientes julgam a qualidade na prestação deserviços?8. De que forma a qualidade <strong>do</strong> atendimento <strong>ao</strong>s clientes externos sereflete na qualidade <strong>do</strong> atendimento <strong>ao</strong>s clientes internos?9. Por que é importante que, <strong>ao</strong> iniciar o seu próprio negócio, vocêconheça e implemente os fundamentos básicos da qualidade total?10. Que diferenciais possuem as empresas que atuam de acor<strong>do</strong> comos princípios da qualidade total em relação àquelas que permanecemoperan<strong>do</strong> sem considerá-los?11. De que forma a avaliação constante <strong>do</strong>s níveis de satisfação <strong>do</strong>sclientes pode contribuir para o sucesso <strong>do</strong> negócio?12. Quais são os princípios fundamentais das relações empresa–cliente?Futuros RoteirosALBRETCH, K.; BRADFORD, L. J. Serviços com qualidade: a vantagemcompetitiva. São Paulo: Makron Books, 1992.ALMEIDA, Sérgio. Cliente nunca mais!: 500 dicas para irritar ou perder o clientesem fazer força. Salva<strong>do</strong>r: Casa da Qualidade, 1994.131


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoCOBRA, M.; RANGEL, A. Serviços <strong>ao</strong> cliente: uma estratégia competitiva. SãoPaulo: Marcus Cobra, 1993.MAHFOOD, P. E. Transforman<strong>do</strong> um cliente satisfeito em um cliente parasempre. São Paulo: Makron Books, 1994.SHAPIRO, B. P.; SVIOKLA, S. J. Conquistan<strong>do</strong> clientes. São Paulo: MakronBooks, 1994.Comandantes de Bor<strong>do</strong>132ALBRETCH, C.; BRADFORD, L. J. A única coisa que importa: trazen<strong>do</strong> opoder <strong>do</strong> cliente para dentro da sua empresa. São Paulo: Makron Books, 1992.ALBRETCH, C.; BRADFORD, L. J. Serviços com qualidade: a vantagemcompetitiva. São Paulo: Makron Books, 1992.ALMEIDA, Sérgio. Cliente nunca mais!: 500 dicas para irritar ou perder o clientesem fazer força. Salva<strong>do</strong>r: Casa da Qualidade, 1994.ALMEIDA, Sérgio. O melhor sobre os clientes. 2. ed. Salva<strong>do</strong>r: Casa da Qualidade,1997.CANNIE, J. K. Como recuperar clientes perdi<strong>do</strong>s: eles valem ouro. São Paulo:Nobel, 1995.CHIAVENATO, Idalberto. Vamos abrir um novo negócio? São Paulo: MakronBooks, 1994.COBRA, M.; RANGEL, A. Serviços <strong>ao</strong> cliente: uma estratégia competitiva. SãoPaulo: Marcus Cobra, 1993.COVEY, S. Os sete hábitos das pessoas muito eficazes. São Paulo: Best Seller,1989.DENTON, D. K. Organização horizontal: além da satisfação total <strong>do</strong> cliente.São Paulo: IMAM, 1995.GIANESI, I.; CORRÊA, H. Administração estratégica de serviços: operaçõespara a satisfação <strong>do</strong> cliente. São Paulo: Atlas, 1996.GONÇALVES, David. Serviços: os primeiros passos para o sucesso.Florianópolis: SEBRAE, 1996.


Escala III - A Empresa Orientada para o ClienteKOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1996.MAHFOOD, P. E. Transforman<strong>do</strong> um cliente satisfeito em um cliente parasempre. São Paulo: Makron Books, 1994.McKENNA, Regis. Competin<strong>do</strong> em tempo real. Rio de Janeiro: Campus, 1998.PALADINI, E. P. Gestão da qualidade no processo: a qualidade na produção debens e serviços. São Paulo: Atlas, 1995.RANGEL, A. Cliente interno: o mexilhão. São Paulo: Marcus Cobra, 1993.SCOTT, Dru. Satisfação <strong>do</strong> cliente: a outra parte <strong>do</strong> seu trabalho. Rio de Janeiro:Qualitymark, 1995.SHAPIRO, B. P.; SVIOKLA, S. J. Conquistan<strong>do</strong> clientes. São Paulo: MakronBooks, 1994.SHAPIRO, B. P.; SVIOKLA, S. J. Manten<strong>do</strong> clientes. São Paulo: Makron Books,1994.133


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoESCALA IVVisita à EmpresaModelo em RHRelações Humanas naOrganização135


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoOrientação de <strong>Viagem</strong>Aqui estamos para a nossa 4ª escala, em que faremos uma visita auma empresa modelo na área de relações humanas nas organizações. Com oauxílio de um profissional responsável pelo RH, veremos os conhecimentosque eles têm e que fizeram com esta empresa tenha se torna<strong>do</strong> referência naforma com que as pessoas são inseridas na organização.Antes de conversarmos com ele, gostaria de colocar alguns aspectosque lhe darão uma maior compreensão sobre este assunto.Veja, o gerenciamento diário de um empreendimento requerhabilidades que vão além <strong>do</strong> simples agrupamento de recursos. Tercaracterísticas como proatividade (que significa ser responsável por seupróprio destino), e iniciativa é essencial. Criatividade sem dúvida é importante,ter um bom relacionamento com os clientes também. Mas, uma primeiradica nesta escala é:Cultivar um bom relacionamento entre as pessoas em um<strong>ao</strong>rganização é a chave <strong>do</strong> sucesso de muitas empresas,embora muitas delas ainda não tenham se da<strong>do</strong> conta daimportância desse fator.Criar uma empresa significa agrupar pessoas. Agrupar pessoas é fácil,mas formar com elas uma equipe é a grande dificuldade. No entanto, reside aíuma das grandes fontes <strong>do</strong> sucesso empresarial.É a equipe que buscará resolver os desafios diários de forma integrada,compartilhan<strong>do</strong> informações e conhecimento, e buscan<strong>do</strong> seguir na mesmadireção, a mesma orientação. Essa sinergia, ou seja, o resulta<strong>do</strong> maiorproporciona<strong>do</strong> pela ação <strong>do</strong> grupo, garante as condições necessárias para que aempresa atinja seus objetivos.Entretanto, formar uma equipe exige tempo e um conhecimento grandeda arte de gerenciar.O processo de tomada de decisão não pode ficar centraliza<strong>do</strong> na mão <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r, o sistema de recompensas e punições terá que extrapolar a esferade aumentos de salários ou cortes de gratificações.Igualmenteimportante é acapacidade dereconhecerquan<strong>do</strong> vocênão tem tempode planejar,quan<strong>do</strong> tomaruma ação émaisapropria<strong>do</strong>,quan<strong>do</strong> énecessário epossível iradiante antesque a “janela”se feche.137


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoA comunicaçãoescassa nãopermite osurgimento deequipes e fazcom que asempresasfiquemrelegadas <strong>ao</strong>estilo deadministraçãocentraliza<strong>do</strong>r,que não geraeficácia nas suasdecisões.Portanto, em nossa pauta com o RH desta empresa está planeja<strong>do</strong> queserá aborda<strong>do</strong> o tema motivação, observan<strong>do</strong> como ele se relaciona com aliderança, e procurará responder à questão: como motivar as pessoas?Dentro <strong>do</strong> tema liderança, discutiremos as diferentes fontes de poderque oferecem base à influência <strong>do</strong> líder e quais os estilos de gerência apresenta<strong>do</strong>sna literatura.Os temas seguintes são conflito e comunicação nas organizações,incluin<strong>do</strong> o tema equipes. Observe que o conflito, inerente em to<strong>do</strong> agrupamentohumano, pode ser evita<strong>do</strong> e soluciona<strong>do</strong> pela comunicação.Muitas organizações têm nas barreiras à comunicação um <strong>do</strong>s maioresproblemas a serem soluciona<strong>do</strong>s.Por isso, caro leitor, após esta visita você terá condições de avaliar queestilo de administração está a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> ou a<strong>do</strong>tará em sua empresa e quais asconseqüências que ele pode gerar. Poderá também avaliar o processo decomunicação da sua empresa, verifican<strong>do</strong> se ele estimula a criação de equipes oucoloca-se como um entrave à sua formação.Então, vamos lá? Acho que essa visita será muito proveitosa para quevocê reflita sobre a forma com que imagina ser interessante conduzir pessoas emuma organização.Por que Estudar RelaçõesOrganizacionaisSeja bem-vin<strong>do</strong> à nossa empresa! Meu nomeé Antônio e solicitaram-me que eu lhe falasseum pouco sobre nossa bem-sucedida filosofiaem relações organizacionais.138


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoVou começar lhe dizen<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> falamos sobre empresas, estamos,antes de tu<strong>do</strong>, falan<strong>do</strong> sobre pessoas. As organizações (e aí se incluem as empresas)existem quan<strong>do</strong> há pessoas capazes de se comunicarem e dispostas a contribuircom uma ação conjunta, a fim de alcançar um objetivo comum.Daí a importância de falarmos sobre relações organizacionais paraempreende<strong>do</strong>res. Certamente é possível uma pessoa ter uma idéia e começarum novo negócio ainda sozinha. Mas, na maioria <strong>do</strong>s casos, com o crescimentoda empresa, novas pessoas têm que ser contratadas, coordenadas, lideradas, paraque os objetivos sejam atingi<strong>do</strong>s.Esses objetivos podem variar desde um alto lucro até a sobrevivência d<strong>ao</strong>rganização. Mas são as pessoas que, juntas, farão com que esses objetivos sejamalcança<strong>do</strong>s. Para que to<strong>do</strong>s visem a um único objetivo, não basta somente opagamento de um salário no final <strong>do</strong> mês. Veremos aqui que a constituição deuma empresa de sucesso requer que se passe por situações e problemas bemmais complexos que o simples pagamento de salário.As pessoas dentro das organizações buscam atingir os seus própriosobjetivos. Por isso, é importante que a empresa proporcione essa possibilidade<strong>ao</strong> emprega<strong>do</strong> ou colabora<strong>do</strong>r.São as pessoasque farão comque os objetivosda empresa seconcretizem.Se o objetivo da empresa é ter sucesso pormeio de um alto lucro, como o emprega<strong>do</strong> serámotiva<strong>do</strong> nesse senti<strong>do</strong>? Por que ele desejacontribuir com isso?139


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEste é o grande desafio <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r: fazer com que os emprega<strong>do</strong>sfaçam parte de uma equipe de trabalho motivada, isto é, que gostem de fazerparte dessa organização porque ela também contribui para o seu sucesso pessoal.O mun<strong>do</strong> de hoje não é igual <strong>ao</strong> de ontem. Na atualidade, a vidatransformou-se em um campeonato permanente: assim que termina uma partida,começa uma nova. Em outras palavras, isso significa que a concorrência aumentou.As pessoas nas empresasHoje estamos observan<strong>do</strong> que o ambiente que cerca as empresas estáfazen<strong>do</strong> com que elas mudem. São as situações econômicas, ambientais,tecnológicas etc., que fazem com que as empresas precisem dar respostas a umanova realidade. Essa nova realidade está mostran<strong>do</strong> uma concorrência maior,novos produtos, uma exigência maior na qualidade <strong>do</strong>s produtos. Para venceressa maior concorrência, é preciso mais <strong>do</strong> que uma estrutura adequada e capital.Veja... olhe com que satisfação as pessoas da nossa empresa trabalham! Por issodigo a você:••É preciso pensar nas pessoas, pois são elas que definem osucesso ou o fracasso de uma organização.A tecnologia certamente é importante, mas ela apenasgarante que a empresa não vai ficar para trás. Quem levaráa empresa para frente, rumo <strong>ao</strong> futuro, são as pessoas.Veja que, em resposta à necessidade de mudança, o gerenciamento dasempresas também vem se alteran<strong>do</strong>. No início <strong>do</strong> século XX era diferente dehoje. Antigamente, somente a produção era importante e essa era a preocupaçãocentral. Pensava-se nas tarefas, nos processos de produção, tanto em relação <strong>ao</strong>tempo que se levava para a execução de uma tarefa quanto em relação à divisão<strong>do</strong> trabalho.Poucos estu<strong>do</strong>s eram feitos a respeito <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong> homem e,portanto, muitos administra<strong>do</strong>res partiam de pressupostos erra<strong>do</strong>s em relação àsvárias características das pessoas dentro das organizações. Pensava-se que ohomem:140


Escala IV - Relações Humanas na Organização• Evitava o trabalho e trabalhava o mínimo que podia em troca derecompensas salariais.Acreditava-se que somente o salário motivava o homempara o trabalho, por ser preguiçoso. Portanto, esqueciaseuma série de outras dimensões relacionadas com amotivação das pessoas.• Procurava não assumir riscos, gostava da rotina, não admitia mudanças,e era incapaz de ter autocontrole e autodisciplina. Assim, devia sempreser controla<strong>do</strong>, porque era considera<strong>do</strong> irracional.Pensava-se que o homem não gostava de mudarde atividades e tarefas, e procurava sempre fazerto<strong>do</strong> dia a mesma coisa para garantir a segurançae a estabilidade.•Não tinha ambição, não gostava de assumir responsabilidades, preferiaser dirigi<strong>do</strong>.Seus objetivos eram diferentes <strong>do</strong>s da empresa, porisso ele precisava sempre ser controla<strong>do</strong> e vigia<strong>do</strong>.Como conseqüência desses pensamentos, as empresas eram administradasde forma autoritária e coercitiva. Entendia-se que as pessoas deviam serpersuadidas, recompensadas, punidas, coagidas e controladas: as suas atividadesdeviam ser supervisionadas.A atuação <strong>do</strong>s gerentes concentrava-se nos seguintes aspectos: Coação e punição. Como se acreditava que as pessoas deviam sercontroladas, os gerentes atuavam coagin<strong>do</strong> e punin<strong>do</strong> por meio de elementoseconômicos. Isso gerava me<strong>do</strong> e insegurança nos membros da organização, oque afetava a motivação das pessoas;Ameaça dedemissões,corte degratificaçõesetc.141


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEstas vão além dasnecessidadesfinanceiras e <strong>ao</strong>rganização, parater uma equipe depessoas motivadas,não pode somentetrabalhar comrecompensasfinanceiras. Recompensas. Eram somente financeiras, pois não reconheciam overdadeiro ser humano, que possui ambição, necessidades sociais,status, e auto-estima. Hoje se reconhece que as pessoas possuemuma série de necessidades que devem ser satisfeitas; Controle rígi<strong>do</strong>. Quem fazia algo erra<strong>do</strong> era puni<strong>do</strong>. Isso inibia amudança. As pessoas não tentavam nada novo com me<strong>do</strong> de errar eda punição que acompanhava a mudança; Individualização. Não buscavam incentivar a comunicação e orelacionamento entre as pessoas. Os grupos informais – amizadesentre os membros da organização, conversas de corre<strong>do</strong>r – eramvistos como ameaças <strong>ao</strong> controle e à organização imposta pelaadministração. Quanto menos as pessoas se comunicassem, menosinformações seriam compartilhadas. Isso faria com que as pessoasque estavam no coman<strong>do</strong> continuassem nele; Não-participação. A participação era inexistente ou baixíssima, comalta centralização das decisões na cúpula administrativa. O chefe nãopermitia a participação na tomada de decisões. As pessoas eramconsideradas limitadas e, portanto, incapazes de opinar ou propormudanças; Rotina e repetição. Funcionários exerciam atividades rotineiras,simples e repetitivas. As atividades eram subdivididas <strong>ao</strong> máximo,fazen<strong>do</strong> com que as pessoas se especializassem a ponto de nãoprecisarem nenhum raciocínio apura<strong>do</strong>; e Imposição. A administração era feita por imposição, poden<strong>do</strong> havertambém uma tendência para o excesso de regras e regulamentos (altaformalização), para que as pessoas seguissem exatamente aquilo quefora predetermina<strong>do</strong>. Essas pessoas eram guiadas e controladas deacor<strong>do</strong> com as regras impostas pela administração da empresa.Diante dessas características, conclui-se que esse administra<strong>do</strong>rconsiderava o homem como máquina, desconsideran<strong>do</strong> a complexidade que é oser humano.142


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoEsse tipo de administração dificultava as mudanças, pois gerava um<strong>ao</strong>rganização rígida, tornan<strong>do</strong> difícil a adaptação das organizações, àmedida que o ambiente se tornava cada vez mais instável. A modernaadministração empresarial trouxe outros pressupostos <strong>do</strong> homem, geran<strong>do</strong>um novo tipo de relação administra<strong>do</strong>r–indivíduo.As principais características são:Funcionários nãoparticipavam, nãocontribuíam com seusconhecimentos paramudanças nasatividades, haviabaixa delegação deresponsabilidades.Trabalho comofonte de satisfaçãoNão à rotinaAs relaçõesinterpessoaisSegurançaO trabalho pode ser fonte de satisfação para o homem se houverboas condições de trabalho. Ele pode atingir seus objetivosindividuais por meio da empresa onde trabalha. O trabalho não éuma punição, não é uma obrigação, mas sim um fator de motivação.As iniciativas não devem ser reprimidas e o seu desenvolvimentodeve ser estimula<strong>do</strong>. As pessoas não desejam trabalhar ematividades rotineiras, que não utilizam to<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong> serhumano. Ao contrário, atividades rotineiras são desmotiva<strong>do</strong>ras,levam <strong>ao</strong> estresse e a outras <strong>do</strong>enças graves. Atualmente, muitasempresas estão buscan<strong>do</strong> readequar seus processos de trabalho,no senti<strong>do</strong> de desenvolver outras atividades que não inibam opotencial <strong>do</strong> ser humano.O relacionamento com colegas de trabalho e chefias também deveser incentiva<strong>do</strong>, pois o homem é um ser social que precisa serelacionar. Uma das maiores punições para o ser humano é a prisão.Ela leva <strong>ao</strong> isolamento total. Portanto, se as empresas colocam ohomem isola<strong>do</strong> de outras pessoas, o efeito será a desmotivaçãopara o trabalho.As pessoas não são resistentes à mudança, mas podem se tornarcaso estejam em um clima de insegurança, de me<strong>do</strong> e de ameaças.Exemplos são as empresas que fazem mudanças e demitem muitagente. Na próxima mudança, a resistência das pessoas será enorme,pois terão me<strong>do</strong> de perder seu emprego. Nesses episódios aprodutividade costuma baixar bastante, devi<strong>do</strong> à insegurança deto<strong>do</strong>s.143


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAs pessoas são capazes de assumir responsabilidades,deven<strong>do</strong> haver maior delegação. Entretanto, oadministra<strong>do</strong>r precisa observar se as pessoas possuemmaturidade e conhecimento suficientes para assumirdeterminadas responsabilidades. A delegação exigeconfiança. Antes os administra<strong>do</strong>res não delegavamporque não confiavam. Para que exista confiança énecessário treinamento. Não há pessoas limitadas, hápessoas mal treinadas.ConfiançaA capacidade de alto grau de imaginação e criatividade naresolução de problemas está em to<strong>do</strong>s – cabe <strong>ao</strong>administra<strong>do</strong>r saber aproveitar tal capacidade, incentivan<strong>do</strong>a participação. Quanto maior a centralização na tomadade decisões, mais se inibe a participação. Entretanto, épor meio dela que se resgatam novas idéias originárias dacriatividade e das diferenças de percepções sobre umdetermina<strong>do</strong> problema. Quan<strong>do</strong> se admite que a mudançaé uma realidade, necessariamente se requer umamultiplicidade de pessoas interagin<strong>do</strong> na tomada dedecisões. Como diz o dita<strong>do</strong> popular: muitas cabeçaspensam melhor que uma. É lógico que várias pessoas terãocapacidade de criar estratégias inova<strong>do</strong>ras, produtosdiferencia<strong>do</strong>s, e assim por diante.CompartilhamentoVeja que dentro dessa nova concepção, o homem é considera<strong>do</strong> ser humano,e não uma mera máquina, que executa atividades rotineiras e predeterminadas.Ele é capaz de interagir com outros em atividades complexas.Perceba que o administra<strong>do</strong>r que acredita em tais pressupostos: Será mais aberto e dinâmico. procurará liberar potenciais,encorajará o crescimento e proporcionará orientação para os objetivos.Não será um administra<strong>do</strong>r que teme o desenvolvimento de suaequipe. Não verá isso como uma ameaça à sua posição, mas sim comouma contribuição <strong>ao</strong> sucesso da empresa da qual faz parte.144


Escala IV - Relações Humanas na Organização Incentivará a comunicação e a participação. Evitará tomar decisõessozinho. Consultará outras pessoas, buscan<strong>do</strong> novas informações e pontos devista, e a<strong>do</strong>tará um estilo de administração participativo. Criará um clima motiva<strong>do</strong>r para o trabalho. Perceberá que aspessoas têm várias necessidades a serem satisfeitas, não somente as financeiras. Proporcionará tarefas mais enriquece<strong>do</strong>ras.Para que as pessoas exerçam sempreatividades diferentes. Evitará, portanto, a especializaçãoextrema, que gera atividades rotineiras. Delegará responsabilidades. Evitará centralizar tu<strong>do</strong> nas suas mãos.Esse processo irá gerar o desenvolvimento da empresa.Portanto, antes <strong>do</strong> crescimento, há necessidadede a equipe administrativa formar um grupo de pessoascapazes de assumir responsabilidades, antes assumidaspelos dirigentes. Esse processo ocorre com treinamento.Desenvolverá atividades nas quais aspessoas conheçam sua contribuição par<strong>ao</strong> produto final e encontrem significa<strong>do</strong>no que fazem.Com o crescimento, é impossível queuma pessoa (ou poucas) fiqueresponsável por tu<strong>do</strong> o que acontece. Prestará atenção em questões como liderança e conflito,existentes em qualquer relação social. Como as pessoas são seres sociais, a relaçãoentre elas é bem complexa. Nem to<strong>do</strong>s terão facilidade de participar de um grupoe interagir buscan<strong>do</strong> os mesmos objetivos. Podem surgir conflitos que venham aprejudicar a relação. Aparecerão também líderes que influenciarão o grupo,buscan<strong>do</strong> orientá-lo para determina<strong>do</strong>s objetivos. Cabe <strong>ao</strong> administra<strong>do</strong>r verificarse esses objetivos são os espera<strong>do</strong>s e os melhores para a organização.Puxa Antônio! O processo deadministrar tornou-se bemmais complexo.145


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoCertamente, pois exige <strong>do</strong> gerente ou administra<strong>do</strong>r habilidades paraperceber as características de interação humana, as quais costumam ser bastanteabstratas e exigem muita sensibilidade. Lembre-se:Hoje, administrar vai muito além de reunir matériaprima,trabalha<strong>do</strong>res, dinheiro e outros fatoresrelaciona<strong>do</strong>s à operacionalização da empresa.Bem, vamos passar para a próxima seção da nossaempresa, onde buscarei aguçar a sua percepção comofuturo empresário, na tarefa diária de gerenciar as pessoase de entender como ocorre o processo das relaçõeshumanas nas organizações.MotivaçãoVocê já observou que existem algumas perguntas freqüentes que os<strong>do</strong>nos de empresas costumam fazer? Por exemplo:Como motivar as pessoas que trabalham na minha empresa? Comofazer com que se sintam satisfeitas com o trabalho e desenvolvamas atividades da melhor forma possível para que os objetivos daempresa sejam atingi<strong>do</strong>s?Dar uma resposta a essas questões, sem dúvida, não é uma tarefa fácil enão há nenhuma fórmula para isso. Quan<strong>do</strong> se afirma que o gerenciamento depessoas é complexo, é devi<strong>do</strong> a questões como essas.146


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoEntretanto, muito se tem discuti<strong>do</strong> a respeito da motivação das pessoasnas empresas, e tem-se hoje, conceitos básicos que norteiam esses estu<strong>do</strong>s. Amotivação de uma pessoa depende de fatores internos e de fatores externos.Como personalidade, capacidade de aprendizagem,de emoções, valores, atitudes etc.Como asrecompensas,punições,coesão grupaletc.Os fatores externos incluem os fatores ambientais, que influenciam ocomportamento das pessoas. São exemplos:Relacionamento com a família e as pressões daí decorrentes, orelacionamento com o chefe, influências <strong>do</strong>s colegas de trabalho,mudanças nas tarefas e tecnologias utilizadas pela empresa,programas de treinamento, condições físicas de trabalho etc.Essas pressões externas são as mais fáceis de a empresa trabalhar, porestarem <strong>ao</strong> alcance <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r, uma vez que são mais visíveis e simples dedetectar. Mesmo assim, nem sempre são fáceis de lidar.Os fatores internos são geralmente mais abstratos, envolven<strong>do</strong> asnecessidades, habilidades e aptidões de cada indivíduo. Por serem diferentes paracada pessoa, requerem maior sensibilidade e interação <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r, queprecisa detectá-los e agir em relação a eles. Como exemplo, está a necessidade dereconhecimento que uma pessoa possa ter. Isso deve ser identifica<strong>do</strong> pela chefia,que deve encontrar uma forma de reconhecer sua contribuição para com asatividades da empresa. Nesse caso, uma dica:A atitude a ser tomada não envolveria apenas umaumento de salário, mas uma maior expressão dereconhecimento pelo grupo, o que torna a questãomuitas vezes complexa.147


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEsse impulsopode serprovoca<strong>do</strong> porum estímuloexterno,poden<strong>do</strong>também sergera<strong>do</strong>internamente,nos processosmentais <strong>do</strong>indivíduo.Veja emCHIAVENATO,I. RecursosHumanos. 4.São Paulo:Atlas, 1997.Pois motivo é tu<strong>do</strong> aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinadaforma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão, a um comportamentoespecífico. Enfim, o que importa é o quanto as necessidades das pessoas estãosen<strong>do</strong> satisfeitas.É claro que as pessoas são diferentes em relação à motivação. Asnecessidades variam de indivíduo para indivíduo, os valores de cada um sãodiferentes, assim como a capacidade para alcance <strong>do</strong>s objetivos, e isso tu<strong>do</strong> podevariar no mesmo indivíduo durante sua vida.Isso significa que passamos por um ciclo que se inicia com umanecessidade. Essa necessidade gera tensão, que modificará o comportamento e aação da pessoa até que a necessidade seja satisfeita. Conforme Chiavenato, aisso chamamos de ciclo motivacional. O quadro a seguir mostra este movimentopara você.Observe que, quan<strong>do</strong> surge a necessidade, ela nem sempre será satisfeita.Quan<strong>do</strong> isso ocorre, surge a frustração <strong>do</strong> indivíduo, que pode ser observadapelo aumento da tensão e que terá como conseqüência agressividade,descontentamento, apatia, indiferença, estresse, insônia, complicações gástricas,cardíacas etc. Essas reações variam de pessoa para pessoa. Algumas vezesocorrerão compensações. Dada a dificuldade de satisfazer uma determinadanecessidade, encontram-se outras vantagens para o indivíduo, o que faz com quecompense a insatisfação anterior. Um aumento de salário não obti<strong>do</strong> pode sercompensa<strong>do</strong> por melhores condições no trabalho ou por uma transferência.148


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoComo você mesmo já deve ter constata<strong>do</strong>, a natureza das pessoas é deconstante mutação e, é claro, nossas necessidades irão variar com o tempo. Issofaz com que o processo de gerenciamento das pessoas dentro de uma organizaçãoseja dinâmico, nunca estático.Veja nesta figura que tenho: ela mostra umaclassificação das necessidades das pessoasfeitas por Abraham Maslow. Ele propôs umahierarquia de necessidades. Segun<strong>do</strong> ele,as pessoas possuem necessidades primárias(de segurança e fisiológicas) e secundárias(sociais, de estima e de auto-realização).Figura 1Hierarquia dasnecessidades deMaslow.CHIAVENATO,RecursosHumanos. 4. ed.São Paulo: Atlas,1997.Vamos conversar um pouco sobre cada uma das necessidades. Vejamosa primeira, que é a base da pirâmide:As necessidades fisiológicas são as necessidades inatas, comonecessidade de alimentação, de sono, de repouso, de abrigo, de atividade sexual.Exigem satisfação cíclica para garantir a sobrevivência <strong>do</strong> indivíduo. Quan<strong>do</strong>alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela se torna superior às outras,por exemplo:A pessoa não vai estar direcionada a satisfazersuas necessidades de realização pessoal notrabalho se estiver passan<strong>do</strong> fome.As necessidades de segurança referem-se à necessidade de proteçãocontra perigos reais ou imaginários. A necessidade de estabilidade entra nesteitem. Portanto, em um clima de constantes ameaças de demissão, a pessoa torna-149


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismose amedrontada, baixan<strong>do</strong> sua motivação e conseqüentemente sua produtividade.A insegurança gera me<strong>do</strong>, tensão, estresse, dificuldade de concentração, o queafeta a produtividade <strong>do</strong> indivíduo no trabalho.As necessidades sociais referem-se às necessidades de associação queas pessoas possuem. To<strong>do</strong>s temos necessidade de aceitação, de troca de amizadese de amor. A frustração dessas necessidades gera hostilidade, depressão e solidão.O administra<strong>do</strong>r deve estar atento a todas essas manifestações no ambiente detrabalho. Um ambiente de trabalho e uma divisão de tarefas que facilitem essaintegração trarão benefícios para a empresa. Muitas empresas buscam limitar aintegração com receio de surgirem ameaças, hostilidades e reações quanto àssuas normas e regulamentos. Essas questões devem ser trabalhadas sem oisolamento <strong>do</strong>s membros. Mesmo que a empresa desestimule a interação, surgirãogrupos informais, muitas vezes fora <strong>do</strong> expediente normal. Os problemas d<strong>ao</strong>rganização devem ser resolvi<strong>do</strong>s por diálogo e não por isolamento. Este causarámais hostilidade e revolta.As necessidades de estima são as relacionadas com a maneira pelaqual a pessoa se vê e se avalia. É a apreciação própria, a autoconfiança, oreconhecimento <strong>do</strong> seu status, <strong>do</strong> poder, <strong>do</strong> prestígio, de como percebe oreconhecimento <strong>do</strong> grupo. Quan<strong>do</strong> a pessoa tem essas necessidades satisfeitas,tende a ser confiante, sentin<strong>do</strong>-se útil, forte, com grande capacidade de realização.Quan<strong>do</strong> essas necessidades não são satisfeitas, geram-se sentimentos deinferioridade, fraqueza, desamparo, com conseqüências danosas <strong>ao</strong> convívio sociale à realização das tarefas.As necessidades de auto-realização são as necessidades de elevação<strong>do</strong> potencial e de desenvolvimento. São necessidades relacionadas à autonomia,independência, autocontrole e competência. São necessidades intrínsecas de cadaindivíduo e dependerão das ambições individuais. Cabe às organizações criarambientes de trabalho e atividades estimula<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> potencial humano,incentivan<strong>do</strong> as pessoas a galgarem novos objetivos, buscan<strong>do</strong> dessa formadesenvolver o potencial de cada emprega<strong>do</strong> ou membro de uma equipe <strong>ao</strong> longo<strong>do</strong>s anos. Não somente atividades relacionadas <strong>ao</strong> trabalho diário da pessoapodem gerar auto-realização.Bem... essa descrição de necessidades faz com que cada empresa busqueanalisar como deve ser o seu sistema de recompensas e remunerações. Fica claroque a consideração <strong>do</strong> dinheiro como única fonte de recompensa não é adequada,que outros aspectos devem ser considera<strong>do</strong>s. Por exemplo:150


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoAlgumas empresas utilizam outras formas de recompensa, queincluem: entrega de medalhas <strong>ao</strong> melhor emprega<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano,criação de uma forma de destaque para o melhor emprega<strong>do</strong> <strong>do</strong>mês (como fazem alguns, colocan<strong>do</strong> a foto <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> <strong>do</strong> mêsem exposição), oferecimento de prêmios como viagens com afamília, ou alguns outros destaques, como secretária, uma salamaior ou um motorista.Essas diferentes formas de remuneração devem ser consideradas, alémde outras, dependen<strong>do</strong> das necessidades expressas de cada tipo de profissionalda empresa.Nesse senti<strong>do</strong>, uma das principais distinções entre o chefe e o líder deuma empresa está na identificação das necessidades pessoais.••O líder está mais sensível a elas e buscará tratar cada pessoa com suasparticularidades, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> formas de recompensas diferenciadas. Por ser maissensível, terá empatia e facilidade em abordar questões relacionadas a emoçõese sentimentos.O chefe geralmente tenderá a utilizar uma única forma de remuneração, afinanceira.Dada a grande ligação entre a motivação e a liderança, este será o temaque discutiremos em seguida.LiderançaPodemos entender liderança por um processo no qual uma pessoainfluencia um indivíduo ou grupo, buscan<strong>do</strong> estabelecer e alcançar metas.Por isso, é um processo que necessariamente envolve outras pessoas.Sem subordina<strong>do</strong>s ou segui<strong>do</strong>res todas as qualidades de liderança de uma pessoasão secundárias. O porquê dessa influência é tema de muitos estu<strong>do</strong>s na área daadministração. A seguir serão discuti<strong>do</strong>s alguns <strong>do</strong>s conceitos mais expressivos.A liderança sempre envolve uma relação de poder. Quan<strong>do</strong> uma pessoatem a capacidade de influenciar outra, isso significa que ela tem um poder sobrea outra. É claro que essa relação de poder não é unilateral, pois depende de <strong>ao</strong>utra pessoa aceitar essa influência.151


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO poder <strong>do</strong> líder se origina de diferentes fontes, sen<strong>do</strong> descritas pelosseguintes tipos de poder: o de recompensa, o coercitivo, o legítimo, o de referênciae o de competência. Essas fontes de poder são utilizadas de formas diferentespelas pessoas, o que faz com que alguns tenham capacidade de influência e outrosnão.O que diferenciará um líder de outro líder, ouum líder de uma pessoa não-líder, depende decomo essas fontes de poder são utilizadas.152O poder de recompensa é o poder que uma pessoa possui derecompensar outra por algo. É o caso <strong>do</strong> chefe que tem o poder de dar umapromoção a alguém, oferecer uma atividade mais agradável etc.O poder coercitivo é o poder de punir alguém por algo. É o contrário<strong>do</strong> poder de recompensa. Ocorre quan<strong>do</strong> o chefe não oferece aumento de saláriopara alguém ou demite, porque atividades não foram realizadas ou foram feitasde forma ineficaz.O poder legítimo ocorre quan<strong>do</strong> o influencia<strong>do</strong> (subordina<strong>do</strong>)reconhece que o influencia<strong>do</strong>r (chefe ou outra pessoa <strong>do</strong> grupo) tem o direito,ou está legalmente habilita<strong>do</strong>, a exercer influência e, dessa forma, aceita essepoder. É o caso de um <strong>do</strong>no de empresa e um emprega<strong>do</strong>. O emprega<strong>do</strong> entendeque o <strong>do</strong>no da empresa tem um poder, que lhe é legítimo, de lhe solicitardeterminadas atividades relativas <strong>ao</strong> cotidiano da empresa. Essa forma de podervem <strong>do</strong> cargo maior na organização.O poder da competência tem base na competência <strong>do</strong> indivíduo. Équan<strong>do</strong> a pessoa conhece imagem muito de determina<strong>do</strong> assunto e as pessoas sãoinfluenciadas por ela porque percebem isso. Quan<strong>do</strong> determina<strong>do</strong> assunto estáem debate, provavelmente liderará a reunião quem tiver o poder de competênciae que entender mais sobre determina<strong>do</strong> assunto que está sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>. Éclaro que não há uma regra, mas é provável que isso ocorra.O poder de referência está no desejo <strong>do</strong> influencia<strong>do</strong> de se identificarou imitar o influencia<strong>do</strong>r. Isso está relaciona<strong>do</strong> <strong>ao</strong> prestígio que possui umapessoa, provocan<strong>do</strong> a admiração <strong>do</strong> influencia<strong>do</strong>.


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoO fato de uma pessoa ter uma dessas fontes de poder não significa quepoderá influenciar alguém. Como comentam Stoner e Freeman, um gerentepode ter o respeito e a admiração <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, ser visto como um expert,mas, mesmo assim, ser incapaz de influenciá-los a serem criativos no trabalho oumesmo a trabalharem dentro <strong>do</strong> prazo.Portanto lembre-se:Leia emCHIAVENATO,RecursosHumanos. 4.ed. São Paulo:Atlas, 1997.Ser líder é fazer uso dessas diferentes fontes de poderpara influenciar as pessoas. Se uma pessoa possui umadessas fontes, mas não consegue influenciar as pessoas,não é um líder. Muitas vezes, para exercer influência,será necessário ter várias dessas fontes. Isso dependeráda situação e das pessoas envolvidas no processo deliderança.Um conceito-chave no estu<strong>do</strong> da liderança é a diferença entre chefe elíder. O chefe (ou <strong>do</strong>no de uma empresa) tem o poder legítimo e, geralmente, ode recompensa e o coercitivo, mas não necessariamente tem capacidade deinfluenciar os emprega<strong>do</strong>s. Muitas vezes os emprega<strong>do</strong>s fazem as atividadesporque sabem que, em outro caso, podem sofrer sanções, mas não sãoinfluencia<strong>do</strong>s a trabalhar com motivação e envolvimento.Em algumas organizações, as pessoas assumem cargos de alta posiçãona empresa e têm dificuldade de liderar os demais. Apesar de possuírem o poder derecompensa e o coercitivo, podem encontrar problemas para influenciar tal grupo.Então, como a liderança é alcançada?Há várias maneiras de se tornar um líder. Os líderes podem ser nomea<strong>do</strong>s(possuirão um cargo) ou podem ser naturais (surgirão naturalmente no grupo).Os líderes nomea<strong>do</strong>s têm influência sobre outras pessoas devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong>cargo que ocupam. O cargo lhes atribui autoridade, independentemente dascaracterísticas <strong>do</strong> indivíduo. Usam os sistemas de recompensa (promoções,aumentos etc.) ou punição (ameaçam demitir, por exemplo) para influenciar aspessoas a fazer as tarefas desejadas. Com a nomeação, a pessoa passa a ter opoder de recompensa e coerção.Situaçõescomuns sãofilhos deempresários queassumem umalto cargo naempresa semconhecer osemprega<strong>do</strong>s e asatividades daempresa oupessoas ligadas<strong>ao</strong> funcionalismopúblico queprecisam chefiarum grupo jáforma<strong>do</strong>.153


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNo caso de umfuncionário,conhecer mais<strong>do</strong>srequerimentosnecessários paraa realização dedeterminadatarefa <strong>do</strong> que oseu chefe, opoder <strong>do</strong>funcionáriopode ser maior<strong>do</strong> que o poderque o chefeexerce.De acor<strong>do</strong> comStoner eFreeman(1999), muitoslíderes dahistória nãopossuíam essascaracterísticas,como Napoleãoe AbrahamLincoln.Os líderes naturais, que não precisam ser formalmente nomea<strong>do</strong>s,exercem poder sobre os demais membros da organização devi<strong>do</strong> à sua capacidadede conseguir a realização da tarefa, ou a manutenção da rede social <strong>do</strong> grupo.Esses líderes têm controle sobre algumas recompensas (como o respeito e aestima) e punições (reprovação social). Seu poder é basea<strong>do</strong> nas característicaspessoais.Os líderes naturais também podem ter o poder de influenciar as atitudes<strong>do</strong>s demais membros <strong>do</strong> grupo pelo conhecimento que possuem (poder decompetência). Os funcionários se relacionam melhor com alguém que elespercebem como um conhece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> trabalho por eles exerci<strong>do</strong> e que, por isso,reconheça as pressões e frustrações ali existentes.Outra fonte de liderança natural é o magnetismo ou carisma pessoal(poder de referência). As pessoas se identificam com outras devi<strong>do</strong> a certos traçospessoais ou características de personalidade. Algumas características sociais epessoais de capacidade para o trabalho, realização, autoconfiança, entusiasmo einspiração são associadas a um líder eficaz. Entretanto, essas características nãodevem ser tomadas como propriedades, isto é, pode haver líderes sem taiscaracterísticas.É comum as pessoas acreditarem que os líderes nascem feitos. Entretanto,isso já foi desmistifica<strong>do</strong> pelos pesquisa<strong>do</strong>res. Pessoas inteligentes, extrovertidase autoconfiantes podem ser líderes como podem não sê-lo. Além disso, existemestu<strong>do</strong>s que mostram que as pessoas desenvolvem esses traços depois de estaremem posições de liderança, portanto essas características não se mostram comocausa da liderança, mas podem até ser uma conseqüência dela.É discuti<strong>do</strong> também que a liderança é situacional, isto é, ela varia de situaçãopara situação, com mudanças de líderes, segui<strong>do</strong>res e situações, por exemplo:Uma pessoa pode ser um líder no grupo daIgreja, mas não no trabalho; um jovem podeser um líder no grupo de rock, mas não naturma <strong>do</strong> colégio; um administra<strong>do</strong>r pode serlíder no departamento de compras, mas sefor transferi<strong>do</strong> para o departamento demarketing pode não atuar como líder.154


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoPerceba, mais <strong>do</strong> que habilidades técnicas, o líder natural possuihabilidades interpessoais. Sensibilidade em relação às pessoas é a chave para abusca da auto-realização <strong>do</strong> líder e <strong>do</strong>s seus segui<strong>do</strong>res. São os líderes naturaisque ajudam a transformar as necessidades <strong>do</strong>s segui<strong>do</strong>res em esperanças positivase aspirações. Como o líder é um grande conhece<strong>do</strong>r das pessoas, sabe suprir suasnecessidades específicas (seja de troca de tarefa, seja de maior remuneração, demaior prestígio no grupo, de melhor entrosamento etc.).Como as pessoas entram nas organizações com um conjunto denecessidades que procuram satisfazer no dia-a-dia, cabe <strong>ao</strong> líder identificar essasnecessidades, pois o desencontro entre expectativas interiores e a resposta exteriorcoloca o indivíduo em um esta<strong>do</strong> de alerta, geran<strong>do</strong> ansiedade e agressividade.Não há uma regra de como motivar pessoas. Cada pessoa possui umanecessidade. Por exemplo:A utilização deprêmios oucastigosdepende dacarência internade cadaindivíduo, o quenão éreconheci<strong>do</strong>pelo chefe, queutiliza prêmios epunições <strong>ao</strong>acaso.Uma necessidade de uma criança pode ser a de carinho;a de outra, alimentação. Para a primeira necessidade,os pais precisarão de maior conhecimento interpessoalpara identificá-la e satisfazê-la. Já para a segunda, ocorpo vai dar sinal de carência, portanto é mais fácilidentificá-la e solucioná-la.Nas empresas, os chefes geralmente identificam as carências deremuneração <strong>do</strong>s funcionários, mas não percebem outras possíveis carências quepodem haver, como a necessidade de maior valorização <strong>do</strong> trabalho realiza<strong>do</strong>.Por isso, um aumento de salário nem sempre traz o efeito deseja<strong>do</strong>, poisisso não é a única necessidade que o funcionário tem. Nesse caso, o líder seráaquele que, possuin<strong>do</strong> maior conhecimento interpessoal, irá identificar anecessidade de valorização <strong>do</strong> trabalho, passará a elogiar a tarefa executada eressaltará a contribuição da tarefa para com o sucesso da empresa.Estilos de liderançaÉ de suma importância ressaltar que um líder pode assumir diferentesestilos de liderança: estes variarão em um continuum, desde o estilo mais autoritárioaté o estilo mais participativo.155


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVamos conhecer um pouco mais sobre os diferentes estilos.Autoritário explora<strong>do</strong>rO estilo autoritário explora<strong>do</strong>r é o que está em uma das extremidades<strong>do</strong> continuum. O líder autoritário explora<strong>do</strong>r toma todas as decisões em relação <strong>ao</strong>trabalho e manda seus subordina<strong>do</strong>s cumprirem. Os padrões de desempenhosão estabeleci<strong>do</strong>s por ele, e o não-cumprimento <strong>do</strong>s objetivos resulta em ameaçase punições.Este estilo de liderança não contempla a confiança nos subordina<strong>do</strong>s. Olíder autoritário explora<strong>do</strong>r tem uma tendência a ser direto <strong>ao</strong> elogiar ou criticaro trabalho de cada um, permanecen<strong>do</strong> distante da participação ativa <strong>do</strong> grupo.Determina o ritmo específico de trabalho e o comportamento de cada um.Veja como isso ocorre: O processo de tomada de decisões é, portanto, centraliza<strong>do</strong>.Todas as ocorrências imprevistas e não-rotineiras devem ser levadas <strong>ao</strong> líder. Aconseqüência disso é um congestionamento e sobrecarga de atividades junto aele, provocan<strong>do</strong> o desconhecimento a respeito das decisões tomadas nas esferasmais baixas, que não são chamadas a participar <strong>do</strong> processo. O sistema de comunicação é precário e emperra<strong>do</strong>. Ascomunicações ocorrem sempre verticalmente, no senti<strong>do</strong> descendente, carregan<strong>do</strong>exclusivamente ordens e raramente orientações e explicações. As pessoas nãosão solicitadas a gerar informações, o que faz com que as decisões tomadas pelolíder sejam baseadas em informações limitadas e geralmente incompletas edistorcidas. O relacionamento interpessoal é considera<strong>do</strong> prejudicial <strong>ao</strong>sinteresses da empresa e <strong>ao</strong> bom andamento <strong>do</strong>s trabalhos. As conversasinformais são vistas com desconfiança. Para evitar ou coibir as relações humanas,os cargos e as tarefas são desenha<strong>do</strong>s para confinar e isolar as pessoas. O sistema de recompensas dá ênfase a punições e medidasdisciplinares, geran<strong>do</strong> um ambiente de temor e desconfiança. As pessoasdevem obedecer às regras e regulamentos internos, sem questionamentos. Quan<strong>do</strong>existem recompensas, são geralmente salariais e materiais, sem qualquercomponente simbólico ou emocional. Geralmente essas relações são frias eimpessoais.156


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoAutoritário benevolente O líder autoritário benevolente dá as ordens, mas os subordina<strong>do</strong>stêm uma certa liberdade de fazer comentários e têm flexibilidade para executartarefas, mas com limites e procedimentos prescritos por ele. O processo de decisão continua centraliza<strong>do</strong> no líder, mas estepermite uma reduzida delegação de decisões de pequeno porte e de carátermeramente repetitivo e burocrático, baseadas em simples rotinas e prescrições<strong>do</strong> líder. Além disso, todas essas atividades delegadas ficam sujeitas <strong>ao</strong> seu controlee aprovação. O sistema de comunicação continua precário, prevalecen<strong>do</strong> ascomunicações de cima para baixo, embora aqui já ocorra alguma comunicaçãoascendente. O relacionamento entre as pessoas ainda é tími<strong>do</strong>, e asrecompensas e punições continuam sen<strong>do</strong> financeiras.ConsultivoO líder consultivo estabelece os objetivos e dá ordens depois de discutilascom os subordina<strong>do</strong>s. Estes podem tomar suas próprias decisões sobre comoexecutarão seu trabalho, pois só as decisões gerais são tomadas pelo administra<strong>do</strong>rde nível mais alto. Para motivar os funcionários, usa recompensa <strong>ao</strong> invés depunições e ameaças. Os funcionários sentem-se livres para discutir com o chefequase to<strong>do</strong>s os assuntos relaciona<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> trabalho. O chefe confia muito nossubordina<strong>do</strong>s para a correta execução de seu trabalho. O processo de tomada de decisão é participativo e consultivo<strong>ao</strong> mesmo tempo. É participativo porque determinadas decisões específicassão delegadas a outros níveis hierárquicos, que seguem as orientações básicas daempresa. É consultivo porque a opinião e os pontos de vista de níveis inferioressão considera<strong>do</strong>s na definição das políticas e diretrizes que os afetam. Mas todasas decisões são posteriormente submetidas à aprovação <strong>do</strong> líder. O relacionamento entre as pessoas existe, inclusiveinformalmente. As pessoas sentem confiança, embora não completa. Existe aformação de grupos e de equipes transitórias, em que o relacionamento humanoé privilegia<strong>do</strong>.157


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEste tipo de liderança dá ênfase às recompensas materiais (comoincentivos salariais e oportunidades de promoção e desenvolvimento profissional)e simbólicas (como prestígio e status), poden<strong>do</strong> ocorrer punições.As políticas e asdiretrizes sãodefinidas pelaliderança,enquanto ocontrole deresulta<strong>do</strong>s, asdecisões e açõessão deixa<strong>do</strong>s acargo <strong>do</strong>s níveishierárquicosmais baixos oude outrosmembros <strong>do</strong>grupo.Veja emCHIAVENATO,I. RecursosHumanos. 4.ed. São Paulo:Atlas, 1997.ParticipanteNo estilo de liderança participativa todas as decisões relacionadas como trabalho são tomadas em grupo. Se o administra<strong>do</strong>r toma alguma decisão,antes incorpora as sugestões e as opiniões de outros membros <strong>do</strong> grupo. Portanto,a decisão tomada por ele nem sempre é a de preferência pessoal. Para motivar osfuncionários, utiliza recompensas econômicas, além de sentimentos de valor eimportância. O relacionamento entre chefe e subordina<strong>do</strong>s é franco, amistoso ecom base na confiança.Este estilo é o mais democrático, em que todas as decisões são delegadas<strong>ao</strong>s níveis hierárquicos mais baixos da organização. O grande desafio neste estilode administração é a obtenção <strong>do</strong> consenso na tomada de decisões. A comunicação passa a fluir em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s. A informaçãopassa a ser um <strong>do</strong>s recursos mais importantes da empresa e precisa sercompartilhada por to<strong>do</strong>s os membros que dela necessitem para trabalhar, a fimde se obter a sinergia necessária. Quanto <strong>ao</strong> relacionamento interpessoal, destaca-se aqui otrabalho em equipe. As relações interpessoais devem basear-se na confiançamútua entre as pessoas, e o bom relacionamento entre os membros da equipe éessencial para o bom desenvolvimento <strong>do</strong>s trabalhos. O sistema de recompensas e punições é mais basea<strong>do</strong> emrecompensas, principalmente as simbólicas e sociais, embora não se possanegligenciar as materiais e salariais. As punições são raras.Você pode ver também o que nos diz Chiavenato. Para ele o primeiroestilo, o autoritário explora<strong>do</strong>r, é encontra<strong>do</strong> em organizações que utilizamtecnologia rudimentar, onde o pessoal emprega<strong>do</strong> é de baixa qualificaçãoprofissional e de baixo nível instrucional. É o sistema geralmente emprega<strong>do</strong> naárea de produção das empresas de construção civil ou de produção industrial.O segun<strong>do</strong> estilo de liderança é encontra<strong>do</strong> com freqüência emempresas industriais que utilizam tecnologia mais apurada e mão-de-obra maisespecializada, mas que ainda mantêm alguma forma de coerção para não perder158


Escala IV - Relações Humanas na Organizaçãoo controle sobre o comportamento das pessoas. É o que ocorre na área deprodução e de montagem da maioria das empresas industriais e nos escritóriosde algumas fábricas.O terceiro estilo é utiliza<strong>do</strong> em empresas de serviços, como bancos eempresas industriais com tecnologias mais avançadas e políticas de pessoal maisabertas.O quarto estilo é pouco encontra<strong>do</strong> na prática, mas pode existir emorganizações que contam com pessoal altamente especializa<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong>,como em agências de publicidade e propaganda e organizações de consultoria.Outra classificação é apresentada por Stoner e Freeman baseada nosestu<strong>do</strong>s de Vroom-Yettom (1973). Esses autores distinguem <strong>do</strong>is estilos deliderança autoritários:O primeiro (A1) é aquele em que os administra<strong>do</strong>res resolvem sozinhosos problemas ou tomam as decisões, usan<strong>do</strong> as informações disponíveis nomomento. No segun<strong>do</strong> estilo autoritário (A2), os administra<strong>do</strong>res obtêminformações necessárias com os subordina<strong>do</strong>s e, em seguida, decidem sozinhosa solução <strong>do</strong> problema. Ao pedirem informações podem ou não dizer <strong>ao</strong>ssubordina<strong>do</strong>s qual é o problema. O papel representa<strong>do</strong> pelos subordina<strong>do</strong>s nadecisão é claramente o de fornecer as informações necessárias <strong>ao</strong>s administra<strong>do</strong>res,mais <strong>do</strong> que gerar ou avaliar soluções alternativas.Veja também emSTONER, J;FREEMAN, R. E.Administração.5 ed. São Paulo:Makron Books,1999.E sobre liderança consultiva, oque o senhor tem a nos falar?Ten<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> os estilos de liderança autoritários, vou falar um poucosobre estilos de liderança consultivos. Um deles (C1) ocorre quan<strong>do</strong> osadministra<strong>do</strong>res compartilham o problema individualmente com os subordina<strong>do</strong>srelevantes, pegan<strong>do</strong> suas idéias e sugestões sem reuni-los em grupo. Em seguida,os administra<strong>do</strong>res tomam a decisão, que pode ou não refletir a influência <strong>do</strong>ssubordina<strong>do</strong>s.159


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO outro estilo (C2) ocorre quan<strong>do</strong> os administra<strong>do</strong>res compartilham oproblema com os subordina<strong>do</strong>s em grupo, obten<strong>do</strong> suas idéias e sugestõescoletivamente. Em seguida, tomam a decisão, que pode ou não refletir a influência<strong>do</strong>s subordina<strong>do</strong>s.O terceiro estilo é o da total participação (G2). Aqui os administra<strong>do</strong>rescompartilham o problema com os subordina<strong>do</strong>s em grupo. Juntos,administra<strong>do</strong>res e subordina<strong>do</strong>s criam e avaliam alternativas e tentam chegar aum acor<strong>do</strong> (consenso) sobre uma solução. Os administra<strong>do</strong>res não tentaminfluenciar o grupo a a<strong>do</strong>tar as soluções que preferem, aceitan<strong>do</strong> e implementan<strong>do</strong>qualquer solução que tenha apoio de to<strong>do</strong> o grupo.Bem, veja... Isso depende dascaracterísticas <strong>do</strong> gerente, <strong>do</strong>grupo e da situação.O mo<strong>do</strong> de um administra<strong>do</strong>r liderar será influencia<strong>do</strong> pelo seu passa<strong>do</strong>,seu conhecimento, seus valores e sua experiência. Se os subordina<strong>do</strong>s desejamter maior independência e liberdade de atuação, desejam ter responsabilidade natomada de decisão e se identificam com o objetivo da empresa e têm conhecimentoe experiência para enfrentar os problemas, pode ser a<strong>do</strong>tada uma liderança maisparticipativa. Ao contrário, se os subordina<strong>do</strong>s não têm essas características, umestilo autoritário deve ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.As características da situação também devem ser consideradas. A situaçãorefere-se <strong>ao</strong> estilo organizacional preferi<strong>do</strong> pela empresa, <strong>ao</strong> grupo de trabalho, ànatureza das tarefas, às pressões de tempo e <strong>ao</strong>s fatores ambientais. Assim, cadasituação demanda uma diferente forma de liderança.Alguns autores afirmam que a liderança depende da maturidade <strong>do</strong>ssubordina<strong>do</strong>s. Esses autores definem maturidade como o desejo de realização,disposição para aceitar responsabilidades, experiência na realização das tarefas.Partin<strong>do</strong> dessa perspectiva, existem quatro fases no desenvolvimento eamadurecimento <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s na empresa.160


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoHá uma fase inicial, quan<strong>do</strong> o emprega<strong>do</strong> está entran<strong>do</strong> na empresa,onde costuma ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> um estilo menos participativo, em que o líder orient<strong>ao</strong> emprega<strong>do</strong> dan<strong>do</strong> as diretrizes para a realização das tarefas. Para os autores,um gerente que não ofereça direção nesse perío<strong>do</strong> causaria ansiedade e confusãonos novos emprega<strong>do</strong>s.Em um segun<strong>do</strong> momento, quan<strong>do</strong> os emprega<strong>do</strong>s já estãofamiliariza<strong>do</strong>s com as tarefas, mas ainda não podem assumir responsabilidades,o papel <strong>do</strong> gerente deve ser o de dar apoio e encorajar o emprega<strong>do</strong> para que estecontinue se esforçan<strong>do</strong> e se desenvolven<strong>do</strong>.Na terceira fase ocorre o crescimento da capacidade <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>,que se mostra mais motiva<strong>do</strong> e procura assumir mais responsabilidades. Esseprocesso gera um aumento da confiança, <strong>do</strong> autodirecionamento e da experiência,possibilitan<strong>do</strong> que o gerente reduza o nível de acompanhamento.Na quarta fase, na qual os emprega<strong>do</strong>s não necessitam de umacompanhamento tão estreito por parte <strong>do</strong>s gerentes, já é possível que oemprega<strong>do</strong> haja por conta própria. Aqui o ideal é um estilo de liderança maisparticipativo, no qual o subordina<strong>do</strong> se equipara a um colega de trabalho,partilhan<strong>do</strong> a responsabilidade na tomada de decisões. Vroom e Yetton sugeremalgumas perguntas que orientam os administra<strong>do</strong>res para a identificação <strong>do</strong> estilode liderança que deve ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.Veja mais emSTONER, J.;FREEMAN, R. E.Administração.5. São Paulo:Makron Books,1999. Eu tenho informaçõesou capacidade suficiente pararesolver o problema sozinho?Se o administra<strong>do</strong>r não tem capacidade, não deve a<strong>do</strong>taro estilo A1, no qual ele toma a decisão sozinho. Eu preciso tomar umadecisão de alta qualidade com aqual meus subordina<strong>do</strong>sprovavelmente discordarão?Neste caso, afirmam os autores, a<strong>do</strong>tar um estiloparticipativo, que busca o consenso, seria inadequa<strong>do</strong>,porque a decisão não teria a qualidade objetiva que oproblema exige. O problema éestrutura<strong>do</strong>?Isto é, eu sei quais informações preciso e onde conseguilas?Se eu sei, não preciso a<strong>do</strong>tar o consultivo e oparticipativo, mas se não sei, é necessária maior interação<strong>do</strong> grupo.161


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo A aceitação <strong>do</strong> grupoé fundamental para o sucesso dadecisão?Se é fundamental, é claro que o estiloautoritário não é indica<strong>do</strong>. Se a aceitação dadecisão for importante, será quemeus subordina<strong>do</strong>s poderãodiscordar entre si quanto àmelhor solução?Em caso afirmativo, os estilos C2 e G2,que envolvem decisão de grupo, sãopreferíveis. Somente dentro <strong>do</strong> grupo asdiferenças entre os subordina<strong>do</strong>s podemser discutidas abertamente e resolvidas emúltima instância. Os outros estilos podemdeixar alguns subordina<strong>do</strong>s insatisfeitoscom a decisão.Há um tipo idealde líder?Não. Não há um tipo ideal decomportamento para um líder. Elepode desempenhar comportamentoautoritário em uma situação, e emoutra pode expressar comportamentoparticipativo.Mas, para que as tarefas atinjam os objetivos que a empresa almeja, éimportante que o chefe/líder assuma uma postura que tenha determinadascaracterísticas.162


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoLembre-se: O líder deve ser um bom comunica<strong>do</strong>r, dentro e fora daequipe. Algumas pessoas são boas comunica<strong>do</strong>ras por natureza, mas acapacidade de se comunicar vai além de meras aptidões verbais e não-verbais, oque pode ser aprendi<strong>do</strong> dentro da empresa. Requer um fluxo de comunicaçãolivre e aberto nos <strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> líder para a equipe e vice-versa. To<strong>do</strong> o sensode temor da organização deve ser elimina<strong>do</strong>, para que o líder da equipe possaexpor suas opiniões de forma a questionar a organização. Para isso, ele devecontar com o mesmo nível de desenvolvimento de comunicação em toda <strong>ao</strong>rganização.Observe que nada faz com que a organizaçãose torne ineficiente tão rapidamente como ofato de os funcionários terem de ficarimaginan<strong>do</strong> o que vai agradar ou desagradaro chefe. Portanto, comunique o que vocêespera de seus funcionários.A comunicaçãovertical deve sersubstituída porlinhas decomunicaçãohorizontal e emrede, que se dãoentre pessoas deum mesmo nívelhierárquico eentre diversosgruposfuncionais entresi,respectivamente.Assim você deve: Ter coerência em suas ações, dentro e fora da empresa, essa é a baseda reputação e <strong>do</strong> respeito pelos quais o líder será conheci<strong>do</strong>. Deve ser flexível para se adaptar às constantes mudanças que regemo mun<strong>do</strong> moderno <strong>do</strong>s negócios. É a capacidade de enfrentar novos desafios,em oposição <strong>ao</strong> uso da experiência como desculpa para fazer “<strong>do</strong> jeito de sempre”. Precisa ser estudioso, ansioso por aprender técnicas, sistemas enovos méto<strong>do</strong>s de trabalho. Deve estar pronto para aceitar pessoas e idéias novas,para aprender com a equipe e ser capaz de ensiná-la. Deve ser um treina<strong>do</strong>r. O treina<strong>do</strong>r é responsável pelo moral,motivação e bem-estar da equipe. Precisa ser receptivo: escutar, aceitar críticas e desafios. Aceitar erros. Um líder que reprime os erros inibe a criatividade;confie na sua equipe.163


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoIsso mesmo! Além disso, é preciso que eles a<strong>do</strong>tem ações alinhadas àsmetas da organização e se comprometam com elas.Veja como o trabalho de um líder pode ser descrito:••••criar o ambiente correto propositadamente;reduzir os temas complexos a algo que cada pessoa consigacompreender e aprender a manobrar;concentrar-se nos objetivos da operação; erelacionar-se sempre com as pessoas.Acredita-se também que, com as mudanças <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> atual, os líderesdevem desenvolver as seguintes habilidades:Sobre isso, vejatambém emFINLEY, M.;ROBBINS, H. Porque as equipesnão funcionam.São Paulo:Campus, 1997.164Habilidade de previsão – prognosticar em um ambiente em constante mutação;Habilidade de persuasão – uso da influência e <strong>do</strong> exemplo para induzir o grupoa agir de acor<strong>do</strong> com os propósitos <strong>do</strong> líder;Habilidades de conjugar aspectos múltiplos – estar informa<strong>do</strong> sobre asnecessidades econômicas, de segurança, psicológicas, espirituais, sexuais, estéticase físicas <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, para poder engajá-los nas motivações, valores e objetivoscompartilha<strong>do</strong>s;Habilidade de dar poder – a disposição de compartilhar o poder e de fazê-locom eficácia;Autocompreensão – habilidades introspectivas ou de autocompreensão convivemcom um sistema de organização em que os líderes compreendem tanto suasnecessidades e objetivos quanto as necessidades e os objetivos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s.Enfim, posso lhe dizer que há uma grande tendência e vontade de muitosde que os estilos de gerência se voltem para estilos participativos. Com o aumentoda participação, surgem equipes que devem ser gerenciadas. O gerenciamento deuma equipe passa a diferir completamente da gerência de pessoas em trabalhosespecializa<strong>do</strong>s e dividi<strong>do</strong>s. Bem, dada a importância das equipes e seu maioraparecimento nas organizações modernas, na próxima seção da nossa empresavocê vai saber como elas funcionam. Vamos lá?Conforme podemos ver com Finley e Robbins, muito se tem fala<strong>do</strong>sobre a importância das equipes para as empresas e <strong>do</strong> trabalho em conjunto,mas é importante diferenciar as equipes <strong>do</strong> simples agrupamento de pessoas.Veja no quadro a seguir as diferenças:


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoEquipesTer uma empresa significa trabalhar em conjunto com outras pessoas.Não se trata apenas da quantidade necessária de pessoas, mas sim de uma variedadede aptidões e conhecimentos que vão muito além da capacidade de um únicoindivíduo de aprendê-las e <strong>do</strong>miná-las no curso de uma vida.EQUIPESOs membros reconhecem sua interdependência eentendem que as metas pessoais e da equipe sãomais bem atingidas com apoio mútuo.Os membros estão envolvi<strong>do</strong>s e comprometi<strong>do</strong>scom as metas que ajudaram a estabelecer.Os membros contribuem para o sucesso d<strong>ao</strong>rganização aplican<strong>do</strong> suas habilidades econhecimentos únicos <strong>ao</strong>s objetivos da equipe.Os membros trabalham em clima de confiança esão encoraja<strong>do</strong>s a expressar idéias, opiniões,discordâncias e sentimentos. Perguntas são bemvindas.Os membros se comunicam honesta e abertamentee se esforçam para entender o ponto de vista <strong>do</strong>outro.Os membros são encoraja<strong>do</strong>s a desenvolverhabilidades e a aplicar o que aprenderam à tarefa.Recebem o apoio da equipe.Os membros reconhecem que conflitos são umaspecto normal da interação humana, mas encaramtal situação como uma oportunidade para novasidéias e criatividade. Trabalham para enfrentar eresolver conflitos rápida e construtivamente.Os membros participam das decisões que afetam aequipe, mas entendem que a palavra final é de seulíder sempre que a equipe não puder decidir, ou emcaso de emergência. Resulta<strong>do</strong>s positivos, não àconformidade, é a meta.AGRUPAMENTOS DE PESSOASOs membros pensam que foram agrupa<strong>do</strong>s apenaspor motivos administrativos. Indivíduos trabalhamindependentemente; às vezes, com objetivosconflitantes.Os membros não estão envolvi<strong>do</strong>s no planejamento.Fazem suas tarefas como se fossem simplesmentecontrata<strong>do</strong>s.Os membros recebem instruções em vez de seremconsulta<strong>do</strong>s sobre qual é a melhor forma de resoluçãode problemas. Sugestões não são encorajadas.Os membros desconfiam <strong>do</strong>s motivos <strong>do</strong>s colegas pornão entenderem o papel <strong>do</strong>s demais integrantes daequipe. A expressão de opiniões ou discordância éconsiderada prejudicial <strong>ao</strong> espírito de equipe.Os membros são cautelosos no que dizem e oentendimento verdadeiro é impossível.Os membros podem receber treinamento, mas sãotolhi<strong>do</strong>s em aplicá-lo à tarefa pelo supervisor oudemais membros da equipe.Os membros se vêem em situação de conflito quenão sabem resolver.Os membros podem ou não participar de decisõesque afetam a equipe. A conformidade muitas vezesparece ser mais importante <strong>do</strong> que resulta<strong>do</strong>s positivos.165


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEntão, você pode ver que o trabalho em equipe envolve o agrupamentode diferentes pessoas com personalidades diferentes, e é isso que traz grandecomplexidade <strong>ao</strong> tema. Spencer e Pruss (1994) enumeram alguns tipos depersonalidades que estão presentes nas equipes. Pessoas de visão: são pessoas que dificilmente se interessam pelosdetalhes e estão buscan<strong>do</strong> enxergar além das próprias necessidades <strong>do</strong> grupo. Pragmáticos: são o freio <strong>do</strong> homem de visão. São realistas e muitasvezes céticos, geralmente utilizam expressões <strong>do</strong> tipo “Já ouvi isso tu<strong>do</strong> antes!” Explora<strong>do</strong>res: são os sociáveis <strong>do</strong> grupo, logo fazem amizades.Possuem senso de aventura e curiosidade. São competitivos e procuram semprese relacionar com membros de fora da equipe, manten<strong>do</strong> relações externas. Juízes: são os imparciais. Buscam ver os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s de qualquerargumento. Treina<strong>do</strong>res: são as pessoas que agem para levantar o moral,incentivan<strong>do</strong> com um “Vamos, pessoal!” e motivan<strong>do</strong> o grupo para o alcance<strong>do</strong>s objetivos. Concilia<strong>do</strong>res: com grande capacidade de comunicação, estesmembros serão os harmoniza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> grupo. Formigas: são as pessoas orientadas para a tarefa. Têm a tendênciade confundir eficiência com eficácia. Bibliotecários: são os que fazem os registros <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s da equipe,aqueles que sempre têm as informações de que to<strong>do</strong>s precisam. Confessores: possuem sempre um ombro amigo, aquele que to<strong>do</strong>sprocuram para um desabafo.Veja que a complexidade <strong>do</strong> trabalho em equipe é percebida pelo grandenúmero de personalidades possíveis que podem estar em conjunto. Portanto,para trabalhar em equipe é necessário:••••••ser aberto e o mais franco possível, colocan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> rivalidades queimpeçam o trabalho;respeitar as opiniões alheias;fazer somente críticas construtivas;incentivar a participação ativa de to<strong>do</strong>s os membros <strong>do</strong> grupo;não colocar opiniões como se fossem fatos;ter total responsabilidade pelas tarefas e objetivos predetermina<strong>do</strong>s.166


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoEsses são alguns fatores que contribuem para uma convivência agradáveldentro da empresa e impedem o surgimento de conflitos. Os conflitos sãoinerentes a to<strong>do</strong> agrupamento humano e devem também ser trabalha<strong>do</strong>s aqui.ConflitoConflito é uma discordância entre <strong>do</strong>is ou mais membros ou grupos d<strong>ao</strong>rganização, provocada pelo fato de terem necessidade de dividir recursos escassosou atividades de trabalho, e/ou pelo fato de terem posição, objetivos, valores oupercepções diferentes.Nossos conheci<strong>do</strong>s, Stoner e Freeman, recomendam distinguir entrecompetição, cooperação e conflito. Competição: existe quan<strong>do</strong> os objetivos das partes envolvidas sãoincompatíveis, mas elas não podem interferir umas nas outras. Um exemplo équan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is departamentos competem para serem os primeiros em faturamento(os <strong>do</strong>is não podem ser os primeiros <strong>ao</strong> mesmo tempo). Cooperação: quan<strong>do</strong> duas ou mais partes trabalham juntas para atingirobjetivos comuns. O conflito pode coexistir com a cooperação. Uma das partespode concordar quanto <strong>ao</strong>s objetivos, mas discordar quanto à maneira de alcançálos. Conflito: ocorre quan<strong>do</strong> uma das partes interfere na consecução <strong>do</strong>sobjetivos da outra parte. No exemplo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is departamentos: um faz com queo outro perca clientes, diminuin<strong>do</strong> seu faturamento.O conflito nas organizações é inevitável e até necessário. Ele podeprejudicar as pessoas e impedir a consecução <strong>do</strong>s objetivos da organização, maspode ser funcional, de forma a levar a uma busca de soluções, agin<strong>do</strong> comoinstrumento de inovação e mudança. Portanto, é função <strong>do</strong> líder buscarminimizar os aspectos prejudiciais <strong>do</strong> conflito e tirar proveito <strong>do</strong>s aspectospositivos.Mas se oconflito for maladministra<strong>do</strong>, aquestão quelevou a ele podeabrir caminhopara questõesmais gerais.Então, você pode estar seperguntan<strong>do</strong>: Como podemossolucionar um conflito?167


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPor meio <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio e da repressão: estes méto<strong>do</strong>s reprimem o conflitoem vez de solucioná-lo, forçan<strong>do</strong> uma ou ambas as partes a não mais se expressar,e cria uma situação de ganhar ou perder, na qual o perde<strong>do</strong>r acaba decepciona<strong>do</strong>.Podem ocorrer de várias formas:••••forçar: “Acabe com isso, eu sou o chefe e você tem que fazer o queeuimagemquero”; “Não se meta nisso enquanto eu não lhe der outrasinstruções”;acalmar: aqui o administra<strong>do</strong>r procura reprimir o conflito de formadiplomática. “Calma, não discutam por isso, vocês sempre foramamigos!”;evitar: o administra<strong>do</strong>r finge que não sabe, foge;regra da maioria: tenta-se solucionar o conflito pelo votomajoritário.Com o compromisso de meio-termo, procura-se solucionar o conflitoencontran<strong>do</strong>-se um meio-termo entre duas ou mais posições. O objetivo é quecada uma das partes atinja parte de seus anseios, sacrifican<strong>do</strong> outros, sem terminarem hostilidade ou frustração.A solução integra<strong>do</strong>ra de problemas faz com que, conjuntamente, aspartes busquem resolver o problema.Ocorre por meio de:•••consenso: as partes se reúnem para encontrar uma solução com aqual ambas consigam conviver;confronto: as partes contrárias colocam suas respectivas opiniõesdiretamente uma para a outra. Os motivos <strong>do</strong> conflito sãoexamina<strong>do</strong>s, buscan<strong>do</strong>-se méto<strong>do</strong>s de solução;estabelecimento de objetivos maiores: ocorre quan<strong>do</strong> o objetivomaior incorpora o menor. Um exemplo é o de <strong>do</strong>is departamentosem conflito pela repartição de receitas para pagamento de suasdespesas. O estabelecimento de um objetivo maior ocorreria se amboslutassem por ampliação das receitas da empresa, o que resultaria emaumento de receita para ambos.A existência de conflito geralmente tem uma causa: a falta de comunicaçãoou uma comunicação ineficaz.168


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoComunicaçãoA comunicação na empresa é mais complexa <strong>do</strong> que se imagina. Ela éum processo que consiste em uma pessoa transmitin<strong>do</strong> uma mensagem (chamadaemissor), através de um meio, para uma outra pessoa (chamada receptor).A maioria das pessoas conhece o jogo <strong>do</strong> telefone sem fio. Essa atividadeconsiste em uma pessoa transmitin<strong>do</strong> uma mensagem no ouvi<strong>do</strong> de outra, quesussurra para uma próxima, e assim por diante. Quan<strong>do</strong> a última pessoa recebe amensagem, esta já estará bastante distorcida. O que acontece é que o emissorenvia uma mensagem, mas os receptores ouvem mensagens diferentes.Perceba que o emissor é a fonte da mensagem, é a pessoa que possuiinformações, necessidades ou desejos e quer comunicá-los a alguém. A formacom que vão ser comunica<strong>do</strong>s pode ser por palavras ou gestos, que são códigosutiliza<strong>do</strong>s para que possamos nos comunicar. As palavras e gestos são códigosde entendimento comum, o que faz com que uma pessoa entenda o que a outraestá queren<strong>do</strong> transmitir.A mensagem é transmitida por um canal. Esse canal pode ser o ar, nocaso de palavras. Se for uma conversa por telefone, o canal será a linhatelefônica. Se for um e-mail, o canal é a Internet. A mensagem é a informaçãocodificada, mandada pelo emissor <strong>ao</strong> receptor. Ela pode ser um aceno de mão,algumas palavras ou outros gestos.Barreiras à comunicaçãoSe a mensagem não chega <strong>ao</strong> receptor, a comunicação não acontece, evamos ter o mesmo problema se a mensagem chega <strong>ao</strong> receptor, mas este não acompreende.Portanto, quan<strong>do</strong> você está falan<strong>do</strong> com alguém, deve ter o cuida<strong>do</strong> deutilizar palavras que essa pessoa compreenda. Caso contrário, o processo decomunicação não acontece.No processo decodificação podehaver desviosem relação àmensagemoriginal. Esseprocesso podeserexemplifica<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> dizemos:“É difícil colocarem palavras oque estoupensan<strong>do</strong>/sentin<strong>do</strong>!” (Essafrase reflete adificuldade dautilização decódigos paraexpressar umaidéia, o quecostumainterferir emumacomunicaçãoeficaz).169


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoÉ comum dentro das empresas as pessoas utilizarem termos técnicosquan<strong>do</strong> se comunicam. Se o receptor não conhece esses termos, o resulta<strong>do</strong> éum desastre. Logo, você deve evitar a utilização de jargões quan<strong>do</strong> não conhecea pessoa com a qual está falan<strong>do</strong>. Esse procedimento é bastante comum para osprofissionais da área de informática, que usam os termos técnicos da sua áreacomo se fossem de senso comum, isto é, claros para to<strong>do</strong>s.Na verdade, ocorre exatamente o contrário. Pode ocorrer de umprofissional dessa área ter que oferecer treinamento para usuários, dar umaexplicação a qualquer pessoa sobre sua área de atuação e não ser entendida porcausa <strong>do</strong>s termos técnicos utiliza<strong>do</strong>s.Evite também palavras em outras línguas, se você não tem certeza quea outra pessoa as <strong>do</strong>mina. Aprimorar a capacidade de comunicaçãoexige um vocabulário rico e treinamento constante.Existe uma série de outros fatores que podem prejudicar a comunicaçãoe são expostos por Stoner e Freedmann (1999):Um deles é a percepção que as pessoas possuem de um mesmofenômeno. Essa percepção pode variar de pessoa para pessoa, dependen<strong>do</strong> deseu conhecimento, de seus valores, de suas experiências. Observe neste exemplo:É comum nas salas de aula, alguns alunos perguntarem mais queoutros. Eles fazem isso para simplesmente tirar dúvidas ou paramostrarem que são mais interessa<strong>do</strong>s, perspicazes e inteligentes.Entretanto, não é isso que geralmente os colegas percebem. Muitosentendem que o aluno que constantemente está fazen<strong>do</strong> perguntasquer é achar uma forma de destacar-se <strong>do</strong> grupo e, em vez deconsiderá-lo inteligente, passam a zombar <strong>do</strong> colega.170Então...o mesmo pode acontecer nas empresas. Um emprega<strong>do</strong> quemantém contato constante com o chefe e propõe mudanças, inovações, podenão ser visto como um excelente emprega<strong>do</strong> pelos colegas de trabalho, mas simcomo um “puxa-saco”.Portanto, você, como empreende<strong>do</strong>r, tem de observar como suas açõesestão sen<strong>do</strong> comunicadas a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s, não só <strong>ao</strong> chefe, mas <strong>ao</strong>s colegasde trabalho. E, como chefe, você tem que estar atento a isso, para que preserveum bom relacionamento no grupo de trabalho.


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoAs reações emocionais também devem ser aqui consideradas.Entendem-se reações emocionais como os sentimentos de ódio, ciúme, raiva,vergonha, me<strong>do</strong>, inveja... Se temos um desses sentimentos por alguém, asmensagens que se recebem ou se transmitem são influenciadas por essessentimentos. Veja alguns exemplos:Se temos me<strong>do</strong> de alguém, um toque (gesto sutil, suave) já épercebi<strong>do</strong> como ameaça, e tendemos a nos afastar. Se temosvergonha da pessoa com quem estamos falan<strong>do</strong>, a tendência énão olharmos para ela, corarmos, o que pode fazer até com quenão escutemos o que a pessoa está falan<strong>do</strong>.Assim, se não escutamos e não olhamos para a pessoa para perceberseus gestos, sua postura corporal, não estamos resgatan<strong>do</strong> a mensagem que nosé enviada. Portanto, na empresa é importante que você perceba como as emoçõessão trabalhadas. Você, no papel de chefe ou <strong>do</strong>no da empresa, não deve se colocarcomo autoridade, distante <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, a ponto de gerar constrangimentosquan<strong>do</strong> os assuntos de trabalho são discuti<strong>do</strong>s.Um outro ponto importante que deve ser observa<strong>do</strong> é a postura corporalda pessoa. As pessoas comunicam-se muito pelo corpo. As roupas, as expressõesfaciais, gestos, contato físico, distância que mantemos da outra pessoa, posturarelaxada ou centrada, expressam diferentes mensagens. O mesmo vale para quemestiver contratan<strong>do</strong>: as características da roupa, forma de sentar, tom de voz,revelam muito sobre uma pessoa. Se a atividade que deve ser exercida pelo futurocontrata<strong>do</strong> é rotineira, evite contratar pessoas com gestos rápi<strong>do</strong>s, mudança nomo<strong>do</strong> de sentar freqüente, fala rápida. Provavelmente elas não se ambientarãonessa função.Procure também ser coerente corporalmente com o que você está falan<strong>do</strong>.Por exemplo:Algumas pessoas chegam no serviço e falam “bom dia”, mas deuma forma tão séria, tão sisuda, que tu<strong>do</strong> indica que não é issoque realmente estão queren<strong>do</strong> desejar. Ao contrário, diga “BOMDIA!” com um sorriso no rosto, realmente desejan<strong>do</strong> às pessoasum bom dia.Se umdetermina<strong>do</strong>jovem vai fazeruma entrevistade trabalho emuma empresa,deve observarquais são osvalores daempresa, parasaber comovestir-se. Porexemplo, se aentrevista é emuma agência depublicidade epropaganda, aroupa podeincluir algunsitens maisdescontraí<strong>do</strong>s,criativos. Mas sequem estivercontratan<strong>do</strong> forum escritório deadvocacia,provavelmenteuma roupa maisformal é a maisindicada, poiscomunicaráformalidade,característicageralmenteapreciada poressesprofissionais.171


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFinalmente, chegamos à credibilidade. É claro que, se não confiarmosem quem está falan<strong>do</strong>, não daremos a menor importância <strong>ao</strong> que a pessoa diz.Para termos credibilidade, precisamos, antes de tu<strong>do</strong>, ser coerentes. Mas... e oque é coerência?Quan<strong>do</strong> dizemos uma coisa e agimos de forma diferente, não somoscoerentes; logo, não temos credibilidade, e ninguém acredita no quefalamos. Quan<strong>do</strong> prometemos algo e não cumprimos, tambémperdemos a credibilidade. Logo, não adianta falar, esta fala nãochegará <strong>ao</strong> receptor como o emissor deseja, chegará distorcida.Essas ilhas sereferem apessoas ougrupo depessoas quedetêminformações,mas nãodesejamcompartilharcom ninguém.Atualmente as pessoas estão utilizan<strong>do</strong> o e-mail, messenger, skype e os chatscomo forma de comunicação. Mesmo nas empresas pequenas isso já é um hábitocomum, principalmente se elas forem da área tecnológica, como presta<strong>do</strong>ras deserviço de informática. Entretanto, esses meios de comunicação são bastanteineficazes no resgate completo da comunicação, se considera<strong>do</strong>s os fatoresrelaciona<strong>do</strong>s acima. Não se consegue perceber as reais emoções das pessoas,sua postura corporal, e assim por diante. Esse meio de comunicação ainda precisaser “apura<strong>do</strong>” para tornar-se mais eficaz.Ainda em relação <strong>ao</strong>s meios de comunicação, é importante salientar:geralmente a comunicação é mais eficaz em empresas menores, onde to<strong>do</strong>s seconhecem e se comunicam com freqüência, pessoalmente. Isso complica quan<strong>do</strong>a empresa começa a crescer. As pessoas já não se vêem sempre, precisam a<strong>do</strong>taroutros meios para se comunicar: telefone, fax, memoran<strong>do</strong>s via malote internoda empresa ou correio, transmissão de mensagens por outras pessoas, e-mail.To<strong>do</strong>s esses meios são menos eficazes e podem gerar o mesmo efeito <strong>do</strong> jogo<strong>do</strong> telefone sem fio.Facilitar a comunicação hoje significa tomar decisões mais rápidas ecerteiras. Isso é uma das principais preocupações das empresasatualmente, e se você souber trabalhar bem com a comunicação dasua empresa, estará geran<strong>do</strong> um diferencial significativo, sem dúvida.Facilitar a comunicação também significa dificultar a formação de “ilhasde propriedade de informação”.Um exemplo simples:172


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoUma cozinheira em uma confeitaria que descobriu umaforma melhor de assar o bolo, deixan<strong>do</strong>-o mais gostoso.Ela tem duas opções: divulgar isso às outras cozinheirasou deter essa informação/conhecimento para ela.Consideran<strong>do</strong> a segunda opção, ela ficará com maisprestígio, mais poder, mas a empresa perde em relaçãoà primeira opção. Se todas souberem fazer um bologostoso, certamente a empresa sai ganhan<strong>do</strong>.Nonaka e Takeuchi chamam esse processo de transformação deconhecimento tácito em conhecimento explícito. Segun<strong>do</strong> os autores, o fato deuma pessoa ter um insight (uma “luz” que esclarece um problema existente) oupalpite não gera grande valor para a empresa, <strong>ao</strong> menos que isso sejacompartilha<strong>do</strong> com outras pessoas. Esse processo requer o aprimoramento dacomunicação na empresa, o que é apresenta<strong>do</strong> por alguns autores no contextode empresas japonesas.Redes de comunicaçãoAgora vejamos as redes de comunicação. São os canais pelos quais acomunicação ocorre. Por exemplo, quan<strong>do</strong> se determina a rede de comunicaçãode uma empresa, pode-se projetá-la de forma mais rígida ou menos rígida. Se elaé rígida, determina-se quem deve falar com quem. Como descrevem Stoner eFreedmann (1999), as pessoas são desencorajadas a falar com qualquer pessoaque não seja o seu supervisor imediato. Confira os quatro tipos de redes descritospelos autores:Veja isso em( NONAKA yTAKEUCHI, I.eH. TheKnowledge-CreatingCompany. HowJapaneseCompaniescreate theDynamics ofInnovation?OxfordUniversity Press;284pp. N.Y.).173


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNas redes Y e Estrela, o participante C fica na posição central. Todasas informações passam por ele e, por isso, chamamos de redes centraliza<strong>do</strong>ras.As redes em Cadeia e Círculo são descentralizadas, mas se os membros nãotiverem contato uns com os outros, pode haver isolamentos. No caso da redeCírculo, se houver divisórias e cada elemento estiver na sua sala, sem freqüênciana comunicação, não se torna a rede ideal.As redes em Círculo e em Cadeia são mais apropriadas para a tomada dedecisões complexas (grupos de pesquisa, de desenvolvimento de novos produtos,que exigem criatividade e solução de problemas, com troca de informações entreos membros) e as em Y e Estrela, para tarefas mais simples, mais rotineiras, quepodem ser resolvidas sem discussão com outros especialistas.As redes mais centraliza<strong>do</strong>ras (em que tu<strong>do</strong> passa por C), como a Y e aEstrela, inibem a comunicação informal entre os membrosimagem<strong>do</strong> grupo. Tu<strong>do</strong> deveser discuti<strong>do</strong> e resolvi<strong>do</strong> por C. Apesar de os membros discutirem sobredetermina<strong>do</strong>s problemas, a solução é determinada por C.Imagine que a sua empresa tem uma estrutura em rede <strong>do</strong> tipo Estrela. Vocêé o C (o chefe), e os demais são vende<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s produtos. Os vende<strong>do</strong>respodem até discutir as mudanças que devem ser a<strong>do</strong>tadas na forma de vendas,mas tu<strong>do</strong> deve ser informa<strong>do</strong> a você (C).Neste caso, é você que vai definir quem deve vender para quem, quemdeve aumentar as vendas, quem receberá mais verba para divulgação de seusprodutos.Os canais de comunicação têm alta relação com a liderança, comodiscutimos anteriormente. Nas redes de comunicação centralizadas, o C surgecomo líder porque muitos dependem dele para acessar informações. Para Stonere Freedman (1999), nas outras estruturas mais descentralizadas nenhuma posiçãodetermina quem é o líder. O líder aparecerá naturalmente.Há também uma relação entre a satisfação <strong>do</strong>s membros e a rede decomunicação utilizada. Nas redes mais descentralizadas a satisfação tende a sermaior.Lembre-se: A rede com maior satisfação <strong>do</strong>sparticipantes é o Círculo, seguida da Cadeia e <strong>do</strong> Y.A de menor satisfação é a <strong>do</strong> tipo Estrela.174


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoComunicação verticalQuanto à comunicação vertical, ela ocorre de cima para baixo na cadeiade coman<strong>do</strong> da organização. A comunicação de cima para baixo tem como objetivoaconselhar, informar, dirigir, instruir e avaliar os emprega<strong>do</strong>s. São os chefes ou<strong>do</strong>nos da empresa que repassarão <strong>ao</strong>s demais a direção a ser tomada, os objetivose as políticas da empresa.Um exemplo disso é o chefe de uma empresa que repassa <strong>ao</strong>semprega<strong>do</strong>s o seguinte objetivo: aumentar a participação demerca<strong>do</strong> em 10%. É uma decisão repassada de cima para baixo;não coube <strong>ao</strong>s emprega<strong>do</strong>s opinar sobre ela, mas sim encontraruma forma de alcançá-la.A comunicação em senti<strong>do</strong> contrário, <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s para o chefe,tem como objetivo repassar informações <strong>do</strong> que está acontecen<strong>do</strong> nos níveismais baixos. Isso pode acontecer via comunicação direta, como acontece empequenas empresas. Nas grandes empresas a situação se complica, passan<strong>do</strong> aser realizada por relatórios.Há alguns fatores que afetam esse tipo de comunicação: o status e opoder <strong>do</strong> chefe e <strong>do</strong> subordina<strong>do</strong>, o desejo <strong>do</strong> subordina<strong>do</strong> de subir de cargo ea relação de confiança entre ambos. Stoner e Freedman (1999) relatam que existemestu<strong>do</strong>s que demonstram a existência de uma comunicação menos aberta se osubordina<strong>do</strong> tiver muita ambição para subir de cargo. Este tenderá a defendersua imagem pessoal, será opina<strong>do</strong>r e agressivo e esconderá os problemas <strong>do</strong>chefe. Se houver clima de desconfiança, isso também ocorrerá. O subordina<strong>do</strong>que não confia no chefe, não repassará as informações.Você deve ficar atento, pois no senti<strong>do</strong> contrário, de cima para baixo, oschefes podem não ser eficazes em repassar informações necessárias para que ossubordina<strong>do</strong>s exerçam eficazmente sua função. Isso pode ser proposital ou não,mas o efeito é de ineficácia na realização das tarefas.Quanto maisníveis a empresativer nahierarquia, maisa comunicação éfiltrada, tanto emrelação àscomunicaçõesde cima parabaixo quanto ocontrário. É oefeito <strong>do</strong>telefone sem fionovamente.Comunicação lateralEssa é a comunicação que ocorre entre os grupos de trabalho e permiteo desenvolvimento de relacionamentos entre os membros da empresa. O grandeobjetivo da comunicação lateral é a coordenação, fazen<strong>do</strong> com que to<strong>do</strong>strabalhem para atingir o mesmo objetivo. Mas pode também surgir uma forma175


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoOs boatosdentro daempresa tendema ser a via decomunicaçãomais rápida,mas nemsempre a maisfidedigna. Nessetipo decomunicaçãoincluem-se asfofocas.de comunicação informal, que ocorre sem a chefia ficar saben<strong>do</strong> (a princípio,pelo menos), que é chamada de boatos, ou também informação de basti<strong>do</strong>res,ou o rádio <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r.Para os administra<strong>do</strong>res, a comunicação tem uma grande importância.Em uma empresa os gerentes passam 75% <strong>do</strong> seu tempo se comunican<strong>do</strong>.Abaixo estão algumas diretrizes para estimular a comunicação:••••••Sempre que possível, simplifique.Explore a comunicação horizontal na empresa.Dê preferência à comunicação verbal em vez das cartas,e-mails, messenger, memoran<strong>do</strong>s etc.Incentive as perguntas quan<strong>do</strong> estiver expon<strong>do</strong> algo.Seja sempre aberto e honesto com sua equipe.Valorize as idéias novas e elogie.Distorções na comunicação podem ocorrer dentro da empresa. Observeo exemplo a seguir:Gerente! Realizan<strong>do</strong>-se amanhã otreinamento da equipe de vendas, gostariaque a equipe estivesse formada na lojamatriz, onde darei explicações sobre onovo produto a ser lança<strong>do</strong> pelofornece<strong>do</strong>r.Pessoal, segun<strong>do</strong> o diretor,durante o treinamento devendas, a equipe deve estarreunida para que o fornece<strong>do</strong>rexplique sobre o novo produtoque lançaremos no merca<strong>do</strong>.Enfim, tenha certeza: o processo de comunicação, quanto maisdesenvolvi<strong>do</strong>, faz com que as pessoas desenvolvam redes. Essas redes permitemo desenvolvimento de relações que podem ser vitais para o sucesso de umaempresa. O sucesso de nossa empresa deve-se a ampla rede de relacionamentosque mantemos. Aliás, vou explicar a seguir como as redes funcionam.176


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoRedesToda empresa faz parte de uma rede de relações mais ampla. Parasobreviver, as empresas necessitam estabelecer relações com bancos, fornece<strong>do</strong>res,clientes, governo, concorrentes etc.Esses elementos <strong>do</strong> ambiente influenciam as atividades da organização,assim como a organização pode influenciá-los. Dadas essas relações, cabe àempresa tirar o máximo de proveito delas.Digamos que a empresa que estamos consideran<strong>do</strong> seja, por exemplo,uma refinaria petroquímica:Se as atividades da petroquímica exigem que ela possuaum quilômetro de área entre ela e a comunidade local (paraque a comunidade não tenha contato direto com a poluiçãogerada pela empresa), para uma expansão de atividades, aempresa tem que consultar os mora<strong>do</strong>res. Da mesma forma,a comunidade local tem o dever de cuidar para que não seconstruam casas no raio determina<strong>do</strong>.Esse tipo de questão não envolve somente grandes empresas, masqualquer negócio. Imaginemos um bar qualquer. A altura <strong>do</strong> som deve respeitaro mo<strong>do</strong> de vida da comunidade, certo?Para uma empresa sobreviver, ela também necessita ter bonsrelacionamentos com outras empresas. As demais empresas representam clientes,fornece<strong>do</strong>res, concorrentes, bancos...Ser concorrente, atualmente, não significa ser inimigo mortal. Aconcorrência pode ser sadia, de maneira a trocar informações a respeitode fornece<strong>do</strong>res, merca<strong>do</strong>, desenvolven<strong>do</strong> novas tecnologias efortalecen<strong>do</strong>-se ainda mais, o que, muitas vezes, previne a entrada de maisconcorrentes no merca<strong>do</strong>.As relações de “fora da empresa” nunca foram tão importantes. Comoos países, as empresas atualmente precisam de “embaixa<strong>do</strong>ras” – construtorasde relacionamentos fora <strong>do</strong> ambiente da empresa, de mo<strong>do</strong> a buscareminformações indispensáveis <strong>ao</strong> bom funcionamento <strong>do</strong> negócio. Contatos nomeio social proporcionam informações que ultrapassam as fronteiras da empresa,poden<strong>do</strong> impulsionar fortes relações de negócios ou parcerias. Por exemplo:177


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUma empresa que atua no ramo de móveis. Durante uma festa entreamigos, o <strong>do</strong>no da empresa conhece uma pessoa que mora na cidadevizinha e descobre que lá não existe uma empresa que faça móveisde uma qualidade equivalente <strong>ao</strong> móveis produzi<strong>do</strong>s pela empresadele. Nesse contato social, o empresário adquire um novo cliente, esurge a idéia de divulgar seus produtos na cidade vizinha.Outra possibilidade é a da mulher que faz <strong>do</strong>ces maravilhosos e reúneas amigas para um lanche em comemoração a seu aniversário.Durante a festa, uma amiga comenta a possibilidade de abrirem umaconfeitaria juntas. Tal relacionamento informal acaba por originarum novo negócio.Assim, não se esqueça de que os contatos são fontes de informaçõesúteis, como sugestões para melhoria <strong>do</strong> seu produto, merca<strong>do</strong>s novos a seremconquista<strong>do</strong>s, linhas de financiamento, cursos para você ou seus funcionários,novos fornece<strong>do</strong>res....Em um artigo publica<strong>do</strong> na Revista Exame, empresários comentam anecessidade de formação de uma rede de relações pessoais (trabalhos científicosjá foram realiza<strong>do</strong>s e chegaram à mesma conclusão). A reportagem descreve ocaso <strong>do</strong>s presidentes das maiores empresas alemãs instaladas no Brasil, que sereúnem a cada seis semanas para conversarem, entre uma cerveja e outra, sobrecarros, livros, futebol... e negócios. (Estes são os chama<strong>do</strong>s relacionamentosinformais, que proporcionam atualização no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios, revelan<strong>do</strong>muitas das tendências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.)Como uma rede de relações informais é importante, a postura <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r deve ser de buscar a formação dessas redes. Elas são formadascom a participação em seminários, cursos, congressos, feiras, onde profissionaisda mesma área estão reuni<strong>do</strong>s. Também participan<strong>do</strong> de associações de classe,clubes; quan<strong>do</strong> for possível, ajudan<strong>do</strong> um conheci<strong>do</strong>; a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> uma posturaaberta a novos relacionamentos; trocan<strong>do</strong> telefones; responden<strong>do</strong> <strong>ao</strong>stelefonemas; manten<strong>do</strong> contatos; fazen<strong>do</strong>-se presente.Além disso, a empresa atual também deve incentivar as relações informaisdentro da empresa. Quanto mais os funcionários trocarem idéias, relacionaremsebem, tanto dentro quanto fora da empresa, melhor. O ambiente de trabalhodeve ser descontraí<strong>do</strong> o bastante para que as atividades exercidas sejam agradáveise para que a amizade entre os funcionários incentive a perseguição <strong>do</strong>s objetivosda empresa.178


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoEsses relacionamentos geram aprendiza<strong>do</strong>. O mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios estárepleto de casos de fracasso, daqueles que achavam que já sabiam tu<strong>do</strong> e deixaramde aprender.Se existe alguma certeza na vida, é a de que há mudanças. O tipo demun<strong>do</strong> sobre o qual nós fazemos nossos planos hoje, não irá existir nessa formaamanhã.Foi um prazer receber você em nossa empresa. Umaúltima dica: a chave para uma vida útil e satisfatóriaestá no desejo de aprender e continuar aprenden<strong>do</strong>,pelo menos no que se refere a nós, humanos. Esperoque ter contribuí<strong>do</strong> para que vocês constituamempresas que considerem substantivamente aspessoas que nela vierem a trabalhar.Diário de Bor<strong>do</strong>Muito bem, caro leitor, acredito que você tenha consegui<strong>do</strong> refletir sobresua própria experiência com o RH Antônio. Agora vamos lembrar, juntos, ospontos fortes vistos nesta quarta escala de nossa viagem empreende<strong>do</strong>ra:179


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTÓPICOSPor que estudarRelaçõesOrganizacionaisMotivaçãoLiderançaEquipesConflitoCONSIDERAÇÕESNeste tópico se explora a importância de as empresasmudarem os antigos pressupostos de homem,consideran<strong>do</strong> os valores e contribuições que ele tem adar quan<strong>do</strong> inseri<strong>do</strong> num meio que o envolvetotalmente.A motivação foi apresentada como a satisfação dasnecessidades <strong>do</strong> homem. A não-satisfação dasnecessidades, que foram hierarquizadas por Maslow,gera frustração e hostilidade, poden<strong>do</strong> gerarconseqüências danosas à equipe de trabalho.Cabe, portanto, à liderança, que tem o poder deinfluenciar as pessoas <strong>do</strong> grupo, tentar identificar quaisnecessidades devem ser atendidas nas diferentespessoas <strong>do</strong> grupo. A liderança surgirá dependen<strong>do</strong> dasfontes de poder e de como forem utilizadas pelosmembros <strong>do</strong> grupo.Uma equipe consiste num conjunto de pessoas queatuam de forma integrada nas definições daquilo queo grupo julga melhor para to<strong>do</strong>s, mas entendem que apalavra final é de seu líder sempre que a equipe nãopuder decidir.Consiste na discordância entre <strong>do</strong>is ou mais membros<strong>do</strong> grupo da organização, provocada pelo fato de teremnecessidade de dividir recursos escassos ou atividadesde trabalho e/ou pelo fato de terem posições, objetivos,valores ou percepções diferentes.180


Escala IV - Relações Humanas na OrganizaçãoComunicaçãoRedesQuanto mais centraliza<strong>do</strong>r for o estilo de liderança,mais ela desestimulará o processo de comunicação n<strong>ao</strong>rganização. Existem várias redes de comunicação nasorganizações (em Cadeia, em Y, em Estrela e emCírculo). Essas diferentes redes gerarão diferentesfluxos de informações nas organizações.O fluxo de informações terá impacto na resolução deconflitos e também na formação de equipes. Acomunicação atua como um processo de redução deconflitos e estímulo <strong>ao</strong> desenvolvimento de equipesque trabalham buscan<strong>do</strong> o consenso na tomada dedecisão.As redes de comunicação são canais pelos quais acomunicação ocorre. Quanto mais desenvolvi<strong>do</strong> forum processo de comunicação, maior será o número ea qualidade das redes formadas, o que contribui para osucesso da empresa.Atividades de <strong>Viagem</strong>Bem, vamos rumo à nossa quinta escala. Para pensar um pouco sobre oque você viu aqui, lhe ofereço algumas questões. Boa reflexão!1 Como equipes podem ser estimuladas dentro de uma organização?2 Qual o estilo gerencial mais adequa<strong>do</strong> para o estímulo da criatividade?3 Por que o empreende<strong>do</strong>r tende a utilizar o estilo autoritário nosprimeiros anos de atividade?4 Como a comunicação pode contribuir para o sucesso empresarial?5 Quais os tipos de redes de comunicação existentes e quais as diferençasprincipais entre eles?6 Como o conflito pode ser evita<strong>do</strong> nas organizações?7 Qual a melhor forma de solucionar o conflito?181


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo8 Quais eram os pressupostos <strong>do</strong>s administra<strong>do</strong>res sobre o homem emoutros tempos? O que mu<strong>do</strong>u para os dias atuais?9 O que é liderança situacional?10 Explique o que é motivação.Comandantes de Bor<strong>do</strong>CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.FINLEY, M.; ROBBINS, H. Por que as equipes não funcionam. São Paulo:Campus, 1997.SPENCER, J.; PRUSS, A. Gerencian<strong>do</strong> sua equipe. São Paulo: Siciliano, 1994.STONER, J.; FREEMAN, R. E. Administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books,1999.182


ESCALA VUma Visita àBiblioteca EmpreenderPlanejamento e Busca deRecursos para o Novo Negócio183


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioOrientação de viagemBem, chegamos a mais uma escala da nossa viagem <strong>ao</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>Empreende<strong>do</strong>rismo. Em nossa escala em Empreendenópolis, discutimos ascaracterísticas <strong>do</strong> comportamento empreende<strong>do</strong>r e aprendemos técnicasde criatividade que nos possibilitam identificar idéias e torná-las oportunidadesde negócios. No Congresso Mundial de Empreende<strong>do</strong>rismo, tomamosconhecimento da necessidade de uma empresa estar sintonizada com osinteresses <strong>do</strong>s clientes e, logo em seguida, visitamos uma empresa modelo,onde discutimos as relações humanas nas organizações. Ten<strong>do</strong> visto tu<strong>do</strong>isso, agora já é possível apresentar a você informações de como planejar umnovo negócio. Para isso, nesta escala vamos conhecer a Biblioteca Empreender,que tem um importante acervo, o qual certamente estará contribuin<strong>do</strong> muitonesta nossa aventura empreende<strong>do</strong>ra.Antes deste encontro com os livros, gostaria de lhe dar algumasorientações sobre o que vamos pesquisar lá.Veja, um <strong>do</strong>s maiores recursos de um empreende<strong>do</strong>r é a sua capacidadede sonhar. Porém, é por meio da organização das idéias que transformamossonhos, em um negócio real. Talvez seja essa a maior deficiência <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rbrasileiro: a falta de planejamento.Para a maioria das pessoas, começar um novo negócio significa ter umaidéia e colocá-la em prática. Na maior parte <strong>do</strong>s casos, o empreende<strong>do</strong>r desconheceo capital inicial necessário para que to<strong>do</strong>s os equipamentos, instalações, utensílios,materiais e insumos sejam adquiri<strong>do</strong>s. Grande parte <strong>do</strong>s pequenos empresáriosinicia um negócio, inclusive, sem saber quem é o seu cliente, o que ele deseja eonde ele está. O custo para produzir o produto, ou para prestar o serviço, tambémcostuma ser ignora<strong>do</strong>. Como conseqüência, o preço de venda nem sempre cobreos custos de produção. Esses fatores costumam estar associa<strong>do</strong>s às principaiscausas de falência das empresas já nos primeiros meses de atividade.imagemMas será que ter uma idéia brilhante e anoção de tu<strong>do</strong> o que é necessário paraimplementar o novo negócio é suficiente?185


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNão! Pois, mesmo assim, muitos projetos não saem <strong>do</strong> papel. Uma dasbarreiras encontradas costuma ser a dificuldade que os empresários de micro epequenas empresas encontram em adquirir crédito junto a um banco. Na maiorparte <strong>do</strong>s casos, os agentes financeiros não têm interesse nesse tipo de transaçãoque, além de envolver pequenas quantias, é considerada de alto risco.Perante tal situação, o empreende<strong>do</strong>r deverá utilizar diferentes estratégias,buscan<strong>do</strong> encontrar soluções alternativas para superar tais barreiras.Diante de tantas condições adversas, os novos empresários não podemcontinuar pensan<strong>do</strong> como no passa<strong>do</strong>. Eles precisam estar atentos às novasposturas organizacionais, que se beneficiam da formação de parcerias, crian<strong>do</strong>negócios comuns entre duas ou mais empresas, de mo<strong>do</strong> a que todas sejambeneficiadas. Nesse senti<strong>do</strong>, as parcerias “diluem” muitas das necessidades básicasde uma empresa, sen<strong>do</strong> uma outra forma de conseguir recursos por meio deterceiros.Assim, caro leitor, nesta escala estaremos ven<strong>do</strong> três pontos básicos paraquem deseja ingressar no mun<strong>do</strong> empresarial: planejamento, obtenção derecursos financeiros e formação de parcerias. Pretende-se que, a partir desseconhecimento, você se torne mais consciente de sua real capacidade de assumirum novo negócio.Então vamos à pesquisa! Vejamos o que temos na BibliotecaEmpreender sobre a percepção empreende<strong>do</strong>ra.Nossas atitudes ecomportamentosvêm dessesmapas e valores.A maneira comovemos o mun<strong>do</strong>influidiretamente nanossa forma depensar e agir.A Percepção Empreende<strong>do</strong>raE então, está prepara<strong>do</strong> para falar sobre planejamento e busca de recursospara seu novo negócio?Você sabia que cada um de nós tem dentro de si diferentes mapas econceitos <strong>do</strong> que é certo, que podem ser dividi<strong>do</strong>s em duas categorias: mapas <strong>do</strong>mo<strong>do</strong> como as coisas são, ou da realidade, e mapas de como as coisas deveriamser, baseadas em nossos valores? Isso mesmo, interpretamos todas as nossasexperiências a partir desses mapas mentais. Raramente questionamos suaexatidão e, com freqüência, nem percebemos que os utilizamos. Apenasassumimos que a maneira como vemos as coisas equivale <strong>ao</strong> mo<strong>do</strong> como elasrealmente são ou deveriam ser. Esquecemos, inclusive, que os outros pensamde maneira diferente.186


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioO que dizer, então, de condicionamentosque nos foram impostos durante a vidainteira? Quem nunca ouviu alguém dizer“Você deverá estudar muito, ter boas notase mais tarde conseguir um bom emprego?”Esses são valores que acabamos incorporan<strong>do</strong> e que são responsáveispor um impacto inconsciente e silencioso em nossa forma de pensar e agir,ajudan<strong>do</strong> a formar nossa maneira de enxergar o certo e o erra<strong>do</strong>. Essesparadigmas são a nossa fonte de atitudes e comportamentos. Nós precisamosnos conscientizar <strong>do</strong> quanto somos influencia<strong>do</strong>s pelas nossas experiências.Precisamos ter uma postura aberta em relação <strong>ao</strong>s novos pontos de vista,examinan<strong>do</strong>-os, confrontan<strong>do</strong>-os com a realidade, ouvin<strong>do</strong> a opinião <strong>do</strong>s outros,a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> uma postura positiva em relação às observações alheias, obten<strong>do</strong>, dessemo<strong>do</strong>, um quadro de referência mais amplo.Se desejarmos empreender mudanças qualitativamente significativas,precisamos trabalhar nossos paradigmas básicos.Muitas pessoas têm características empreende<strong>do</strong>ras. Isso significa quepossuem maior aptidão para montar seus próprios negócios. Freqüentemente,entretanto, deparam-se com barreiras que dificultam a implantação de seusprojetos de vida.Nesse caso, a pessoa com espírito empreende<strong>do</strong>r busca formasalternativas de superar tais barreiras, usan<strong>do</strong> de criatividade e bom senso.Os empreende<strong>do</strong>res bem-sucedi<strong>do</strong>s aprenderam a reformular seus mapasmentais, ou seja, sua forma de interpretar as coisas na busca de uma visãomais ampla <strong>do</strong> que seja empreender novos negócios.187


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVeja, eles desmistificaram teorias que diziam que, para terem sucesso,deveriam ser bons alunos, formarem-se e conseguir bons empregos. Tambémdesmistificaram a idéia de trabalhar para os outros em troca de um salário. Elessabem que, no caso <strong>do</strong>s cidadãos comuns, conforme aumente o salário, tambémcostumam aumentar as despesas, estan<strong>do</strong> sempre envolvi<strong>do</strong>s com a utilização<strong>do</strong> cheque especial ou com o pagamento de juros <strong>do</strong> cartão de crédito. Semcontar que, no final de suas vidas, dependem de programas de aposenta<strong>do</strong>riacada vez mais deficientes.Em vez disso, os empreende<strong>do</strong>res de sucesso preferem investir em algoque possa lhes trazer realização pessoal e também retorno financeiro. Elescostumam pensar no dinheiro como algo que serve para gerar mais dinheiro,promoven<strong>do</strong> o desenvolvimento econômico e social. Por isso, por exemplo:Em vez de, com os recursos adquiri<strong>do</strong>s, comprarem umcarro novo, uma casa maior, uma lancha ou uma casana praia, to<strong>do</strong>s fatores gera<strong>do</strong>res de mais despesas,investem seu dinheiro em negócios. Inicialmente osnegócios precisam crescer e, por isso, os lucros sãoreinvesti<strong>do</strong>s.Entretanto, conforme o negócio cresça, será possível viver maisconfortavelmente. Como resulta<strong>do</strong>, acabam geran<strong>do</strong> uma estrutura empresarialque lhes proporciona uma vida tranqüila na qual, mesmo na velhice, os resulta<strong>do</strong>sfinanceiros estão garanti<strong>do</strong>s. O negócio passa a trabalhar para eles.Que alternativas as pessoas têm para obterrecursos e investir em um negócio?Estive pensan<strong>do</strong>... como podereiconseguir recursos para dar opontapé inicial no negócio?imagemOra Ana, por meio de auxíliofinanceiro concedi<strong>do</strong> pelafamília ou de empréstimosefetua<strong>do</strong>s junto a bancos definanciamento.188


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioHum... Não é bem assim. Essas respostas trazem consigo um ponto devista restrito com relação a outras possíveis alternativas de se iniciar na vidaempresarial. Mais <strong>do</strong> que isso, refletem uma falta de criatividade e ousadia parasuperar mitos que as pessoas incorporam <strong>ao</strong> longo de suas vidas.Certamente to<strong>do</strong>s nós já conhecemos pessoas que se tornaram bemsucedidasmontan<strong>do</strong> seus próprios negócios. O sucesso dessas pessoas, muitasvezes, ocorreu porque ultrapassaram uma série de obstáculos coloca<strong>do</strong>s pelamaioria <strong>do</strong>s indivíduos na forma de mitos. Saber contorná-los é de fundamentalimportância para a realização <strong>do</strong> empreendimento.Alguns mitos que bloqueiam o potencialempreende<strong>do</strong>rAo contrário da opinião popular, não é necessário ter muito dinheiropara começar um negócio. Dinheiro é importante, mas na classificação <strong>do</strong>s fatoresnecessários costuma estar lista<strong>do</strong> entre os últimos.Há vários mitos e preconceitos sobre o que leva alguém a se tornar umempresário. Uma concepção distorcida é a de que as pessoas montam negóciospróprios porque elas naturalmente gostam de atividades que incorporem risco.Claro que to<strong>do</strong> negócio envolve riscos, mas pessoas com espírito empreende<strong>do</strong>rnão são como joga<strong>do</strong>res, que dependem somente de sorte para ter sucesso. Orisco serve mais como um desafio <strong>ao</strong> desempenho de suas atividades.De fato, exatamente o oposto é verdade: empresários bem-sucedi<strong>do</strong>sfazem o possível para minimizar os reais riscos associa<strong>do</strong>s com o início de umnegócio. Eles administram o risco fixan<strong>do</strong> metas específicas, mensuráveis epossíveis de alcançar em um determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de tempo preestabeleci<strong>do</strong> poreles próprios. Depois disso, trabalham muito para que possam alcançá-las.Estudan<strong>do</strong>,planejan<strong>do</strong> eorganizan<strong>do</strong>previamentetodas asinformações,pessoas emateriais de queeles precisarãopara ter sucesso,os empresáriosdiminuem seusriscos.Puxa! Então o <strong>do</strong>no <strong>do</strong> pequeno negócio, sequiser prosperar, deverá trabalhar duro e cominteligência. E eu que pensei que era moleza!189


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTão importantequanto aeducação formalé a vontade deaprender emelhorar ashabilidadesnecessárias <strong>ao</strong>sucesso <strong>do</strong>empreendimento.Observe como amaior parte dasempresas,verdadeiramentebem-sucedidas,foi sustentadamais por alguémcom uma idéia eum sonho, <strong>do</strong>que por alguémque queria ficarrico.DEGEN, R. J. Oempreende<strong>do</strong>r:fundamentos dainiciativaempresarial. SãoPaulo: McGraw-Hill, 1989.Apesar <strong>do</strong> que muitos pensam, começar um pequeno negócio que venhaa ser bem-sucedi<strong>do</strong> nem sempre requer muita educação formal (escola,universidade) ou experiência em administração. Serão necessárias, sim, certashabilidades pessoais básicas, além de algum conhecimento empresarial relaciona<strong>do</strong>à operacionalização da empresa.Um outro mito a respeito das pessoas empreende<strong>do</strong>ras é que elas sóestão interessadas em ganhar dinheiro. Empreende<strong>do</strong>res certamente gostam dedinheiro, mas o consideram como um subproduto de uma meta maior que é arealização pessoal. O dinheiro serve apenas como um indica<strong>do</strong>r de realização.Quanto mais próspero um negócio, mais retorno costuma trazer <strong>ao</strong> seuproprietário e às pessoas nele envolvidas.Muitos negócios falham porque os seus <strong>do</strong>nos estão interessa<strong>do</strong>s somenteem ganhar dinheiro. Qualquer dinheiro e riqueza que eles tenham acumula<strong>do</strong> éresulta<strong>do</strong> da sua disposição em trabalhar dia e noite para tornar esse sonhorealidade. Se você quer realmente ter sucesso, antes de iniciar um negócio saibaquais são os seus sonhos.Assim, caro leitor, tornar-se um empresário não está relaciona<strong>do</strong> somentecom o que você tem si<strong>do</strong>, mas com o que você quer ser de agora em diante. Éum mo<strong>do</strong> de olhar o mun<strong>do</strong> e vislumbrar oportunidades onde outros vêemproblemas. Também é saber como procurar e usar certas ferramentas básicaspara alcançar suas metas. Em resumo, isso pode ser aprendi<strong>do</strong>. Outros o fizeram.Você também pode, se quiser.No entanto, o que mais se vê são pessoas interessadas em abrir umnegócio, porém desencorajadas com a falta de capital para iniciá-lo.As pesquisas elaboradas por Degen (1989) comprovam que a maioria<strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res bem-sucedi<strong>do</strong>s começou sem dinheiro, e muitos <strong>do</strong>s quenasceram ricos perderam sua fortuna por falta de visão de negócios. Isso seexplica pela necessidade que sente o empreende<strong>do</strong>r que utiliza recursos de terceirosde estudar profundamente todas as potencialidades eameaças <strong>do</strong> negócio em que pretende entrar, de formarealista. Isso implica saber elaborar um plano de negóciobastante criterioso.Plano de negócios? Como elaborar?190


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioOs Primeiros Passos no Planejamentode um NegócioAs pequenas e microempresas são um <strong>do</strong>s principais motores <strong>do</strong>desenvolvimento econômico <strong>do</strong> país, geran<strong>do</strong> milhões de empregos econtribuin<strong>do</strong> para a redução da pobreza regional. O quadro a seguir expressaesta afirmação.Muito bem, agora vamos passar para a outra mesa onde temos livrosimportantes que orientam sobre os primeiros passos para o planejamento de umnegócio.Taxas de empresas novas e nascentesSEXOTEA NASCENTES (%)CATEGORIAS2004Masculino 16,1 55Feminino 12,1 4518 a 24 anos 12,6 2325 a 34 anos 17,1 42IDADE 35 a 44 anos 14,6 2345 a 54 anos 10,5 955 a 64 anos 7,1 3Menos de 3 SM 11,7 51de 3 a 6 SM 17,9 29Mais de 6 a 9 SM 18,9 10FAIXA DE RENDA Mais de 9 a 15 SM 16,3 4Mais de 15 SM 19,4 4Recusou responder 15,2 1ESCOLARIDADEFonte: Pesquisa GEM 2004.Não sabe 10,5 1Sem Educação Formal 5,6 21 a 4 anos 10,8 285 a 11 anos 16,6 56Mais de 11 anos 16,8 14191


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEmbora o Brasil seja um país amplamente empreende<strong>do</strong>r, apresenta umalto índice de mortalidade de suas pequenas e microempresas. Negócios sãofecha<strong>do</strong>s quase no mesmo ritmo em que são abertos.Exemplo:A realidade retratada pela pesquisa <strong>do</strong> Global Entrepreneurship Monitor(GEM) e confirmada pelo Sebrae Nacional é que aproximadamente70% das pequenas e microempresas brasileiras fecham suas portas ematé 42 meses de operação. Na Itália, esse índice é de 13%, e nos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s oscila entre 10% e 20% (BERGAMASCO, 2001).Reconheci<strong>do</strong> por seu “jogo de cintura”, o brasileiro acaba sen<strong>do</strong> vítimadessa característica <strong>ao</strong> utilizá-la também na hora de criar suas empresas. Isso setraduz em certa irresponsabilidade <strong>ao</strong> criar, sem muito critério ou análise, negóciosque não têm como se sustentar no futuro. As empresas são montadas numimpulso, desperdiçan<strong>do</strong> muita energia e dinheiro <strong>do</strong>s seus <strong>do</strong>nos.Vejamos um outro exemplo:A pesquisa desenvolvida pelo GEM revelou que no Brasil as empresasmorrem muito ce<strong>do</strong>. Entre os 21 países pesquisa<strong>do</strong>s, ocupou o 17 olugar no quesito longevidade empresarial. Uma das razões apontadaspara esse alto índice de mortalidade prematura das micro e pequenasempresas brasileiras é o baixo nível de informação <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res.Isso mesmo! Veja: “quem tem um nível de conhecimento mais alto tendea permanecer mais tempo com o negócio aberto, situação inversamenteproporcional àqueles cuja formação é muito rasa”.Segun<strong>do</strong> o que foi exposto, o futuro empresário precisa cercar-se daimagemmaior quantidade de informações possíveis, evitan<strong>do</strong> criar um negócio sem asbases necessárias <strong>ao</strong> seu perfeito desenvolvimento.Montar um novo negócio sem ter trabalha<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente suaconcepção, planejan<strong>do</strong> e avalian<strong>do</strong> as possibilidades, é como tatear no escuro. Sevocê não organizar seu pensamento, tu<strong>do</strong> o que você precisa fazer para montarum negócio se tornará muito mais difícil e frustrante.192


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioAvalian<strong>do</strong> suas potenciais oportunidadesempresariaisEste livro fala sobre como avaliarpotenciais oportunidades, mas...o queseria exatamente isso?Vou explicar usan<strong>do</strong> o caso de Rogério.Ele trabalhou em um posto de gasolina durante cinco anos. Agora, com odinheiro que poupou, pensa em montar um negócio próprio. Durante essetempo ele desempenhou muitas atividades diferentes, desde bombeargasolina e óleo até rebocar veículos quebra<strong>do</strong>s. Também acabouaprenden<strong>do</strong> a consertar carros, tornan<strong>do</strong>-se um bom mecânico. Em seusmomentos de folga e nas férias, costumava ajudar os amigos e familiares aconsertar os carros deles. Ocasionalmente, ele comprava um carro usa<strong>do</strong>,consertava-o e, então, o revendia a um preço maior.Consideran<strong>do</strong> as habilidades de Rogério, alguns <strong>do</strong>s negócios que elepoderia iniciar seriam: um posto de gasolina; uma oficina mecânica paraautomóveis em geral; uma oficina especializada em certos tipos de trabalho oumarcas específicas de carros; um serviço de reboque; uma revenda de carrosusa<strong>do</strong>s; e uma loja de peças para automóveis.Proponho, então, basea<strong>do</strong> nesse caso, que seja feita uma avaliação dequantas habilidades paralelas você adquiriu durante a vida, em diferentes empregose por meio de cursos realiza<strong>do</strong>s, que poderiam sustentar a abertura de um negócio.Perguntas fundamentaisComece seu negócio fazen<strong>do</strong> a você mesmo essas perguntas básicas eresponden<strong>do</strong>-as honestamente. Na próxima escala, você usará suas respostaspara criar um roteiro que o ajudará na criação de seu novo negócio.193


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo Por que eu quero abrir umnegócio próprio?Seu primeiro passo em direção <strong>ao</strong> seu próprionegócio consiste em esclarecer suas metas eprioridades pessoais. Pode parecer que isso nãotem qualquer relação com montar um negócio,mas é essencial. Faz você pensar no que vocêrealmente quer da vida e em como seu negóciolhe ajudará a alcançar isso. Que tipo de negócio euquero abrir?Mesmo que você já tenha escolhi<strong>do</strong> o tipo denegócio que deseja iniciar, ou se ainda estábuscan<strong>do</strong> encontrá-lo, provavelmente existemmais opções <strong>do</strong> que aquelas que você percebeu.Faça uma lista de todas as idéias e negócios queo(a) atraem. Em vez de uma ou duas idéias,permita-se considerar to<strong>do</strong>s os tipos depossibilidades. É algo que eu goste defazer?Já que administrar um negócio envolve muitotempo e trabalho, você deveria pensar em algumacoisa que lhe proporcione prazer. Afinal de contas,quanto mais você gosta de uma atividade, maisentusiasmo você encontra fazen<strong>do</strong>-a diariamente.Se você a<strong>do</strong>ra flores, por exemplo, poderiaconsiderar a idéia de abrir uma floricultura, umaloja de decorações à base de flores ou umaempresa de jardinagem. Eu tenho bastanteexperiência ou habilidadesnecessárias? Se não tenho,como posso adquiri-las?Um <strong>do</strong>s elementos-chave para ter sucesso em umnegócio é conhecer o máximo possível sobre essaatividade. Se você está especialmente interessa<strong>do</strong>em um negócio no qual nunca tenha se envolvi<strong>do</strong>antes, ou não tenha nenhum conhecimento,aprenda sobre ele antes de começá-lo. Ele satisfaz umanecessidade <strong>do</strong> cliente?Negócios existem para satisfazer necessidades <strong>do</strong>sclientes. Isso requer que você saiba quem são seusclientes potenciais, quais são as suas necessidadese se poderá satisfazê-las, basea<strong>do</strong> em seusinteresses e experiência.194


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo Negócio Que tamanho de negóciovocê deseja?Você gostaria de possuir um negócio manti<strong>do</strong> poruma só pessoa, uma empresa com algunsemprega<strong>do</strong>s, ou uma cadeia de empresas? Umnegócio local, ou uma empresa que produz, vendee transporta bens pelo País ou internacionalmente?Que tamanho de negócio você precisa parasatisfazer suas metas pessoais? De que tipo dehabilidades administrativas você precisará paraalcançar essas metas?Regras para começar um negócioBem, agora que você já respondeu às questões, escolha uma atividade deque você entenda e goste. É melhor começar pequeno <strong>do</strong> que grande. Comecesimples. Tenha claro um plano para o negócio.Muito bem, uma vez que você tenha encontra<strong>do</strong> uma idéia que julguesentir satisfação em colocar em prática, freqüentemente se sentirá inclina<strong>do</strong> àimplantá-la imediatamente. Você precisa ser decidi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> implantar seu negócio,mas também ter o cuida<strong>do</strong> de organizar to<strong>do</strong>s os fatores essenciais antes deiniciá-lo.Uma regra para o sucesso de pequenos negócios é começar pequeno.Normalmente começar pequeno significa só oferecer um limita<strong>do</strong>, porém seletonúmero de produtos ou serviços, cuida<strong>do</strong>samente desenvolvi<strong>do</strong>s para atender aum grupo específico de clientes. Pode significar também operar o negócio porapenas meio perío<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong> que você continue em seu trabalho regular, atéque o negócio se consolide.Tom, perceba que começarpequeno permite que vocêaprenda mais a respeito <strong>do</strong>negócio, além de necessitarmenos dinheiro.E mais, Ana, isso reduz asperdas no caso de fracasso, lhepossibilitan<strong>do</strong> estabelecer umaboa reputação junto a clientes,fornece<strong>do</strong>res e amigos.195


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoQuan<strong>do</strong> aspessoas falamsobre um planode negócios, elasnormalmente sereferem a um<strong>do</strong>cumentoformal escritoque especificato<strong>do</strong>s osprincipais fatoresnecessários àconcepção ouinovação de umaempresa, seja elapequena ougrande; um<strong>do</strong>cumentoescrito que ajudaa esclarecer seupensamento elhe dá algo <strong>ao</strong>qual se referirmais tarde.Plano de Negócios: O mapa daestrada para o sucessoVamos agora para a sala da Biblioteca Empreender onde temos à nossadisposição vários livros sobre Plano de Negócios.É muito mais fácil você chegar a um lugar que você nunca esteve antes,se você tiver informações confiáveis e um mapa para se orientar. Começar umnovo negócio não é muito diferente. Você sabe que quer ser seu próprio chefe.Talvez você também saiba que tipo de negócio deseja abrir.imagemIsso é verdade. Eu tenho essa certeza de quequero ser meu próprio chefe, mas... ainda nãosei que tipo de negócio quero abrir. Comochegar a esse destino?Um bom caminho é o mapa empresarial, também chama<strong>do</strong> de “planode negócios” ou “plano empresarial”. Um plano de negócios consiste em darrespostas, cuida<strong>do</strong>samente organizadas, a uma série de perguntasconsideradas vitais para quem pretende começar uma empresa próspera.Mas um plano empresarial é mais que um <strong>do</strong>cumento. Ele consistenum processo por meio <strong>do</strong> qual você vai conhecer melhor sua futura empresa,além de avaliar a viabilidade de sua implementação.A criação desse plano será sua primeira oportunidade paraadministrar seu novo negócio.196Apesar de sua importância, a necessidade de criar um plano empresarialincomoda muitos empreende<strong>do</strong>res. Eles gostariam de abrir os seus negóciosimediatamente, mas sem investir tempo responden<strong>do</strong> perguntas sobre uma idéiaque eles já julgam conhecer muito bem e que já sabem que os fará ganhar muitodinheiro. Eles não vêem senti<strong>do</strong> em analisar uma empresa que ainda nem mesmoexiste.


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioA resposta é simples:É vital fazer um plano empresarial antes que você tenha começa<strong>do</strong> sua empresa porque vaiajudá-lo a identificar problemas potenciais antes que eles surjam, e a encontrar sugestõespara resolvê-los, economizan<strong>do</strong> tempo, dinheiro e <strong>do</strong>res de cabeça.Etapas para a construção de seu plano denegóciosAntes de começar qualquer negócio, você deveria avaliar se ele estáalinha<strong>do</strong> às suas metas pessoais. Avalie suas metas pessoais para o próximoano, para os próximos três anos e para os próximos sete anos. Uma vez quevocê tenha feito isso, compare suas metas pessoais com suas metas empresariais.Elas são conciliáveis?As perguntas a seguir vão ajudá-lo a construir a fundamentação na qualto<strong>do</strong>s os negócios prósperos são construí<strong>do</strong>s. Você deverá avaliar cuida<strong>do</strong>samentecada pergunta, ten<strong>do</strong> a certeza de que seu plano empresarial considera cada umadelas.Metas Pessoais eEmpresariais•••Por que eu quero começar um negócio?O negócio será compatível com minhas metas pessoais?Como eu vejo o negócio em um, três e em sete anos?MetasFinanceiras••••••••••Qual o investimento necessário para montar o negócio?Quanto eu avalio que a empresa gere de vendas anuais?Quanto eu avalio que a empresa gere de receita?Quanto eu preten<strong>do</strong> retirar de pró-labore?Que contatos comerciais e industriais são necessários manter?Quais passos são necessários para criar legalmente o negócio e registrálojunto <strong>ao</strong>s órgãos municipais, estaduais e federais pertinentes?Quais são as organizações civis, religiosas, educacionais, governamentaisou agências que podem prover informações e ajuda em como começarum negócio como esse, pelo qual me interesso?Que outras pessoas poderiam me ajudar a começar o negócio?A atividade ou setor no qual eu estou interessa<strong>do</strong> em fazer parte, estáem expansão ou declínio?Como estão se sain<strong>do</strong> os pequenos negócios que constituem essaindústria ou setor? Por quê?197


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPessoais• Quantos emprega<strong>do</strong>s serão necessários e quan<strong>do</strong>?• Que tipo de habilidades eles precisam ter?• Como eu vou encontrar esses emprega<strong>do</strong>s?• Quanto será pago a cada um deles?• Há qualquer benefício ou taxas que devam ser adicionadas <strong>ao</strong>salário-base <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s?Produtos/Serviços••••••••••Que produtos/serviços a empresa oferecerá? (Se vários, listar cada umseparadamente.)Quais são os principais fornece<strong>do</strong>res?Quais são as suas condições de pagamento?Que necessidade específica <strong>do</strong> cliente esse produto/serviço satisfará?Quanto será cobra<strong>do</strong> por ele?Há perío<strong>do</strong>s no ano em que o negócio se torna especialmente bom ouruim? Quan<strong>do</strong>? O que será preciso fazer nesses perío<strong>do</strong>s?O que é sem igual ou diferente nesse produto ou serviço?Eu precisarei anunciar? Como?Por que os clientes vão comprar de minha empresa?Quanto dinheiro a empresa vai arrecadar?Clientes• Onde eles estão localiza<strong>do</strong>s?• Eles vêm a mim ou terei que ir até eles?• Que distância eles estarão dispostos a percorrer para comprar esseproduto/serviço?• Que distância eu terei que percorrer para vender a eles?• Qual é o número total de clientes potenciais dentro dessa área na qualou preten<strong>do</strong> atuar?• Dentro dessa área, qual a porcentagem de clientes potenciais quecomprará de mim em vez de comprar de um concorrente próximo?Por quê?• A maior parte <strong>do</strong>s meus negócios virá de vendas repetidas <strong>ao</strong>s mesmosclientes ou de vendas isoladas? Qual a porcentagem de cada?• Segun<strong>do</strong> essa base, quantas vezes o cliente comum comprará porano?• Qual a média <strong>do</strong>s gastos <strong>do</strong> cliente comum?198


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioLocalização• Por que essa é considerada uma boa localização?• Há por perto outro negócio ou outra característica qualquer que ajudaráa atrair os clientes?• Qual o espaço físico necessário?• Qual é a condição <strong>do</strong> imóvel pretendi<strong>do</strong> e da vizinhança (bairro)?• O imóvel precisará de reformas? Quanto custarão?• É conveniente fazer um contrato de aluguel de longo prazo ou mensal?• Quais são os termos e o preço <strong>do</strong> aluguel?Finanças Pessoais• Quanto valem to<strong>do</strong>s os bens que eu possuo?• Quanto eu tenho em poupança e em dinheiro vivo?• Quais são as minhas dívidas?• Quanto eu gasto mensalmente para manter-me/minha família?• Quanto eu avalio que o negócio me permita retirar a cada mês?• Como eu pagarei minhas contas se o negócio não der lucro durantealgum tempo?• Eu possuirei o negócio sozinho ou precisarei de um sócio ou outrosinvesti<strong>do</strong>res para injeção de capital?Tempo••Quanto tempo eu espero investir trabalhan<strong>do</strong> no negóciosemanalmente? E durante o mês?Em quais horários, durante o dia e semana, eu estarei lá?Puxa! Agora sim. Com todas estasquestões refletidas, já tenho maisclareza sobre meu negócio.199


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoOrganizan<strong>do</strong> um Plano de NegóciosTen<strong>do</strong> respondi<strong>do</strong> às questões anteriores, descreva o seu negócio emexatamente um parágrafo.Uma das perguntas mais vitais que qualquer pessoa, que intenciona terum negócio próprio, deve responder é: qual é o meu negócio? Parecesimples, mas pode ser mais complica<strong>do</strong> <strong>do</strong> que você pensa. Antes decomeçar seu plano, faça uma descrição de um parágrafo de como vocêvê seu negócio.Você tem que saber exatamente qual é o seu negócio, sen<strong>do</strong> capaz desintetizar isso em exatamente um parágrafo. Se você precisar de mais espaço,você não sabe exatamente o que quer.Então, concentre-se em fazer isso. Analise seu negócio, etapa por etapa,avalian<strong>do</strong> o que ele se propõe ser. Afinal, você não se torna grande da noite par<strong>ao</strong> dia. Você construirá um pouco a cada dia que trabalhar na empresa, até que elase torne o negócio idealiza<strong>do</strong> por você.Após ter termina<strong>do</strong> a execução formal de seu plano, faça uma outradescrição de um parágrafo. Compare as duas e veja como, após ter escrito oplano formal, você terá consegui<strong>do</strong> descrever muito mais facilmente o seu negócio.Crie um plano que considere as pioressituaçõesPor sua natureza, pessoas que intencionam montar novos negócios sãootimistas. Porém, muitas vezes elas utilizam esse otimismo a seu favor.Consultores empresariais sugerem que, depois que você tenha prepara<strong>do</strong> umplano empresarial viável, você deveria escrever um outro plano consideran<strong>do</strong> aspiores possibilidades.No segun<strong>do</strong> plano, custará duas vezes mais começar e dirigir o negócio<strong>do</strong> que no anteriormente planeja<strong>do</strong>. Suas vendas serão a metade <strong>do</strong> que você haviacalcula<strong>do</strong>, e levará três vezes mais tempo para a consolidação <strong>do</strong> negócio. Se vocêfizer isso, terá minimiza<strong>do</strong> seus riscos e aumenta<strong>do</strong> drasticamente suas chances desucesso, simplesmente toman<strong>do</strong> consciência <strong>do</strong> que de pior pode acontecer.200


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioRevise seu plano regularmente para tercerteza de estar acompanhan<strong>do</strong> sua dinâmicaDepois que você tiver termina<strong>do</strong> seu plano, não coloque-o em uma gavetae se esqueça dele. Revise-o regularmente, comparan<strong>do</strong> as projeções com osresulta<strong>do</strong>s operacionais. Revisar seu plano deveria se tornar uma tarefapermanente em suas atividades de administração.O roteiro a seguir visa a orientá-lo(a) na confecção de um plano denegócios. Ele foi especialmente desenvolvi<strong>do</strong> para pessoas que estão se inician<strong>do</strong>nessa área de conhecimento. Por isso, ele aborda de forma genérica e simplificad<strong>ao</strong>s principais fatores que integram este <strong>do</strong>cumento, no senti<strong>do</strong> de torná-lo maisprático.Isso permitiráque vocêidentifique ondevocê seencontra, dentrode um contextomaior, quedefine ondevocê querchegar.Tópicos de um Plano de NegócioCapaDeverá conter a denominação <strong>do</strong> novo negócio, sua finalidade, bem comonome, endereço, telefone <strong>do</strong> futuro empreende<strong>do</strong>r que o está apresentan<strong>do</strong> e adata em que foi elabora<strong>do</strong>.Folha de rosto• Nome <strong>do</strong> empreendimento.• Ramo de atividade.• Nome <strong>do</strong>(s) empreende<strong>do</strong>r(es).Sumário executivoecutivoResumo conten<strong>do</strong> as principais informações apresentadas no plano.ÍndiceDescrição <strong>do</strong> negócio• Nome da empresa.• Declaração da missão.• Constituição legal.• Proprietário(s) da empresa (sócios).201


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPerfil <strong>do</strong> negócio•••••••••Definição <strong>do</strong> negócio.Procedimentos operacionais (como a empresa irá funcionar).Qual o procedimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para a venda de produtos/serviços?Quem tem experiência e conhecimento no ramo?Procedimentos de compra.Quais os processos utiliza<strong>do</strong>s na produção de produtos/serviços?Quais os equipamentos necessários e suas principais características?Relacione separadamente cada um <strong>do</strong>s equipamentos e utensílios necessários.Relacione a proporção de produtos/materiais/horas de trabalho necessários àprodução de uma quantidade definida de produtos/serviços.Análise de merca<strong>do</strong>• Perfil <strong>do</strong> cliente-alvo.• Abrangência geográfica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> a ser atingi<strong>do</strong>.• Potencial de crescimento desse merca<strong>do</strong>.• O que é de valor para o cliente.• Merca<strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r de materiais e serviços.• Concorrentes.• Quais os procedimentos necessários para a prestação de serviços complementares<strong>ao</strong> cliente?• Qual a estrutura organizacional pretendida (cargos e funções)?• Qual a localização <strong>do</strong> empreendimento?• O que o faz achar que esse local é o ideal para esse tipo de negócio?• Esclareça qualquer forma de contratos, parcerias, entre outros fatores que possamser importantes à compreensão de como o negócio irá funcionar.Desafios e respostas• Consideran<strong>do</strong> a concorrência, quais são seus pontos fortes e fracos?• O que pretende fazer para superar suas deficiências?• O que pretende fazer para melhor explorar seus pontos fortes?Plano de marketing•••Qual a estratégia de vendas pretendida?Quais os critérios considera<strong>do</strong>s para a formação <strong>do</strong>s preços?Qual o procedimento a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para divulgação de seusprodutos/serviços?202


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioQuestões financeiras•••••••Quanto você precisa para montar to<strong>do</strong> o negócio (investimento inicial)?Quanto estima vender mensalmente?Qual o preço estima<strong>do</strong> para cada produto/serviço presta<strong>do</strong> ou hora trabalhada?Qual a receita mensal (unidades vendidas ou horas de serviços presta<strong>do</strong>smensalmente, multiplica<strong>do</strong>s pelos respectivos preços)?Quanto custa produzir o produto/serviço (matéria-prima, água, luz, aluguel,salários, honorários, depreciação <strong>do</strong>s equipamentos e automóveis, material dehigiene, honorários <strong>do</strong> conta<strong>do</strong>r etc.)?Qual o lucro bruto obti<strong>do</strong> (diferença entre a receita e os custos das merca<strong>do</strong>riasvendidas/serviços presta<strong>do</strong>s)?Qual o lucro líqui<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> (diminua <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> lucro bruto to<strong>do</strong>s os impostosque incidem sobre as vendas (PIS, COFINS, ICMS etc.), além <strong>do</strong> valor destina<strong>do</strong><strong>ao</strong> pagamento <strong>do</strong> Imposto de Renda).CronogramaDistribuição das atividades de montagem <strong>do</strong> negócio <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong> tempo.Síntese <strong>do</strong> capital necessárioQuanto você precisa e em que pretende investir.AnexosDocumentos de sustentação.E quanto à questão financeira,temos algum livro aqui que trateespecificamente disso?Têm vários aqui, Ana.Vamos ver o quedizem...203


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFinancian<strong>do</strong> seu Negócio: OndeConseguir o Dinheiro de que vocêPrecisa para ComeçarEste tópico começa com uma indagação muito importante para você,caro leitor. Pois bem, uma vez que você tenha decidi<strong>do</strong> abrir o negócio e tenhadetermina<strong>do</strong> o quanto precisará para iniciá-lo, a pergunta é: onde adquirir odinheiro necessário?são:As fontes de dinheiro mais procuradas para iniciar pequenos negócios••••As poupanças pessoais <strong>do</strong> <strong>do</strong>no.Dinheiro de amigos íntimos e parentes.Dinheiro de investi<strong>do</strong>res.Bancos.A maioria <strong>do</strong>s novos negócios é financiada por meio de poupanças <strong>do</strong><strong>do</strong>no, soman<strong>do</strong>-se geralmente algum dinheiro da família e de amigos. Outraspessoas podem ajudar a financiar o negócio, tornan<strong>do</strong>-se sócios proprietários,adquirin<strong>do</strong> uma porcentagem <strong>do</strong> negócio e de seus ganhos futuros; ou comempréstimo de uma soma de dinheiro que deve ser reembolsa<strong>do</strong> em umdetermina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, acresci<strong>do</strong> de uma taxa de juro, que é o custo de empréstimo<strong>do</strong> dinheiro (dívida).Igualmente, se ambas as partes assim o quiserem, os investi<strong>do</strong>res tambémpoderão se envolver ativamente nas operações diárias <strong>do</strong> negócio, o que caracterizaum sócio atuante.Lembre-se: qualquer um que emprestarou investir dinheiro em seu negócio,estará muito interessa<strong>do</strong> em saber comoo negócio está se sain<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong>,inclusive, querer participar nas suasdecisões administrativas.Como você se sente a esse respeito?204


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioPoupançasÉ importante que você saiba que: uma parte muito importante <strong>do</strong> planoempresarial consiste na determinação da quantia necessária para começar onegócio. Comece dan<strong>do</strong> uma olhada em suas finanças pessoais. Em uma folhade papel, escreva quanto dinheiro você ganhou no ano passa<strong>do</strong> (renda) e deonde ele veio. Em seguida, liste todas as suas despesas cotidianas normais, comoaluguel, alimentação e lazer. Subtraia suas despesas pessoais totais de sua renda,para que possa ser determinada sua poupança em potencial.Dê uma olhada nessas despesas. Existe consumo de itens supérfluos ouque possam ser substituí<strong>do</strong>s por outros mais baratos? Você ou seu cônjuge teriamcondições de desempenhar qualquer outra atividade que possibilitasse aumentara renda? Que diferença isso faria em sua potencial poupança anual?Agora faça uma lista de suas dívidas pessoais totais. Por exemplo, sevocê está compran<strong>do</strong> uma casa, quanto é a hipoteca restante? Você tem qualquerempréstimo expressivo ou outras dívidas?Faça outra lista de tu<strong>do</strong> que você possui (recursos, bens) e estaria dispostoa vender, e quanto você poderia esperar realisticamente adquirir com a venda.Subtraia os recursos por você lista<strong>do</strong>s de suas dívidas pessoais. Quanto vocêpoderia levantar em dinheiro?Se você diminuísse suas despesas mensais de rotina, aumentasse sua renda,reduzisse suas dívidas e vendesse alguns bens pessoais, quanto tempo ainda levariapara economizar o dinheiro suficiente para começar seu negócio?Se você não puder conseguir muito, ou levaria muito tempo para conseguirabri-lo, você deve tentar encontrar uma maneira de fazer a sua empresa menor.Você poderia operar em sua casa? Você poderia sobreviver no início sem umaparcela <strong>do</strong>s equipamentos ou utensílios desejáveis? Em vez de comprarequipamentos novos, você poderia alugar alguns equipamentos, comprá-los jáusa<strong>do</strong>s ou terceirizar alguns serviços? Certifique-se de que esta opção não acabecustan<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que se fossem compra<strong>do</strong>s artigos novos, por causa <strong>do</strong>sconsertos e manutenções necessários.Sempre que possível, é preferívelmontar o negócio a partir de suapoupança pessoal.205


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDesse mo<strong>do</strong>, você não tem que se preocupar em reembolsar empréstimosou negociar com investi<strong>do</strong>res externos. Porém, não convém que você invistatodas as suas poupanças unicamente na constituição <strong>do</strong> negócio. Junte maisdinheiro <strong>do</strong> que você estima precisar, para que seja possível se manter no caso devocê ter que conviver com problemas financeiros ou despesas inesperadas.Essesinvesti<strong>do</strong>resnormalmentepreferem seenvolver emáreas com asquais eles jáestejamfamiliariza<strong>do</strong>scomoempresários, ouem negócios emque alguémconheci<strong>do</strong>administre paraeles, contan<strong>do</strong>que essa pessoatenha um poucode conhecimentoou experiênciano negócio.A família e os amigosAqueles que o conhecem bem, podem se tornar uma boa fonte deempréstimos ou financiamento para a constituição <strong>do</strong> negócio. Eles podem,inclusive, proporcionar empréstimos de curto prazo depois que você já estivercom o negócio funcionan<strong>do</strong>. Embora a família e os amigos costumem ser maiscompreensivos <strong>do</strong> que os banqueiros, a relação mantida com eles deverá ser denegócio. Mostre-lhes o seu plano empresarial. Como com qualquer outroinvesti<strong>do</strong>r em potencial, não exagere suas habilidades, seus planos ou asexpectativas positivas de seu negócio.Se eles estiverem dispostos a ajudá-lo financeiramente, faça o acor<strong>do</strong>por escrito. Também não se irrite se eles rejeitarem. Simplesmente aceite essapostura, agradeça-lhes por terem escuta<strong>do</strong> você e passe para outra possível fonte.Investi<strong>do</strong>resVeja bem, na maioria das comunidades existem sempre os comerciantesde sucesso, além de profissionais e executivos com dinheiro para investir emuma boa idéia.Faça uma lista com todas as pessoas que lhe vierem à cabeça e quepreencham esses critérios. Questione, com seus amigos, possíveis nomes quepoderão se somar à lista.Agora, depois de completar sua lista, inicie pelo topo, tentan<strong>do</strong> conseguiruma entrevista com essas pessoas. Se a pessoa é alguém que você conhece, comoalguém para a qual você já tenha trabalha<strong>do</strong> ou se relaciona<strong>do</strong> em seu trabalhoatual, ou talvez até mesmo o seu chefe, agende um horário com ela para que vocêpossa apresentar sua idéia. Se ela não o conhecer pessoalmente, peça para umconheci<strong>do</strong> em comum o apresentar.Antes da entrevista, decida minuciosamente:206


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo Negócio•••••O que você quer.De quanto dinheiro você precisa para começar o negócio.Se você quer um empréstimo ou um sócio que possua parte da empresa ecompartilhe seus lucros.Que parte <strong>do</strong> negócio você está disposto a “vender”.Qual a taxa de juros que você pretende pagar pelo empréstimo.Geralmente os investi<strong>do</strong>res não se envolvem em negócios em que oempreende<strong>do</strong>r não esteja arriscan<strong>do</strong> conjuntamente parte de seu próprio dinheiro.Assim, não pense, nem proponha que ele financie to<strong>do</strong> o negócio. Não se esqueçade determinar também, se os investi<strong>do</strong>res farão ou não parte na administração<strong>do</strong> negócio ou se entrarão somente com o dinheiro.Caso rejeitem sua proposta, pergunte o que eles pensam de seu plano e oque sugerem para melhorá-lo. Eles poderiam recomendar algumas outras pessoasque se interessem pela idéia? Poderiam fazer a gentileza de apresentá-las?Agora, se você pretende adquirir recursos junto a investi<strong>do</strong>res formais,deverá ter critérios para selecioná-los, uma vez que existem diferentes interessespor parte deles. Alguns querem ser sócios ausentes e se interessam somentepela taxa de retorno <strong>do</strong> seu investimento. Outros querem ser sóciosparticipantes e atuar diretamente na condução <strong>do</strong> novo negócio.E há, também, os que se entusiasmam com uma idéia original e os que sóestão interessa<strong>do</strong>s em investir em negócios estabeleci<strong>do</strong>s. Alguns têm recursosfinanceiros limita<strong>do</strong>s. Outros dispõem de grandes recursos.certo.O futuro empreende<strong>do</strong>r terá a difícil missão de escolher o investi<strong>do</strong>rLembre-se de que: um relacionamento pessoalentre empreende<strong>do</strong>r e investi<strong>do</strong>r precisa serbasea<strong>do</strong> em confiança e respeito mútuo.207


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO dinheiro de investi<strong>do</strong>r é caro••Só se deve recorrer a investi<strong>do</strong>res quan<strong>do</strong> esgotadas as alternativas maisbaratas.Esta opção é cara, pois o investi<strong>do</strong>r só se interessará em participar <strong>do</strong> negóciose a sua taxa de retorno for bem maior <strong>do</strong> que ele poderia obter comaplicações financeiras.Como atrair investi<strong>do</strong>resExistem muitas pessoas buscan<strong>do</strong> boas oportunidades para investir. Osegre<strong>do</strong> é atrair as pessoas certas. Para atrair investi<strong>do</strong>res, você precisa desenvolverum trabalho de especificação <strong>do</strong> seu novo negócio, engloban<strong>do</strong> os seguintescritérios:••••Definir o tipo de investi<strong>do</strong>r ideal para o novo negócio.Descobrir como encontrar e abordar os investi<strong>do</strong>res ideais.Vender a oportunidade de negócio para esses investi<strong>do</strong>res, despertan<strong>do</strong> oentusiasmo necessário.Negociar as melhores condições possíveis para a associação, ou seja, paraambos lucrarem.Tipos de investi<strong>do</strong>res para o novo negócioVamos ver agora, neste tópico, quais os tipos de investi<strong>do</strong>res e quais assuas caraterísticas, certo?Sócios atuantes: contribuem em uma função ou possuem algumconhecimento necessário <strong>ao</strong> novo negócio, dispon<strong>do</strong> de recursos financeirosnecessários para cobrir parte das necessidades financeiras <strong>do</strong> empreendimento.Sócios com interesse no novo negócio, mas não atuantes. Ex.:fornece<strong>do</strong>res e clientes.Sócios capitalistas: que se interessam apenas pelo retorno financeiro<strong>do</strong> novo negócio.208


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioSerá sempre preferível os sócios atuantes e os com interesse, porqueconhecem a atividade e os seus riscos.Já os sócios capitalistas, por sua vez, são mais difíceis de seremconvenci<strong>do</strong>s da rentabilidade <strong>do</strong> negócio e geralmente atuam de forma ansiosapara com o investimento, geran<strong>do</strong> pressão sobre o empreende<strong>do</strong>r.Agora, uma boa opção para negociar com sócios capitalistas é atrair umgrupo e limitar o investimento de cada um a um nível em que uma eventualperda seja facilmente suportável. Isso diminui o grau de ansiedade deles paracom o empreendimento.Você pode estar se perguntan<strong>do</strong> neste momento: mas como eu chegoaté esses investi<strong>do</strong>res? Vamos adiante, que já saberemos!Como encontrar investi<strong>do</strong>resEncontram-se investi<strong>do</strong>res falan<strong>do</strong> com amigos, conheci<strong>do</strong>s, gerentesde bancos, consultores, diretores de associações de classe, advoga<strong>do</strong>s e conta<strong>do</strong>res,sobre a oportunidade <strong>do</strong> negócio e a necessidade de um investi<strong>do</strong>r; alguns delespodem conhecer potenciais investi<strong>do</strong>res que atendam às suas necessidades.Também poderão ser utiliza<strong>do</strong>s os serviços de anúncios <strong>do</strong> tipo“negócios e oportunidades”, em classifica<strong>do</strong>s de jornais e revistas de negóciosde expressão e da rede Internet.É importante que você identifique alguns investi<strong>do</strong>res potenciaisinteressa<strong>do</strong>s no novo negócio, para avaliar e escolher aquele ou aquelesque mais se identificam com o ideal.É mais fácilvender a idéiapara eles, porentenderem <strong>do</strong>assunto,contribuin<strong>do</strong>,inclusive, comsugestõesvaliosas paramelhorar onegócio e reduzirseus riscos.Quan<strong>do</strong> surgemproblemas, sãocompreensivos eprocuramencontrarsoluções, nãoraro com maisinvestimentospróprios.BancosQuan<strong>do</strong> você pretende começar um pequeno negócio, é muito difícilobter um empréstimo na maioria <strong>do</strong>s bancos. Manten<strong>do</strong>-se conserva<strong>do</strong>res, elespreferem emprestar quantias maiores de dinheiro para empresas bemestabelecidas, com uma história de crédito saudável e bastante recursos paraassegurar o reembolso <strong>do</strong> dinheiro.Existem, porém, maneiras de você construir uma boa referência de créditoe poder estabelecer um relacionamento de negócios com um banco, que poderáajudar você a iniciar o seu próprio negócio.209


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUma sugestão é abrir uma conta ou poupança e solicitar pequenosempréstimos, reembolsan<strong>do</strong>-os no prazo previsto. Mostre que vocêé uma pessoa confiável e torne-se amigo <strong>do</strong>s caixas e gerentes.Uma relação bem construída poderá lhe facilitar conseguir algumtipo de financiamento para o seu negócio.O que deverá ser considera<strong>do</strong> <strong>ao</strong> fazer umfinanciamento junto a um bancoCada financiamento precisa ser negocia<strong>do</strong> da melhor maneira possívelquanto a custo, prazo e garantias, de acor<strong>do</strong> com as seguintes premissas:••O custo de cada financiamento deve ser o menor possível, nuncasuperior <strong>ao</strong> custo de merca<strong>do</strong>, e bem abaixo da taxa interna de retorno<strong>do</strong> novo negócio.O prazo de cada financiamento deve ser negocia<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> fluxode caixa <strong>do</strong> novo negócio, isto é, os vencimentos devem coincidir comas disponibilidades de caixa geradas pelo novo negócio.As garantias <strong>do</strong>s financiamentos devem ser as menores possíveis, paranão comprometer excessivamente a capacidade de obtenção de recursosadicionais. Em casos de emergência, devem ser particularmente evitadasas garantias pessoais <strong>do</strong> futuro empresário.Pode-se concluir que o financiamento ideal deve ter:• Menor custo financeiro;• Grande perío<strong>do</strong> de carência;• Pagamento em longo prazo; e• O mínimo de garantias possíveis.210Segun<strong>do</strong> essas observações, o seu objetivo como futuro empresário éconseguir negociar cada um <strong>do</strong>s pequenos financiamentos, exploran<strong>do</strong> <strong>ao</strong> máximoas motivações e expectativas <strong>do</strong>s cre<strong>do</strong>res, de tal forma a chegar o mais pertopossível desse ideal. Os fornece<strong>do</strong>res, por exemplo, de imediato podem estarmais interessa<strong>do</strong>s em promover um novo cliente <strong>do</strong> que em obter lucrosfinanceiros. Já o capitalista que empresta dinheiro vai querer uma taxa de jurosmaior <strong>do</strong> que as taxas de aplicações financeiras, para compensar sua maior margemde risco.


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioOutras fontesSe você precisar comprar equipamentos, peça para o vende<strong>do</strong>r que odeixe parcelar a dívida. Isso possibilitará maior flexibilidade em seu fluxo decaixa. Os atacadistas e fornece<strong>do</strong>res geralmente costumam pedir que as empresasnovas paguem em dinheiro vivo e na entrega. Procure obter prazos, pleitean<strong>do</strong>que o pagamento só se faça de 10 a 60 dias após a entrega <strong>do</strong> produto compra<strong>do</strong>.Seus fornece<strong>do</strong>res freqüentemente se mostrarão interessa<strong>do</strong>s em se tornar suamaior fonte de crédito. Assim, tenha o cuida<strong>do</strong> de pagá-los precisamente no dia<strong>do</strong> vencimento.Outra potencial fonte de recursos, mas muito difícil, são seus futurosclientes. Explique a eles o que você irá produzir e vender. Depois de decidir dequanto você precisa para começar o negócio e o quanto vão custar os produtos/serviços produzi<strong>do</strong>s, tente encontrar clientes em potencial que possamformalizar um pedi<strong>do</strong>, pagan<strong>do</strong>-lhe no ato uma parte dele. Esses poderão serrecursos decisivos para começar o negócio.O que os Agentes FinanceirosCostumam PerguntarNão importa se você está buscan<strong>do</strong> obter um empréstimo de seusfamiliares, de amigos ou de outros investi<strong>do</strong>res em potencial; existem algumasperguntas básicas que eles sempre farão. Você precisa poder responder a essasperguntas para aumentar suas chances de conseguir qualquer dinheiro necessário.De quanto dinheiro você precisaSeja específico sobre quanto dinheiro você precisa para começar onegócio; quanto de seu próprio dinheiro será investi<strong>do</strong>; e o quanto você precisaconseguir de outras fontes.Como você usará o dinheiroO seu plano empresarial ajuda a mostrar <strong>ao</strong>s investi<strong>do</strong>res que você sabeexatamente o quanto precisa e para quê.211


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPor quanto tempo você precisará <strong>do</strong> dinheiroSuas projeções financeiras lhe ajudarão a prever quan<strong>do</strong> você poderácomeçar a pagar o dinheiro empresta<strong>do</strong>.Como você pretende pagar o dinheiroNovamente, seu plano o ajudará a mostrar como o dinheiro será usa<strong>do</strong>para criar uma empresa lucrativa.O que você fará se precisar enfrentardificuldades, ou se a empresa falir?Aí está uma vantagem em ter o plano empresarial em mãos. Com elevocê poderá demonstrar que saídas você contemplou para lidar com os problemasem potencial. Se o pior acontecer, ele também identificará que recursos vocêpoderá vender para reembolsar os empréstimos pessoais.Agora vamos falar um pouco sobre as parcerias que, neste tipo de negócio,são de extrema relevância.A Parceria como Forma de Viabilizar aEmpresaO processo de globalização da economia tem provoca<strong>do</strong> profundasmudanças no cenário econômico mundial, exigin<strong>do</strong> das empresas maior agilidade.Isso tem leva<strong>do</strong> a um processo de desestruturação de grandes unidadesempresariais, fragmentan<strong>do</strong>-as em pequenas unidades mais ágeis ou estabelecen<strong>do</strong>parcerias com pequenas empresas. Essa postura organizacional tem o objetivode transferir a outras empresas muitas atividades que eram realizadas pela grandeempresa, com menores custos de produção/operação ou melhor qualidade,processo chama<strong>do</strong> de terceirização.Terceirização é um sistema de parceria empresarial no qualuma empresa transfere a execução de produtos ou deserviços para uma outra empresa especializada em um ramode atividade inerente <strong>ao</strong> seu negócio.212


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioA principal vantagem de quem começa uma empresa como terceirizadaé o fato de já começar com um cliente importante. Às vezes recebe o apoiotecnológico e facilidades para adquirir/utilizar equipamentos que antes eramutiliza<strong>do</strong>s internamente pela empresa cliente. O empreende<strong>do</strong>r precisa estar atentoa essa nova modalidade de parceria entre grandes e pequenas empresas, ten<strong>do</strong>em vista a possibilidade de efetuar parte(s) das atividades de produção e deserviços.Algumas empresas preferem, em vez de crescerem e se expandirem par<strong>ao</strong>utras regiões e países, realizar parcerias com pequenas empresas. Buscan<strong>do</strong>enfrentar o desafio de serem competitivos em uma economia global, osempreende<strong>do</strong>res atuantes no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios têm concebi<strong>do</strong> novas formasde organização e operação das empresas, até então desconhecidas pelosempreende<strong>do</strong>res <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong> é que muitos empreende<strong>do</strong>res, comsua marca já consolidada, estão dispostos a transferir to<strong>do</strong> o conceito e o mo<strong>do</strong>operativo <strong>do</strong> negócio para outras empresas. Essa nova realidade decompartilhamento de um negócio é feita por meio de um contrato de franquia.Um tópico interessante, e muito importante para a sua compreensão,vem agora com o entendimento <strong>do</strong> que é uma franquia.213


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAs franquias sãoextremamentepopulares nosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.De acor<strong>do</strong> comestimativas daindústria norteamericana,umanova franquia éaberta emalgum lugar <strong>do</strong>país a cada 17minutos. Asempresasfranquea<strong>do</strong>rasrespondem poraproximadamente1/3 de todas asvendas novarejo nos EUA.O que é franquiaFranquia, uma palavra derivada <strong>do</strong> inglês, franchise, é um sistema de parceriaempresarial no qual o franquea<strong>do</strong>r expande seu negócio venden<strong>do</strong> o direito deuso da marca e <strong>do</strong> esquema de operacionalização de um produto ou serviço jádesenvolvi<strong>do</strong> e testa<strong>do</strong> a um franquea<strong>do</strong>, que implementa um negócio com osmesmos padrões da marca original. Ex: Mc Donald’s, Boticário, Pizza Hut,Correios, entre outros.Portanto, <strong>ao</strong> adquirir uma franquia, você passa a deter os direitos deexplorar, na própria cidade ou região, um conceito de negócio já testa<strong>do</strong>, comuma marca já divulgada e geralmente conhecida em outros locais.Veja bem, para muitas pessoas, o mo<strong>do</strong> mais rápi<strong>do</strong> e seguro de iniciarum negócio é por meio de um contrato de franquia. Algumas das vantagens emoperar uma franquia, em vez de começar uma firma independente, inclui oreconhecimento imediato <strong>do</strong> nome por parte <strong>do</strong>s clientes, e acesso a treinamentose informações operacionais detalhadas sobre o funcionamento <strong>do</strong> negócio comoum to<strong>do</strong>, além de publicidade e apoio na administração por parte <strong>do</strong> franquea<strong>do</strong>r.214Como funciona uma franquiaUma franquia não é somente uma das opções para se iniciar um negócio.Mais <strong>do</strong> que isso, é um mo<strong>do</strong> de fazer negócios que pode ser aplica<strong>do</strong> em qualquerempresa. O franquea<strong>do</strong> local geralmente paga para o franquea<strong>do</strong>r original umataxa para a concessão, mais uma porcentagem sobre suas vendas futuras, pelodireito de operar a sua franquia em uma área designada.


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioAtualmente, empresas em mais de 60 indústrias diferentes sãofranqueadas. Algumas das mais populares, e que têm cresci<strong>do</strong> rapidamente,incluem os restaurantes e empresas presta<strong>do</strong>ras de serviços, em áreas comoreformas <strong>do</strong>miciliares, limpeza de tapetes, contabilidade, publicidade, consertode automóveis, impressão e cópias, venda e manutenção de computa<strong>do</strong>res e varejode roupas.O rápi<strong>do</strong> crescimento das franquias se deve <strong>ao</strong> arranjo <strong>do</strong> negócio, emque o franquea<strong>do</strong>r concede <strong>ao</strong> franquea<strong>do</strong> o direito de usar sua marca, além dedisponibilizar uma assessoria completa e detalhada que o auxilia a configurar aforma de administrar e operar o seu negócio em particular. O franquea<strong>do</strong>r, alémde promover toda a campanha publicitária relacionada à marca, freqüentementetambém concede assessoria na compra de materiais.Fatores-chave que devem ser investiga<strong>do</strong>s econsidera<strong>do</strong>s antes de se fechar um contratode franquia••••••••Experiência necessária para operar a franquia.Situação atual, história e condição financeira <strong>do</strong> franquea<strong>do</strong>r ede sua alta administração.Como estão se sain<strong>do</strong> os outros franquea<strong>do</strong>s da marca.Quanto custará a franquia, consideran<strong>do</strong> também ospagamentos de royalties que se darão no futuro.Nível <strong>do</strong> suporte financeiro e administrativo proporciona<strong>do</strong>.Quais os produtos ou serviços que necessariamente devem sercompra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> franquea<strong>do</strong>r?Custos e termos <strong>do</strong>s contratos.Termos e condições para renovar ou encerrar o contrato defranquia.Franquie sua empresaAlém de ser uma forma para entrar em um negócio, a franquia tambémé um méto<strong>do</strong> simples e barato para o empresário ampliar sua empresa. Porém,algumas condições devem ser observadas antes que um negócio seja franquea<strong>do</strong>,para garantir as chances de sucesso. O negócio deve:215


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo••••Gerar renda suficiente para permitir <strong>ao</strong>s franquea<strong>do</strong>res pagar royalties e aindaconseguir um lucro razoável.Ser facilmente reproduzi<strong>do</strong>.Preencher a necessidade por um produto ou serviço também em outras regiõesou países.Ser facilmente aprendi<strong>do</strong> e administra<strong>do</strong> por outra pessoa.A cooperaçãoentre empresasconcorrentes estápermitin<strong>do</strong> queelas, organizadasem redes deproduçãoconjunta, possamfabricar linhas deprodutoscomuns, explorarmarcas coletivas,organizarconsórcios deexportação, fazercomprasconjuntas, criarcentros deinformaçõescompartilha<strong>do</strong>s,entre outros.216Além dessas quatro condições, é útil criar e testar uma unidade piloto<strong>do</strong> negócio como um to<strong>do</strong>, para que to<strong>do</strong>s os problemas de operacionalização ecomercialização sejam evidencia<strong>do</strong>s e elimina<strong>do</strong>s.Outro comportamento empresarial que potenciais empresários comovocê podem observar é o surgimento de posturas cooperativas entre empresasque operam nos mesmos ramos, segmento de merca<strong>do</strong> e região. A globalizaçãoda economia, acirran<strong>do</strong> a competição, estimula essas empresas a unirem esforçospara superar obstáculos comuns.Ao estabelecer projetos conjuntos e associativos, essas empresas abremespaços para o surgimento de outros negócios que vão compor os chama<strong>do</strong>s“pólos empresariais” – grupos de empresas que decidem atuar, produzir ecomercializar em conjunto. Ao observar os novos laços associativos entre asempresas <strong>do</strong> mesmo elo de uma cadeia produtiva, você pode descobrir como sebeneficiar desses agrupamentos, seja associan<strong>do</strong>-se a eles, seja crian<strong>do</strong> umaempresa para prestar serviços.Relações Extra-Organização: O AssociativismoAlém de ampliar a sua rede de relações por meio de contatos informaiscom líderes de outras empresas, o empreende<strong>do</strong>r pode potencializar os resulta<strong>do</strong>sde seu negócio trabalhan<strong>do</strong> em conjunto com organizações com as quais possuametas em comum.Com o associativismo, as empresas envolvidas elevam consideravelmentea sua capacidade de competir no merca<strong>do</strong>. Cada vez mais, as relações decooperação influenciam no sucesso de uma organização.Dúvidas, me<strong>do</strong>s, problemas e soluções fazem parte <strong>do</strong> dia-a-dia <strong>do</strong>empreende<strong>do</strong>r ou <strong>do</strong> aspirante a empreende<strong>do</strong>r. Debater essas questões éfundamental. O movimento associativista, <strong>ao</strong> reunir empresários que possuemmetas em comum, cria um fórum propício <strong>ao</strong> debate, discussão e resolução <strong>do</strong>stemas de interesse comum.


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo Negóciode:Na prática, o associativismo oferece <strong>ao</strong> empreende<strong>do</strong>r oportunidades Aprendiza<strong>do</strong>: orientação e capacitação profissional por meio depalestras, cursos, artigos etc. Fazer negócios: além de trocar experiências com os outrosempreende<strong>do</strong>res e participar de encontros e rodas de negócio, a rede derelacionamentos <strong>do</strong> movimento associativista irá, naturalmente, proporcionaroportunidades de negócios. Fazer valer a sua opinião: as bandeiras de um movimentoconsolida<strong>do</strong> têm muito mais impacto perante as instituições <strong>do</strong> que uma vozsozinha. Como resulta<strong>do</strong>, o associativismo oferece canais e meios para que asidéias <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r sejam ouvidas.Além destes benefícios, o associativismo é também uma importanteferramenta para inserir os empreendimentos que hoje estão na informalidade noespaço <strong>do</strong>s negócios formais.Esperamos que você saiba captar corretamente as informações contidasneste texto e que tenha muito sucesso no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios.Lembre-se: “Existem alguns pontos que não podemosperder de vista. Eles representam as nossas limitações.É daí que precisamos partir” (Franz Kafka).Nas próximas escalas, você terá a oportunidade de conhecer, de formamais detalhada, diferentes ações relacionadas <strong>ao</strong> planejamento de seu negócio: oestu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, o plano operacional e a análise <strong>do</strong>s aspectos financeiros.Interessante essa questão sobre Associativismo!217


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDiário de Bor<strong>do</strong>TópicosA percepçãoempreende<strong>do</strong>raOs primeiros passos noplanejamento de umnegócioPlano de Negócio: omapa da estrada para osucessoSeu Plano de Negócio eas previsões financeirasFinancian<strong>do</strong> seunegócio: onde conseguiro dinheiro que vocêprecisa para começarO que os agentesfinanceiros costumamperguntarA parceria como formade viabilizar a empresaConsideraçõesA percepção é uma das características <strong>do</strong>comportamento empreende<strong>do</strong>r que, quan<strong>do</strong>explorada, permite encontrar recursos onde a maiorparte das pessoas enxerga limitações.Ao buscar planejar um novo negócio, o primeiro passo<strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r é fazer uma série dequestionamentos, buscan<strong>do</strong> checar se sua pretensãoempreende<strong>do</strong>ra se ajusta às suas pretensõesindividuais.É imprescindível que o futuro empresário desenvolvaesse <strong>do</strong>cumento formal, o qual esclarece todas asquestões operacionais, financeiras, dentre uma sériede outros fatores importantes para a colocação emprática da idéia de negócio.O plano de negócio é um <strong>do</strong>cumento que poderáprever a viabilidade <strong>do</strong> novo negócio, <strong>ao</strong> possibilitarestimar uma série de da<strong>do</strong>s financeiros de particularimportância a quem deseja começar um negócio desucesso.Não espere fontes miraculosas para conseguirdinheiro. Os parentes e amigos, investi<strong>do</strong>res e bancosainda são as fontes mais utilizadas por quem precisade recursos.To<strong>do</strong> agente financeiro deseja que seu cliente tenhaclaro: de quanto dinheiro precisa? Como pretendeutilizá-lo? Por quanto tempo? Como pretende pagálo?O que irá fazer se precisar enfrentar situaçõesadversas?Finalmente, vimos as parcerias como forma dedesenvolvimento conjunto entre duas ou maisempresas, com a utilização de recursos em comum, oque permite constituir formas organizacionais maisflexíveis e enxutas.218


Escala V - Planejamento e Busca de Recursos para o Novo NegócioAtividades de <strong>Viagem</strong>Que tal você aproveitar o nosso tempo de viagem até a próxima escala, eresponder as seguintes questões:1. Você é capaz de relatar algum fato em que, contrarian<strong>do</strong> o que amaioria das pessoas percebe, alguém conseguiu identificar um<strong>ao</strong>portunidade de negócio?2. Quais os principais mitos que bloqueiam o potencial empreende<strong>do</strong>r?3. O que é um plano de negócio? Como ele poderá ajudar na criação deum novo negócio?4. Quais os principais pontos desenvolvi<strong>do</strong>s em um plano de negócio?Justifique sua resposta.5. Por que é mais fácil fazer o planejamento de um negócio pequeno,ou seja, enxuto?6. Por que é imprescindível conhecer o merca<strong>do</strong> antes de começar adesenvolver o plano operacional <strong>do</strong> futuro negócio?7. Por que se torna importante que o empreende<strong>do</strong>r aplique algumrecurso próprio na abertura de um novo negócio?8. Quais as potenciais fontes de recursos financeiros para iniciar umnegócio próprio? Como se deverá proceder para adquirir credibilidadejunto a cada uma delas?9. O que é terceirização e qual a vantagem de quem começa uma empresacomo terceirizada?10. Quais as vantagens e desvantagens que você identifica em se iniciarum novo negócio como uma empresa franqueada?219


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFuturos RoteirosABRAMS, R. M. Business plan: segre<strong>do</strong>s e estratégias para o sucesso. São Paulo:Érica, 1994.BERLE, Gustav; KIRSCHNER, Paul. Plano de Negócios Instantâneo. Riode Janeiro: Axcel Books, 1995.FARAH, Osval<strong>do</strong> E.; CAVALCANTI, Marli. Empresas: criação e administração.São Paulo: Érica, 1998.SANTANA, João. Como planejar sua empresa: roteiro para o plano de negócio.Brasília: SEBRAE, 1993.Comandantes de Bor<strong>do</strong>ABRAMS, R. M. Business plan: segre<strong>do</strong>s e estratégias para o sucesso. São Paulo:Érica, 1994.BERLE, Gustav; KIRSCHNER, Paul. Plano de negócios instantâneo. Rio deJaneiro: Axcel Books, 1995.CHIAVENATO, Idalberto. Vamos abrir um novo negócio? São Paulo: MakronBooks, 1994.COVEY, S. Os sete hábitos das pessoas muito eficazes. São Paulo: Best Seller,1989.DEGEN, R. J. O empreende<strong>do</strong>r: fundamentos da iniciativa empresarial. SãoPaulo: McGraw-Hill, 1989.FARAH, Osval<strong>do</strong> E.; CAVALCANTI, Marli. Empresas: criação e administração.São Paulo: Érica, 1998.PEREIRA, H. J.; SANTOS, S. A. Crian<strong>do</strong> seu próprio negócio: comodesenvolver o potencial empreende<strong>do</strong>r. Brasília: SEBRAE, 1995.SANTANA, João. Como planejar sua empresa: roteiro para o plano de negócio.Brasília: SEBRAE, 1993.SEBRAE. GEM - 2004. Disponível em: . Acessoem 15 de setembro de 2005.220


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosESCALA VIVISITA À EMPRESA DECONSULTORIA ORIA FINANCEIRAAspectos Legais, Registro de Empresase Aspectos Tributários221


Orientação de <strong>Viagem</strong>Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosNesta 6ª escala, como você tem em seu roteiro, vamos fazer uma visitaa uma empresa de consultoria na área Legal. De acor<strong>do</strong> com a pauta, trataremos<strong>do</strong>s Aspectos legais, Registro de empresas e Aspectos tributários necessáriospara se abrir uma empresa. O Sr. Eduar<strong>do</strong>, que é um consultor jurídico especialistaem registros de empresas e em tributação, é quem estará nos acompanhan<strong>do</strong>nesta visita. Mas antes, gostaria de fazer uma breve explanação sobre tu<strong>do</strong> o quevamos ver nesta escala.Ten<strong>do</strong> a noção de qual negócio você deseja iniciar, vamos ver em detalhesos aspectos legais de se abrir um empreendimento.Isso mesmo! Aqui você verá que abrir um negócio próprio, <strong>do</strong> pontode vista legal, não é algo assim tão simples. Então, receberemos nesta escalatodas as orientações pertinentes para quem deseja legalizar seu próprio negócio.É isso. Aproveite a viagem e estude para que possamos ir adiante emnossa empreitada!Bem, agora vamos nos encontrar com o Sr. Eduar<strong>do</strong>, que darácontinuidade a este assunto.Aspectos Legais e Registro deEmpresasPara iniciar, o que tenho a lhe dizer sobre os aspectos legais e registro deempresas é o seguinte: quem pensa em abrir o seu próprio negócio, costumaimaginar o trabalho que terá para cumprir todas as determinações legais. Não éà toa. São dezenas de siglas, <strong>do</strong>cumentos, impostos e taxas que assustam oempresário de primeira viagem.Mas, registrar a empresa em to<strong>do</strong>s os órgãos necessários não é nenhum“bicho de sete cabeças” e, o que é melhor: está <strong>ao</strong> alcance de qualquer um, desdeque, é claro, se tenha tempo disponível e vontade para cumprir to<strong>do</strong> o ritualburocrático.223


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEntão, vou iniciar com uma breveintrodução acerca da nova legislaçãoempresarial.Direito de empresaO direito comercial brasileiro, enquanto regi<strong>do</strong> pelo Código Comercialde 1850, a<strong>do</strong>tou a teoria <strong>do</strong>s atos <strong>do</strong> comércio, que sujeitava a esse ramo <strong>do</strong>Direito apenas o comerciante no exercício da sua profissão e os atos por leiconsidera<strong>do</strong>s comerciais, excluin<strong>do</strong> as empresas presta<strong>do</strong>ras de serviços, queeram regidas pela legislação civil.Com o passar <strong>do</strong>s anos, a atividade de prestação de serviços passou aser explorada empresarialmente, consagran<strong>do</strong>-se como uma atividade de grandeimportância na realidade socioeconômica atual. Seu desenvolvimento foipressionan<strong>do</strong> o Direito no senti<strong>do</strong> de dar tratamento jurídico idêntico <strong>ao</strong>reserva<strong>do</strong> para as atividades comerciais.A partir da vigência <strong>do</strong> novo Código Civil brasileiro, em 11 de janeirode 2003, o direito comercial passou a ser regi<strong>do</strong> pela teoria da empresa, hajavista que a nova legislação revogou a primeira parte <strong>do</strong> Código Comercial de1850, ou seja, os artigos 1º <strong>ao</strong> 456, pon<strong>do</strong> fim à teoria <strong>do</strong>s atos de comércio <strong>ao</strong>inserir a “empresa” no plano jurídico, substituin<strong>do</strong> a noção de comerciante pelanoção de empresário.Observa-se que a nova legislação ampliou o alcance <strong>do</strong> direito comercial,de mo<strong>do</strong> que o critério para submissão às suas regras passou a ser o desempenhode atividade empresarial, incluin<strong>do</strong>, nesse contexto, a prestação de serviçosdesenvolvida empresarialmente.Dessa forma, as atividades empresariais passaram a ser reguladas pelonovo Código Civil, e o Direito Comercial foi substituí<strong>do</strong> pelo Direito deEmpresa.224


Conceito de empresárioEscala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosO novo Código Civil (Lei nº10406/2002) considera empresário “quemexerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou acirculação de bens ou de serviços”.Observe que não se considera empresário quem exerce profissãointelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso deauxiliares ou colabora<strong>do</strong>res, salvo se o exercício da profissão constituir elementode empresa.Quem pode ser empresárioAh! Então existe algum pré-requisitopara ser empresário. Pensei quebastaria ter dinheiro!Não é tão simples assim. Veja, podem exercer a atividade de empresáriotodas as pessoas que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não foremlegalmente impedidas.Então, o que é preciso para alguémtornar-se empresário legalmente?A pessoa fica habilitada à prática de to<strong>do</strong>s os atos da vida civil <strong>ao</strong>sdezoito anos completos, quan<strong>do</strong> começa a maioridade, mas a incapacidadepode cessar para os menores de 18 anos, nos seguintes casos:225


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoI. Pela concessão <strong>do</strong>s pais, ou de apenas um deles na falta <strong>do</strong>outro, mediante instrumento público, independentemente dehomologação judicial, ou por sentença <strong>do</strong> juiz, ouvi<strong>do</strong> otutor, se o menor tiver dezesseis anos completos(emancipação).II. Pelo casamento.III. Pelo exercício de emprego público efetivo.IV. Pela colação de grau em curso de ensino superiorV. Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existênciade relação de emprego, desde que, em função deles, o menorcom dezesseis anos completos tenha economia própria.No entanto, além de preencher o requisito etário, é necessário que sobrea pessoa <strong>do</strong> potencial empresário não pese nenhum impedimento. São impedi<strong>do</strong>sde ser empresários: os Chefes <strong>do</strong> Poder Executivo, nacional, estadual oumunicipal; os membros <strong>do</strong> Poder Legislativo, como Sena<strong>do</strong>res, Deputa<strong>do</strong>sFederais e Estaduais e Verea<strong>do</strong>res, se a empresa “goze de favor decorrente decontrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer funçãoremunerada”; os Magistra<strong>do</strong>s; os membros <strong>do</strong> Ministério Público Federal; osempresários fali<strong>do</strong>s, enquanto não forem reabilita<strong>do</strong>s; as pessoas condenadas apena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou porcrime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; oucontra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normasde defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou apropriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação; os leiloeiros,corretores e despachantes aduaneiros; os cônsules, nos seus distritos, salvo osnão remunera<strong>do</strong>s; os médicos, para o exercício simultâneo da farmácia; osfarmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina; os servi<strong>do</strong>res públicoscivis da ativa, federais (inclusive Ministros de Esta<strong>do</strong> e ocupantes de cargospúblicos comissiona<strong>do</strong>s em geral). Em relação <strong>ao</strong>s servi<strong>do</strong>res estaduais emunicipais observar a legislação respectiva; os servi<strong>do</strong>res militares da ativa dasForças Armadas e das Polícias Militares e estrangeiros (sem visto permanente)ou proibição legal.226 Vedação de sociedade entre cônjuges casa<strong>do</strong>s• Com Comunhão Universal de Bens.• Com Separação de Bens Obrigatória.


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosAlém da capacidade civil, é preciso exercer profissionalmente atividadeeconômica , ou seja, a atividade deve ser exercida de forma habitual e com ointuito de lucro. Assim, aquela pessoa que exerce esporadicamente uma atividadeeconômica, revenden<strong>do</strong> com lucro uma merca<strong>do</strong>ria que tenha adquiri<strong>do</strong> emviagem <strong>ao</strong> exterior, por exemplo, não é empresário. Também não é empresárioquem explora atividade econômica com habitualidade, mas sem lucro. Nessecaso trata-se de filantropia.Passos Necessários paraRegistrar uma EmpresaBem, como você já sabe, para que uma empresa desenvolva suasatividades formalmente, é necessário que ela tenha uma existência legal. Paraisso, a empresa precisa estar devidamente registrada no órgão competente.Entretanto, registrar uma empresa é um processo trabalhoso e, muitas vezes,demora<strong>do</strong>. Ele é composto por uma série de etapas igualmente importantes enecessárias. Além disso, é preciso saber que os procedimentos e <strong>do</strong>cumentosnecessários <strong>ao</strong> registro podem variar conforme o lugar e o ramo de atividadeescolhi<strong>do</strong>.Então, vamos ver os detalhes de cada passo necessário para registrar suaempresa:1. Definição daForma JurídicaTu<strong>do</strong> bem! Já sei sobre os requisitospara ser uma empresária, mas comoposso registrar minha empresa?O Código nãoconceitua o queseja “atividadeeconômic<strong>ao</strong>rganizada ou oque seja“empresa”.Doutrinariamente,entretanto, temsefirma<strong>do</strong> oentendimentode que empresaé sinônimo deatividadeeconômic<strong>ao</strong>rganizada, emque oempresárioreúne umconjunto debens, corpóreose incorpóreos:capital,trabalho,marca,equipamento,matéria-prima etecnologia, paraa produção oucirculação debens ou deserviços,visan<strong>do</strong> àobtenção delucros.Antes de iniciar o registro de seu empreendimento, énecessário definir qual será a forma jurídica a ser a<strong>do</strong>tada. Se vocêestiver sozinho no negócio, sua empresa será, obrigatoriamente,uma firma individual. Se você estiver pensan<strong>do</strong> em sócios, suaempresa será uma sociedade. Entretanto, sua sociedade poderáser simples ou empresária, sempre de acor<strong>do</strong> com o tipo denegócio a ser explora<strong>do</strong>. Em outras palavras, no momento dedefinir qual será a forma jurídica <strong>do</strong> seu empreendimento, énecessário que você respeite uma das formas admitidas pelalegislação brasileira. Assim, podemos ter:227


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo Empresário individual:Apesar de ser incomum nos dias atuais, é possível a exploração deatividade econômica por uma pessoa física. O empresário, pessoa física, teráregistro na Junta Comercial e nos cadastros de contribuintes como empresárioindividual. Nesta forma jurídica, que normalmente se dedica à exploração deatividade econômica de modesta dimensão, o empresário é responsável de formailimitada, ou seja, responde com seus bens pessoais, pelos atos pratica<strong>do</strong>s noexercício da atividade econômica, pois não existe nenhum mecanismo depersonalização ou separação patrimonial.Não se considera empresário individual, quem exerce profissão intelectual,de natureza científica, literária ou artística, ainda com concurso de auxiliares oucolabola<strong>do</strong>res, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa(Novo Código Civil, Lei 1046/2002, art. 966, Parágrafo único).Mas se houver sócios, sua empresa será uma sociedade que poderá serregistrada de duas formas:Sociedade SimplesNovo tipo societário cria<strong>do</strong> pelo Código Civil emsubstituição <strong>ao</strong> tradicional modelo de sociedadecivil, não poden<strong>do</strong> exercer qualquer atividadeeconômica profissionalmente organizada para aprodução ou a circulação de bens ou serviços. Oseu objeto é restrito às atividades profissionais denatureza científica, literária e artística.Além disso, o exercício de qualquer uma dessasatividades não pode constituir elemento de empresa,ou seja, se alguma delas for inserida como objetode uma organização empresarial, esta se tornarásociedade empresária.A sociedade simples pode constituir-se deconformidade com um <strong>do</strong>s tipos regula<strong>do</strong>s pelonovo Código Civil e, não o fazen<strong>do</strong>, ficará sujeitaàs normas que lhe são próprias.A inscrição da sociedade simples deve ser feita noRegistro Civil das Pessoas Jurídicas, mesmo queela se revista de algum <strong>do</strong>s tipos da sociedadeempresária. Neste caso, o registro civil deveráobedecer às normas fixadas para o registromercantil.Sociedade EmpresáriaÉ a nova denominação da antigaSociedade Comercial dada pelo novoCódigo Civil. É constituída por duasou mais pessoas, ten<strong>do</strong> comofinalidade explorar uma atividadeeconômica organizada para aprodução e circulação de bens eserviços. Também passou a serregulada pelo Código Civil e estásujeita à falência.Por sua vez, as sociedadesempresárias podem ser: Sociedade emNome Coletivo, Sociedade emComandita Simples, SociedadeLimitada, Sociedade em Comanditapor Ações e a Sociedade Anônima.Atualmente, no Brasil, os tipos desociedades empresárias maisutiliza<strong>do</strong>s são a sociedade limitada,(estatisticamente a preferida), e asociedade anônima, estan<strong>do</strong> asdemais praticamente em desuso.228


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos Tributários2. Consulta deViabilidade3. Consulta sobre oNome da Empresa4. Inscrição ComercialA consulta de viabilidade consiste em verificar se a localizaçãopretendida para sua empresa está de acor<strong>do</strong> com as normas daregião, impostas pela legislação municipal, conhecida como PlanoDiretor, Código de Localização ou Código de Zoneamento. Essalegislação impede, por exemplo, a instalação de uma fábrica de fogosde artifícios em uma área residencial. Em outras palavras, é precisoque haja a permissão <strong>do</strong> Poder Público para exercer sua atividadeno local pretendi<strong>do</strong>. Portanto, antes de alugar ou comprar um imóvel,ou ainda, utilizar sua casa, providencie a consulta de viabilidade naPrefeitura Municipal em que será instalada a sede <strong>do</strong> estabelecimento.Antes de registrar a empresa, é necessário verificar se já existe outronegócio com o nome empresarial escolhi<strong>do</strong>. Caso haja, é necessárioescolher novo nome. Tratan<strong>do</strong>-se de empresário individual ou desociedade empresária, a consulta é feita na Junta Comercial. Nocaso de Sociedade Simples, a consulta é feita no Cartório de RegistroCivil de Pessoas Jurídicas. A inscrição <strong>do</strong> nome empresarial noregistro competente assegura o uso exclusivo <strong>do</strong> nome comercialnos limites <strong>do</strong> respectivo Esta<strong>do</strong>. Assim, a empresa deverá buscarproteção nas Juntas de cada Esta<strong>do</strong>.Tratan<strong>do</strong>-se de empresário individual e de sociedade empresária,este registro será feito na Junta Comercial. No caso de sociedadesimples, o registro será feito no Cartório de Registro de PessoasJurídicas. Quan<strong>do</strong> se está crian<strong>do</strong> uma sociedade, seja ela empresári<strong>ao</strong>u simples, é necessário elaborar o Contrato Social, no qual ficamestabelecidas as condições de criação, funcionamento e liquidaçãoda sociedade. Em caso de empresário individual, deverá ser entregue,para efeitos de registro, o “Requerimento de Empresário”devidamente preenchi<strong>do</strong>. O Empreendimento poderá se enquadrarcomo Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, desde queatenda <strong>ao</strong>s requisitos da legislação específica. O enquadramento seráefetua<strong>do</strong> mediante declaração para essa finalidade, cujo arquivamentodeve ser requeri<strong>do</strong> em processo próprio. O objetivo é obter umtratamento especial, que dá direito a um tratamento diferencia<strong>do</strong>,favoreci<strong>do</strong> e simplifica<strong>do</strong>, nos termos da Lei nº 9.841/99 (Estatutoda Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte -EPP) eda Lei nº 9.317/96 (Lei <strong>do</strong> Simples).229


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo5. Inscrição noCadastro Nacionalde Pessoa JurídicaEsta inscrição, feita junto à Secretaria da Receita Federal ounas Juntas Comerciais conveniadas, visa à obtenção <strong>do</strong>Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, antigo CGC.Com a inscrição, a Receita Federal vai saber que a sua empresaexiste e poderá cobrar os tributos federais <strong>ao</strong>s quais suasociedade estará sujeita.6. Inscrição naPrevidência SocialA sociedade é obrigada a cadastrar-se junto à PrevidênciaSocial, para a qual irá recolher mensalmente uma contribuiçãoque poderá ser levantada nos casos de acidente de trabalho,auxílio maternidade, aposenta<strong>do</strong>ria, e outros. O registro éfeito junto <strong>ao</strong> INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social.7. Solicitação deLicença SanitáriaA licença sanitária, obrigatória para a maioria das atividadesempresariais, indica que a empresa está adequadasanitariamente para explorar sua atividade. Para empresas <strong>do</strong>ramo de alimentação e similares, o órgão responsável é aVigilância Sanitária Municipal.8. Vistoria dasCondições deSegurança eProteção contraIncêndioEsta vistoria, feita pelo Corpo de Bombeiros, tem comoobjetivo verificar se as condições de segurança e proteçãocontra incêndios de sua futura empresa estão adequadas àsnormas mínimas de segurança. Itens como extintores deincêndio, saídas de emergência, portas corta fogo e hidrantessão vistoria<strong>do</strong>s.230


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos Tributários9. Obtenção <strong>do</strong> Alvaráde Localização deFuncionamentoUma vez registrada a sociedade, você deverá dirigir-se àPrefeitura Municipal de sua cidade para requerer o Alvaráde Localização e Funcionamento. Entretanto, antes de iraté lá, informe-se sobre os <strong>do</strong>cumentos necessários, jáque eles costumam variar muito de município paramunicípio. O Alvará é o <strong>do</strong>cumento que comprova que aempresa tem autorização para funcionar na localidadeescolhida.10.Inscrição noCadastro Fiscal -Secretaria de Finanças(Prefeitura Municipal)Este passo consiste na inscrição da empresa na Secretariade Finanças Municipal, para fins de controle <strong>do</strong> ISS(Imposto sobre Serviço). Esta inscrição é obrigatóriaapenas para as empresas presta<strong>do</strong>ras de serviço. Asempresas exclusivamente comerciais e industriais estãodispensadas desta etapa.11.Inscrição Estadual -Secretaria daFazendaEste passo consiste na inscrição da empresa na Secretariada Fazenda <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, para fins de controle <strong>do</strong> Impostosobre Circulação de Merca<strong>do</strong>rias. Portanto, <strong>ao</strong> contrário<strong>do</strong> passo anterior, esta inscrição é obrigatória apenas paraas empresas comerciais e industriais incidentes nos fatosgera<strong>do</strong>res de ICMS. As empresas exclusivamentepresta<strong>do</strong>ras de serviços estão dispensadas desta etapa.12.Inscrição noSindicato PatronalA inscrição no sindicato patronal deve levar emconsideração a categoria sob a qual o ramo de atividadeexplorada será enquadra<strong>do</strong>. A partir daí, deve-se iniciar orecolhimento <strong>do</strong> Imposto Sindical. A inscrição éobrigatória, e seu benefício consiste na possibilidade departicipar das decisões e defender seus direitos comoempresário. O valor da contribuição é calcula<strong>do</strong> deacor<strong>do</strong> com o capital da empresa.Mas...não é só isso!231


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoRegistros e AutorizaçõesDiversasVia de regra, venci<strong>do</strong>s os passos menciona<strong>do</strong>s no item anterior, suaempresa estará legalizada. Entretanto, antes de iniciar seu funcionamento, ainda énecessário obter algumas outras autorizações. Vamos a elas: Vistoria de Higiene e Segurança <strong>do</strong> Trabalho:Antes de o estabelecimento entrar em funcionamento, é necessário requerera sua vistoria <strong>ao</strong> Departamento de Higiene e Segurança <strong>do</strong> Trabalho. Basta ir atéà Delegacia Regional <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho e preencher um impresso próprio.Depois de vistoria<strong>do</strong> o estabelecimento, e encontra<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> em ordem, seráautoriza<strong>do</strong> o seu funcionamento. Inscrição na Delegacia Regional <strong>do</strong> Trabalho:Sempre que houver admissão ou demissão de emprega<strong>do</strong>s, deverá serfeita comunicação à Delegacia Regional <strong>do</strong> Trabalho. Para isso, deve-se preencherum formulário próprio – Cadastro Geral de Emprega<strong>do</strong>s e Desemprega<strong>do</strong>s. Autorização para Impressão de Documentos Fiscais:É importante lembrar que, mesmo que a sua empresa seja isenta depagar o ICMS ou o ISS, ela deverá emitir notas fiscais de vendas de merca<strong>do</strong>riasou de serviços, conforme a natureza de suas atividades. Assim, para obter aautorização para a impressão de notas fiscais, você deverá se dirigir à Secretariade Fazenda Estadual ou à Prefeitura Municipal. Na primeira, se sua atividade foro comércio de merca<strong>do</strong>rias, na segunda, se for uma prestação de serviços. Serviço de Fiscalização <strong>do</strong> Exercício Profissional:As sociedades que exerçam atividades concernentes <strong>ao</strong> comércio ouindústria de drogas, ervarias, fábricas e laboratórios de produtos químicos,farmacêuticos e biológicos, laboratórios clínicos, o<strong>do</strong>ntológicos, de ortopedia eoptometria, de fisioterapia e de produtos usa<strong>do</strong>s na cirurgia e enfermagem,assim como outros semelhantes, deverão registrar-se no serviço de Fiscalização<strong>do</strong> Exercício Profissional (SFEP), antes de iniciarem as suas atividades.232


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos Tributários Delegacia Especializada em Explosivos, Armas e Munições:Os estabelecimentos destina<strong>do</strong>s à fabricação de produtos químicos,quan<strong>do</strong> sujeitos à fiscalização, deverão requerer alvará na Delegacia Especializadaem Explosivos, Armas e Munições, apresentan<strong>do</strong> os seguintes <strong>do</strong>cumentos:requerimento pedin<strong>do</strong> Alvará; atesta<strong>do</strong> de antecedentes criminais; atesta<strong>do</strong> deantecedentes político-sociais; carteira de identidade de quem assinar orequerimento; e prova de registro na Junta Comercial. Registro no Instituto de Fermentação:Os fabricantes e os importa<strong>do</strong>res de bebidas alcoólicas devem requerer,<strong>ao</strong> Instituto de Fermentação <strong>do</strong> Ministério da Agricultura, o seu registro comofabricante ou como importa<strong>do</strong>r de bebidas. Programa de Integração Social:Toda empresa que tiver emprega<strong>do</strong>s deve cadastrá-los para efeito departicipação no Programa de Integração Social – PIS. Desta forma, oemprega<strong>do</strong>r deverá escolher uma agência bancária, autorizada pela CaixaEconômica Federal e localizada no município em que tiver sua sede, para efetuaro depósito das “contribuições sociais”.Empresário individualComo já vimos anteriormente, o empresário individual é aqueleque exerce, profissionalmente, atividade empresarial de forma habitual,em nome próprio e com o intuito de lucro. Tamanha é a identificaçãoentre o empresário e a empresa que, muitas vezes, são confundi<strong>do</strong>s, inclusivequanto <strong>ao</strong>s bens. Por isso, a responsabilidade <strong>do</strong> “empresário individual” ésempre ilimitada, isto é, em caso de dívidas, o empresário responde atémesmo com seus bens particulares. No que tange <strong>ao</strong> nome empresarial, oempresário opera sob firma constituída em seu nome civil (firma individual).Ex: “J. J. Silva” pode ser a firma individual de um empresário cujo nomecivil seja José Jorge da Silva.Vantagens edesvantagens Amplo poder dedecisão Poucacredibilidade Responsabilidadeilimitada A<strong>do</strong>çãoobrigatória da firmaindividual233


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoSociedade limitadaA sociedade limitada é aquela em que cada cotista, ou sócio, entra comuma parcela <strong>do</strong> capital social, fican<strong>do</strong> responsável diretamente pela integralizaçãoda cota que subscreveu, e indiretamente ou subsidiariamente, pela integralizaçãodas cotas subscritas por to<strong>do</strong>s os outros sócios. Assim, uma vez integralizadas ascotas de to<strong>do</strong>s os sócios, nenhum deles pode mais ser chama<strong>do</strong> pararesponder com seus bens particulares pelas dívidas da sociedade, a não ser, porexceção, nos casos em que fique caracteriza<strong>do</strong> desvio de finalidade, confusãopatrimonial, abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, falência provocadapor má administração ou violação <strong>ao</strong> contrato social (casos de desconsideraçãoda personalidade jurídica). A responsabilidade, portanto, em regra, é limitada àintegralização <strong>do</strong> capital social. Imaginemos o seguinte exemplo:Participaçãode menores nasociedadelimitada:É possível aparticipação demenores de 18anos que não seutilizaram dafigura daemancipação nasociedadelimitada. Asúnicas condiçõesque são exigidaspela lei são: quetodas as cotassejamintegralizadas noato, e que osmenores nãoconstem noscontratos sociaiscom atribuiçõesrelativas àgerência ouadministraçãoda sociedade.234A e B resolvem constituir uma sociedade por cotas deresponsabilidade limitada com um capital social de $ 100 mil,caben<strong>do</strong> a cada sócio a subscrição de uma cota de $ 50 mil.Observe que “subscrito” deve ser entendi<strong>do</strong> como “prometi<strong>do</strong>”.O sócio A integraliza, isto é, entrega efetivamente os $ 50 mil àsociedade. Porém, o sócio B, embora tenha também subscrito$ 50 mil, integraliza apenas $ 30 mil. Em caso de insolvênciada sociedade, B terá que responder com os seus bensparticulares pelos $ 20 mil faltantes. Mas se B não tiver bens,nem com o que pagar, o sócio A terá que cobrir o débito. Issoocorre porque na sociedade limitada um sócio é fia<strong>do</strong>r <strong>do</strong>outro pela integralização das cotas (responsabilidadesubsidiária).Por outro la<strong>do</strong>, se todas as cotas foram integralizadas, isto é, entregues àsociedade, pouco importa que a sociedade, falin<strong>do</strong>, dê integral prejuízo a seuscre<strong>do</strong>res. O sócio, como tal, está responsável até o limite <strong>do</strong> capital que subscreveuà sociedade.Com efeito, uma observação torna-se importante: cada sócio ou cotistada limitada tem apenas uma única cota, que poderá ser maior ou menor. Porexemplo: em uma limitada com $10 mil de capital social, X ingressou com $ 7mil e Y com $ 3 mil; neste caso, X terá uma única cota correspondente a 70% <strong>do</strong>capital e Y outra, correspondente <strong>ao</strong>s 30% restantes. A praxe de se atribuir noscontratos sociais várias ou inúmeras cotas a cada sócio não é de boa técnicajurídica, embora isso não cause nenhum inconveniente ou prejuízo.


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosO nome empresarial da sociedade limitadaQuanto <strong>ao</strong> nome empresarial, a sociedade limitada poderá a<strong>do</strong>tar firmasocial – também chamada razão social – ou denominação, de acor<strong>do</strong> com avontade de seus sócios. Se optar por firma, esta deverá valer-se <strong>do</strong> nome civilde um, alguns ou de to<strong>do</strong>s os sócios.Nos <strong>do</strong>is primeiros casos, deve-se utilizar, sempre, a partículaapropriada “& Companhia” ou abreviadamente, “& Cia.”.Ex: “J. J. Silva & Cia. Ltda.” pode ser a firma social de umasociedade limitada na qual José Jorge da Silva é um <strong>do</strong>ssócios. Por outro la<strong>do</strong>, na formação da denominação sociala<strong>do</strong>tar-se-á, em vez <strong>do</strong> nome civil de seus sócios, o chama<strong>do</strong>“elemento fantasia”.O novo Código Civil determina que a atividade fim da empresa(papelaria, açougue etc.) tem de estar presente no nome comercial.Ex: Restaurante Coma Bem Ltda; XXX Comércio de Artigos emCouro.Em regra, é preferível usar denominação. Principalmente por estaser mais dura<strong>do</strong>ura <strong>do</strong> que a firma social, que precisa ser alterada toda vezque, um sócio cujo nome nela figure, sair da sociedade.Lembramos ainda que, em to<strong>do</strong> os casos menciona<strong>do</strong>s, éindispensável que se acrescente <strong>ao</strong> nome a palavra“Limitada”, por extenso ou abreviadamente “Ltda.”. Seesta for omitida na razão social ou na denominação, to<strong>do</strong>sos sócios responderão ilimitadamente.Vantagens edesvantagens ResponsabilidadeSocial Participação demenores comosóciosA<strong>do</strong>çãofacultativa dadenominação Divisão <strong>do</strong> poderde decisãoA gerência da sociedadeA partir da vigência <strong>do</strong> novo Código Civil, o sócio gerente deixou deser o principal responsável pelos atos da empresa. Em seu lugar assume a figura<strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r. O gerente passa a ter uma função secundária na empresa, istoé, passa a ser preposto <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r. Este por sua vez pode ser tanto umsócio como um 3º nomea<strong>do</strong> em contrato social ou instrumento separa<strong>do</strong> (estedeve ser averba<strong>do</strong> à margem da inscrição da sociedade).235


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoNão podem ser administra<strong>do</strong>res, além das pessoas impedidas por leiespecial, os condena<strong>do</strong>s à pena que vede, ainda que temporariamente, o acessoa cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeironacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações deconsumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos dacondenação. O administra<strong>do</strong>r tem a função de representar a sociedade. Éincumbi<strong>do</strong> de negociar operações e assinar <strong>do</strong>cumentos. O contrato social fixaas condições para a representação legal da pessoa jurídica.É obriga<strong>do</strong> por lei a prestar <strong>ao</strong>s sócios contas justificadas de suaadministração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balançopatrimonial e o de resulta<strong>do</strong> econômico.No silêncio <strong>do</strong> contrato social, a administração da sociedade competeseparadamente a cada um <strong>do</strong>s sócios, caso em que as deliberações serão tomadaspor maioria de votos, conta<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> o valor das quotas de cada um. Paraformação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais demetade <strong>do</strong> capital social.Ressalta-se, ainda, que o administra<strong>do</strong>r é responsável tributário pelasdívidas da sociedade limitada quan<strong>do</strong> esta possuía o dinheiro para o recolhimento<strong>do</strong>s tributos, mas aquele o destinou a outra finalidade, como antecipação delucro, pagamento de pró-labore <strong>ao</strong>s sócios, aplicações financeiras etc. Não haverá,porém, responsabilidade se o inadimplemento da obrigação tributária decorreuda inexistência de dinheiro no caixa da sociedade, por motivo não imputável àadministração.Contrato social da sociedade limitadaComo vimos antes, as sociedades são regidas pelas disposições contidasno seu contrato social. Nele, duas ou mais pessoas se obrigam a combinar seusesforços ou recursos, a fim de obter um objetivo comum durante o exercício daatividade econômica.Assim, o contrato social contemplará os “rumos e caminhos” a seremtoma<strong>do</strong>s pela sociedade no desenrolar de suas atividades, de acor<strong>do</strong> com avontade que seus contratantes - sócios - manifestaram em sua propositura.Entretanto, para que ele seja váli<strong>do</strong> e eficiente, é necessário que o empreende<strong>do</strong>rfique atento à observância <strong>do</strong>s requisitos mínimos previstos na lei ( artigo 997<strong>do</strong> novo Código Civil). Vamos a eles:236


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosO Contrato Social deverá ser sempre escrito e pode ser elabora<strong>do</strong> porinstrumento público ou particular. No primeiro caso, o contrato deverá serlavra<strong>do</strong> em cartório; no segun<strong>do</strong>, isso não é necessário. A sociedade seráconstituída, obrigatoriamente, por instrumento público, sempre que, no ato desua constituição, houver integralização <strong>do</strong> capital social em bens imóveis (terrenos,salas, casas etc.). Entretanto, se essa integralização for feita futuramente, em dat<strong>ao</strong>u prazo pré-determina<strong>do</strong> no contrato social, este poderá ter a característicaparticular.PreâmbuloNomeempresarialSede socialObjetivoCapital socialÉ indispensável também que o contrato social tenha um preâmbulo, ouseja, deverá constar o nome por extenso, nacionalidade, esta<strong>do</strong> civil (identificaro regime de casamento), profissão, residência e <strong>do</strong>micílio, com endereçoparticular, número de registro de <strong>do</strong>cumento de identificação e órgãoexpedi<strong>do</strong>r de to<strong>do</strong>s os sócios, além da declaração <strong>do</strong> tipo de sociedade queresolvam constituir.Necessária também é a escolha <strong>do</strong> nome empresarial (firma oudenominação). Tratan<strong>do</strong>-se de sociedades limitada, o nome empresarialdeverá conter, no final, a palavra “Limitada”, por extenso ou abreviada,“Ltda.”.O contrato deve indicar a sede social, ou seja, indicar, da forma mais completae clara possível, a cidade, o bairro, a rua e o número etc., enfim, tu<strong>do</strong> que sejanecessário para bem localizar e individualizar a empresa.Deverá ser descrito detalhadamente a atividade a qual a empresa se destina aexplorar. Deve-se evitar a utilização de expressões genéricas, tais como apalavra “etc.” e “o que mais convier à sociedade”, “outras atividades correlatas ouafins” que tornem impreciso o objetivo social.O Capital social subscrito pode ser integraliza<strong>do</strong> em dinheiro, bens ou emserviços e pode estar integraliza<strong>do</strong> ou não no ato da constituição da sociedade.Se integraliza<strong>do</strong> no ato, em sua totalidade, ou em parte, deve indicar a formade integralização – “no ato, em moeda corrente”, ou “no ato, em bensmóveis”, ou, ainda, “no ato, em merca<strong>do</strong>rias”, individualizan<strong>do</strong> sempre aparte de cada sócio. Se, porém, a realização <strong>do</strong> capital social não for no ato,devem os sócios, no contrato, registrar com exatidão, o prazo e a forma daintegralização. Vale lembrar que o novo Código Civil ve<strong>do</strong>u a integralizaçãode cota de Ltda em prestação de serviços. Já as sociedades simples podemter cotas integralizadas na forma de serviços. Entretanto, o sócio cujacontribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário,empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser priva<strong>do</strong> deseus lucros e dela excluí<strong>do</strong>.237


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAdministração euso da firmaResponsabilidade<strong>do</strong>s sóciosParticipaçãonos lucros eprejuízosTempo deduração dasociedadeMorte ouretirada deum sócioExercíciosocialEsta cláusula determinará quem será investi<strong>do</strong> na função de administrar asociedade (sócio(s) ou terceiro). Este(s) terá direito <strong>ao</strong> uso da firma, ouseja, assinará pela empresa. Em casos técnicos (farmácia, por exemplo), énecessário evidenciar qual sócio, ou quais sócios, serão os responsáveistécnicos. É interessante, ainda, explicitar as restrições e proibições <strong>ao</strong> uso dafirma. Isso evitará abusos <strong>do</strong>s sócios gerentes, como dar aval, fiança ououtras garantias estranhas <strong>ao</strong>s negócios da sociedade.Quanto à responsabilidade <strong>do</strong>s sócios, somente nas sociedades limitadashá a necessidade e obrigatoriedade de ser consigna<strong>do</strong> no instrumento decontrato, que “a responsabilidade <strong>do</strong>s sócios é limitada à importância total <strong>do</strong> capital”.Participação nos lucros e prejuízos e retirada <strong>do</strong>s sócios. Os contratosdeverão estipular quais os sócios administra<strong>do</strong>res terão direito à retirada atítulo de pró labore e qual será esse valor. Freqüentemente citam os contratossociais que: “os sócios gerentes terão direito a uma retirada mensal à títulode pró labore, que não poderá exceder <strong>ao</strong> limite máximo permiti<strong>do</strong> pelalegislação <strong>do</strong> imposto de renda em vigor”. Quanto à participação nos lucrosou prejuízos, a regra geral é convencionar que estes serão na proporcionalidadedas quotas de capital. Entretanto, os sócios têm plena liberdade de pactuarqual a participação de cada um, independentemente de seu quinhão social.Proíbe-se apenas que um ou mais sócios sejam excluí<strong>do</strong>s totalmente darepartição <strong>do</strong>s lucros ou na dispensa <strong>do</strong> rateio <strong>do</strong>s prejuízos.Deve-se declarar expressamente no contrato social, o tempo de duração dasociedade. Assim, podemos ter sociedades por prazo indetermina<strong>do</strong> oupor prazo determina<strong>do</strong>. Neste último caso, deverá conter exatamente operío<strong>do</strong> de duração, a data de encerramento de suas atividades, ou oacontecimento que determinará seu desfecho – construção de uma casa, porexemplo.O contrato social deve determinar qual será o procedimento a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>em caso de morte, incapacidade, interdição ou retirada de um sócio dasociedade. Além disso, deverá estipular o acor<strong>do</strong> feito entre os sócios sobreo direito de preferência para a compra das quotas <strong>do</strong> sócio que sair daempresa. Sugerimos também que se mencione qual o balanço que será usa<strong>do</strong>para o acerto de contas, se será basea<strong>do</strong> no último ou em balanço especiallevanta<strong>do</strong> por ocasião <strong>do</strong> evento.Faz-se necessário, também, indicar o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercício social, que é operío<strong>do</strong> de 12 meses <strong>ao</strong>s quais <strong>ao</strong> término destes será executa<strong>do</strong> o balançoe distribuí<strong>do</strong>s os lucros.Embora esse perío<strong>do</strong> seja de livre determinação, na maioria das empresasele é igual <strong>ao</strong> ano calendário ( de 01 de janeiro a 31 de dezembro).Por recomendação <strong>do</strong> Departamento Nacional de Registro <strong>do</strong> Comércio,deve-se preferir incluir a declaração de desimpedimento como uma dascláusulas <strong>do</strong> contrato social, em vez de declará-la em <strong>do</strong>cumento à parte.238


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosEncerramentoVisto de umadvoga<strong>do</strong>O encerramento, ou seja, na parte final <strong>do</strong> contrato social deverão sermenciona<strong>do</strong>s o local e data da celebração <strong>do</strong> contrato, seguida da assinaturade to<strong>do</strong>s os sócios e de duas testemunhas. Lembre-se que não há anecessidade de reconhecer firma – autenticação.Com relação às testemunhas, devem ser toma<strong>do</strong>s certos cuida<strong>do</strong>s. De acor<strong>do</strong>com a legislação vigente, não podem ser testemunhas: os menores de 16anos; aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiveremdiscernimento para a prática <strong>do</strong>s atos da vida civil; os cegos e sur<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong>a ciência <strong>do</strong> fato que se quer provar dependa <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s que lhes faltam;os interessa<strong>do</strong>s no litígio; os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e oscolaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ouafinidade.O contrato social deverá conter o visto de advoga<strong>do</strong>, com a indicação <strong>do</strong>nome e número de inscrição na Seccional da Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Brasil. Fica dispensa<strong>do</strong> o visto de advoga<strong>do</strong> no contrato social de sociedadeque, juntamente com o ato de constituição, apresentar declaração deenquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte.E então, parece complica<strong>do</strong>? Fique tranqüilo,na prática não é tão complica<strong>do</strong> quanto parece.Então, vamos em frente?Sociedade simplesConceitua-se sociedade simples como a constituída por duas ou maispessoas, tem por objetivos, em regra, apenas a prestação de serviços de naturezaintelectual (apenas os “serviços profissionais privativos à habilitação específica”,p. ex., sociedade de médicos, advoga<strong>do</strong>s, engenheiros, conta<strong>do</strong>res, arquitetosetc).No tocante à responsabilidade e <strong>ao</strong> nome da sociedade civil, valem asregras mencionadas quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> das sociedades empresárias. Em outraspalavras, a sociedade simples poderá, por exemplo, ser uma sociedade limitada.Neste caso, a sociedade será responsável até o limite <strong>do</strong> capital social subscrito,e poderá a<strong>do</strong>tar a denominação como nome <strong>do</strong> estabelecimento. Tratan<strong>do</strong>-sede exploração individual de “serviço profissional privativo” (analogamente àfirma individual), o registro deverá ser requeri<strong>do</strong> na qualidade de autônomo.Comoconseqüência,este tiposocietário nãopode praticaratos decomércio, nãoestá sujeito <strong>ao</strong>processo defalência e, muitomenos, o deconcordata.239


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO nome empresarialDiariamente, no exercício de sua atividade profissional, o empresáriomantém relações jurídicas com terceiros, assumin<strong>do</strong>, em virtude delas, uma sériede obrigações. Por isso, da mesma forma que existe a necessidade de individualizare identificar uma pessoa física, é necessário personalizar o empresário, seja eleindividual ou coletivo – sociedade.Ana,você compreendeuesta questão <strong>do</strong> nomeempresarial?Penso que sim! O nomeempresarial é o nome sob o qualo empresário, individual oucoletivo, exerce e identifica seusnegócios.DORIA, Dylson.Curso deDireitoComercial. 9.ed. São Paulo:Saraiva, 1994.Isso mesmo, Ana! Para Doria , se a necessidade de individualizar a pessoaé vivamente sentida na vida civil, na órbita <strong>do</strong> comércio, ela é mais significativaainda. É por isso que a habilidade técnica, a honestidade e a honradez sãoqualidades pessoais que, no mun<strong>do</strong> comercial, têm valor econômico – em razão<strong>do</strong> crédito que conferem a quem as possui. O direito brasileiro contempla duasespécies de nome empresarial, a firma – que, por sua vez, pode ser subdivididaem individual e social – e a denominação social.Basicamente, as diferenças entre a firma e a denominação social residemna estrutura de formação <strong>do</strong> nome. Assim, na formação da firma, só poderemosutilizar como base, o nome civil <strong>do</strong> empresário individual ou <strong>do</strong>s sócios dasociedade. Por outro la<strong>do</strong>, na formação da denominação social a<strong>do</strong>tar-se-á, emvez <strong>do</strong> nome civil de seus sócios, o chama<strong>do</strong> “elemento fantasia”.240


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosAssim, “J. J. Silva” pode ser a firma individual de umempresário individual cujo nome civil seja José Jorge daSilva. Ou, “J. J. Silva & Cia. Ltda.” pode ser a firma socialde uma sociedade limitada na qual José Jorge da Silva éum <strong>do</strong>s sócios.Por outro la<strong>do</strong>, essa mesma sociedade limitada, formada por José Jorgeda Silva e seus sócios, poderia a<strong>do</strong>tar a denominação social, caso em que, porexemplo, seria “Hotel Vida Mansa Ltda.”. Neste caso, “Hotel” é a menção <strong>ao</strong>ramo da atividade praticada; o designativo “Vida Mansa” é o “elemento fantasia” ;e “Ltda.”, a forma jurídica a<strong>do</strong>tada pela sociedade.Esta figura resume a estrutura de formação <strong>do</strong> nome da empresa:DenominaçãoElemento de FantasiaNome EmpresarialFirmaNome Civil <strong>do</strong>s SóciosFirma Individualou Razão IndividualFirma Socialou Razão SocialA marcaA marca é, por definição, o sinal distintivo de um determina<strong>do</strong> produto,merca<strong>do</strong>ria ou serviço capaz de indicar sua origem e/ou procedência. Este éseu principal objetivo, na medida em que é capaz de criar um vínculo entre oempresário e sua clientela.Puxa! É verdade que no Brasil, estima-seque apenas uma em cada cem empresas sepreocupa em registrar suas marcas?241


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoRegistrar amarca não édifícil, masexige tempo epaciência. Oprocessocostumademorar entre12 e 24 meses edeve seracompanha<strong>do</strong>atentamente,para ver emque pé as coisasandam. Oregistroclassifica amarca entre 41classes deatividades, evale apenaspara aquelacategoria quefoi solicitada.Portanto,recomenda-seatenção <strong>ao</strong>registrar asmarcas, já queàs vezes épossívelenquadrá-lasem mais deuma categoria,dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong>ramo deatividadeexplora<strong>do</strong> pelaempresa. Nessecaso, serácobra<strong>do</strong> apenasum registro.É verdade! E isso talvez ocorra por falta de visão empresarial, pelocusto <strong>do</strong> processo ou, até mesmo, por desinformação de seus detentores. Estasituação pode gerar uma série de problemas. Aliás, de brigas entre empresas,motivadas pela posse de marcas, nossos tribunais estão cheios. Entretanto, essesproblemas seriam facilmente evita<strong>do</strong>s se os empresários dessem, <strong>ao</strong> registro desuas marcas, a mesma atenção com que dedicam à escolha de nomes e símbolospara seus produtos e serviços. Veja este exemplo da importância e <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>registro:A marca “Coca-Cola”, vale algo em torno de 43 bilhões dedólares – levou um susto? Mas é isso mesmo. Além disso, pelofato de a Coca-Cola Company ter se cerca<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s oscuida<strong>do</strong>s necessários, registran<strong>do</strong> sua marcainternacionalmente, ninguém mais poderá utilizá-la. A nãoser, é claro, que pague uma espécie de “aluguel” chama<strong>do</strong>royalties.Lembre-se de que a marca pode tornar-se um ativo valioso para empresa,assim como um bem material. Assim, para garantir <strong>ao</strong> proprietário o direito deuso exclusivo em to<strong>do</strong> o território nacional em seu ramo de atividade econômica,a marca deve ser registrada junto <strong>ao</strong> Instituto Nacional da Propriedade Industrial– INPI.Mas atente para o seguinte: por lei, é <strong>do</strong>no da marcaaquele que primeiro fizer seu registro e não quem a criouou quem a estava usan<strong>do</strong> antes. Portanto, para não correro risco de perder o direito sobre sua marca, você deveprovidenciar o registro com rapidez.Bem, agora vamos passar a discutir o segun<strong>do</strong> assunto da pauta, osaspectos tributários.Aspectos TributáriosSabe-se que às microempresas e empresas de pequeno porte é assegura<strong>do</strong>um tratamento diferencia<strong>do</strong>, mais simplifica<strong>do</strong>, favorecen<strong>do</strong>-as no campoadministrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e dedesenvolvimento empresarial (Lei nº. 9.841/99 alterada por meio <strong>do</strong> decretonº. 5.028 de 31/03/2004 – Estatuto das ME e das EPP).242


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosAntes de qualquer coisa, deve-se esclarecer que o termo “microempresa”possui diversos significa<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com o assunto <strong>ao</strong> qual estárelaciona<strong>do</strong>. Assim, não há uma uniformidade de conceitos. Por conseqüência,transforma a tarefa de saber se determinada empresa pode ou não sermicroempresa, numa aparente confusão, prejudican<strong>do</strong>, inclusive, as isençõesconcedidas.Por outro la<strong>do</strong>, apesar de a<strong>do</strong>tarem o mesmo critério, as esferasfederal, estadual e municipal trazem ainda limites de receita bruta diferentes emsuas legislações. Isso faz com que algumas empresas sejam enquadradas comomicro em uma esfera e, em outra, tenham um enquadramento diverso.O simples (Lei 9.317/96)O “Sistema Integra<strong>do</strong> de Pagamento de Impostos eContribuições”, conheci<strong>do</strong> como “Simples”, de adesão facultativa para as microe pequenas empresas, consiste em um regime unifica<strong>do</strong> e simplifica<strong>do</strong> derecolhimento de impostos e contribuições sociais, transforman<strong>do</strong> as váriasoperações de apuração e recolhimento de impostos federais, estaduais e municipais- isto se houver acor<strong>do</strong> com os Esta<strong>do</strong>s e Municípios em um único recolhimentomensal.Para os fins <strong>do</strong> disposto nesta Lei, considera-se microempresa, a pessoajurídica que tenha auferi<strong>do</strong>, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior aR$120.000,00 e empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica que tenha auferi<strong>do</strong>,no ano-calendário, receita bruta superior a R$120.000,00 e igual ou inferior a R$1.200.000,00.Assim, optan<strong>do</strong>-se pela adesão <strong>ao</strong> Simples, em um único <strong>do</strong>cumentofiscal, a pessoa jurídica ficaria sujeita <strong>ao</strong> pagamento mensal unifica<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seguintesimpostos e contribuições:O IBGE,InstitutoBrasileiro deGeografia eEstatística, porexemplo,classifica asempresasapenas emfunção <strong>do</strong> seunúmero deemprega<strong>do</strong>s.Entretanto, nocampojurídico, estaclassificação étotalmenteinválida. Ocritério para adeterminação<strong>do</strong> tipo deempresa é,exclusivamente,sua receitabruta anual,parâmetroutiliza<strong>do</strong>inclusive paraefeito <strong>do</strong>scálculos decréditostributários.••••••Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ.Imposto sobre Produtos Industrializa<strong>do</strong>s - IPI.Contribuição Social sobre o Lucro Líqui<strong>do</strong> - CSLL.Contribuição para o PIS/Pasep.Contribuições Previdenciária a Cargo da Pessoa Jurídica.Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins.243


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAlém destes, haven<strong>do</strong> a celebração de convênios com Esta<strong>do</strong>s eMunicípios, o Imposto sobre Circulação de Merca<strong>do</strong>ria e Serviços - ICMS e oImposto sobre Serviços - ISS, poderão ser juntamente recolhi<strong>do</strong>s. Se os esta<strong>do</strong>se os municípios aderirem, a alíquota poderá ser majorada entre 1% e 2,5%.A partir de 01 de janeiro de 2004, as pessoa jurídicas que aufiram receitabruta decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior atrinta por cento da receita bruta total, sofreram um acréscimo de cinqüenta porcento na alíquota <strong>do</strong> imposto SIMPLES.Entretanto, mesmo que as empresas estejam dentro <strong>do</strong> limite máximode receita bruta, existem ainda certas condições de impedimento, ou seja, ocasiõesem que a empresa não pode se enquadrar como microempresa ou empresa depequeno porte. Entre elas destacam-se:• Constituída sob a forma de sociedade por ações.• Que se dedique à compra e à venda, <strong>ao</strong> loteamento, à incorporaçãoou à construção de imóveis.• Que tenha sócio estrangeiro, residente no exterior.• Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoajurídica com sede no exterior.• Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) <strong>do</strong>capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse olimite legal (R$ 120.000,00 para microempresa e R$ 720.000,00 paraempresa de pequeno porte).• De cujo capital participe, como sócio, outra pessoa jurídica.• Que tenha débito inscrito em dívida ativa da União ou <strong>do</strong> INSS, cujaexigibilidade não esteja suspensa.• Que realize operações relativas a: locação ou administração de imóveis;armazenamento e depósito de produtos de terceiros; propaganda epublicidade, excluí<strong>do</strong>s os veículos de comunicação; factoring; prestaçãode serviço de vigilância, limpeza, conservação e locação de mão-deobra;representante comercial; despachante; ator; empresário; diretorou produtor de espetáculos; cantor; músico; dançarino; médico;dentista; enfremeiro; veterinário; engenheiro; arquiteto; físico; químico;economista; conta<strong>do</strong>r; auditor; consultor; estatístico; administra<strong>do</strong>r;programa<strong>do</strong>r; analista de sistema; advoga<strong>do</strong>; psicólogo; professor;jornalista; publicitário; fisicultor ou assemelha<strong>do</strong>s e de qualquer outra244


Enquadramentode PessoaJurídicaMicroempresaReceita BrutaAcumulada (R$)Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos Tributáriosprofissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmenteexigida.Tabela de Alíquotas <strong>do</strong> SIMPLESAté 60.000,00De 60.000,01 até90.000,00De 90.000,01até 120.000,00Até 240.000,00PJ não Contribuinte<strong>do</strong> I P IPercentuais Aplicáveis sobre a Receita BrutaEmpresas em GeralPJ Contribuinte<strong>do</strong> I P IPrestação de Serviços (Lei 10.684/2003)PJ não Contribuinte<strong>do</strong> I P IPJ Contribuinte<strong>do</strong> I P I3,00% 3,50% 4,50% 5,25%4,00% 4,50% 6,00% 6,75%5,00% 5,50% 7,50% 8,25%5,40% 5,90% 8,10% 8,85%Empresa de Pequeno Porte(EPP)De 240.000,01até 360.000,00De 360.000,01até 480.000,00De 480.000,01até 600.000,00De 600.000,01até 720.000,00De 720.000,01até 840.000,00De 840.000,01até 960.000,00De 960.000,01até 1.080.000,00De 1.080.000,01até 1.200.000,005,80% 6,30% 8,70% 9,45%6,20% 6,70% 9,30% 10,05%6,60% 7,10% 9,90% 10,65%7,00% 7,50% 10,50% 11,25%7,40% 7,90% 11,10% 11,85%7,80% 8,30% 11,70% 12,45%8,20% 8,70% 12,30% 13,05%8,60% 9,10% 12,90% 13,65%* Nos percentuais acima não foram incluí<strong>do</strong>s o ICMS/ISS.245


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoIRPJ e CSLLAgora vamos nos ater sobre Imposto de Renda da Pessoa Jurídica -IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro – CSLL. Em regra geral, noImposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o lucro,incidem sobre a base de cálculo as alíquotas de 15% e 9% respectivamente.Mas, tais alíquotas incidem sobreque base de cálculo? Ou ainda,como calcular essa base de cálculo?Antes de responder estas questões, você precisa conhecer as sistemáticasde cálculo que a lei brasileira oferece.Sistemática <strong>do</strong> Lucro RealEm linhas gerais, a apuração <strong>do</strong>s impostos devi<strong>do</strong>s com base nasistemática <strong>do</strong> Lucro Real, opção dada a qualquer empresa, consiste em auferir,pela contabilização de receitas menos despesas, qual o real lucro apresenta<strong>do</strong>pela empresa. É este resulta<strong>do</strong> contábil, a base de cálculo a ser tributada.A empresa determinará o Imposto de Renda a pagar aplican<strong>do</strong>, sobre abase de cálculo, os seguintes percentuais:- 15% - aplicável sobre o total da base de cálculo apura<strong>do</strong> em cada mês,- 10% - aplicável sobre a parcela da base de cálculo que ultrapassar, emcada mês, o limite de R$ 20.000,00 (Alíquota <strong>do</strong> adicional)Para a determinação da CSLL devida, basta aplicar sobre a base decálculo a alíquota de 9%.246


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosSistemática <strong>do</strong> Lucro Presumi<strong>do</strong> (ouLucro Estima<strong>do</strong>)Nesta sistemática, o Imposto de Renda daPessoa Jurídica e a Contribuição Social sobreo Lucro são calcula<strong>do</strong>s mediante a aplicaçãode percentuais pré-defini<strong>do</strong>s pela lei sobre areceita da empresa. Equivale dizer que ogoverno estabelece (ou estima) que, porexemplo, um comércio ou indústria auferiráno desempenho de seus negócios um lucro de8% sobre o faturamento. Por conseqüência,sobre este lucro presumi<strong>do</strong> incidirão asalíquotas <strong>do</strong> Imposto de Renda e daContribuição Social.TABELA DE LUCRO PRESUMIDO -IMPOSTO DE RENDAComércio e/ou Indústria 8,0%Transporte de carga 8,0%Transporte, exceto carga 16,0%Serviços* 32,0%Revenda de combustíveis 1,6%* Para empresas que faturem até R$120.000,00,exceto presta<strong>do</strong>ras de serviço de profissões legalmenteregulamentadas, aplica-se a alíquota de 16%.IRPJ: sobre os valores da base de cálculo, aplica-se a alíquota de 15%.LUCRO PRESUMIDO - CONTRIBUIÇÃO SOCIALComércio e indústria 12,0%Prestação de Serviço 32,0%CSLL: sobre os valores da base de cálculo, aplica-se a alíquota de 9%.Vejamos um exemplo <strong>do</strong> que estamos falan<strong>do</strong>, para que você possacompreender melhor:Uma loja de roupas (comércio) tem um faturamento de R$10.000,00. Aplican<strong>do</strong>-se a tabela acima, tem-se que o lucroestima<strong>do</strong> desta empresa, para fins <strong>do</strong> Imposto de Renda, é deR$ 800,00 (R$10.000,00 x 8%). Sobre o lucro estima<strong>do</strong>, aplicase,à título de Imposto de Renda, 15%. Tem-se então que oimposto devi<strong>do</strong> é de R$ 120,00 (R$ 800,00 x 15%). O mesmoraciocínio segue para a Contribuição Social. O Lucropresumi<strong>do</strong>, para fins da Contribuição Social é de R$ 1.200,00(R$ 10.000,00 x 12%). Sobre o lucro estima<strong>do</strong>, aplica-se, àtítulo de Contribuição Social, 9%. Tem-se, então, que o impostodevi<strong>do</strong> é de R$ 108,00 (R$ 1.200,00 x 9%).247


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUm fator importante a ressaltar é que algumas empresas, em função daatividade que desenvolvem, não podem optar pela apuração da ContribuiçãoSocial e <strong>do</strong> Imposto de Renda devi<strong>do</strong>s com base nesta sistemática. Entre elasdestacam-se:••••Empresas cuja receita total, no ano calendário anterior,seja superior a R$ 48 milhões.Empresas que se dediquem à compra e venda, loteamento,incorporação ou construção de imóveis e à execução deobras da construção civil, exceto as empreiteiras de mãode-obraque não tenham responsabilidade técnica.Empresas que, no decorrer <strong>do</strong> ano calendário anterior,tenham efetua<strong>do</strong> o pagamento pelo regime de estimativa.Empresas que tiveram lucros, rendimentos ou ganhos decapital oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exterior.Sistemática <strong>do</strong> Lucro RealEm linhas gerais, a apuração <strong>do</strong>s impostosdevi<strong>do</strong>s com base na sistemática <strong>do</strong> Lucro Real,opção dada a qualquer empresa, consiste emauferir, pela contabilização de receitas menosdespesas, qual o real lucro apresenta<strong>do</strong> pelaempresa. É este resulta<strong>do</strong> contábil a base decálculo a ser tributada. Em outras palavras,sobre esta base incidirá, à título de Impostode Renda, 15%, bem como, outros 9% sobrea rubrica de Contribuição Social.Sistemática <strong>do</strong> Lucro Arbitra<strong>do</strong>Ten<strong>do</strong> opta<strong>do</strong> pelo recolhimento detributos pelo Simples ou pelasistemática <strong>do</strong> Lucro Presumi<strong>do</strong>indevidamente, ou ainda no caso <strong>do</strong>uso da sistemática <strong>do</strong> Lucro Real,sem a observância de todas as regrasfiscais, a empresa fica sujeita <strong>ao</strong> LucroArbitra<strong>do</strong>.Importante nesta sistemática é destacar que,haven<strong>do</strong> prejuízos, o Imposto de Renda e aContribuição Social não são devi<strong>do</strong>s, assimcomo poderão ser compensa<strong>do</strong>s futuramente.Fazen<strong>do</strong>-se um paralelo, na sistemática <strong>do</strong>Simples ou <strong>do</strong> Lucro Presumi<strong>do</strong>, em funçãoda tributação tomar como base o faturamento,mesmo encontran<strong>do</strong>-se a empresas em umasituação de prejuízo, tais tributos sãoigualmente devi<strong>do</strong>s.248


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosCompreendi! Mas e sobre Cofins e PIS?COFINSContribuição para Financiamento da Seguridade Social.• Alíquota de 7,60% incidente sobre a Receita Bruta Mensal para asempresas que apuram pelo lucro real. Vide lei 10.833/03 que especificaa não-cumulatividade na cobrança da Cofins.• Alíquota de 3,0% incidente sobre a Receita Bruta Mensal para asempresas que optarem pelo lucro presumi<strong>do</strong>.Seu controle é feito pela Receita Federal que, por sua vez, repassa para aPrevidência Social.PISPrograma de Integração Social.• Alíquota de 1,65% incidente sobre a receita bruta mensal, para asempresas que apuram pelo lucro real. Vide Lei 10.637/02, queespecifica a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para oPIS/Pasep.• Alíquota de 0,65% incidente sobre a receita bruta mensal para asempresas optantes pelo lucro presumi<strong>do</strong>.• Para as cooperativas, con<strong>do</strong>mínios, associações e outras entidadessem fins lucrativos, a alíquota é de 1,00% incidente sobre o valorbruto da folha de pagamento <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s.249


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoICMSImposto de Circulação de Merca<strong>do</strong>rias e Serviços. Diz a lei brasileiraque, ressalvadas as exceções legais, o ICMS – Imposto de Circulação deMerca<strong>do</strong>rias e Serviços – incide sobre as operações de saída de merca<strong>do</strong>rias,efetuadas por estabelecimentos industriais, comerciais e agropecuários, bem comosobre a entrada de merca<strong>do</strong>rias importadas. Incide ainda, sobre as prestações deserviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, além <strong>do</strong>fornecimento de refeições por restaurantes, bares e similares.A base de cálculo é o montante <strong>do</strong> faturamento proveniente da circulaçãode merca<strong>do</strong>rias ou <strong>do</strong>s serviços referi<strong>do</strong>s, a alíquota é variável conforme oesta<strong>do</strong> e o produto transaciona<strong>do</strong>.ISSO Imposto sobre Serviços, de competência municipal, incide sobre aprestação de serviços. Assim, todas as empresas que explorem, única ouconjuntamente com outra atividade, a prestação de serviços, estão sujeitas a seurecolhimento.Sua base de cálculo é, em geral, o montante <strong>do</strong> faturamento <strong>do</strong>s serviços.A alíquota é variável conforme a atividade, em torno de cinco por cento,poden<strong>do</strong>, entretanto, conforme o tipo de negócio, ser cobra<strong>do</strong> um valor fixo.Em se tratan<strong>do</strong> da prestação de serviços que envolvam o fornecimentode merca<strong>do</strong>rias, sujeito esse fornecimento <strong>ao</strong> ICMS, <strong>do</strong> valor da operação édeduzi<strong>do</strong> o preço das merca<strong>do</strong>rias que serviu de base de cálculo <strong>do</strong> impostoestadual. Em se tratan<strong>do</strong> de obras de construção civil é deduzi<strong>do</strong> também ovalor das subempreitadas já tributadas pelo ISS.Espero ter contribuí<strong>do</strong>, e deixa<strong>do</strong> você mais tranqüilo, em relação <strong>ao</strong>saspectos legais, registro e aspectos tributários na abertura de seu negócio. Sempreque precisar retorne aqui, que estarei à sua disposição!250


Diário de Bor<strong>do</strong>Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosBem, caro leitor, veja então em nosso diário de bor<strong>do</strong> quais foram ospontos-chave desta 6ª escala da nossa viagem <strong>ao</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo.TÓPICOSQuem pode ser EmpresárioPassos necessários pararegistrar uma empresaRegistros e autorizaçõesdiversasEmpresário individualA sociedade limitadaCONSIDERAÇÕESPodem exercer a atividade de empresário todas as pessoasque estiverem em pleno gozo da capacidade civil e nãoforem legalmente impedi<strong>do</strong>s. Além da capacidade civil,é preciso exercer profissionalmente atividade econômica,ou seja, a atividade deve ser exercida de forma habitual ecom o intuito de lucro.1. Definição da Forma Jurídica2. Consulta de Viabilidade3. Consulta sobre o Nome da Empresa4. Inscrição Comercial5. Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica6. Inscrição na Previdência Social7. Solicitação de Licença Sanitária8. Condições de Segurança e Proteção contra Incêndio9. Obtenção <strong>do</strong> Alvará de Localização e Funcionamento10. Inscrição no Cadastro Fiscal11. Inscrição Estadual - Secretaria da Fazenda12. Inscrição no Sindicato Patronal1. Vistoria de Higiene e Segurança <strong>do</strong> Trabalho2. Inscrição na Delegacia Regional <strong>do</strong> Trabalho3. Autorização para Impressão de Documentos Fiscais4. Serviço de Fiscalização <strong>do</strong> Exercício Profissional5. Delegacia Especializada em Explosivos, Armas eMunições.6. Registro no Instituto de Fermentação7. Programa de Integração SocialPessoa física que exerce atividade econômica em nomepróprio.É aquela em que cada cotista ou sócio entra com umaparcela <strong>do</strong> capital social, fican<strong>do</strong> responsável diretamentepela integralização da cota que subscreveu, eindiretamente ou subsidiariamente, pela integralizaçãodas cotas subscritas por to<strong>do</strong>s os outros sócios.251


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoSociedade simplesNome empresarialA MarcaO SimplesSistemática <strong>do</strong> LucroPresumi<strong>do</strong> (ou LucroEstima<strong>do</strong>)Sistemática <strong>do</strong> Lucro RealSistemática <strong>do</strong> LucroArbitra<strong>do</strong>Contribuição paraFinanciamento daSeguridade Social - CofinsConstituída por duas ou mais pessoas, tem por objetivos,em regra, apenas a prestação de serviços (e geralmente apenasos ""serviços profissionais privativos à habilitaçãoespecífica"", p. ex., sociedade de médicos, advoga<strong>do</strong>s,engenheiros, conta<strong>do</strong>res, arquitetos, etc.).É o nome sob o qual o empresário, individual ou coletivo,exerce e identifica seus negócios.É o sinal distintivo de um determina<strong>do</strong> produto,merca<strong>do</strong>ria ou serviço capaz de indicar sua origem e/ouprocedência.O ""Sistema Integra<strong>do</strong> de Pagamento de Impostos eContribuições"", conheci<strong>do</strong> com ""Simples"", de adesãofacultativa para as micro e pequenas empresas, consiste emum regime unifica<strong>do</strong> de recolhimento de impostos econtribuições sociais, transforman<strong>do</strong> as várias operações deapuração e recolhimento de impostos federais, estaduais emunicipais - isto se houver acor<strong>do</strong> com os Esta<strong>do</strong>s eMunicípios.Nesta sistemática, o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ea Contribuição Social sobre o Lucro são calcula<strong>do</strong>s mediantea aplicação de percentuais pré-defini<strong>do</strong>s pela lei sobre ofaturamento da empresa.Em linhas gerais, a apuração <strong>do</strong>s impostos com base nasistemática <strong>do</strong> Lucro Real consiste em auferir, pelacontabilização de receitas menos despesas, qual o real lucroapresenta<strong>do</strong> pela empresa. É este resulta<strong>do</strong> contábil a basede cálculo a ser tributada. Em outras palavras, sobre estabase incidirá, à título de Imposto de Renda, 15%, bemcomo, outros 9% sobre a rubrica de Contribuição Social.Ten<strong>do</strong> opta<strong>do</strong> pelo recolhimento de tributos pelo Simplesou pela sistemática <strong>do</strong> Lucro Presumi<strong>do</strong> indevidamente,ou ainda no caso <strong>do</strong> uso da sistemática <strong>do</strong> Lucro Real, sema observância de todas as regras fiscais, a empresa fica sujeita<strong>ao</strong> Lucro Arbitra<strong>do</strong>, em que são aplica<strong>do</strong>s percentuais prédefini<strong>do</strong>spela lei sobre o faturamento da empresa.A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social écalculada aplican<strong>do</strong>-se uma alíquota fixa de 3% sobre ofaturamento da empresa que optar pelo Lucro Presumi<strong>do</strong> e7,60% sobre a Receita para as empresas que optarem peloLucro Real (não-cumulativo).252


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosPrograma de IntegraçãoSocial - PISImposto de Circulação deMerca<strong>do</strong>rias e ServiçosCalcula-se a Contribuição para o Programa de IntegraçãoSocial aplican<strong>do</strong> a alíquota de 1,65% sobre a receita brutamensal, para as empresas que apuram pelo lucro real, e de0,65% sobre a receita bruta mensal, para as empresasoptantes pelo lucro presumi<strong>do</strong>. A cobrança e o controle sãofeitos pela Receita Federal. Já a administração <strong>do</strong>s recursos,fica a cargo da Caixa Econômica Federal.Diz a lei brasileira que, ressalvadas as exceções legais, o ICMS- Imposto de Circulação de Merca<strong>do</strong>rias e Serviços - incidesobre as operações de saída de merca<strong>do</strong>rias, efetuadas porestabelecimentos industriais, comerciais e agropecuários,bem como sobre a entrada de merca<strong>do</strong>rias importadas.Incide ainda, sobre as prestações de serviços de transporteinterestadual e intermunicipal e de comunicação, além <strong>do</strong>fornecimento de refeições por restaurantes, bares e similares.A base de cálculo é o montante <strong>do</strong> faturamento provenienteda circulação de merca<strong>do</strong>rias ou <strong>do</strong>s serviços referi<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong>a alíquota variável conforme o esta<strong>do</strong> da federação e oproduto transaciona<strong>do</strong>.Atividades de <strong>Viagem</strong>Para fechar nossa escala, lhe proponho algumas questões para reflexão.Enquanto isso, continuamos nossa viagem, como está previsto no seu roteiro.1 O que é preciso para habilitar uma pessoa com menos de 18 anos deidade a constituir legalmente uma empresa?2 Uma pessoa que execute atividades comerciais esporádicas pode serconsiderada um empresário? Por quê?3 Quais os passos necessários para registrar uma empresa?4 Quais os fatores positivos e negativos que caracterizam cada uma dasdiferentes formas jurídicas que podem ser a<strong>do</strong>tadas por uma empresa?5 O que é consulta de viabilidade? Qual a importância desta ação par<strong>ao</strong> sucesso de um novo negócio?6 Quais as autorizações que você deverá providenciar para que suaempresa possa começar a funcionar?253


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo7 O que é capital social e como ele é forma<strong>do</strong>? Qual a importância <strong>do</strong>contrato social para o estabelecimento de uma empresa?8 Qual a importância <strong>do</strong> nome e da Marca em uma empresa? Quefatores devem ser observa<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> defini-los?9 Como funciona o Simples - Sistema Integra<strong>do</strong> de Pagamento deImpostos e Contribuições?10 Quais as sistemáticas de cálculo para o Imposto de Renda de PessoaJurídica oferecidas pela lei brasileira? Explique cada uma delas.Futuros RoteirosRUSSO, Francisco. Manual Prático de Constituição de Empresas. 4. São Paulo,Atlas, 1996.RUSSO, F., OLIVEIRA, N de. Como abrir sua empresa. São Paulo: Atlas,1997.Comandantes de Bor<strong>do</strong>BULGARELLI, Waldírio. Sociedades Comerciais: empresa e estabelecimento.5. ed. São Paulo, Atlas, 1993.DECRETO Nº 5028, DE 31.03.2004. Altera os valores <strong>do</strong>s limites fixa<strong>do</strong>s nosincisos I e II <strong>do</strong> art. 2º da Lei nº 9.841 de 5 de outubro de 1999, que instituiu oEstatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.ECCLES, R. G., NOHRIA, N. Assumin<strong>do</strong> a responsabilidade: redescobrin<strong>do</strong> aessência da administração. Rio de Janeiro: Campus, 1994.KISHEL, Gregory F., KISHEL, Patrícia. Como iniciar, dirigir e manter umnegócio: o guia para tornar realidade seu sonho. Rio de Janeiro: Infobook,1994.LEI Nº 9.317 de 05 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o regime tributáriodas microempresas e das empresas de pequeno porte, institui o Sistema Integra<strong>do</strong>de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresasde Pequeno Porte - SIMPLES e dá outras providências.254


Escala VI - Aspectos Legais, Registro de Empresas eAspectos TributáriosLEI Nº 9.841, de 5 de outubro de 1999. Institui o Estatuto da Microempresa eda Empresa de Pequeno Porte, dispon<strong>do</strong> sobre o tratamento jurídico diferencia<strong>do</strong>,simplifica<strong>do</strong> e favoreci<strong>do</strong> previsto nos arts. 170 e 179 da Constituição Federal.LEI Nº 10.833, de 29.12.2003. Altera a Legislação Tributária Federal e dá outrasprovidências.LEI Nº 10.406, de 11 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.LEI Nº 10.684, DE 30.05.2003. Altera a legislação tributária, dispõe sobreparcelamento de débitos junto à Secretaria da Receita Federal, à Procura<strong>do</strong>riaGeral da Fazenda Nacional e <strong>ao</strong> Instituto Nacional <strong>do</strong> Seguro Social e dá outrasprovidências.MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. 39. Ed. São Paulo,Saraiva, 2003.REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 25. Ed. São Paulo, Saraiva,2003.RUSSO, Francisco. Manual Prático de Constituição de Empresas. 4. ed. SãoPaulo, Atlas, 1996.RUSSO, F., OLIVEIRA, N de. Como abrir sua empresa. São Paulo: Atlas,1997.SANTANA, João. Como Abrir e Administrar Sua Empresa: registro da firma,registro da marca e organização <strong>do</strong> negócio. Brasília, SEBRAE, 1993.255


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>ESCALA VIIEncontro com a Consultoriade Merca<strong>do</strong>Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>257


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Orientação de <strong>Viagem</strong>Olá! Gostaríamos de lhe dar as boas vindas à nossa 7ª escala!Nela, participaremos de uma reunião para tratarmos sobre a importânciade se conhecer o merca<strong>do</strong> onde você pretende atuar. Na reunião contaremoscom a presença de um consultor especialista em estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, que nosfalará sobre as diferentes formas de conhecer os clientes, concorrentes efornece<strong>do</strong>res. Daremos preferência à fala <strong>do</strong> consultor, mas fique à vontade paraquestionar quan<strong>do</strong> achar necessário, certo?Então vamos lá!Antes de passar a palavra <strong>ao</strong> nosso consultor, gostaria de lhe dizer que oatendimento às necessidades de merca<strong>do</strong> é o fundamento de qualquer empresa.Se não houver uma necessidade real no merca<strong>do</strong>, nem to<strong>do</strong> o talento e dinheiro<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> conseguirão tornar uma empresa bem-sucedida. Você pode inventaruma nova máquina maravilhosa, mas se ela não atender a uma nova necessidadeou a um desejo premente, você acabará falin<strong>do</strong>.Oi, meu nome é José Carlos e é umprazer poder estar hoje, aqui,discutin<strong>do</strong> com você sobre estu<strong>do</strong>de merca<strong>do</strong>.Bem, para iniciarmos, farei uma breve apresentação sobre a importânciade conhecer o merca<strong>do</strong> onde iremos atuar.Primeiramente, sugiro que você escolha um segmento no qual possaatender melhor que seus concorrentes. Para isso, é importante prestar atençãoem quatro motivos básicos que levam o empreende<strong>do</strong>r a estudar o seu merca<strong>do</strong>:O próprioThomas Edisonreconheceu esteprincípioquan<strong>do</strong>declarou: “Oque não sepode vender,não quero neminventar”.De extremaimportância é ofuturocrescimento <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>. Umaempresadesejará entrarem um merca<strong>do</strong>que mostreacentuadaperspectiva decrescimento.Pode dependerda taxa decrescimento deuma certa faixaetária, renda,condiçõeseconômicas,mudanças deestilo de vidaetc.259


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo Mensuração e previsão da demandaSuponha que você está consideran<strong>do</strong> quais os merca<strong>do</strong>s potenciais paraum novo produto. É preciso fazer uma estimativa <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.Para estimar o tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, você deve identificar to<strong>do</strong>s os produtosconcorrentes, estimar as vendas correntes e determinar se o tamanho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>é suficiente. Segmentação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>O merca<strong>do</strong> não pode ser considera<strong>do</strong> simplesmente tu<strong>do</strong> o que estáfora da empresa. É ilusão imaginar que a tarefa <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r consiste emespalhar os produtos pelo merca<strong>do</strong> afora, sem se preocupar com quaisquerdiferenças que possam existir entre os compra<strong>do</strong>res em potencial.Os consumi<strong>do</strong>res podem ser agrupa<strong>do</strong>s de várias maneiras: fatoresgeográficos (regiões, cidades), fatores demográficos (sexo, idade,renda, educação), fatores psicográficos (classes sociais, estilos devida) e fatores comportamentais (ocasiões de compra, benefíciosprocura<strong>do</strong>s). O empreende<strong>do</strong>r deve definir qual é o seuagrupamento, ou qual agrupamento consegue atender melhor. Definição de qual parcela <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> deve-se atuarApós ter avalia<strong>do</strong> os segmentos, você pode entrar em um ou maissegmentos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> você define qual é o merca<strong>do</strong> em que vaiatuar, estará definin<strong>do</strong> <strong>ao</strong> mesmo tempo os outros elementos que fazem parte<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, que irão direta ou indiretamente influenciar seu negócio. São eles:os concorrentes, os clientes e os fornece<strong>do</strong>res.Quanto mais informações você obtiver sobre estas pessoas ouorganizações, mais chances terá de definir merca<strong>do</strong>rias ouserviços que melhor atendam às necessidades ou exigências <strong>do</strong>seu merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, <strong>ao</strong> mesmo tempo que escolhe contraquais forças vai atuar. Isso irá determinar qual é o potencialdeste merca<strong>do</strong> e se você terá condições de atuar nele.260


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong> Definição de qual posição ocuparÉ o lugar que a empresa ocupa na mente <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res em relação<strong>ao</strong>s concorrentes. Se o consumi<strong>do</strong>r percebe que o produto é exatamente igual <strong>ao</strong>utro produto existente no merca<strong>do</strong>, não há razão para comprá-lo.Significa conseguir que um produto/serviço ocupe um lugar claro,distinto, desejável em relação <strong>ao</strong>s produtos concorrentes na mente <strong>do</strong>sconsumi<strong>do</strong>res-alvo. Uma maneira de distinguir seu produto da concorrência édar-lhe uma característica diferente e atraente para o merca<strong>do</strong>-alvo.Merca<strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r - ClientesSabemos que nem tu<strong>do</strong> que reluz é ouro. E que nem to<strong>do</strong>s que estão nomerca<strong>do</strong> compram. Quan<strong>do</strong> apresento este tema, procuro recorrer a <strong>do</strong>isespecialistas nessa área para entendermos melhor. Para Kotler (1999), existemdiferentes merca<strong>do</strong>s: clientes (consumi<strong>do</strong>res, indivíduos e famílias); industrial,revende<strong>do</strong>r, governamental (instituições); internacional (indivíduos, famílias,instituições externas).Já Gianesi e Corrêa (1995) preferem fazer uma classificação <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>sde forma mais detalhada, veja este quadro:MERCADOConsumoIndustrialRevendaÉ o merca<strong>do</strong> forma<strong>do</strong> pelos consumi<strong>do</strong>res individuaisque compram produtos e serviços para consumopróprio ou de suas residências.É forma<strong>do</strong> por empresas, de manufatura ou serviço,que compram produtos e serviços que são consumi<strong>do</strong>sou utiliza<strong>do</strong>s em seus processos produtivos.É constituí<strong>do</strong> por indivíduos e organizações queadquirem produtos visan<strong>do</strong> <strong>ao</strong> lucro quan<strong>do</strong> osrevendem ou alugam a terceiros.Governamental Consiste em unidades municipais, estaduais e federais, quecompram produtos e serviços, visan<strong>do</strong> a atender suasmissões governamentais.Para definir oposicionamento,você deveidentificarpossíveisvantagenscompetitivassobre as quaisconstruirá suaposição. Paraconseguir taisvantagens, aempresa deveoferecermaioresatrativos <strong>ao</strong>ssegmentos queescolher comoalvo, oferecen<strong>do</strong>mais benefíciosou preços maisbaixos. Nãoesqueça: se aempresaposiciona oproduto comoalgo que oferecemaior valor, eladeve tambémproporcionareste valor.261


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoExiste alguma diferenç<strong>ao</strong>u semelhanças entre essesmerca<strong>do</strong>s?Existe sim! O merca<strong>do</strong> industrial diferencia-se <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de consumopor algumas características: menor quantidade de clientes, clientes maiores, clientesconcentra<strong>do</strong>s geograficamente, processo de compra profissional e maior númerode pessoas influencian<strong>do</strong> a decisão de compra.Já o merca<strong>do</strong> governamental é específico, principalmente no que serefere às regulamentações legais relacionadas à escolha de fornece<strong>do</strong>res.Mas entre eles, o merca<strong>do</strong> de revenda e o de consumo são maisconstantes em nosso dia-a-dia e são as fontes de oportunidades mais freqüentespara os empreende<strong>do</strong>res. No merca<strong>do</strong> de consumo estão “to<strong>do</strong>s os indivíduose famílias que compram ou adquirem produtos e serviços para consumo pessoal”.Esses mesmos especialistas dividiram os clientes em três categorias básicas,como você pode verificar:Categorias de ClientesFinaisIntermediáriosInternosSão pessoas, empresas, instituições que usam osprodutos ou serviços no dia-a-dia, tambémconheci<strong>do</strong>s como consumi<strong>do</strong>res ou usuários finais.São os distribui<strong>do</strong>res e revende<strong>do</strong>res que tornamos produtos ou serviços disponíveis <strong>ao</strong> cliente final.São as pessoas dentro da empresa para quem otrabalho é passa<strong>do</strong> depois de concluí<strong>do</strong>, para quepossam realizar as suas funções, na direção de serviroutros clientes até chegar <strong>ao</strong> cliente final. São oscolegas de departamento, ou de outrosdepartamentos, ou seja, aqueles que realizamfunções que dependem das suas.262


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Onde atuar?Para você ter êxito como empreende<strong>do</strong>r, deve dedicar seu tempointegralmente para a pequena empresa. Segun<strong>do</strong> o Sebrae, a taxa de fracassocresce no caso de empresários que entram com o capital e deixam a gerência <strong>do</strong>negócio com parceiros.Fico pensan<strong>do</strong> que até aqui, tu<strong>do</strong>bem. Mas...onde posso atuar?Definir merca<strong>do</strong> em termos de demanda, significa identificar o volumetotal que pode ser compra<strong>do</strong> por um grupo defini<strong>do</strong> de consumi<strong>do</strong>res, emdeterminada área geográfica, em um perío<strong>do</strong> de tempo defini<strong>do</strong>, em umambiente de merca<strong>do</strong> defini<strong>do</strong> por um conjunto de ações de marketing.A figura, a seguir, reúne os conceitos relativos <strong>ao</strong>s níveis de definição <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>, em termos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> total (a) e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> potencial (b).PopulaçãoTotal100%100%Vale ler o livrode BERNARDO,Felipe Junior.Marketingpara apequenaempresa: oque é e paraque serve.Brasília:SEBRAE, 1995.Merca<strong>do</strong>disponível40%Figura 1 –Níveis dedefinição demerca<strong>do</strong>.Merca<strong>do</strong>potencial(a) merca<strong>do</strong>total10%Merca<strong>do</strong> qualifica<strong>do</strong>disponívelMerca<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>Merca<strong>do</strong> penetra<strong>do</strong>(b) merca<strong>do</strong>potencial20%10%05%263


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoComo você pode perceber, a barra da esquerda ilustra a porcentagem<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> potencial – constituí<strong>do</strong> por todas as pessoas interessadas – dapopulação total, no caso 10%.Já a barra da direita ilustra diversas decomposições <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>potencial. O merca<strong>do</strong> disponível – constituí<strong>do</strong> por consumi<strong>do</strong>res com interesse,renda e acesso – representa 40% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> potencial. O merca<strong>do</strong> disponívelqualifica<strong>do</strong> – aqueles que podem atender às exigências legais – é de 20% <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> potencial (ou 50% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> disponível).A empresa está concentran<strong>do</strong> seu esforço em 10% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> potencial(ou 50% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> disponível qualifica<strong>do</strong>). Finalmente, as empresas e seusconcorrentes já penetraram em 5% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> potencial (ou seja, 50% <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>).Se a empresa não estiver satisfeita com suas vendas atuais, pode a<strong>do</strong>taralgumas ações. Por exemplo, tentar atrair maior porcentagem de compra<strong>do</strong>res<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>. Baixar as qualificações <strong>do</strong>s compra<strong>do</strong>res potenciais ouexpandir seu merca<strong>do</strong> disponível abrin<strong>do</strong> a distribuição em outra região e/oudiminuin<strong>do</strong> preço. Finalmente, tentar expandir o merca<strong>do</strong> potencial anuncian<strong>do</strong>os produtos a consumi<strong>do</strong>res não interessa<strong>do</strong>s.Antes de passarmos para o próximo item, estruturei um quadro comalguns conceitos importantes. Assim, você poderá consultá-los quan<strong>do</strong> fornecessário.Merca<strong>do</strong>potencialMerca<strong>do</strong>disponívelMerca<strong>do</strong>qualifica<strong>do</strong>disponívelMerca<strong>do</strong>atendi<strong>do</strong>Merca<strong>do</strong>penetra<strong>do</strong>É o conjunto deconsumi<strong>do</strong>resque demonstramum nívelsuficiente deinteresse poruma oferta <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>.É o conjunto deconsumi<strong>do</strong>resque têminteresse, renda eacesso a um<strong>ao</strong>ferta específica<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.Conjunto deconsumi<strong>do</strong>resque têminteresse, renda,acesso equalificações parauma ofertaespecífica.É a parcela <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>disponívelqualifica<strong>do</strong> emque a empresadecide seconcentrar.Conjunto deconsumi<strong>do</strong>resque jácompraram ouestão compran<strong>do</strong>o produto.264


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>A pesquisa de merca<strong>do</strong>Agora vou falar sobre uma questão muito importante para oempreende<strong>do</strong>r pois, antes de utilizar ferramentas para análise de merca<strong>do</strong>, o quea maioria <strong>do</strong>s empreende<strong>do</strong>res tem é uma visão superficial, baseada na suaprópria opinião ou, quan<strong>do</strong> muito, de seus familiares e amigos.Por isso, antes de iniciar um negócio você precisa:•Testar os seus produtos e serviços com quem realmente interessa: seusfuturos clientes e aqueles que irão fazer sua empresa funcionar.•Analisar os seus concorrentes para melhor conhecer as formas deoperar <strong>do</strong>s negócios similares no merca<strong>do</strong>.•Analisar os fornece<strong>do</strong>res, para ter certeza de que todas as necessidades,que a empresa terá para prestar um bom serviço e produzir um bomproduto, poderão ser atendidas na própria região de atuação.O processo de análise nada mais é <strong>do</strong> que a observação acurada dascaracterísticas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que você escolheu, para que você possa tomar umadecisão consciente sobre as vantagens de investir em sua idéia ou, por outrola<strong>do</strong>, a precaução de pensar em outra alternativa.Esse processo de observação pode ser feito de diversas maneiras. Par<strong>ao</strong> desenvolvimento de seu plano de negócio, você irá se concentrar na coleta deda<strong>do</strong>s junto <strong>ao</strong>s agentes que interagem com o seu negócio (clientes, concorrentese fornece<strong>do</strong>res) e na análise de informações já disponíveis, acerca <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>que você escolheu.Da<strong>do</strong>s Primários.Os da<strong>do</strong>s que você irá reunir diretamente nafonte, ou seja, diretamente no seu merca<strong>do</strong>,chamam-se Da<strong>do</strong>s Primários. São informaçõesque você precisa saber sobre o merca<strong>do</strong> e queainda não estão disponíveis. Essas costumamser as mais importantes. A coletânea <strong>do</strong> IBGEpode dizer-lhe quantas famílias possuem rendasuperior a 20 salários mínimos mensais, masnão responderá se essas famílias vão realmentecomprar seus produtos ou não. Para isso, seránecessário perguntar a elas, ou observá-lasquan<strong>do</strong> vão fazer compras.Da<strong>do</strong>s SecundáriosAs informações já disponíveis sobre o seumerca<strong>do</strong> chamam-se Da<strong>do</strong>s Secundários. Osda<strong>do</strong>s secundários são to<strong>do</strong>s aqueles que já seencontram reuni<strong>do</strong>s em livros, publicações,sites da Internet e anuários estatísticos. Você sóterá o trabalho de encontrá-los e escolher aquelesque mais se alinham às suas necessidades. Umbom exemplo são os anuários <strong>do</strong> IBGE, nosquais você irá descobrir, por exemplo, quantasfamílias com renda superior a 20 saláriosmínimos por mês moram na sua cidade - o quepoderá fornecer uma boa noção <strong>do</strong> tamanhoaproxima<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu merca<strong>do</strong>.A elaboração deum estu<strong>do</strong> demerca<strong>do</strong> é muitoimportante paraquem quer selançar no mun<strong>do</strong>empresarial.Isso permitirá teruma idéia maisampla dasnecessidadesque um negóciodesse tipo exige.Analisar osconcorrentes lhepossibilita,também, sabercomo os seusclientescompram equais os seusinteresses.A análise <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>fornece<strong>do</strong>r irámostrar-lhetambém quaisos fornece<strong>do</strong>resque melhoratendem àsnecessidadesespecíficas <strong>do</strong>seu negócio equais os preçospor elespratica<strong>do</strong>s.265


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAprofunde seusconhecimentoslen<strong>do</strong> o livro deBERNARDO,Felipe Junior.Pesquisa: oque é e paraque serve. 2ed. Brasília:SEBRAE, 1995.Reunir to<strong>do</strong>s esses da<strong>do</strong>s sobre o seu negócio é aprincipal parte <strong>do</strong> processo de análise de merca<strong>do</strong>.Depois disso, basta comparar esses da<strong>do</strong>s e projetarsuas expectativas.Por exemplo, para que você tenha uma estimativa de quanto poderávender mensalmente, você precisa saber quantas pessoas estão dispostas a pagarpor seus produtos e serviços, e quanto elas consomem em média. Só esse tipode informação poderá prever se o seu negócio é viável ou não. Pois, se nãohouver um número de pessoas que queiram adquirir os produtos e/ou serviços,não terá senti<strong>do</strong> iniciá-lo.Para quem você vai vender?Após você ter defini<strong>do</strong> uma oportunidade de negócio para explorar, oponto de partida para a exploração dessa oportunidade é saber exatamentequem é o seu cliente. Inicialmente, você deve fazer uma importante distinçãoem relação <strong>ao</strong>s clientes que pode atender: as pessoas físicas (indivíduos oufamílias) e jurídicas (empresas, organizações, instituições, governo).O processo de análise de merca<strong>do</strong> apresenta várias diferenças em relaçãoa pessoas físicas ou jurídicas e, por isso, é preciso que você saiba adaptar asferramentas de análise para cada necessidade. Isso ocorre porque os indivíduostomam decisões que diferem das tomadas nas empresas – enquanto as pessoasfísicas são mais suscetíveis a fatores subjetivos (emoções e preferências), aspessoas jurídicas tendem a considerar principalmente os fatores objetivos (custox benefício).266Análise <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>rA análise <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r começa pela definição da pessoa ou<strong>do</strong> grupo de pessoas que necessita comprar aquilo que o seu negócio pretendevender, ou seja, o seu público-alvo (as pessoas/empresas que estão dispostas apagar pelos seus produtos ou serviços).É bastante improvável que você, nesse estágio <strong>do</strong> seu empreendimento,planeje o atendimento de uma fatia muito grande de merca<strong>do</strong>, ou seja, de umnúmero excessivamente grande de pessoas. Isso implicaria diversificar muitoos produtos, isto é, oferecer diferentes produtos para atender às necessidades


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>de cada cliente. Além disso, precisaria de uma estrutura logística muito grande(armazenamento de produtos, transporte, dentre outros).A partir de uma quantidade enorme de clientes em potencial, vocêsegmentará (dividirá) esse merca<strong>do</strong> até chegar <strong>ao</strong> grupo mais particular de clientesque irá atender, que é designa<strong>do</strong> público-alvo.Existem várias formas de segmentarmos o merca<strong>do</strong> até definir opúblico-alvo. Entretanto, duas formas de segmentação são preponderantes: asegmentação demográfica e a segmentação cultural. Segmentação demográficaA segmentação demográfica nada mais é <strong>do</strong> que uma definição <strong>do</strong> perfil<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, ou seja, suas principais características.Lembre-se:No início de um negócio, a empresa precisaconcentrar-se naqueles produtos mais requisita<strong>do</strong>s,por um menor, porém seleto, grupo de clientes. Aesse grupo distinto de pessoas chamamos nichode merca<strong>do</strong>.Se você tem vários tipos de consumi<strong>do</strong>res, selecioneo mais importante perfil para sua empresa (ouseja, aquele que compra mais) e tente visualizá-loem uma só pessoa ou empresa.Caso você venda para pessoas físicas, procure identificar a faixa etária(idade), sexo, a região onde mora, a profissão, aspectos físicos particulares, quantoele ganha e tu<strong>do</strong> o mais que, em sua opinião, for relevante sobre elas.Se você pretende vender para pessoas jurídicas, então identifique otamanho da empresa, quantos funcionários possui, há quanto tempo está nomerca<strong>do</strong>, quais os produtos que vende e para qual público. Imagine também seela atua em mais de uma cidade, se é a matriz ou filial de um grupo, quem decidea compra <strong>do</strong> seu produto dentro da organização e tu<strong>do</strong> o que, na sua opinião,for importante sobre ela.267


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoApós ter identifica<strong>do</strong> os seus clientes, éimportante quantificá-los. Identifiquequantos clientes com esse perfil existem emsua área de atuação. Para fazer isso, vocêdeverá coletar da<strong>do</strong>s secundários.Já os da<strong>do</strong>s secundários são informações disponíveis e catalogadasem livros e publicações. Seu objetivo agora é determinar a quantidade de pessoasou empresas com as características anteriormente listadas.Para isso, será necessário que você consulte as instituições quenormalmente coletam e armazenam estes da<strong>do</strong>s. Para pessoas físicas, a principalinstituição que pode fornecer este tipo de da<strong>do</strong> é o IBGE – Instituto Brasileirode Geografia e Estatística.Consultan<strong>do</strong> anuários estatísticos, você poderá saber quantas pessoas,na sua cidade ou região de atuação, possuem o perfil que você listou no quadroacima.Para auferir da<strong>do</strong>s sobre pessoas jurídicas (empresas), normalmenteo melhor caminho é consultar as associações comerciais e industriais, as prefeituras,sindicatos, dentre outros. Essas instituições também dispõem de informaçõessobre a quantidade de empresas existentes na cidade ou região. Consultan<strong>do</strong>seus registros, você poderá saber quantas empresas possuem o perfil defini<strong>do</strong>.Conhecer o número de clientes potenciais na sua região de atuação,ainda não significa ter defini<strong>do</strong> o volume total de clientes potenciais <strong>do</strong> seunegócio. Nem todas as pessoas que necessitam <strong>do</strong>s produtos e/ou serviços porvocê ofereci<strong>do</strong>s irão comprá-los de você. Por isso, é importante conhecer assuas preferências.268 Segmentação culturalDisseram-me que, em um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, é muito importanteconhecer a personalidade <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.- Por que isso é importante?- Por que é importante conhecer a personalidade <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r?Veja bem, <strong>do</strong>is consumi<strong>do</strong>res com perfil similar podem ter preferênciasdiferentes, entende? Imagine o caso de <strong>do</strong>is irmãos com idades aproximadas,


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong><strong>do</strong> mesmo sexo, que estudam na mesma escola e têm mesadas iguais, comto<strong>do</strong>s os padrões demográficos similares. Ainda assim, pode ocorrer de irem auma loja de roupas e um deles adquirir uma roupa esportiva, enquanto o outroprefere uma roupa mais formal.Este tipo de divisão de merca<strong>do</strong>, que considera as preferências <strong>do</strong>consumi<strong>do</strong>r, chama-se segmentação cultural. Conhecen<strong>do</strong>-a, você verifica quaissão as expectativas <strong>do</strong> cliente em relação <strong>ao</strong> seu produto/serviço.Quan<strong>do</strong> os recursos são muito limita<strong>do</strong>s, em vez de tentar vender seusprodutos em um amplo merca<strong>do</strong>, você deve optar por concentrar uma grandeparticipação em poucos (ou somente um) pequenos merca<strong>do</strong>s. Isso significavender muito em uma única, ou em poucas cidades, que contêm um grupo declientes que compra bastante.A mesmavariação napreferênciapode ocorrercom empresasde porte similar,pois cada umadelas tem umcorpo executivoque tomadecisõesdiferentes emfunção dasparticularidadesde cadanegócio.Para que você possa vender muito em ummerca<strong>do</strong> particular é preciso conhecer afun<strong>do</strong> as preferências <strong>do</strong> seu consumi<strong>do</strong>r– e isso só é possível conversan<strong>do</strong> com ele,coletan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s primários.AmostragemSe você quer conhecer as opiniões de um grupo com característicassemelhantes, não precisa conversar com to<strong>do</strong>s os integrantes dele, basta conversarcom uma parte <strong>do</strong>s seus componentes.O processo de coleta de da<strong>do</strong>s primários é trabalhosoe, freqüentemente, toma tempo considerável. Por essemotivo, você precisa saber qual é o número de pessoasou empresas com as quais terá que conversar parater uma amostra representativa da população. Issoevita a perda de tempo com a coleta de informaçõesque você já possui. Coletar informações significaentrevistar as pessoas ou empresas que fazem parteda amostra da pesquisa, buscan<strong>do</strong> obter delas asinformações que deseja.Ao grupointeiro,chamamos depopulação.População éum conjunto deindivíduos (ouempresas) comuma ou maiscaracterísticassimilares. Aospequenos“pedaços” <strong>do</strong>grupochamamos deamostra.Amostra éuma parcelarepresentativada população.269


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEm primeiro lugar, é importante ter em mente que a amostragem deveser utilizada sempre que a população a ser pesquisada for maior que 100 elementos(pessoas ou empresas). Se o número for menor, então se deve realizar um censo(pesquisar to<strong>do</strong>s os elementos da população).População-alvoPara realizar um processo de amostragem, é essencial que você identifiquequem é a população-alvo da pesquisa.O caso de uma empresa que se prepara para lançarcremes para massagem corporal. A população aser pesquisada provavelmente seria formada pormulheres entre 30 e 50 anos, pertencentes às classesA e B, e que costumam freqüentar academias deestética corporal – essa é a segmentaçãodemográfica.A partir daí, o segun<strong>do</strong> passo seria conhecer o número de mulherescom esse perfil e definir uma amostra deste universo. Poderia-se, por exemplo,ligar para to<strong>do</strong>s os salões de beleza, academias e salas de estética que oferecemmassagem corporal às suas clientes e estimar o número de mulheres que costumamfazer massagem. Se a pesquisa revelar que na cidade que pretendemos instalarnossa empresa e, vender nossos produtos, existem 1.864 mulheres que fazemalgum tipo de massoterapia, então, esta será nossa população.Tamanho da amostraO cálculo <strong>do</strong> tamanho da amostra depende de alguns fatores como: Tamanho da populaçãoQuanto maior for a população, maior será a amostra. Por isso, procurecaprichar na sua segmentação demográfica.Exemplo: Eu terei que compor uma amostramuito maior para pesquisar uma população de50.000 pessoas <strong>do</strong> que para uma outra de 200pessoas.270


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong> Quantidade tolerável de erro amostralO erro amostral identifica o quanto os resulta<strong>do</strong>s de uma pesquisa podemvariar. Um erro amostral de 5% mostra que os percentuais de respostas obtidas(também chama<strong>do</strong>s de “freqüências”) podem variar para mais 5% ou menos 5%.Exemplo: As pessoas que eu quero pesquisardevem ter 50 anos de idade. Para que a pesquisaseja considerada válida, apenas 5% <strong>do</strong>sentrevista<strong>do</strong> poderão ter idades diferentes (49ou 51 anos, por exemplo). Variação da população em relação às características de interesseda pesquisaQuanto mais homogênea é a população, menor é a amostra necessáriapara representá-la.Na tabela a seguir, você poderá conhecer o tamanho da amostra de suapesquisa para um nível de confiança de 95%. O nível de confiança é uma medidaestatística que indica a probabilidade <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s repetirem-se, caso apesquisa seja realizada novamente. O patamar de 95% é normalmente utiliza<strong>do</strong>em pesquisas de merca<strong>do</strong>.271


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTabela 1:Tabeladeterminante<strong>do</strong> tamanho daamostra.272Tamanho da amostra para nível de confiança de 95%Erro Amostral Erro Amostral Erro Amostral+/- 3% +/- 5% +/- 10%Tamanho da Split Split Split Split Split SplitPopulação 50/50 80/20 50/50 80/20 50/50 80/20100 92 87 80 71 49 38250 203 183 152 124 71 49500 341 289 217 165 81 55750 441 358 254 185 85 571.000 516 406 278 198 88 582.500 748 537 333 224 93 605.000 880 601 357 234 94 6110.000 964 639 370 240 95 6125.000 1.023 665 378 243 96 6150.000 1.045 674 381 245 96 61100.000 1.056 678 383 245 96 611.000.000 1.066 682 384 246 96 611.000.000.000 1.067 683 384 246 96 61Veja, esta tabela estabelece o número de componentes que deve ter aamostra, de acor<strong>do</strong> com o tamanho da população e o erro amostral tolera<strong>do</strong>.Para cada margem de erro considerada, existem duas colunas que trazemo tamanho da amostra para essa situação: Uma com “split” de 50/50 e outracom “split” de 80/20.O “split” indica o nível de variação das respostas, ou seja, o grau dehomogeneidade (semelhança) da população. Isso que dizer que, quanto maisheterogênea (diferente) for sua amostra, maior deverá ser o número decomponentes considera<strong>do</strong>s pela pesquisa. Quanto mais homogênea (semelhante),menor esse número.Assim, um “split” de 50/50 deve ser considera<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> há muitavariação entre as respostas <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s (população mais heterogênea); eum “split” de 80/20, quan<strong>do</strong> há menor variação (população mais homogênea,ou seja, grande parte <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s vê a questão da mesma forma).


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Por isso, conforme os componentes da amostra apresentam-se, mais oumenos uniformes, você deverá optar pelo “split” mais adequa<strong>do</strong>. Seleção da amostraA seleção da amostra deve ser feita de forma sistemática. Isso significater que a<strong>do</strong>tar alguns critérios na composição da amostra.Para uma população de 1.864 mulheres, o pesquisa<strong>do</strong>r deveráconsiderar uma amostra de 224 mulheres (conforme mostra<strong>do</strong> pelaárea hachurada na Tabela Determinante <strong>do</strong> Tamanho da Amostra).Isso quer dizer que deverão ser pesquisadas 224 mulheres na mesmaproporção em que foram coletadas as informações entre os salões de beleza,academias e salas de estética, anteriormente consulta<strong>do</strong>s.Se a Academia Boa Forma revelou que 145 mulheres fazem massagemnaquele estabelecimento, esse número representa 7,8% <strong>do</strong> total daamostra (145/1.864). Isso implica que 7,8% das 224 mulheres quecomporão a amostra deverão ser extraídas desta academia. Essa éuma forma de retirá-los <strong>do</strong> total da população sem causar problemas<strong>ao</strong>s resulta<strong>do</strong>s. Isto é, evita que se entreviste qualquer um, de formaa poder interferir na representatividade da amostra.Critérios como este impedem que o pesquisa<strong>do</strong>r entreviste apenas pessoasque, por algum motivo (muitas vezes, inconsciente), tenham si<strong>do</strong> escolhidas porele para a abordagem. Geralmente, esses motivos são a boa aparência, simpatia,proximidade, conveniência etc., ou seja, motivos que nada têm a ver com apesquisa em questão e podem comprometer seus resulta<strong>do</strong>s.Faço a conclusão, sugerin<strong>do</strong> que você tenha uma boa <strong>do</strong>se de bomsenso e criatividade para manter critérios satisfatórios para a seleção da suaamostra. Pois cada pesquisa trata de problemas diferentes e, portanto, depopulações diferentes.Entendi! Mas que instrumentodevo usar para fazer a pesquisa?273


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUm instrumento indica<strong>do</strong> é o questionário. Este é o próximo assunto napauta. Antes de retomarmos as discussões, teremos uma pequena pausa, masretornaremos, em seguida, para vermos, com detalhes, como o questionáriodeve ser elabora<strong>do</strong> e de que maneira você deverá realizar a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.Este tipo depergunta é maiseficiente que asperguntas queprocuramlevantar valores,crenças eatitudes <strong>do</strong>entrevista<strong>do</strong>.Elaboran<strong>do</strong> um QuestionárioBem, após esta merecida pausa, reinicio dizen<strong>do</strong> que a elaboração deum questionário exige muita atenção! Você deverá treinar sua observação deforma detalhada, buscan<strong>do</strong> identificar se to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s necessários à sua pesquisaestão sen<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>s.Muitas pessoas percebem a falta de algum da<strong>do</strong> interessante para tomaruma decisão somente depois de terem aplica<strong>do</strong> os questionários. Por isso, achave para a criação de um bom questionário é utilizar o bom senso. Váriasdicas serão dadas adiante, mas o fundamental é criar um instrumento de pesquisaque você mesmo responderia sem dificuldades ou impaciência.Dicas para formular um questionário:•Procure dar preferência às perguntas que se refiram a característicase comportamentos das pessoas, ou seja, perguntas que busquem sabero que as pessoas são e o que fazem. É sempre melhor perguntar o queo entrevista<strong>do</strong> faz <strong>do</strong> que o que o entrevista<strong>do</strong> pensa;•As perguntas fechadas (que só permitem como resposta “sim” ou“não”, ou uma escala de respostas como: muito, regular e pouco)devem ser muito mais freqüentes <strong>do</strong> que as abertas (tipo “qual su<strong>ao</strong>pinião sobre...”);274


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>•Seja específico nas suas questões. Cuida<strong>do</strong> para não incluir mais deum assunto na mesma pergunta;•Use palavras simples na redação das perguntas e nas alternativasde resposta, para evitar problemas de compreensão por parte <strong>do</strong>sentrevista<strong>do</strong>s;• Seja sempre bem-educa<strong>do</strong> com os entrevista<strong>do</strong>s (por exemplo, tratan<strong>do</strong>o entrevista<strong>do</strong> por “Sr.” ou “Sra.”), e prepare quem fará o papel deentrevista<strong>do</strong>r (caso não seja você mesmo) para tratá-los com paciência epolidez;•Faça perguntas curtas. Se a pergunta for muito longa, transforme-aem duas. É melhor ter um questionário com mais perguntas <strong>do</strong> queum questionário mais curto, mas com perguntas longas.O questionário pode ser dividi<strong>do</strong> em três partes, e deve ser prepara<strong>do</strong>respeitan<strong>do</strong> a ordem sugerida a seguir:Da<strong>do</strong>s demográficosSão colhi<strong>do</strong>s a partir das primeiras perguntas <strong>do</strong> questionário. São elasque avaliam se o entrevista<strong>do</strong> realmente pertence <strong>ao</strong> grupo que você pretendeentrevistar. Por exemplo, na pesquisa com as mulheres, provavelmente as primeirasperguntas <strong>do</strong> questionário procurariam identificar se a pessoa faz, já fez, ou teminteresse em fazer massagem. Se a resposta para qualquer uma dessas perguntasfor “não”, então o entrevista<strong>do</strong> não está no público-alvo que se deseja.São exemplos de da<strong>do</strong>s demográficos: Sexo;Tamanho da Família; Escolaridade; Faixa Etária;Renda Média etc.Da<strong>do</strong>s objetivosSão as respostas de que você realmente precisa no questionário.Depois de ter visto que o entrevista<strong>do</strong> pertence <strong>ao</strong> seu público-alvo,chegou o momento de perguntar a ele tu<strong>do</strong> o que você quer saber. Nessa hora,as perguntas devem ser específicas. Perguntas como “Você gosta de fazermassagem?” devem ser substituídas por questões mais específicas, como “Quantasvezes você costuma fazer massagem por mês/semana?”.275


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDa<strong>do</strong>s de checagemSão os da<strong>do</strong>s que identificam o entrevista<strong>do</strong> (o nome e o telefone, porexemplo), e que permitirão um eventual contato posterior para obter outrasinformações. No caso de precisar contratar pesquisa<strong>do</strong>res para executar essaetapa, esses da<strong>do</strong>s também permitirão a checagem junto <strong>ao</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, paraver se a entrevista foi realmente efetuada conforme sua determinação. Por seremda<strong>do</strong>s extremamente pessoais, devem ser pergunta<strong>do</strong>s por último – e é normalque os pesquisa<strong>do</strong>s recusem-se a fornecê-los. Quan<strong>do</strong> isso acontecer, não insista.Os da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s anteriormente continuam valen<strong>do</strong>.É importante que o questionário não sejamuito extenso. Após elaborá-lo, você devetestar sua eficácia com amigos ou familiares,para certificar-se de que to<strong>do</strong>s compreendemas perguntas. Aproveite para cronometrar otempo médio gasto na entrevista. O ideal éque esse tempo não ultrapasse 15 minutos,para evitar um nível eleva<strong>do</strong> de desistênciase para impedir que o trabalho de coleta <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s estenda-se muito.276Um <strong>do</strong>s principais segre<strong>do</strong>s para a preparação de um bom questionárioé ter defini<strong>do</strong> objetivos claros e específicos. Defina claramente o que vocêquer saber, e certifique-se de que o entrevista<strong>do</strong> está compreenden<strong>do</strong> bem suasperguntas.A elaboração de um bom questionário vai requerer habilidade decomunicação da sua parte. Além de conhecer bem o negócio e suasparticularidades, você precisa saber como ordenar as informações necessáriaspara que o questionário tenha uma seqüência lógica e seja agradável de serrespondi<strong>do</strong>.Como não há uma regra básica para elaborar um bom questionário,uma vez que cada pesquisa requer um instrumento de coleta diferencia<strong>do</strong> eespecífico, apresentamos algumas dicas e cuida<strong>do</strong>s que você deve ter na redação<strong>do</strong> seu questionário.Após a primeira versão dele, depois que você tenha testa<strong>do</strong> sua eficiênciacom seus amigos e familiares, observe as seguintes questões:


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>•••••Avalie a relevância de cada questão, simulan<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s (ou seja,determine se as respostas daquela questão vão realmente ser úteis paravocê).Veja se o questionário começa com uma pergunta simples e interessante.Não permita que perguntas anteriores possam influenciar as perguntasfeitas posteriormente.Certifique-se de que as pessoas estão predispostas a fornecer os da<strong>do</strong>ssolicita<strong>do</strong>s.Evite o uso de perguntas jornalísticas (aquelas que dão <strong>ao</strong> entrevista<strong>do</strong>,informações que a população não conhece. Ex. “Saben<strong>do</strong> que..., o quevocê pensa a respeito de...).Lembre-se: a parte mais importante <strong>do</strong> seu questionário é formada pelosda<strong>do</strong>s objetivos; não se prolongue demais nas outras duas partes, deixan<strong>do</strong> maistempo e espaço para o que é realmente importante. Da<strong>do</strong>s demográficos•Sexo; Tamanho da Família; Escolaridade;•Faixa Etária; Posição na Família; Renda Média;•Região de Moradia; Classe Social. Da<strong>do</strong>s objetivos•Quais são as necessidades <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> em relação <strong>ao</strong> seu tipo deproduto?•Qual o produto que o consumi<strong>do</strong>r usa para atender àquela necessidadeque o seu produto deseja suprir?•Quais as vantagens / desvantagens de usar este produto?•Qual foi a última vez que experimentou outro produto? Qual? Quan<strong>do</strong>?•Por que continuou usan<strong>do</strong> o produto antigo / mu<strong>do</strong>u para o produtonovo?•O que é mais / menos importante na hora de comprar este produto?•Como tomou conhecimento deste produto?•De que forma adquire este produto?•O que o faria mudar de produto?277


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo Da<strong>do</strong>s de checagem• Nome; Telefone <strong>do</strong> trabalho; E-mail;• Telefone; Endereço <strong>do</strong> trabalho; Endereço.Puxa! Preciso de ajuda paraelaborar as questões fechadas!Temos, a seguir, descrições <strong>do</strong>s principais tipos de escala de respostas.Principais tipos de escalaPara facilitar as respostas <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, você poderá construir umquestionário com escala para as respostas.Veja a seguir os tipos de escalas existentes. Escala nominalÉ o tipo de escala mais simples. Escalas nominais atribuem nomes ounúmeros às variáveis pesquisadas, com o objetivo de simplificar as respostasobtidas. Por exemplo:Sexo: Masculino Feminino Escala ordinalÉ o tipo de escala mais utiliza<strong>do</strong>. Também atribui nomes ou númerosàs variáveis pesquisadas, mas incorporan<strong>do</strong> um senti<strong>do</strong> de ordem entre asrespostas. Com essa escala é possível, por exemplo, determinar se um produtoé melhor ou pior que outro, na opinião <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>. Por exemplo:Como você classifica o produto X?Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo278


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong> Escalas de intervalo ou de razãoÉ o tipo de escala mais sofistica<strong>do</strong>. Neste grupo, são atribuí<strong>do</strong>s valoresnuméricos às variáveis, permitin<strong>do</strong> <strong>ao</strong> entrevista<strong>do</strong> perceber as diferenças entreas medições – e, assim, estabelecer o grau de diferença entre uma medição eoutra. A diferença entre as escalas ordinais e as de razão é bastante sutil: noprimeiro tipo, o “ponto de partida” não é absoluto – e no segun<strong>do</strong>, o “pontode partida” é absoluto e igual a zero. Veja o exemplo a seguir:Que nota você daria para o desempenho <strong>do</strong> produto X?0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Análise <strong>do</strong>s Resulta<strong>do</strong>s da PesquisaApós sua pesquisa ter si<strong>do</strong> elaborada, e você tenha as respostas quequeria, é necessário iniciar o processo de análise desses da<strong>do</strong>s. A primeira etapaconsiste em tabular os da<strong>do</strong>s.A tabulação nada mais é que a consolidação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s emfreqüências, ou seja, realizar a contagem <strong>do</strong> número de respostas para cadaalternativa de cada pergunta.O mais interessante é realizar a contagem das respostas para cada item etransformá-las em percentuais relativos <strong>ao</strong> número total de respostas. Assim,fará pouca diferença se 18 entrevista<strong>do</strong>s responderam “Sim” para determinadapergunta, enquanto 12 responderam “Não”. O que importa é que, em umuniverso de 30 entrevista<strong>do</strong>s, 60% responderam “Sim” e 40% responderam“Não”.Se você utilizou perguntas abertas em sua pesquisa, ou seja, questõescujas respostas podem ser muito variadas, deverá utilizar duas etapas diferentespara tabulá-las. Primeiro, você deverá ler todas as respostas para assegurar-se deter recebi<strong>do</strong> toda a informação que foi coletada, anotan<strong>do</strong> o que achar maisimportante. Depois, você irá codificar as questões.O processo de codificação consiste em agrupar as respostas de acor<strong>do</strong>com sua semelhança sob códigos (“a”, “b”, “c”...) para depois efetuar a contageme obter as freqüências percentuais, que permitirão uma análise similar às outrasquestões.A partir databulação vocêdetermina a“opinião média”da amostra que,se foi delimitadasegun<strong>do</strong> oscuida<strong>do</strong>smenciona<strong>do</strong>santeriormente,vale para toda apopulação.279


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPor exemplo, se você gravou suas entrevistas,precisará ouvir o que disse cada entrevista<strong>do</strong>,dan<strong>do</strong> códigos às suas respostas:a) Para quem não compraria o produto.b) Para quem compraria só de vez em quan<strong>do</strong>.c) Para quem compraria sempre.Após ter organiza<strong>do</strong> todas as informações conseguidas pelas entrevistas,você deverá proceder conforme esclareci<strong>do</strong> anteriormente, transforman<strong>do</strong> essasrespostas em percentuais relativos. Isso trará resulta<strong>do</strong>s como:a) Comprariam o produto: (51%)b) Comprariam só de vez em quan<strong>do</strong>: (25%)c) Comprariam sempre: (24%)Pronto!!! Você já tem em mãos to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s a partir de suapesquisa. Agora, deve utilizá-los de forma inteligente para tirar suas própriasconclusões e decidir os rumos de seu futuro negócio.Contratan<strong>do</strong> uma pesquisa de merca<strong>do</strong>Mas, se eu não quiser fazer apesquisa?280Caso você preferir, poderá contratar uma empresa especializada parafazer a pesquisa. Por esta via, alguns cuida<strong>do</strong>s devem ser toma<strong>do</strong>s. O principal écertificar-se da i<strong>do</strong>neidade da empresa contratada. De qualquer mo<strong>do</strong>, oempreende<strong>do</strong>r não escapa da definição <strong>do</strong> objetivo da pesquisa. Ou seja, qual éa finalidade <strong>do</strong> seu desenvolvimento. Normalmente os objetivos vão sertransforma<strong>do</strong>s em guias básicos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>.O passo seguinte é definir um briefing (<strong>do</strong>cumento de instrução) que irádar base à definição meto<strong>do</strong>lógica da pesquisa. O briefing deve representar asnecessidades <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r, especifican<strong>do</strong> o tema a ser estuda<strong>do</strong> com todasas informações pertinentes, e deixan<strong>do</strong> evidente o núcleo mais importante dessetema, ou seja, aquilo que realmente justifica a pesquisa.


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>A partir deste núcleo básico é que se processa a decomposição dasquestões relevantes <strong>ao</strong> tema aborda<strong>do</strong> e agregam-se outras pertinentes <strong>ao</strong> escopo<strong>do</strong> trabalho, de maneira que se possa decidir pelo caminho mais adequa<strong>do</strong> emtermos da meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tadaModelo de BriefingA empresa “Pão Kente” atua no merca<strong>do</strong> de pães, na região de Pontadas Canas, com uma participação de 20%, o que a coloca no 4º lugar naquelemerca<strong>do</strong>. Pretende entrar com nova linha de produtos no segmento de festas,produzin<strong>do</strong> bombons, <strong>do</strong>ces, salga<strong>do</strong>s e tortas.Objetivos:Determinar o público-alvo para a nova linha; definir uma marca para alinha, verifican<strong>do</strong> se deve ou não estar relacionada com a marca original.Questões derivadas:•É possível vender os produtos isoladamente? (sem arranjos, decoração, ...)•O público-alvo é composto de crianças, a<strong>do</strong>lescentes ou adultos? Emque proporção? Quem determina o cardápio das festas?•Como a nova linha terá preço eleva<strong>do</strong> comparan<strong>do</strong>-se <strong>ao</strong>s produtosatuais, o público-alvo será proveniente das classes A e B?•A marca deve ser completamente nova, mas vinculada às característicasda empresa?Questões paralelas:•Qual é a atual imagem da empresa entre as classes A e B?•Para esses públicos, quais os sabores mais aprecia<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>ces?Anexos:•Sugestões de nome da marca•Características da nova linha de produto•Da<strong>do</strong>s de merca<strong>do</strong>•Informações de pesquisas anteriores281


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoApós termos visto os principais aspectos que devem ser considera<strong>do</strong>sna elaboração <strong>do</strong> questionário e a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s deixo, como última sugestão:que ten<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> e aprova<strong>do</strong> o Briefing, você defina e contrate um institutoespecializa<strong>do</strong> para implementar a pesquisa, mediante a confecção de um termode compromisso ou proposta de trabalho.Bem, agora vamos abordar o tema: análise <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> concorrente e<strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r. Veja só como é importante saber pesquisar a concorrência!Análise <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> ConcorrenteEntão, para continuarmos a nossadiscussão, lhe direi qual é uma daspiores afirmações que se pode fazerem um plano de negócios : “não temosconcorrência.”Pois bem, um analista experiente irá descartar imediatamente um planocom uma afirmação dessa natureza, porque ela pode indicar que:• Você não analisou completamente a realidade de seu negócio; ou• Não há merca<strong>do</strong> para seu conceito de negócio.Manter os concorrentes “na mira” é uma postura prudente, pois sempreé possível agir onde eles estão falhan<strong>do</strong>, como também aproveitar alguma boaidéia que estão desenvolven<strong>do</strong>. Por isso, para ter um bom plano de negóciovocê deve pesquisar quem são os concorrentes, questionar o que estão fazen<strong>do</strong>pelos seus clientes, ou como competir para neutralizar possíveis deficiências quevocê tem em relação a eles.Estude seu campo de jogo. Perceba onde está cada joga<strong>do</strong>r,tanto no senti<strong>do</strong> horizontal (relativo <strong>ao</strong> segmento de clientesem que atuam os concorrentes) quanto no senti<strong>do</strong> vertical(como os concorrentes se articulam com fornece<strong>do</strong>res, pormeio de parcerias ou competição). Não faz senti<strong>do</strong> entrar nojogo enquanto esta análise não estiver concluída.282


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Não custa nada se, <strong>ao</strong> examinar os outros joga<strong>do</strong>res, você desenvolveruma avaliação clara <strong>do</strong> que eles estão fazen<strong>do</strong> de erra<strong>do</strong>. Tire vantagem d<strong>ao</strong>portunidade de aprendiza<strong>do</strong> oferecida por seus erros. O ponto mais importantedeste exercício não é o certo ou o erra<strong>do</strong>, o melhor ou pior, é simplesmenteevidenciar as diferençasMas lembre-se: os outros joga<strong>do</strong>res também identificaram um merca<strong>do</strong> queos permite fazer o que quer que estejam fazen<strong>do</strong> para este merca<strong>do</strong>. Se nãoestivessem fazen<strong>do</strong> algo certo, não estariam no negócio e você não precisariapreocupar-se com eles. Desse mo<strong>do</strong>, assuma que eles estão fazen<strong>do</strong> algocerto, mas decida o que você pode fazer de diferente, de melhor.Após comparar e contrapor to<strong>do</strong>s os outros joga<strong>do</strong>res, é hora deperguntar-se: o que fazer para tornar-me diferente deles? Isto é extremamentenecessário, pois, não é suficiente saber o que os torna diferentes entre si, mastambém o que o destacará deles. Um negócio de sucesso é cria<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> oempreende<strong>do</strong>r é capaz de criar diferenças significativas em relação <strong>ao</strong> que fazemos outros joga<strong>do</strong>res no campo de atuação.É a partir da clara identificação <strong>do</strong> campo e <strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>res que integrama competição que o empreende<strong>do</strong>r deve definir como irá competir. Essa definiçãodeterminará se irá competir com dúzias de outras companhias ou se operaráconfortavelmente num merca<strong>do</strong> só seu.Avaliação da concorrênciaPara analisar seu merca<strong>do</strong> concorrente, você utilizará outra meto<strong>do</strong>logia:a análise qualitativa (que mensura a qualidade da informação, ou seja, que avaliaquestões subjetivas como gosto, percepção, dentre outros).Análise quantitativaNa análise quantitativa, a ênfase estána quantidade de entrevistasrealizadas, com informaçõespadronizadas de forma a seremcontadas e fornecerem percentuaisde respostas que representam <strong>ao</strong>pinião da população.Análise qualitativaNa análise qualitativa, a ênfase está na qualidade(profundidade) <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, cominformações diferenciadas e exaustivas sobrecada tema aborda<strong>do</strong>. É óbvio que uma perguntaqualitativa tem resposta muito mais longa,profunda e rica em termos de informações secomparada a uma pergunta quantitativa.283


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEsse trabalhode observar asempresas queatuam nomerca<strong>do</strong> ecopiar suasmelhorespráticaschama-sebenchmarking.Utilizan<strong>do</strong> seusconcorrentescomo fonte deaprendizagem,você evitaráperder tempo edinheiro comerros queprovavelmentecometeria setrabalhassesozinho. Utilizeoscomo fontedeinformação!!!Nesse roteiro, éimportantereservar espaçopara <strong>ao</strong>bservaçãoinformal <strong>do</strong>trabalho de seusconcorrentes,isto é, anotar asprincipaiscaracterísticas<strong>do</strong>empreendimentoe de seusconsumi<strong>do</strong>res.Na pesquisa qualitativa não há preocupação com umnúmero muito grande de entrevistas, mas sim com aqualidade das informações. Isso implica buscar entrevistaras pessoas certas (aquelas que sabem bastante sobre o temaem questão) mais <strong>do</strong> que uma grande quantidade de pessoasque pouco conhecem sobre o fato que está sen<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>.Uma outra modalidade de pesquisa qualitativa muito interessante é <strong>ao</strong>bservação. Sua utilização é muito conveniente quan<strong>do</strong> se está buscan<strong>do</strong>informações sobre a concorrência.ObservaçãoA observação bem estruturada de seus concorrentes permitirá olevantamento de informações relevantes sobre suas estratégias, seus méto<strong>do</strong>soperacionais, seu volume aproxima<strong>do</strong> de vendas; e a obtenção de importantesinformações sobre o padrão de trabalho no seu merca<strong>do</strong> (número médio defuncionários, procedimentos de operação para atendimento, vantagens edesvantagens para o consumi<strong>do</strong>r).É também importante que você quantifique os concorrentes situa<strong>do</strong>s nasua cidade ou região de atuação. Essa informação é imprescindível para quevocê determine a clientela potencial <strong>do</strong> seu negócio. Ao dividir a quantidade deconsumi<strong>do</strong>res na sua região de atuação (obtida anteriormente) pelo númerototal de concorrentes na sua cidade ou região de atuação, você terá uma idéiaaproximada <strong>do</strong> tamanho da sua clientela potencial. Esse da<strong>do</strong> será muitoimportante na análise financeira <strong>do</strong> seu negócio – quan<strong>do</strong> você projetar o seuvolume total de receitas.Aprenden<strong>do</strong> com os concorrentesSão muitas as informações que você pode obter observan<strong>do</strong> seusconcorrentes. Antes de abrir seu novo negócio, é interessante que você levanteda<strong>do</strong>s qualitativos sobre o posicionamento de seus concorrentes no merca<strong>do</strong>:como eles trabalham, quais seus pontos fortes e fracos. O ideal é que vocêelabore um roteiro padroniza<strong>do</strong> para análise de to<strong>do</strong>s os concorrentes. Assim,em suas visitas, você poderá anotar as informações mais importantes.284


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Por exemplo, se você pretende montar uma papelaria, basta escolheralguns concorrentes que tenham negócios de tamanho e nível desofisticação semelhantes <strong>ao</strong>s que imaginou, e anotar característicasrelevantes <strong>do</strong> negócio. A localização é visível? A área de vitrine égrande? Quais são os principais produtos ofereci<strong>do</strong>s? O movimentoé grande? Que tipo de cliente a empresa mais atende? Que artigossão mais vendi<strong>do</strong>s? Quantos funcionários atendem no balcão? Osexpositores são transparentes? Há alguma particularidade quediferencia a empresa das outras?Um item importante a considerar é que a análise <strong>do</strong>s seus concorrentesdeve possibilitar, pelo menos, a identificação clara de seus principais pontosfortes e fracos. Conhecer essas informações o auxiliará a formular suas vantagenscompetitivas, ou seja, aqueles fatores nos quais sua empresa será excelente. Podeser no preço, no prazo de pagamento, na qualidade <strong>do</strong>s produtos, na assistênciatécnica, na beleza <strong>do</strong> produto, no perío<strong>do</strong> de garantia, no custo de peças dereposição, na facilidade de acesso e estacionamento etc., o que importa édeterminar alguma vantagem exclusiva para sua empresa. E isso você poderáaprender a partir da observação das outras.Análise <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Fornece<strong>do</strong>rO objetivo de se descrever a relação com fornece<strong>do</strong>res dentro <strong>do</strong> planode negócio reside na possibilidade de identificar oportunidades para oestabelecimento de parcerias, principalmente para redução de custos, via contratosúnicos <strong>do</strong> fornecimento de merca<strong>do</strong>rias, ou ainda, o estabelecimento deexclusividade na distribuição de alguma marca para um merca<strong>do</strong> mais seleto.A qualidade, quantidade, preço, marca, disponibilidade,regularidade e variedade de seus produtos ou insumos depende<strong>do</strong> seu relacionamento e poder de barganha com osfornece<strong>do</strong>res. Em muitos setores e ramos de negócios esta é umavisão vigente, ou seja, vence e lucra que tem mais poder.Existe uma corrente contrária que prega justamente a união e a parceriaentre fornece<strong>do</strong>res e clientes de maneira a se estabelecer contratos de longaduração basea<strong>do</strong>s na parceria, confiança e compromisso. Você é que irá decidirque tipo de relacionamento será estabeleci<strong>do</strong> com seus fornece<strong>do</strong>res.285


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoDe qualquer mo<strong>do</strong>, é importante você fazer uma análise prévia <strong>do</strong>s seusfornece<strong>do</strong>res para saber até que ponto poderá evoluir na relação comercial queirá estabelecer. Pesquise os seguintes pontos.•••••Onde estão localiza<strong>do</strong>s?Quais são e quantos serão os seus futuros fornece<strong>do</strong>res?Eles estão interessa<strong>do</strong>s e dispostos a auxiliá-lo a entrarno merca<strong>do</strong>?Atenderão <strong>ao</strong>s seus pedi<strong>do</strong>s pelo menos em condiçõesiguais às <strong>do</strong>s seus concorrentes?De que maneira você pode contribuir para que osnegócios deles tenham sucesso?A pesquisa <strong>do</strong>s clientes dá indícios de que você pode contar com clientesem número suficiente para tornar o seu negócio lucrativo. Você poderá aindaafirmar que o negócio será bem-sucedi<strong>do</strong> porque sua pesquisa <strong>do</strong>s clientes éanima<strong>do</strong>ra. Mas, a decisão final da viabilidade só pode ser tomada após seremconsidera<strong>do</strong>s muitos outros fatores. Os fornece<strong>do</strong>res assumem um papelimportante neste senti<strong>do</strong>. Cabe <strong>ao</strong> empreende<strong>do</strong>r identificar a postura que buscarána relação com seus fornece<strong>do</strong>res, saben<strong>do</strong> que poderá ter benefícios ou prejuízosdependen<strong>do</strong> da postura a<strong>do</strong>tada.A troca de um fornece<strong>do</strong>r durante o processo operacional da empresacompromete to<strong>do</strong> o trabalho de desenvolvimento de uma parceria. Além disso,freqüentemente atinge os clientes, em função das conturbações provocadas poressas mudanças.São informações que você precisa buscar junto <strong>ao</strong>spossíveis fornece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu negócio:••••As empresas desejáveis como fornece<strong>do</strong>ras costumamtrabalhar com empresas de pequeno porte?Costumam ser flexíveis quanto a prazos de pagamentoe descontos para pagamentos à vista?Costumam ter problemas de fornecimento (falta deprodutos ou demora na entrega)?A qualidade de seus produtos é boa?286


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Mais uma vez, você deverá a<strong>do</strong>tar o méto<strong>do</strong> qualitativo de pesquisa.Mas com uma importante diferença em relação <strong>ao</strong> merca<strong>do</strong> concorrente:enquanto os concorrentes farão o possível para “esconder” suas informações,os fornece<strong>do</strong>res irão se sentir no dever de informar a você sobre qualquerdúvida que tiver. Isso significa que sua pesquisa não precisará basear-se apenasna observação das informações que deseja. Poderá contar, também, com asrespostas dadas pelos potenciais fornece<strong>do</strong>res às suas dúvidas.É importante considerar que seu merca<strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r é forma<strong>do</strong> porvárias empresas que fornecerão to<strong>do</strong>s os insumos de que seu negócio necessitapara funcionar. Procure analisar, pelo menos, três empresas para cada um <strong>do</strong>sinsumos necessários, ainda que isso represente um trabalho considerável.Bem, essas são as sugestões que preparei para você nesta reunião. Paraconcluir, deixo a minha contribuição final.Ten<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> no qual vocêpretende atuar, cabe à você definir melhor o perfilde negócio que irá criar. Espero ter contribuí<strong>do</strong>no seu aprendiza<strong>do</strong>!Diário de Bor<strong>do</strong>Quero agradecer <strong>ao</strong> José Carlos, nosso consultor nesta escala, pelosesclarecimentos que nos prestou. E, principalmente, a sua atenção e interesse denos acompanhar até aqui. E o convi<strong>do</strong> para revermos, juntos, os principaisaspectos aqui discuti<strong>do</strong>s. Assim, sempre que precisar poderá consultá-los.287


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTÓPICOSAnálise de merca<strong>do</strong>Processo de análiseColeta de informaçõesCONSIDERAÇÕESServe para conhecer o que os potenciais clientes,fornece<strong>do</strong>res e concorrentes pensam sobrediferentes fatores relaciona<strong>do</strong>s à empresa. Issoevita a criação de uma empresa, a partir depercepções falsas.O processo de análise consiste na observaçãoacurada das características <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, no qualsua empresa atua ou pretende atuar.Para o desenvolvimento <strong>do</strong> plano de negócio,você irá trabalhar com a coleta de informaçõesobtidas de duas formas:a) Da<strong>do</strong>s primários: obti<strong>do</strong>s diretamente nafonte, por meio de entrevistas, questionários,observações.b) Da<strong>do</strong>s secundários: obti<strong>do</strong>s pela pesquisa emlivros, publicações, anuários etc.De posse das informações colhidas, é possível conhecermelhor os diferentes atores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> (clientes,fornece<strong>do</strong>res e concorrentes) e direcionar a empresa paraque ela se torne cada vez mais competitiva.288


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Público-alvoSegmentação demográficaSegmentação culturalPopulaçãoAmostraPúblico-alvo é o grupo particular de clientesde uma empresa, ou seja, as pessoas maisinteressadas e dispostas a pagar pelos seusprodutos/serviços.Consiste na definição de um conjunto decaracterísticas (sexo, idade, classe social, áreade atuação etc.) que formam o perfil <strong>do</strong> cliente,seja ele pessoa física ou jurídica.Consiste na identificação das preferênciasparticulares <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r (gostos, valores,costumes, preferências) relacionadas com a suapersonalidade.Conjunto de pessoas com característicassimilares, sobre as quais temos interesse empesquisar.É uma parcela representativa da população.Ela tem a capacidade de expressar aquilo quea população expressaria.UM QUESTIONÁRIO É COMPOSTO POR:Da<strong>do</strong>s demográficosDa<strong>do</strong>s objetivosDa<strong>do</strong>s de checagemServem para avaliar se o entrevista<strong>do</strong>realmente pertence <strong>ao</strong> grupo que vocêpretende entrevistar (sexo, tamanho da família,escolaridade etc.).São compostos pelas informações que vocêprecisa saber <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>. Devem serespecíficos, para não dar margem ainterpretações erradas.Servem para identificar o entrevista<strong>do</strong>, casoseja preciso um futuro contato com ele (nome,telefone etc.).289


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEscala nominalEscala ordinalEscalas deintervalo ou derazãoAvaliação <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>sTécnicas para análise<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>concorrenteAnálise QualitativaTécnica deObservaçãoVolume total deconcorrentesAvaliação <strong>do</strong>spontos fortes efracos em relação<strong>ao</strong>s concorrentesDIFERENTES TIPOS DE ESCALA:Atribuem nomes ou números às variáveis pesquisadas.Ex: ( ) De 10 a 20 ( ) De 21 a 30Atribuem um senti<strong>do</strong> de ordem às variáveis pesquisadas.Ex: ( ) Muito ( ) Regular ( ) PoucoSão escalas que atribuem valores numéricos às variáveis,permitin<strong>do</strong> fazer uma medição das respostas <strong>do</strong>sentrevista<strong>do</strong>s.Ex: Que nota você dá à aparência <strong>do</strong> negócio?0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) 8( ) 9( ) 10( )Consiste na organização <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, tornan<strong>do</strong> possível tecerconclusões a partir das informações coletadas. Isso pode serfeito pela observação da freqüência com que cada opção aparecenos resulta<strong>do</strong>s, transforman<strong>do</strong>-a em percentual relativo.Para analisar os concorrentes, é recomenda<strong>do</strong> desenvolver umaanálise qualitativa.Na análise qualitativa são priorizadas questões subjetivas, nãohaven<strong>do</strong> preocupação com um eleva<strong>do</strong> volume de entrevistas,mas com a qualidade (detalhamento da informação).Uma outra técnica indicada para analisar os concorrentes é atécnica de observação. Ela consiste na observação das práticas<strong>do</strong>s concorrentes, com o propósito de a<strong>do</strong>tar as suas melhorespráticas.É preciso quantificar o volume total de concorrentesestabeleci<strong>do</strong>s na sua região de atuação para estimar aparticipação de sua empresa nesse merca<strong>do</strong>.Como cada negócio concorrente tem suas peculiaridades, vocêdeverá desenvolver um roteiro conten<strong>do</strong> os principais fatoresa serem pesquisa<strong>do</strong>s, lhe possibilitan<strong>do</strong> levantar seus pontosfortes e fracos com relação a eles.290


Escala VII - Estu<strong>do</strong> de Merca<strong>do</strong>Antes de partirmos para a 8ª escala, quero deixar com você dez questõessobre os assuntos trata<strong>do</strong>s em reunião, ok? Até lá!Atividades de <strong>Viagem</strong>1 Qual a importância de definir a demanda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> antes de criarum novo negócio?2 O que são da<strong>do</strong>s primários e da<strong>do</strong>s secundários? Qual a importânciade cada um deles?3 Quais os passos a serem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s em uma pesquisa <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>consumi<strong>do</strong>r/cliente?4 Qual a importância de se fazer uma segmentação demográfica ecultural de nossos clientes?5 Quais as principais partes que constituem um questionário?6 Qual a diferença entre os três diferentes tipos de escala: nominal,ordinal e de escala ou razão?7 Como se analisam os resulta<strong>do</strong>s de uma pesquisa quantitativa?8 Quais as particularidades que devem ser consideradas em umapesquisa <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> concorrente?9 Como você elaboraria uma pesquisa para avaliar o merca<strong>do</strong>fornece<strong>do</strong>r?10 Cite as principais etapas de um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>.291


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoComandantes de Bor<strong>do</strong>BERNARDO, Felipe Junior. Marketing para a pequena empresa: o que é e paraque serve. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.BERNARDO, Felipe Junior. Pesquisa: o que é e para que serve. 2.ed. Brasília:Ed. SEBRAE, 1995.DORNELAS, José Carlos Assis. Empreende<strong>do</strong>rismo – Transforman<strong>do</strong> Idéiasem Negócios. Campus, 2001.FERREIRA, Ernande Monteiro. Diagnóstico Organizacional para Qualidade eProdutividade. Qualitymark, 1995.GIANESI, Irineu G. N.; CORREA, Henrique Luiz. Administração estratégicade serviços: operações para a satisfação <strong>do</strong> cliente. São Paulo: Atlas, 1994.HINGSTON, Peter Como Utilizar o Marketing no Seu Próprio Negócio.Publifolha - Série Próprio Negócio, 2001.KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e <strong>do</strong>minarmerca<strong>do</strong>s. 12 ed. São Paulo: Futura, 1999.RUAS, Roberto L. Sua empresa é competitiva? Diagnóstico de competitividadepara as micro e pequenas empresas industriais. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.SALIM, Cesar Simões; HOCHMAN Nelson; RAMAL, Andrea Cecilia eRAMAL, Ana Silvina. Construin<strong>do</strong> Planos de Negócios. Campus, 2001.292


ESCALA VIIICongresso Mundial deEmpreende<strong>do</strong>rismoPlano Operacional293


Escala VIII - Plano OperacionalOrientação de <strong>Viagem</strong>Nossa viagem continua! Como já combinamos, nosso roteiro agoraseguirá com uma equipe de consultoria especializada em Plano Operacional.Dentro da equipe que estará à nossa disposição, o Sr. Álvaro será oexpositor <strong>do</strong>s principais conhecimentos que veremos nesta 8ª escala.É bom tê-lo em nossa empresa de consultoria. Minhaequipe e eu estaremos, durante esta escala, à suadisposição para lhe falar sobre plano operacional.Para iniciar, é importante você saber que o plano operacional explorato<strong>do</strong>s os fatores relaciona<strong>do</strong>s à produção <strong>do</strong> produto ou serviço que sua empresairá oferecer. Nesta etapa você definirá como sua empresa irá operar. Por isso, éconveniente que sejam consideradas as informações provenientes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> demerca<strong>do</strong>. São elas que estabelecerão o volume de produção, as expectativas <strong>do</strong>cliente quanto a atributos como: preço, qualidade, design, sabor, pontos de compra,formas de pagamento etc.Aumentar as chances de um negócio dar certo envolve definir, da melhormaneira possível, alguns <strong>do</strong>s fatores que, de forma direta ou indireta, se relacionamcom o seu processo operacional:• A descrição técnica <strong>do</strong> produto/serviço.• O processo de produção e a tecnologia adequada.• A localização.• As instalações, os equipamentos e o mobiliário.• O arranjo físico.• As pessoas.• As estratégias de negócio.• O projeto <strong>do</strong>s processos, dentre outros.O planooperacionalbusca responder“quanto”,“como” e“quan<strong>do</strong>”produzir ouprestar o serviço;quem o fará;que alternativasexistem pararesponder àsvariações nademanda, alémdas decisões defazer oucomprar.Com este propósito, iremos discutir a respeito de cada um destes itens,buscan<strong>do</strong> explorar o que há de mais importante <strong>ao</strong> se planejar um negócio.295


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO que deve ser projeta<strong>do</strong> em um produto ouserviçoSlack (1997) nos diz que qualquer produto ou serviço produzi<strong>do</strong> deveráconsiderar três aspectos:•••Um conceito, que é o conjunto de benefícios espera<strong>do</strong>s peloconsumi<strong>do</strong>r;Um pacote de produtos e serviços “componentes” queproporcionam os benefícios defini<strong>do</strong>s no conceito;Um processo pelo qual um conjunto de operações produz opacote de produtos e serviços “componentes”.Quan<strong>do</strong> umcliente vai a umsupermerca<strong>do</strong>,ele não desejaapenas compraros produtos quenecessita. Mais<strong>do</strong> que isso, eleespera osbenefícios deum localagradável, cominformaçõesvisuais arespeito <strong>do</strong>sdiferentessetores deprodutos,funcionáriosagradáveis eagilidade noscaixas.O que significa o conceito <strong>do</strong> produtoOs clientes não procuram comprar apenas um produto ou serviço. Antesdisso, eles desejam comprar um conjunto de benefícios que possa atender àssuas necessidades e expectativas. Isso define o conceito. Assim, para projetarprodutos e serviços, você deverá ter claro o que o cliente quer comprar,compreenden<strong>do</strong> o conceito embuti<strong>do</strong> nessa intenção.O que representa um pacote de produtos ouserviçosDe posse destas informações é que você deverá ter bem claro que qualquercoisa que esteja sen<strong>do</strong> projetada, seja ela um produto ou um serviço, deveráenvolver o projeto paralelo de um conjunto de produtos e serviços componentes,ou seja, complementares. Este conjunto de produtos e serviços é denomina<strong>do</strong>pacote.Variações na parte principal <strong>do</strong> pacote e a adição ou subtração de serviçosde apoio é que permitem às organizações oferecerem diferentes pacotes,permitin<strong>do</strong> desenvolver conceitos de produto ou serviço diferentes. Por exemplo:296


Escala VIII - Plano OperacionalEm um supermerca<strong>do</strong>, poderia ser projeta<strong>do</strong> um processoque permitisse <strong>ao</strong> cliente abastecer-se completamentesozinho sen<strong>do</strong> que, nos caixas, um equipamento de leituraóptica leria cada um <strong>do</strong>s códigos de barra <strong>do</strong>s produtos,debitan<strong>do</strong> seu valor automaticamente de um cartão decrédito específico. Cada vez que o código de barras <strong>do</strong>produto é li<strong>do</strong>, neutraliza a informação remetida a um sensora respeito da passagem <strong>do</strong> produto pelo caixa, o queacionaria um alarme, possibilitan<strong>do</strong> segurança <strong>ao</strong> processo.O próprio cliente se encarregaria de embalar suas compras.Este pacote diferencia<strong>do</strong> da forma convencional de fazer compraspermitiria à organização trabalhar com preços mais baixos <strong>do</strong> que os pratica<strong>do</strong>spelos concorrentes. Dessa forma, idealizou-se um pacote de produtos e serviçosdiferente <strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s atualmente no merca<strong>do</strong>.O que representa o projeto <strong>do</strong> processoAo projetar os bens ou serviços que a sua empresa irá oferecer <strong>ao</strong>cliente, você deverá discutir paralelamente o processo de produçãocorrespondente. Não é conveniente projetá-los separadamente.Um projeto precisa considerar diversas etapas para que possa ser possívelespecificar totalmente um produto ou serviço.“O processo é aparte d<strong>ao</strong>peração quegera bens eserviços, reúneosem um pacotee os fornece <strong>ao</strong>cliente parasatisfazer oconceito” (Slack,1997, p. 148).Bem, então vou lhe mostrar o que constituemestas etapas!297


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoGeração <strong>do</strong>ConceitoTriagemProjetoPreliminarAvaliação eMelhoriaPrototipagem eProjeto FinalApresentar idéias oriundas de fontes internas e/ou externasà organização que precisam ser formalizadas, declaran<strong>do</strong> asua forma, função, objetivo e benefícios globais.Selecionar, dentre o fluxo de conceitos estabeleci<strong>do</strong>s,aqueles que melhor se adequarem às característicascomo viabilidade, aceitabilidade e “vulnerabilidade”.Formar uma primeira versão da especificação <strong>do</strong>sprodutos e serviços componentes <strong>do</strong> pacote e definiros processos para gerá-los.Verificar se o produto ou serviço pode ser melhora<strong>do</strong>antes que o produto ou serviço seja testa<strong>do</strong> nomerca<strong>do</strong>.Transformar o projeto melhora<strong>do</strong> em um protótipo(modelo) que possa ser testa<strong>do</strong>.Geração <strong>do</strong>ConceitoGeração <strong>do</strong>PacoteGeração <strong>do</strong>ProcessoMais uma vez, Slack (1997) nos ajuda quan<strong>do</strong> nos orienta que, to<strong>do</strong>projeto deverá ter como resulta<strong>do</strong> uma especificação detalhada de todas asoperações envolvidas na sua definição:•••Seu conceito global, por meio da especificação da forma,da função e <strong>do</strong> objetivo global <strong>do</strong> projeto e os benefíciosque trará <strong>ao</strong> cliente;Seu pacote, por meio da especificação de to<strong>do</strong> o conjuntode produtos e serviços individuais que são necessários àpreparação e apoio <strong>do</strong> conceito;O processo pelo qual o pacote será cria<strong>do</strong>, especifican<strong>do</strong>como os vários produtos e serviços devem ser produzi<strong>do</strong>sno pacote.298


Escala VIII - Plano OperacionalNa prática, a maioria das empresas dá ênfase a determina<strong>do</strong> tipo deoperação, mas na verdade oferece um pacote misto de produtos e serviços. Porisso, você deverá planejar cada operação envolvida no pacote.Descrição <strong>do</strong>s produtos ou serviçosAo descrever os seus produtos/serviços, deverá deixar clara suasvantagens e benefícios em relação <strong>ao</strong>s concorrentes, pois essas informações sãoimportantes para uma análise da viabilidade de seu projeto. Estabeleça os fatorescom que seu produto/serviço pretende se diferenciar.Uma descrição criteriosa reflete seu conhecimento e identifica qual oramo de atividade pretendida, além de demonstrar que você teve o cuida<strong>do</strong> de seinformar sobre to<strong>do</strong>s os aspectos considera<strong>do</strong>s relevantes para o cliente.LocalizaçãoA escolha <strong>do</strong> local adequa<strong>do</strong> para instalar o empreendimento podesignificar a diferença entre o sucesso e o fracasso. Isso acontece porque essadecisão envolve uma série de condições muitas vezes ignoradas pelo futuroempreende<strong>do</strong>r, <strong>ao</strong> priorizar as preferências pessoais. A definição <strong>do</strong> local adequa<strong>do</strong>à implantação <strong>do</strong> seu negócio depende de três aspectos básicos:Aspectos merca<strong>do</strong>lógicosEstes aspectos consideram locais em que haja:• Grande tráfego de pessoas.• Concentração de seu público-alvo.• Estacionamentos e facilidade para estacionar.• Fácil visibilidade.• Concentração de negócios similares.299


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAspectos técnico-operacionaisEstes aspectos incluem:••••Disponibilidade de mão-de-obra qualificada.Disponibilidade de matéria-prima a um custo viável.Disponibilidade de assistência técnica quan<strong>do</strong>necessário.Disponibilidade de água, energia elétrica e sistemasde telecomunicação nas condições desejáveis.Aspectos legaisConsidera os seguintes critérios:••Permissão pela Prefeitura para instalação <strong>do</strong> tipode empreendimento pretendi<strong>do</strong>.Permissão <strong>do</strong>s demais órgãos fiscaliza<strong>do</strong>res deacor<strong>do</strong> com o ramo de negócio de sua emrpesa,exemplos: Corpo de Bombeiros, Secretaria Estaduale Municipal de Meio Ambiente, Ibama, Secretariade Saúde, Ministério da Saúde, Ministério daAgricultura etc.Isso envolvedefinir oconjunto deatividades quese combinampara fazeralguma coisa,consideran<strong>do</strong>uma série defatores comoequipamentos,matéria-prima,insumos,trabalha<strong>do</strong>res,infra-estrutura eoutros.Processo de produçãoA definição de um processo produtivo deve descrever, segun<strong>do</strong> umalógica preestabelecida, o conjunto de atividades de transformação, identifican<strong>do</strong>toda agregação de valor envolvida na constituição <strong>do</strong> produto.No plano de negócio, a elucidação <strong>do</strong> processo operacional poderá serfacilitada com a elaboração de um fluxograma, por meio <strong>do</strong> qual se pode percebero encadeamento das diferentes operações que integram to<strong>do</strong> o processo.Então, você deverá descrever todas as operações que integram o processode produção, explican<strong>do</strong> objetivamente cada uma delas. Para que você percebacomo isso poderá ser feito, observe o exemplo a seguir em que é esclareci<strong>do</strong>, deforma genérica, o processo de produção de bonés.300


Escala VIII - Plano OperacionalO processo de produção de bonés tem início com o desenhoe corte <strong>do</strong> teci<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> encaminha<strong>do</strong> posteriormente paraa montagem, onde são coloca<strong>do</strong>s os acessórios (aba, botões,etiquetas). Depois de costura<strong>do</strong>s, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> modelo,são envia<strong>do</strong>s para a serigrafia ou setor de borda<strong>do</strong>s.Em empresas com ênfase emoperações de serviçoConforme já menciona<strong>do</strong> anteriormente, embora você esteja planejan<strong>do</strong>operações de serviço, é necessário que considere também uma série de fatoresque são importantes à operacionalização <strong>do</strong> negócio <strong>do</strong> ponto de vista global.Você deverá estar atento para a necessidade de contemplar os seguintes elementos:Instalações de apoioSão as instalações nas quais o serviço vai ser presta<strong>do</strong> e os equipamentosutiliza<strong>do</strong>s. Isso envolve definir, conforme a conveniência, as instalações, adecoração, o estacionamento, entre outros. As instalações de apoio são evidênciasfísicas a partir das quais os clientes avaliam o serviço; ainda que possam nãorepresentar a parte fundamental <strong>do</strong> serviço, seu aspecto costuma interferir naavaliação <strong>do</strong> cliente.Bens físicos facilita<strong>do</strong>resSão os itens físicos forneci<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> cliente para serem consumi<strong>do</strong>s ouutiliza<strong>do</strong>s no processo de prestação de serviço. Estes também chamam a atenção<strong>do</strong> cliente.Numa lanchonete fast food, por exemplo, estes bensse caracterizam por guardanapos, bandejas, canu<strong>do</strong>s,embalagens etc.Serviços explícitosFreqüentemente, são as principais razões para a prestação <strong>do</strong> serviço,embora em alguns casos o conceito seja questionável. São também denomina<strong>do</strong>sde benefícios sensoriais, por serem percebi<strong>do</strong>s pelos senti<strong>do</strong>s.301


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEm uma companhia aérea, constitui-se na pontualidade.Em um restaurante, é evidencia<strong>do</strong> pelo sabor. Em umcabeleireiro, é o corte, o pentea<strong>do</strong> e a tintura <strong>do</strong>s cabelos.Serviços implícitosSão os serviços normalmente considera<strong>do</strong>s como acessórios, emborapossam definir a escolha <strong>do</strong> cliente pelo serviço. Também são conheci<strong>do</strong>s comobenefícios psicológicos, muitas vezes não identifica<strong>do</strong>s prontamente pelo cliente.Numa companhia aérea, isso pode ser evidencia<strong>do</strong> comoa sensação de conforto, segurança, cortesia e outrosaspectos que possam causar benefícios psicológicos.Um escritório dearquitetura é umexemplo. Nestescasos, oprojetista <strong>do</strong>pacote temimportanteparticipação naformação d<strong>ao</strong>pinião <strong>do</strong>cliente e deveráestar treina<strong>do</strong>para enfrentar,da melhormaneirapossível, estassituações.Portanto, o projeto de um pacote de serviços deverá considerar to<strong>do</strong>sestes elementos, sob pena de se tornar mal-sucedi<strong>do</strong>. Isto porque o cliente, <strong>ao</strong>buscar definir a adequação <strong>do</strong> serviço, utiliza to<strong>do</strong>s eles como parâmetro.Alguns serviços envolvem alto grau de contato com o cliente, que pode,inclusive, participar no projeto <strong>do</strong> pacote de serviços.Veja na figura, a seguir, como ocorrea seqüência de serviços!302


Escala VIII - Plano Operacional1. Demanda <strong>do</strong> cliente/venda2. Recebimento <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>(verificação de crédito, <strong>do</strong>cumentaçãoNÃOServiçoimediato3. Posicionamento <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>(verificar se o livro de marcaçõespode acomodar as exigências)SIM4. Compromisso <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>NÃOMateriais esuprimentos5. Planejamento <strong>do</strong> estoque(planejar os itens necessários <strong>ao</strong> serviço)SIM6. Compra7. ServiçoFigura 1: A seqüência de serviços.Fonte: SLACK, N. et al. Administração da Produção. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1997.303


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoÉ convenienteque, <strong>ao</strong> optarpor umainstalação, vocêobserveelementos quegarantam obem-estar, boaaparência <strong>ao</strong>solhos <strong>do</strong>sclientes,eficiênciaprodutiva/operacional,dentre uma sériede outros fatoresimportantes.Deverá serobserva<strong>do</strong>,também, se aestrutura físicapossibilit<strong>ao</strong>perações decarga e descargade materiais eprodutosacaba<strong>do</strong>s.As instalaçõesMuitos negócios necessitam de estruturas físicas (salas, lojas, galpõesetc.) tão específicas que precisam ser construídas, poden<strong>do</strong> aumentar em muitoo valor <strong>do</strong> investimento a ser feito. Outros, por não envolverem muitos detalhes,podem ser monta<strong>do</strong>s inclusive em instalações alugadas. No entanto, você deverábuscar mais <strong>do</strong> que simplesmente ter onde se instalar.A aparência externa, mesmo não interferin<strong>do</strong> no resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalhode forma direta, é responsável por formar a imagem da empresa.Deverá ser observa<strong>do</strong>, também, se a estrutura físicapossibilita operações de carga e descarga de materiaise produtos acaba<strong>do</strong>s.A estrutura adequada para a instalação de um negócio não deveráconsiderar somente a parte externa. Também é muito importante a parte interna,pois está aí o coração da empresa. É importante que as instalaçõesproporcionem bem-estar a to<strong>do</strong>s que nela trabalham. Por isso, deverão serobservadas características <strong>do</strong> tipo: umidade, circulação de ar, luminosidade, espaço,revestimentos inferiores, superiores e laterais e muitas outras características quese tornam importantes conforme as peculiaridades de cada negócio.A avaliação da adequação da estrutura à instalação <strong>do</strong> negócio pretendi<strong>do</strong>deverá considerar uma série de fatores, inician<strong>do</strong>-se pela construção, observan<strong>do</strong>se ela oferece segurança e durabilidade. Deverá ser priorizada a utilização demateriais resistentes, de fácil limpeza, redução de ruí<strong>do</strong>s, resistência <strong>ao</strong> fogo etc.O espaço disponível deve ser suficiente para suportar futuras expansõesda produção. É sempre importante considerar a existência de espaço suficientepara as áreas de vendas, administração, depósitos de materiais, depósito deprodutos acaba<strong>do</strong>s, bem como outras possíveis áreas necessárias, compatíveiscom as atividades da empresa.Bem, agora discutiremos a questão <strong>do</strong>sequipamentos e <strong>do</strong> imobiliário!304


Escala VIII - Plano OperacionalOs equipamentos e o mobiliárioUm outro aspecto que você deve considerar é que: quan<strong>do</strong> se pretendeiniciar um novo negócio, paralelamente <strong>ao</strong>s investimentos em instalações, tornasenecessário especificar e avaliar os investimentos a serem feitos em equipamentose mobiliário. Estes constituem o principal investimento fixo - Ativo Permanente- da futura empresa.Caso o empreende<strong>do</strong>r não tenha completo <strong>do</strong>mínio sobre a atividade naqual pretende se lançar, <strong>ao</strong> especificar os equipamentos e mobiliário necessáriosà operacionalização <strong>do</strong> empreendimento, necessitará contar com o auxílio dealguém que entenda <strong>do</strong> negócio de forma particular, conhecen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> a seurespeito. Caso isso não aconteça, poderá ser investi<strong>do</strong> capital em equipamentos,móveis e acessórios não necessários ou incompatíveis com as necessidades, <strong>ao</strong>passo que outras necessidades podem ser esquecidas. Por isso, torna-seimprescindível relacionar tu<strong>do</strong> o que possa ser necessário para operar o negócio.Para facilitar a definição <strong>do</strong>s equipamentos, mobiliário eacessórios necessários, é recomendável que você monte umalista, relacionan<strong>do</strong> a quantidade de cada item e ascaracterísticas técnicas desejáveis a cada um deles.De posse desta listagem é que você deverá conhecer o que o merca<strong>do</strong>dispõe e os respectivos preços. A partir destas informações será mais fácil definirquais os equipamentos que mais se aproximam <strong>do</strong> perfil técnico deseja<strong>do</strong>,consideran<strong>do</strong> também o menor preço.Como proceder, por exemplo, para levantaros equipamentos necessários à montagem deuma padaria?Bem, veja este quadro onde são apresenta<strong>do</strong>s os equipamentos necessáriosà instalação de uma padaria:305


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEQUIPAMENTOVeja como podemos categorizá-los:Utensílios diversosCARACTERÍSTICAS• câmaras de cozimento com capacidade para 50 kg/h• energia: gás natural1 Forno • gera<strong>do</strong>r de vapor• boa distribuição interna de calor• fácil limpeza• dupla velocidade (V máxima ~380 rpm)1 Masseira • painel de controle com temporiza<strong>do</strong>r• capacidade p/ 50 kg/h1 Divisora de massa • elétrica• capacidade p/ 50 kg/h1 Modela<strong>do</strong>ra de massa • lonas bem ajustadas• capacidade p/ 50 kg/h1 Balança • mecânica• um prato1 Batedeira • 3 velocidades (60, 90 e 120 rpm)• capacidade p/ 50 kg/h3 Carrinhos com assadeiras • capacidade individual p/ 250 pães• resistente1 Câmara de fermentação • controle de umidade e temperatura programável• capacidade p/ 250 pães1 Moinho para farinha de rosca1 Fatia<strong>do</strong>ra de pães1 Freezer horizontal • capacidade p/ 320 litros1 Máquina de água • capacidade p/ 10 litros/h•••••••••2 mesas6 tabuleiros6 facas6 espátulas2 aparelhos p/ confeitar24 formas para pão de fatia60 formas para pão de hambúrguer10 vasilhas diversas8 uniformes completos (jaleco e protetorp/ cabelos)306


Escala VIII - Plano Operacional•••••••••••1 Balcão frigorífico 2 m1 Balcão expositor horizontal 3 m3 Prateleiras expositoras de 3,0 x 0,6 m cada1 Balcão expositor vertical1 Balança eletrônica com impressora1 Máquina p/ fatiar frios1 Máquina sela<strong>do</strong>ra1 Freezer p/ leite1 Caixa registra<strong>do</strong>ra1 móvel sob medida para instalação <strong>do</strong> caixa(1,5 x 1,5 m)1 cadeira c/ espuma injetadaComercializaçãoAdministrativo• 1 cadeira• 1 mesa de escritório (1,0 x 0,6 m )• 2 calcula<strong>do</strong>ras financeirasMatérias-primas e materiaisDepois de identificada cada etapa <strong>do</strong> processamento e os correspondentesequipamentos envolvi<strong>do</strong>s, torna-se necessário identificar toda a matéria-prima emateriais que ingressaram no processo para que, posteriormente, seja possívelcalcular os custos de produção. Insumos como energia elétrica, combustível eágua também deverão ser considera<strong>do</strong>s. Para o exemplo da padaria tem-se:A produção diária de 5.000 pãezinhos envolve a seguintequantidade de materiais:• farinha de trigo.................................... 100,0 kg• fermento.............................................. 1,0 kg• sal........................................................ 2,0 kg• açúcar ................................................. 0,5 kg• melhora<strong>do</strong>r de massa.......................... 1,0 kg307


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoLayoutLayout deprodução,portanto, é amaneira comovocê vaiorganizar adisposição <strong>do</strong>smóveis, <strong>do</strong>sequipamentos eda linha deprodução de suaempresa, demo<strong>do</strong> a facilitara seqüência(fluxo) detrabalho egarantirqualidade,produtividade,bomatendimento eobtenção delucro, evitan<strong>do</strong>desperdícios.Layout é uma palavra de origem inglesa, que pode ser traduzida comoesboço, desenho.Após ter defini<strong>do</strong> os equipamentos necessários <strong>ao</strong> seu negócio, énecessário que você organize o layout de produção de sua empresa.Inicialmente, você deverá distribuir os equipamentos de acor<strong>do</strong> com oespaço físico disponível.Prioritariamente, a disposição <strong>do</strong>s equipamentos deverá acontecerconforme a seqüência com que aparece cada operação. No caso de uma padaria,por exemplo, os equipamentos e móveis que deverão ser dispostos na área físicadisponível são os seguintes:•••Área de produção: masseiras, bancadas (balcões para manipulação),divisora, modela<strong>do</strong>ra, carrinhos com assadeiras, câmara defermentação, forno, bancada com pia, sela<strong>do</strong>ra e fatia<strong>do</strong>ra, fogão,batedeira etc.Setor de vendas: balcões expositores e balcões refrigera<strong>do</strong>s,prateleiras p/ merca<strong>do</strong>rias, gôn<strong>do</strong>las, freezer, caixa etc.Área administrativa: mesa, cadeira giratória, duas cadeiras simples.A partir da definição dessas informações, você poderá realizar oorçamento de:••Investimentos necessários para implementar o processo;Capital de giro necessário <strong>ao</strong> negócio, pois terá identifica<strong>do</strong> osinsumos básicos necessários. Você receberá mais informações aesse respeito na próxima escala.No caso <strong>do</strong>s serviços e <strong>do</strong>s processos operacionais de empresas queatuam no ramo varejista (comércio), utiliza-se o mesmo procedimento de descriçãodas etapas <strong>do</strong> processo pelo fluxograma, respeitan<strong>do</strong> naturalmente aspeculiaridades de cada tipo de negócio.308


Escala VIII - Plano OperacionalA rigor, os demais processos, liga<strong>do</strong>s à logística de entrada e saída,marketing, vendas e atendimento <strong>ao</strong>s clientes, bem como os processos de apoio,devem seguir o mesmo exemplo de aplicação <strong>do</strong> fluxograma.Um layout deverá encontrar uma solução que considere a obtenção <strong>do</strong>máximo benefício segun<strong>do</strong> o espaço disponível. Ele tanto pode buscar otimizarfluxos, como acontece nas linhas de produção industriais, quanto forçar a aumentálos,o que é desejável em estabelecimentos comerciais. Por isso, convém observaro que há de particular na elaboração de um layout conforme o tipo de negócio.Em estabelecimentos comerciais a principal função <strong>do</strong> layout é atrairos clientes <strong>ao</strong> interior da loja e depois guiá-los de uma direção à outra. É por issoque a disposição <strong>do</strong>s produtos em uma loja deverá observar a estas técnicas, como intuito de forçar os clientes a percorrerem a maior quantidade de espaçospossíveis, o que faz com que acabem adquirin<strong>do</strong> produtos para os quais nãotinham formaliza<strong>do</strong> a intenção de compra.Em estabelecimentos industriais a principal função <strong>do</strong> layout é aumentara produtividade, direcionan<strong>do</strong> o fluxo de matéria-prima e outros materiais <strong>ao</strong>longo <strong>do</strong> processo de produção. Toda unidade manufatureira deverá ter locaisdistintos para armazenagem de matéria-prima e componentes, produção eprodutos acaba<strong>do</strong>s.Em estabelecimentos que prestam serviços o layout ideal pode serdiferente, caso a empresa esteja mais direcionada para lidar com merca<strong>do</strong>rias(restaurantes, gráficas) ou para algum tipo de processamento (oficinas mecânicas,empresas de vigilância, eletricistas).Veja este exemplo de layout :Um layoutefetivo ajuda alevar o clienteonde ele deseja,fazen<strong>do</strong>-opassar porprodutossitua<strong>do</strong>sestrategicamentepara despertar odesejo decompra.Ele tem porobjetivoencontrar aforma maiseficiente para autilização deequipamentos epessoal, com omínimo demovimentaçãode materiais,evitan<strong>do</strong> aindaque o fluxoprodutivo secruze ou queem algunslugares seformemgargalos deprodução.309


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFigura 2:Layout deprodutoutiliza<strong>do</strong> nosetor deprodução deuma padaria.1234 5 5 56Depósito dematéria-prima8 97Legenda:1 Masseira2 Bancada com balança3 Divisora4 Modela<strong>do</strong>ra5 Carrinhos com assadeiras6 Câmara de fermentação7 Forno8 Bancada com pia9 Sela<strong>do</strong>ra, Fatia<strong>do</strong>raO PessoalÉ verdade que a maioria das pessoas, contratadaspara trabalhar em pequenas empresas, recebempoucas informações para iniciar seu trabalho?310


Escala VIII - Plano OperacionalSim, é verdade! Até mesmo o processo de seleção, na maioria das vezesinadequa<strong>do</strong>, não contempla conhecer as condições que apresenta o candidatopara atuar naquele posto de trabalho ou naquela função.Então, lembre-se: se você quer evitar aborrecimentos provoca<strong>do</strong>s pelaadmissão de um funcionário, que em nada parece se adequar às suas necessidades,antes de contratar alguém siga estes passos:1 Faça uma análise <strong>do</strong> cargo a ser preenchi<strong>do</strong>;2 elabore uma descrição <strong>do</strong> cargo;3 encontre a melhor fonte de recrutamento, consideran<strong>do</strong> o perfil <strong>do</strong>emprega<strong>do</strong> deseja<strong>do</strong>;4 utilize formulários para preenchimento de da<strong>do</strong>s considera<strong>do</strong>srelevantes <strong>ao</strong> cumprimento da função;5 realize entrevistas que possam aprofundar o conhecimento e revelaros candidatos que mais parecem se adequar <strong>ao</strong> perfil deseja<strong>do</strong>; e6 verifique todas as informações que possam verdadeiramentecomprovar a adequação <strong>do</strong>s candidatos <strong>ao</strong> cargo.Após a contratação, o novo funcionário precisará receber orientaçõessobre o cargo. Deverão ser esclareci<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os seus deveres e responsabilidades.Nesse perío<strong>do</strong>, a empresa ainda não deve esperar um alto desempenho da partedele. Freqüentemente, só depois de algum tempo de entrosamento o funcionárioestará apto a desenvolver plenamente suas atividades.É sempre importante que o novo funcionário receba treinamento antesde começar a desenvolver suas funções. É bem melhor investir parte <strong>do</strong> seutempo ensinan<strong>do</strong>-lhe logo no início a desempenhar as tarefas da maneira comovocê gosta <strong>do</strong> que largá-lo, deixan<strong>do</strong>-o fazer <strong>do</strong> jeito dele e se incomodar maistarde. Muitas vezes a inadequação <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> <strong>ao</strong> cargo advém <strong>do</strong> fato deninguém tê-lo esclareci<strong>do</strong> como as coisas deveriam ser feitas. Ele poderá atéachar que está fazen<strong>do</strong> o serviço da melhor forma, se não houver ninguém que ooriente a respeito da maneira como deverá fazê-lo.Veja que Kishel diz haver, no perío<strong>do</strong> de treinamento, quatro etapasimportantes:1Preparação: Os instrutores descobrem o que os emprega<strong>do</strong>s já sabemsobre o cargo.2Demonstração: Os instrutores mostram <strong>ao</strong>s emprega<strong>do</strong>s como exerceras tarefas relacionadas <strong>ao</strong> cargo.Neste perío<strong>do</strong>inicial, em que ofuncionáriocomeça a tomarcontato com oseu ambiente detrabalho,conhece aspessoas e iniciasuas primeirasatividades,estará emperío<strong>do</strong> deadaptação.KISHEL, P. G.Como iniciar,manter e dirigirum negócio. Riode Janeiro:Infobook, 1994.311


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo3Aplicação: O emprega<strong>do</strong> realiza o trabalho sozinho.4Inspeção: O trabalho recebe acompanhamento, sen<strong>do</strong> feitoscomentários e sugestões.Portanto, é sempre conveniente que to<strong>do</strong>s osfuncionários saibam desempenhar mais <strong>do</strong> quesimplesmente as tarefas relacionadas <strong>ao</strong> seu cargo,amplian<strong>do</strong> suas habilidades em diferentes áreas. Issotorna o trabalho menos rotineiro, além de a empresaganhar versatilidade. O trabalho em equipe éparticularmente uma boa forma de congregar aspessoas no desempenho de diferentes tarefas.Estratégias de NegócioVejamos, agora, sobre as estratégias de negócios.Ao planejar seu futuro negócio, leve em consideração que a concorrênciaestá no merca<strong>do</strong> há mais tempo e conquistou consumi<strong>do</strong>res pela qualidadeapresentada e pelos preços que oferece. Você precisa atrair a preferência desses ede novos clientes. Mas isso só será possível se você estabelecer diferenciaisvantajosos <strong>ao</strong>s produtos/serviços que colocará no merca<strong>do</strong>.Se você não sabe que estratégia irá utilizar, siga as orientações a seguir.Estratégias de negócio mais utilizadasDentre as diferentes formas de agir para atingir um objetivo destacam-se:•••A estratégia de inovação, em que os produtosdevem conter características inova<strong>do</strong>ras, pioneiras,condizentes com as expectativas <strong>do</strong> tipo de clientea ser atendi<strong>do</strong>;A estratégia de excelência operacional, em que alinha de produtos deve ser padronizada, ter preçosbaixos e estar disponível de acor<strong>do</strong> com aconveniência <strong>do</strong>s clientes;A estratégia da adequação <strong>ao</strong> cliente, quepressupõe a oferta de produtos, serviços eatendimento personaliza<strong>do</strong>s.312


Escala VIII - Plano OperacionalPor isso, antes de iniciar seu negócio é muito importante que você definaas estratégias a serem utilizadas. Para desenvolver uma estratégia para o seu produtoou serviço, siga as orientações abaixo, buscan<strong>do</strong> considerar aquelas que mais seadaptam <strong>ao</strong> seu projeto:1 Produto Superior: desenvolver um produto diferencia<strong>do</strong>, que dá <strong>ao</strong>sclientes vantagens e/ou valores importantes.2 Produto Orienta<strong>do</strong> para o Merca<strong>do</strong>: processo de desenvolvimento<strong>do</strong> produto/serviços volta<strong>do</strong> <strong>ao</strong> atendimento das necessidades e àsexpectativas <strong>do</strong>s clientes.3 Conceito de Produto Global: produto/serviço pensa<strong>do</strong> edesenvolvi<strong>do</strong> para competir num merca<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>.4 Análise Preliminar: verificar a real disponibilidade de recursosfinanceiros, tecnológicos e humanos para o desenvolvimento <strong>do</strong>produto/serviço.5 Definição Precisa <strong>do</strong> Conceito: definir adequadamente o alvo, apromessa, o conjunto de características <strong>do</strong> produto e o seuposicionamento no merca<strong>do</strong>.6 Plano de Lançamento Estrutura<strong>do</strong>: definir adequadamente umplano que contenha estratégias de preço, distribuição, comunicação eatendimento <strong>ao</strong>s clientes.7 Visão Interfuncional: um produto envolve diversos processos <strong>do</strong>negócio. Estabelecer um plano preven<strong>do</strong> a integração de to<strong>do</strong>s osprocessos que integram o negócio.8 Rapidez no Lançamento: uma rápida entrada no merca<strong>do</strong> representavantagem competitiva. Mas, cuida<strong>do</strong>, a rapidez não deverá dar-se emprejuízo da qualidade.Características que devem ser obedecidaspelos produtos e serviços de qualidade•Desempenho Funcional: um produto de qualidade deve cumprircorretamente as funções básicas, ou seja, um automóvel devetransportar, um computa<strong>do</strong>r processar informações, uma refeição devealimentar etc.313


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo•••••••Funções Complementares: o produto deve apresentar outrasvantagens para os clientes, além da função básica, tais como a marca,qualidade, dimensões, formato, embalagem, instalação, entrega, crédito,garantia, serviços pós-venda etc.Conformidade: respeito pelas normas e padrões que compõem onível de excelência anuncia<strong>do</strong>.Confiabilidade: ausência de defeitos dentro <strong>do</strong> horizonte de tempoespera<strong>do</strong> pelos clientes.Longevidade: o tempo de vida útil <strong>do</strong> produto que é espera<strong>do</strong> pelosclientes.Os serviços: o desenvolvimento, a rapidez e a eficácia <strong>do</strong>s serviços,antes, durante e após a venda.Estética: o design, cor, gosto e outras características <strong>do</strong> produto.Percepção da Qualidade: a imagem <strong>do</strong> produto percebida pelosclientes.Conjunto de atributos oucaracterísticas que compõem o produtoe que são percebidas pelo cliente314••••Produto genérico: é a vantagem essencial apresentada pelo produto,ou seja, o serviço de base ou valor funcional.Produto espera<strong>do</strong>: compõe-se por tu<strong>do</strong> aquilo que acompanha oproduto genérico, tais como: prazos de entrega, serviços, imagemetc.Produto aumenta<strong>do</strong>: é aquilo que é ofereci<strong>do</strong> a mais no produto/serviço e que constitui uma qualidade que o diferencia da concorrência.Produto potencial: compõe-se de tu<strong>do</strong> aquilo que tem a possibilidadede ser realizável para encantar o cliente.Bem... penso que você já deve ter percebi<strong>do</strong> que é necessário que vocêsaiba transformar todas as necessidades e expectativas manifestadas pelos seusfuturos clientes em atributos ou características <strong>do</strong> produto. A intenção deveráser sempre a de encantar o cliente.


Escala VIII - Plano OperacionalEntão lembre-se: Antes de decidir as características <strong>do</strong>s produtos,serviços e processos de sua empresa, procure saber o que desejamos clientes. São as necessidades deles que devem ser atendidas.Portanto, desenvolva sempre uma relação entre as necessidadesidentificadas pela análise de merca<strong>do</strong> e o que deve ser atribuí<strong>do</strong><strong>ao</strong>s produtos e processos desenvolvi<strong>do</strong>s.Estratégias de diferenciação<strong>do</strong>s produtos frente <strong>ao</strong>s concorrentesFreqüentemente o empreende<strong>do</strong>r sonha em descobrir um produto queserá capaz de agradar a to<strong>do</strong>s. No entanto, a experiência mostra que a identificaçãode uma oportunidade de diferenciação pode significar uma grande oportunidadede entrar no merca<strong>do</strong>.Fique atento: quem quer agradar a to<strong>do</strong>s, não agrada a ninguém!Assim, para que o seu produto/serviço tenha destaque perante osofereci<strong>do</strong>s pela concorrência, aqui estão algumas sugestões de estratégias dediferenciação que você poderá assumir:••••Inicie a diferenciação pelo produto/serviço que deverá ser o carrochefe<strong>do</strong> seu futuro negócio (seu produto principal ou de maioraceitação);Identifique, com base na pesquisa feita junto <strong>ao</strong>s clientes, ascaracterísticas mais importantes para os nichos de merca<strong>do</strong> (merca<strong>do</strong>sespecíficos) que você decidiu atender. Inicie pelo nicho mais promissor;Saiba quem são seus principais concorrentes e descreva em detalhescomo eles ofertam <strong>ao</strong>s clientes produtos e serviços com característicasdiferenciadas;Faça um benchmarking no merca<strong>do</strong> para coletar sugestões demelhorias que sejam de valor para os clientes, queiman<strong>do</strong> etapas noprocesso de criação. Lembre-se: não é necessário reinventar a roda,muita coisa boa já foi desenvolvida por outros e você também poderáusá-las;Benchmarkingé a arte dedescobrir comoe por quealgumasempresaspodemdesempenharmuito maistarefas <strong>do</strong> queoutras. Opropósito deuma empresafazerbenchmarkingé imitar oumelhorar asmelhorespráticas deoutrasempresas.315


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo••Selecione as melhores idéias e inicie o projeto <strong>do</strong> seu futuro produto/serviço. Leve em conta que este deverá ser superior <strong>ao</strong> ofereci<strong>do</strong> pelaconcorrência, a fim de garantir o diferencial competitivo e viabilizarsua entrada no merca<strong>do</strong>;Liste todas as informações que precisam ser incluídas no projeto <strong>do</strong>processo, garantin<strong>do</strong> que a produção/prestação de serviços ocorrade forma a satisfazer as necessidades <strong>do</strong>s clientes e gerar vantagemcompetitiva.Depois <strong>do</strong> que foi trata<strong>do</strong> aqui, já é possível esclarecer ainda mais operfil <strong>do</strong> produto ou o serviço que você pretende oferecer. Para isso, você deverádeixar claro:••••Suas funções/aplicações (para que serve);Suas características técnicas (material utiliza<strong>do</strong>, textura,normas que segue, cores, desenho etc.);Suas vantagens competitivas frente <strong>ao</strong>s concorrentes (maisbarato, melhor qualidade, maior rentabilidade etc.);Suas diferenciações frente <strong>ao</strong>s concorrentes (o que o seuproduto/serviço tem de diferente em relação <strong>ao</strong>s seusconcorrentes).Pense bem sobre o seu produto! Veja seele considera as questões apresentadasanteriormente.316


Escala VIII - Plano OperacionalO Projeto <strong>do</strong> ProcessoToda empresa é um processo de satisfação das necessidades e expectativas<strong>do</strong>s clientes, que se subdivide em vários subprocessos (processos menores). Paraque isso fique mais claro, entenda o que significa processo.Conceito de processoO processo é uma série de atividades pelas quais uma coisa transformaseem outra.Na prática, a maioria das empresas dá ênfase a determina<strong>do</strong> tipo deoperação, mas, na verdade, oferece um pacote misto de produtos e serviços.Portanto, cada projeto deverá pensar nos produtos produzi<strong>do</strong>s e nos serviçospresta<strong>do</strong>s pela empresa.Ao projetar os produtos e serviços que a sua empresa pretende oferecer<strong>ao</strong>s clientes, você deverá discutir paralelamente o processo de produçãocorrespondente. Portanto, não é recomendável que você separe a concepção <strong>do</strong>produto/serviço da correspondente forma de produzi-lo. Isso poderia fazê-loesquecer uma série de fatores importantíssimos à operacionalização <strong>do</strong> novonegócio.É o conjunto deoperações quedevem serorganizadas,possibilitan<strong>do</strong>produzir, daforma maiseficientepossível, osdiferentesprodutos eserviçosnecessários àsatisfação <strong>do</strong>sclientes.•••A primeira etapa <strong>do</strong> processo, a entrada, é onde se dá o ingressode diferentes fatores como: matérias-primas, merca<strong>do</strong>rias,informações, recursos financeiros, humanos e tecnológicos,dentre outros.A segunda etapa, o processamento, é onde se desenvolve umasérie de atividades que, juntas, resultam em produtos e/ouserviços que se destinam a atender o merca<strong>do</strong>. Essa etapa podeenvolver a produção, comercialização e prestação de serviços.A terceira e última etapa, a saída, representa a entrega <strong>do</strong>sprodutos e serviços <strong>ao</strong> merca<strong>do</strong>, conforme as expectativas <strong>do</strong>sclientes.Depois de você ter defini<strong>do</strong> o projeto <strong>do</strong> produto, é necessário definirtambém os principais processos que se combinam para formar o negócio. Essesprocessos principais, também chama<strong>do</strong>s de processos-chave, podem ser dividi<strong>do</strong>sem <strong>do</strong>is tipos: os que pertencem à cadeia básica de valor <strong>do</strong> cliente e os de apoio.317


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoRepresentam oconjunto <strong>do</strong>sprocessos paraa elaboração <strong>do</strong>produto ouprestação <strong>do</strong>serviço.Processos da cadeia básica de valorOs processos da cadeia básica de valor são aqueles que se organizamnum fluxo contínuo, desde as entradas até as saídas <strong>do</strong> processo, resultan<strong>do</strong> noproduto final a ser destina<strong>do</strong> <strong>ao</strong> merca<strong>do</strong>. São forma<strong>do</strong>s por:•••••Logística de entrada: compreende todas as atividades derecebimento, armazenagem, gestão e controle de estoques de matériasprimasna indústria e de merca<strong>do</strong>rias no comércio.Produção/Operação: atividades que pertencem <strong>ao</strong> processo defabricação <strong>do</strong>s produtos e/ou prestação de serviços e preparação paraa venda no comércio.Logística de Saída: distribuição <strong>do</strong>s produtos para os pontos devenda ou clientes, compreenden<strong>do</strong> o manuseio, armazenagem,processamento de pedi<strong>do</strong>s e expedição.Marketing e Vendas: atividades de marketing que envolvempropaganda, promoções e atendimento <strong>ao</strong>s clientes.Serviços: envolve atividades que acontecem antes, durante e após avenda, agregan<strong>do</strong> valor para os clientes.Normalmente, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quan<strong>do</strong>ouvem a palavra marketing é a propaganda. Para muitas pessoas, propaganda emarketing são sinônimos. Logo nos lembramos <strong>do</strong>s comerciais a que assistimosna televisão ou <strong>do</strong>s out<strong>do</strong>ors nas ruas.Mas não se engane, marketing é muitomais <strong>do</strong> que propaganda. Na verdade apropaganda é apenas uma parte <strong>do</strong>marketing.Você sabia que a palavra inglesa “market” significa“merca<strong>do</strong>”. Acrescentan<strong>do</strong>-se a terminação “ing” (emmovimento), resulta o conceito de marketing, ou seja,merca<strong>do</strong> em ação (em movimento).318


Escala VIII - Plano OperacionalPortanto, pode-se definir Marketing como sen<strong>do</strong> um conjunto de planose iniciativas, que envolvem uma série de “ferramentas”. Por isso, pode-se dizerque qualquer iniciativa sua que tenha como objetivo, de alguma forma, aumentara quantidade de clientes ou mesmo melhorar o relacionamento deles com suaempresa a fim de torná-los mais fiéis, trata-se de uma iniciativa de marketing, pormais que, <strong>ao</strong> longo da história, o conceito tenha se desvirtua<strong>do</strong>.Processos de apoioOs processos de apoio não são essenciais à produção <strong>do</strong>s produtos ouserviços, mas oferecem apoio às atividades da empresa como um to<strong>do</strong>.•••Infra-estrutura: compreende as atividades financeiras, administrativas,de contabilidade e planejamento.Recursos Humanos: recrutamento, seleção, remuneração,treinamento e desenvolvimento das pessoas que devem apoiar oempreende<strong>do</strong>r na operação <strong>do</strong> seu negócio.Suprimentos: atividades de busca, seleção e manutenção defornece<strong>do</strong>res, bem como aquisição e abastecimento.Para que este assunto fique mais claro, pense no processo <strong>do</strong> seu negócio:suas entradas, as operações de produção de produtos e serviços e as saídas. Imaginecada uma dessas etapas ocorren<strong>do</strong>. Pense em tu<strong>do</strong> que é preciso para operarcada uma delas.Posteriormente, planeje os processos de apoio, definin<strong>do</strong> a infraestruturanecessária, as pessoas envolvidas e os fatores necessários. Observeainda, que o planejamento <strong>do</strong>s processos deve considerar os fatores que são devalor para os clientes e estar de acor<strong>do</strong> com a definição da missão <strong>do</strong> negócio.Faça uma relação de to<strong>do</strong>s os processos básicos e de apoio necessáriosà viabilização <strong>do</strong> seu negócio. Inicie pelos processos básicos e depois considereos processos de apoio.Enfim, ten<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> os diferentes processos que constituem suaempresa, você constrói as suas bases.Entre elaspodem seencaixar aspropagandas,promoções,marketing direto- que possuemcomo maiorobjetivo aconquista e amanutenção declientes.319


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO FluxogramaÉ um méto<strong>do</strong>para descreverum processo,usan<strong>do</strong>símbolos, linhase palavras.No planejamento <strong>do</strong>s processos que compõem uma empresa, ofluxograma é uma ferramenta muito importante. Ele possibilita apresentargraficamente as atividades e a seqüência de um conjunto de etapas que secombinam forman<strong>do</strong> um processo.Só a descrição de algumas operações essenciais não é suficiente paraesclarecer um processo mais amplo. Por isso, <strong>ao</strong> elaborar um fluxograma, vocêdeve usar alguns símbolos padroniza<strong>do</strong>s.Os símbolos padroniza<strong>do</strong>s que compõem um fluxograma são:INÍCIOA elipse representa o início de um processo.OPERAÇÃOO quadra<strong>do</strong> representa os diversos passos queexistem numa rotina. A identificação da operação éregistrada no interior <strong>do</strong> símbolo.FLUXOS DOSDADOS EDOCUMENTOSDECISÃOA seta é usada para indicar o senti<strong>do</strong> e a seqüênciadas fases <strong>do</strong> processso. É utilizada também, paramovimentar de um símbolo a outro. Indica o senti<strong>do</strong><strong>do</strong> fluxo.O losango significa decisão a ser tomada e determin<strong>ao</strong> caminho a seguir entre os vários possíveis. Aidentificação das alternativas.FIMA elipse representa o fim de um processo.320


Escala VIII - Plano OperacionalProcesso de produçãoOs processos de produção são cria<strong>do</strong>s a partir da organização das etapasnecessárias à fabricação <strong>do</strong>s produtos, conforme determinam os projetos.Entretanto, muitas vezes as pessoas têm dificuldade de expressar o processo deprodução de forma escrita. Buscan<strong>do</strong> esclarecer melhor as diferentes etapas queo constituem, você poderá elaborar um fluxograma.Caso o projeto <strong>do</strong> processo de produção não seja bem elabora<strong>do</strong>, oempreende<strong>do</strong>r corre o risco de ter que enfrentar muitos problemas com aqualidade <strong>do</strong>s produtos produzi<strong>do</strong>s. Os clientes verão isso como erros, defeitos,falhas, não-conformidades, dentre outros. Sempre que esses problemasaparecerem, certamente resultarão em devoluções <strong>do</strong>s produtos, além da perdada credibilidade junto <strong>ao</strong>s clientes, perda de rentabilidade, desperdício e muitosoutros.Portanto, um projeto de produto bem elabora<strong>do</strong> é o primeiro passo par<strong>ao</strong> adequa<strong>do</strong> projeto <strong>do</strong> processo, que em última análise permitirá que os produtosestejam em conformidade com as necessidades e expectativas <strong>do</strong>s clientes.Por meio destatécnica, torna-semuito mais fácil,para umapessoa que nãoé <strong>do</strong> ramo,compreender asprincipaisoperações queintegram oprocesso deprodução dedetermina<strong>do</strong>bem ou serviço.Isso possibilit<strong>ao</strong>rganizarmelhor oprocesso deprodução dafutura empresa.Agora, convi<strong>do</strong> você a ver o exemplode fluxograma de um processo delimpeza!321


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoATIVIDADESRESPONSÁVEL1. Identificarexigências e restriçõesimpostas pelos clientes.Supervisor2. Sugerir ajustes emelhorias possíveisproblemas.Supervisor3. Obedecer àsrestrições e limites deexecução das atividadesdentro <strong>do</strong>s critériosdita<strong>do</strong>s pelos clientes.Auxiliar delimpeza4. Ajustar os horários eprocedimentos <strong>ao</strong>desejo <strong>do</strong>s clientes.Supervisor5. Executar a limpezaAuxiliar delimpeza6. Atender àsobservações eavaliações <strong>do</strong>s clientes.Checar eventuaispontos de melhoria.Supervisor322


Escala VIII - Plano OperacionalPode-se verificar que, além das etapas previstas, o fluxograma permitetambém:•••Definir os procedimentos a serem executa<strong>do</strong>s em cada etapa.Identificar os colabora<strong>do</strong>res que executarão cada procedimento.Definir as atividades de autocontrole necessárias para garantir aqualidade <strong>do</strong> produto.O fluxograma também permite que você relacione, para cada etapa <strong>do</strong>processo:•••••As máquinas, equipamentos e instrumentos necessários.Os móveis e utensílios a serem utiliza<strong>do</strong>s no processo.Os espaços físicos necessários para abrigar cada etapa <strong>do</strong> processo.As matérias-primas, materiais secundários e embalagens necessáriosem cada etapa.O arranjo físico <strong>do</strong> processo (layout).Diferenciação <strong>do</strong>s Processos <strong>do</strong>NegócioVocê conhece a importância de atender bemum cliente, afinal, na maior parte das vezes,você faz esse papel!Seguramente, 70% <strong>do</strong>s motivos pelos quais um cliente deixa de comprarde uma empresa não estão liga<strong>do</strong>s à insatisfação com o produto/serviçopropriamente dito.Na verdade, o que costuma deixar um cliente insatisfeito é a formacomo é atendi<strong>do</strong>.A informação, portanto, é preciosa para quem está queren<strong>do</strong> iniciar umpequeno negócio, pois oferece um caminho seguro para o estabelecimento deuma estratégia de diferenciação <strong>do</strong> atendimento, um ponto crítico em qualquernegócio.323


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoConhecer ospontos fortes <strong>do</strong>sconcorrentespermitirá quevocê obtenhainformaçõesimportantessobre comoobter sucessojunto <strong>ao</strong>sclientes. Issotambémpossibilita quevocê estabeleçauma estratégiapara superar aconcorrência.Um cliente pode sair satisfeito de uma empresa mesmo não ten<strong>do</strong>consegui<strong>do</strong> aquilo que procura. Se o atendimento for de qualidade, certamenteele voltará. Entretanto, caso tenha adquiri<strong>do</strong> o produto/serviço, mas não estejasatisfeito com o atendimento, é bem possível que mude de fornece<strong>do</strong>r.Por isso, conhecer profundamente o atendimento que os concorrentesestão oferecen<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s clientes permitirá que você identifique quais são os seuspontos fracos, estabelecen<strong>do</strong> um atendimento superior <strong>ao</strong> dele.Alguns empresários investem muitos recursos em propaganda paracolocar os clientes dentro <strong>do</strong> seu negócio e depois criam uma quantidade enormede barreiras, impedin<strong>do</strong> que os clientes comprem, tais como: não vendemos àcrédito, fechamos para o almoço, não aceitamos cartão de crédito ou não trocamosmerca<strong>do</strong>rias.Cabe a você definir um processo de atendimento que não crie barreirasà satisfação <strong>do</strong>s clientes. Caso contrário, estará ofertan<strong>do</strong> o mesmo padrão deserviços existentes no merca<strong>do</strong>, sem apresentar diferencial competitivo. O maisimportante no atendimento é preparar o pessoal responsável por ele. Não sãonecessários investimentos em nenhuma tecnologia de ponta. Com um processobem defini<strong>do</strong>, alia<strong>do</strong> a treinamento e envolvimento de pessoas que saibam tratarbem os clientes, você poderá oferecer-lhes aquilo que desejam.Mas você já pensou em como diferenciar o atendimento?Veja, antes de definir a forma como sua empresa irá atender seus clientesé conveniente que você observe os seguintes pontos:•••Pesquise a concorrência e colete idéias no merca<strong>do</strong>, sempre buscan<strong>do</strong>as melhores práticas;Projete seu processo de atendimento <strong>ao</strong> cliente asseguran<strong>do</strong> umtratamento diferencia<strong>do</strong>, descrito passo a passo no fluxograma; eAvalie seu futuro processo, para ver se as necessidades <strong>do</strong>s clientes <strong>do</strong>nicho de merca<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> estão garantidas e o “algo mais” está agrega<strong>do</strong>.E não é só isso...Inove na distribuição!O grande desafio nesse tipo de diferenciação é: “Como tornar seufuturo produto/serviço mais acessível <strong>ao</strong>s clientes?”324


Escala VIII - Plano OperacionalSeja criativo para tornar isso possível! As soluções são variadas. Se vocêquiser ser inova<strong>do</strong>r em sua distribuição, deverá procurar um meio mais rápi<strong>do</strong> emais conveniente para entregar seus produtos/serviços.Com essa idéia em mente, procure facilitar o acesso <strong>ao</strong> produto/serviço.Torne-o conveniente e faça-o rápi<strong>do</strong>. Abra os caminhos <strong>do</strong>s clientes em direção<strong>ao</strong> seu futuro negócio, em vez de esperar que eles venham até você.Se você pretende ter um negócio diferencia<strong>do</strong> quanto à distribuição,observe estas indicações: Diferencian<strong>do</strong> a distribuição:••••Identifique o que é de valor para os clientes. Pesquise a concorrênciae eleja as melhores práticas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>;Defina a melhor forma <strong>do</strong> seu produto/serviço tornar-se mais acessível<strong>ao</strong>s clientes. Cuide para que sua forma seja superior a <strong>do</strong>s concorrentes;Elabore um fluxo <strong>do</strong> processo de distribuição; eFaça uma avaliação para verificar se as necessidades <strong>do</strong>s clientes foramcontempladas no seu projeto. Corrija-o, se necessário.Algumasempresas estãoentregan<strong>do</strong>compras em<strong>do</strong>micílio, comentregas rápidasou via Correios.Outras aceitamcompras portelefone, fax eInternet.Algumas estãoabertas 24horas. Vendaspor reembolsopostal, atravésda televisão, sãooutro recursoutiliza<strong>do</strong>. Organize melhor sua comunicação de acor<strong>do</strong> com os nichosde merca<strong>do</strong>:Há três questões básicas que você precisa considerar para obter umaadequada comunicação com os seus clientes:•••O que eu preciso dizer?De que forma?Como atingir o público que compõe o meu nicho de merca<strong>do</strong>?A condição para resolvê-las é conhecer muitobem o cliente: faixa etária, renda, grau deinstrução, mo<strong>do</strong> de vida, aspirações, se lê jornal(qual?), assiste à televisão (qual canal?), sehouve rádio etc.325


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAnunciar nosveículos decomunicaçãotradicionais nemsempre écompatível comas possibilidadesda pequenaempresa. Porisso, você deveráestudar outrasalternativas:cartazes,panfletos, placas,mala-direta,eventos queenvolvam acomunidade, sitena Internet etc.É necessárioque você tenhasensibilidadepara perceber aimportância dedeterminarpreços de formadiferente,conforme sejamdiferentes osnichos demerca<strong>do</strong> quepretende atingir.326A comunicação com os nichos deve ser seletiva, precisa e objetiva. Masesse não é um problema meramente técnico. A comunicação precisa ser atraentee diferenciada para apresentar resulta<strong>do</strong>s.O desafio para o futuro empreende<strong>do</strong>r é planejar a comunicação adequadapara cada nicho de merca<strong>do</strong> que pretende atingir com seu produto/serviço, demaneira mais criativa e eficaz que os concorrentes. Diferencian<strong>do</strong> a comunicação:•••••Identifique os nichos de merca<strong>do</strong> que seu produto/serviço vaiatender;Observe as melhores práticas de comunicação da concorrência;Desenhe um esboço <strong>do</strong> projeto de comunicação conten<strong>do</strong>:– As características <strong>do</strong>s nichos de merca<strong>do</strong> a serem atendi<strong>do</strong>s;– O nível de importância que os clientes dão para cadacaracterística;Se for preciso, solicite a ajuda de um especialista para definir amensagem e os canais de comunicação mais adequa<strong>do</strong>s para os nichosde merca<strong>do</strong> que pretende atingir, além da freqüência com que acomunicação deverá acontecer;Faça uma avaliação para garantir que as necessidades <strong>do</strong>s clientessejam asseguradas pelo projeto. Atuan<strong>do</strong> na faixa de preços:A diferenciação por meio de uma estratégia de preços é a mais fácil deser imitada pela concorrência. Mesmo assim, ela pode ser eficaz para obter fatiasde merca<strong>do</strong> insatisfeitas e sensíveis a preços.Uma única política de preços significa que, em alguns casos, o preço seráalto demais, espantan<strong>do</strong> clientes potenciais.Por outro la<strong>do</strong>, preço baixo demais reduz o retorno <strong>do</strong> negócio,diminuin<strong>do</strong> o poder de competitividade, dificultan<strong>do</strong> investimentos em pesquisae desenvolvimento, treinamento de pessoal ou na oferta de serviços adicionais<strong>ao</strong>s clientes. Como diferenciar os preços:Antes de definir os preços que serão pratica<strong>do</strong>s por seu futuro negócioobserve os seguintes fatores:


Escala VIII - Plano Operacional• Identifique qual a importância que seus futuros clientes dão para opreço <strong>do</strong> produto/serviço que você pretende ofertar. Procure saberaté quanto o seu futuro cliente estará disposto a pagar a mais, por umproduto/serviço e atendimento diferencia<strong>do</strong>s;• Faça uma pesquisa junto <strong>ao</strong>s principais concorrentes para conheceros preços por ele pratica<strong>do</strong>s;• Defina uma política de preços para o seu produto, levan<strong>do</strong> em cont<strong>ao</strong> que é de valor para o cliente e o preço da concorrência. Assegureum diferencial competitivo; e• Acostume-se com o desafio de que seu novo negócio deverá ser detal forma produtivo, a fim de que o retorno <strong>do</strong> seu investimento venhada diferença entre os custos de ofertar um produto adequa<strong>do</strong> <strong>ao</strong>sclientes e o valor que seus futuros clientes estarão dispostos a pagarpor eles. Personalização:No futuro, as organizações terão que dar opções <strong>ao</strong>s clientes paraescolherem as características que gostariam de ter nos produtos/serviços a seremadquiri<strong>do</strong>s.Para tanto, opções podem ser oferecidas <strong>ao</strong>s clientes para que definamseu próprio produto/serviço. Por exemplo:Ofereça ternos com vários estilos e teci<strong>do</strong>s; casas onde o compra<strong>do</strong>rseleciona o estilo, tamanho e a disposição <strong>do</strong>s cômo<strong>do</strong>s; cosméticosde acor<strong>do</strong> com a cor da pele, tipo de cabelo e a cor <strong>do</strong>s olhos;sanduíches que o próprio cliente possa preparar como desejar etc. O negócio é personalizar:Você deve lembrar-se de cinco regras fundamentais para a diferenciação:• Diferente não é diferencia<strong>do</strong>: Ofereça uma diferença que agreguevalor <strong>ao</strong> produto/serviço para os clientes. Se os clientes não percebemesse valor, não vale a pena ser só diferente.• Supere o padrão de referência: Acompanhe o que os seusconcorrentes estão fazen<strong>do</strong>. Aprenda com os melhores, ouse sersuperior.327


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo• Conquiste seu nicho de merca<strong>do</strong>: Decida como diferenciar seusprodutos/serviços da concorrência, posicionan<strong>do</strong>-se de acor<strong>do</strong> comas necessidades <strong>do</strong>s nichos de merca<strong>do</strong>. Resista à tentação de acharque o merca<strong>do</strong> é um to<strong>do</strong> igual. Para ter sucesso é necessário agregarvalores específicos para um determina<strong>do</strong> grupo de clientes.• A imagem deve ser clara para os nichos de merca<strong>do</strong>: Se os clientesidentificam o seu produto/serviço como feito especialmente para eles,seu futuro negócio será um sucesso. Para tanto, comunique-lhes osbenefícios específicos que terão <strong>ao</strong> adquirir seu produto/serviço.• Atenção para as mudanças: É preciso que os futurosempreende<strong>do</strong>res conheçam profundamente seus nichos de merca<strong>do</strong>e as mudanças que neles ocorrem. Os clientes e concorrentes mudamseus hábitos o tempo to<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> importante que você estejapermanentemente atento às mudanças que ocorrem em seus nichosde merca<strong>do</strong>.Espero tê-lo ajuda<strong>do</strong> com meus conhecimentos.Agora me despeço e desejo que na próximaescala, com o consultor Luiz, você tenha um ótimoaproveitamento!Diário de Bor<strong>do</strong>Bem, caro leitor, estamos na reta final de nossa viagem <strong>ao</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>Empreende<strong>do</strong>rismo.Como fazemos sempre no final de cada escala, deixo para você o registro<strong>do</strong>s principais tópicos aqui aborda<strong>do</strong>s.328


Escala VIII - Plano OperacionalTÓPICOSPROJETO DOSPRODUTOS EPROCESSOSCONSIDERAÇÕESOs projetos <strong>do</strong>s produtos e processos devemser feitos de acor<strong>do</strong> com o que foi explicita<strong>do</strong>pelos clientes na análise de merca<strong>do</strong>.ESTRATÉGIAS QUE O NEGÓCIO PODERÁ ADOTAR:a) Estratégia de Inovaçãob) Estratégia de ExcelênciaOperacionalc) Estratégia de Adaptação<strong>ao</strong> ClientePassos a serem segui<strong>do</strong>spara definir os produtos eserviços da empresa:ProcessoConsiste na produção de produtos/serviçoscom características inova<strong>do</strong>ras ou pioneiras.Consiste no desenvolvimento de linhas deprodutos padronizadas resultan<strong>do</strong> em baixospreços.Consiste em oferecer produtos e serviçosespecialmente desenvolvi<strong>do</strong>s para atender <strong>ao</strong>sinteresses <strong>do</strong> cliente.Identificar os clientes a serem atendi<strong>do</strong>s.Listar as necessidades e expectativas <strong>do</strong>sclientes.Elaborar o projeto <strong>do</strong> produto/serviçoconsideran<strong>do</strong> as características levantadas.Elaborar o projeto <strong>do</strong> processo de produção eprestação de serviços.Um processo é constituí<strong>do</strong> por uma série deatividades que se organizam sistematicamentepara produzir, com eficiência, os diferentesprodutos e serviços para a satisfação <strong>do</strong>sclientes.Ao planejar um negócio o empreende<strong>do</strong>rdeverá estruturar cada um destes processos,buscan<strong>do</strong> conhecer to<strong>do</strong>s os fatoresnecessários à operacionalização da empresa.329


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoPROCESSOS DA CADEIA BÁSICA DE VALORSão os processos que se organizam num fluxo contínuo, desde as entradas demateriais e insumos até a saída de produtos acaba<strong>do</strong>s. Os processos liga<strong>do</strong>s àcadeia básica de valor incluem as seguintes etapas:a) Logística de entrada Atividades de recebimento, armazenagem, gestãoe controle de estoques de matérias-primas ou merca<strong>do</strong>rias.b) Produção/operação Atividades relacionadas <strong>ao</strong> processo de fabricação <strong>do</strong>sprodutos/prestação de serviços e preparação para vendano comércio.c) Logística de saída Atividades relacionadas à distribuição <strong>do</strong>s produtospara o merca<strong>do</strong>, compreenden<strong>do</strong> o manuseio,armazenagem, transporte, processamento de pedi<strong>do</strong>se expedição.d) Marketing de venda Atividades que envolvem propaganda, promoções,distribuição e atendimento <strong>ao</strong>s clientes.d) Serviços Envolvem todas as atividades que acontecem antes,durante e após a venda, agregan<strong>do</strong> valor par<strong>ao</strong> cliente.PROCESSOS DE APOIOOferecem apoio às atividades da empresa como um to<strong>do</strong>:a) Infra-estrutura Compreende as atividades financeiras, administrativas,de contabilidade e planejamento.b) Recursos humanos Compreende as atividades de recrutamento, seleção,remuneração, treinamento e desenvolvimentodas pessoas que apóiam o empreende<strong>do</strong>r.c) Suprimentos Compreende as atividades de busca, seleção e manutençãode fornece<strong>do</strong>res, bem como aquisição eabastecimento de suprimentos.330


Escala VIII - Plano OperacionalFLUXOGRAMAO que é?As diferentes etapasAtividades correspondentesCapital necessárioO fluxograma é uma ferramenta que auxiliaa planejar os processos da empresa.Ele utiliza símbolos, linhas e palavraspara apresentar graficamente um conjuntode atividades que se organizamsequencialmente forman<strong>do</strong> um processo.Ao desenvolver o fluxograma de um processode produção, deverão ser apresentadasas diferentes etapas que integramesse processo, na ordem em que estas aparecem.Posteriormente, para cada etapa, deverãoser definidas as atividades correspondentes,os responsáveis, assim como o conjuntode equipamentos, móveis, matérias-primas,materiais secundários, insumose qualquer outro fator envolvi<strong>do</strong>.A partir dessa descrição torna-se mais fácilorçar os investimentos e capital de gironecessários.331


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoATRIBUTOS PERCEBIDOS PELOS CLIENTESa) Produto genérico Vantagem principal <strong>do</strong> produto.b) Produto espera<strong>do</strong> Benefícios que acompanham o produto genérico.c) Produto aumenta<strong>do</strong> Benefícios que são ofereci<strong>do</strong>s a mais no produto/serviço.c) Produto potencial Benefícios que têm a possibilidade de ser realizáveispara encantar o cliente.Estratégias dediferenciaçãoEstratégias paradiferenciação <strong>do</strong>seu negócioÉ importante que você diferencie os seus produtos,atribuin<strong>do</strong>-lhes características que não estejampresentes nos produtos e serviços ofereci<strong>do</strong>s pelosconcorrentes e que sejam de valor para os clientes.Ao implantar estratégias de diferenciação você deveter cuida<strong>do</strong>, afinal, diferente não é diferencia<strong>do</strong>. Paraque seja considerada uma diferenciação a estratégiaprecisará agregar algum valor para o cliente.a) Diferenciação no A satisfação no atendimento é conseguida com oatendimentoestabelecimento de ações que garantam a satisfação<strong>do</strong> cliente;b) Diferenciação Busca encontrar formas criativas e eficientes dena distribuiçãodistribuir os produtos;c) Diferenciação Consiste em encontrar a forma correta dena comunicaçãocomunicação com o cliente. Envolve o seguintequestionamento:Que eu preciso dizer?De que forma é mais conveniente dizer?Como atingir o meu público-alvo?d) Estratégia de preço É necessário determinar preços de diferentes formas,conforme sejam diferentes os nichos de merca<strong>do</strong>que se pretenda atingir.e) Estratégia de Consiste na adaptação <strong>do</strong> produto às necessidades epersonalizaçãodesejos de cada cliente em particular.332


Escala VIII - Plano OperacionalAtividades de <strong>Viagem</strong>Convi<strong>do</strong> você, também, a refletir um pouco sobre aquilo que viu com oconsultor Álvaro:1 Quais os três aspectos que devem ser considera<strong>do</strong>s no projeto deum produto ou serviço?2 Que fatores são importantes considerar na definição <strong>do</strong> localadequa<strong>do</strong> para instalar uma empresa?3 O que deve ser considera<strong>do</strong> na definição de um processo deprodução?4 Por que é importante definir os equipamentos e mobiliário quecomporão o negócio?5 Que fatores você apontaria como os mais importantes à elaboração<strong>do</strong> layout de uma pizzaria?6 Quais as estratégias de negócio mais utilizadas?7 Quais as características que devem ser obedecidas por produtos eserviços de qualidade?8 O que é um fluxograma e qual a sua importância em um planoempresarial?9 O que o empreende<strong>do</strong>r precisa fazer para diferenciar os processos<strong>do</strong> seu negócio?10 Quais os atributos percebi<strong>do</strong>s pelos clientes, que devem serconsidera<strong>do</strong>s nos projetos de produtos, serviços e processos?Futuros RoteirosGuia da Ernst & Young para desenvolver o seu plano de negócios. Rio de Janeiro:Record, 1996.PEREIRA, H. J. Crian<strong>do</strong> seu próprio negócio: como desenvolver o potencialempreende<strong>do</strong>r. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.333


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoComandantes de Bor<strong>do</strong>ABRAMS, R. M. Business Plan: segre<strong>do</strong>s e estratégias para o sucesso. São Paulo:Érica, 1994.BACK, N. Meto<strong>do</strong>logia de Projetos industriais. Rio de Janeiro: Ed GuanabaraDois, 1983.GERBER, M. E. O mito <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r revisita<strong>do</strong>. São Paulo: Saraiva, 1996.GIANESI, I. G. N. e CORRÊA, H. L. Administração estratégica de serviços:operações para a satisfação <strong>do</strong> cliente. São Paulo: Atlas, 1996.Guia da Ernst & Young para desenvolver o seu plano de negócios. Rio de Janeiro:Record, 1996.KISHEL, P. G. Como iniciar, manter e dirigir um negócio. Rio de Janeiro.Infobook, 1994.PEREIRA, H. J. Crian<strong>do</strong> seu próprio negócio: como desenvolver o potencialempreende<strong>do</strong>r. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.RIFKIN, J. O fim <strong>do</strong>s empregos. São Paulo: Makron Books, 1995.RUSSOMANO, V. H. Planejamento e acompanhamento da produção. São Paulo:Pioneira, 1986.SCHONBERGER, R. J. Serviço sincroniza<strong>do</strong>: volta<strong>do</strong> a empresas de serviço.São Paulo: Pioneira, 1997.SLACK, Nigel. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.334


ESCALA IXParada para Consultoria deFinançasAspectos Financeiros335


Escala IX - Aspectos FinanceirosOrientação de <strong>Viagem</strong>Chegamos à última escala de nossa viagem. Que bom que você nãodesistiu pelo caminho! Isso já mostra um perfil empreende<strong>do</strong>r.Bem, de acor<strong>do</strong> com o que você tem aí no seu roteiro de viagem,estaremos nesta escala discutin<strong>do</strong> Aspectos Financeiros com o Sr. Luiz Otávio,que é o melhor consultor na área financeira. Foi o homem que orientou as finançasde Empreendenópolis.Então, enquanto aguardamos o Sr. Luiz, vou lhe fazer uma breveintrodução sobre esta temática.Várias são as causas apontadas como responsáveis pelo fracasso de umaempresa. Dentre elas destacamos o desentendimento entre os sócios, o maldimensionamento <strong>do</strong> capital de giro, de capital inicial exigi<strong>do</strong> para a atividade, emuitas outras ligadas não só a questões financeiras, operacionais e de merca<strong>do</strong>,mas também a aspectos comportamentais <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r.Grande parte das pequenas empresas não utiliza ferramentas básicas deadministração. Logo, muitas delas desaparecem <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> prematuramente. Ola<strong>do</strong> gerencial <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>r deve possibilitar a utilização <strong>do</strong>s instrumentosindispensáveis para a administração presente e futura da organização. Não estoume referin<strong>do</strong> a sofisticações incabíveis para uma pequena empresa, mas a algumasferramentas elementares para uma certa longevidade. Portanto, nesta escala vocêverá alguns aspectos financeiros imprescindíveis para o planejamento de aberturae gerenciamento de um negócio.Determinação <strong>do</strong> InvestimentoInicialOlá, sou Luiz Otávio e desejo que vocêsinta-se à vontade em nossa cidade deEmpreendenópolis, bem como emminha empresa de consultoria. Então,vamos iniciar?337


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVeja, é muito importante iniciar sua análise financeira determinan<strong>do</strong> ototal <strong>do</strong> investimento necessário para montar o seu negócio.Os investimentos iniciais englobam to<strong>do</strong>s os itens necessários para aabertura <strong>do</strong> negócio. Para que você conheça o capital necessário à formação <strong>do</strong>empreendimento deve relacionar to<strong>do</strong>s os investimentos.Antes de iniciar as operações, você precisará estimar o mais realisticamentepossível a quantia de capital exigida para iniciar e manter sua empresa durante osprimeiros meses de atividade. Consideran<strong>do</strong> que leva algum tempo para que asentradas sejam maiores ou iguais às saídas, é essencial que haja um quadrofinanceiro em sua estimativa. Esse quadro pode significar a diferença entre osucesso e o fracasso, permitin<strong>do</strong> estimar as obrigações com salários e pagamentode fornece<strong>do</strong>res, e manter-se operan<strong>do</strong> até que a empresa comece a gerar recursos.Os investimentos iniciais são forma<strong>do</strong>s por: Investimentos físicos:•Móveis•Utensílios•Imóvel•Veículos•Máquinas e equipamentos•Terrenos Capital de giro:•Estoque inicial de matéria-prima (indústria) ou de merca<strong>do</strong>rias (comércio)•Mão-de-obra•Despesas Fixas Outros gastos:•Despesas com propaganda inicial•Despesas com registro•Outros338


Escala IX - Aspectos Financeiros1. INVESTIMENTO FÍSICO Valor (R$)1.1 Móveis e utensílios1.2 Imóveis1.3 Veículos1.4 etc2. SUBTOTAL 13. CAPITAL DE GIRO3.1 Estoque inicial3.2 Mão-de-obra3.3 Despesas Fixas4. SUBTOTAL 25. OUTROS GASTOS5.1 Despesas com propaganda e registros5.2 Outros gastos eventuais6. SUBTOTAL 37. TOTAL (2+4+6)Bem, vou dar mais detalhes de como os investimentos físicos einvestimentos financeiros são forma<strong>do</strong>s, para que você entenda melhor.Investimentos físicosSão aqueles destina<strong>do</strong>s à compra de bens físicos como máquinas,equipamentos, instalações, veículos, móveis e utensílios, equipamentos deinformática e obras civis. Eles destinam-se à aquisição de ativos para o negócio.Os investimentos físicos não são consumi<strong>do</strong>s no processo operacionalnormal da empresa, como acontece com os estoques de matéria-prima, porexemplo.Por isso, podemos dizer que os investimentos físicos são to<strong>do</strong>s os bensque a sua empresa deverá possuir para poder produzir os produtos e serviços.Na verdade,eles constituemo patrimônio<strong>do</strong> negócio(seu “ativoimobiliza<strong>do</strong>”,para utilizarterminologiacontábil).339


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoO capital degiro, como opróprio nomediz, é o conjuntode recursosnecessários parasuportar <strong>ao</strong>peração <strong>do</strong>negócio duranteum curtointervalo detempo(normalmenteentre 30 e 90dias),independente<strong>do</strong> seu volumede receitas.Portanto, é ocapital que faz onegócio “girar.”Representam,com certeza,uma dasprincipaisinformaçõesoperacionais,gerenciais eadministrativasda empresa. Ocusto é que irádefinir sedeterminadavenda propici<strong>ao</strong>u não ganhopara a empresa.Ou seja, sedeterminadavenda geraretornofinanceiro.Investimento financeiroOs investimentos financeiros são aqueles destina<strong>do</strong>s à formação de capitalde giro para o negócio. O capital de giro é o montante de recursos em dinheironecessário <strong>ao</strong> funcionamento normal da empresa: compra de matéria-prima oumerca<strong>do</strong>rias, financiamento de vendas, pagamento de salários e demais despesasfixas.É muito importante que, no momento de calcular ocapital de giro de seu negócio, você não esqueça desuas finanças pessoais, pois não é só a sua empresaque precisará sobreviver.Além disso, o capital de giro deverá prever despesas diversas que possamocorrer, tais como propaganda, divulgação, registro, e outras despesas nãoprevistas.Para calcular suas necessidades de capital de giro, é necessário que vocêliste to<strong>do</strong>s os possíveis gastos para o funcionamento normal da empresa duranteo perío<strong>do</strong> de tempo que você escolher. Por esse motivo, o capital de giro, ouinvestimento financeiro, é o último cálculo a ser efetua<strong>do</strong>, para que você concluatodas as etapas operacionais <strong>do</strong> empreendimento e possa saber com propriedadeo que é necessário para fazê-lo funcionar.Assim, como o investimento inicial é a soma <strong>do</strong>s investimentos físicoscom os investimentos financeiros, já é possível calcular o investimento inicial desua empresa.Classificação <strong>do</strong>s CustosÉ importante você saber que o <strong>do</strong>mínio da estrutura de custos possibilitaque você fixe os preços no nível adequa<strong>do</strong> para enfrentar a concorrência e paraestimular o cliente a comprar o produto, merca<strong>do</strong>ria ou serviço ofereci<strong>do</strong>.Existem basicamente duas classificações de custos:• os fixos e;• os variáveis.340


Escala IX - Aspectos FinanceirosCustos fixosComeçaremos apresentan<strong>do</strong> os custos fixos, por <strong>do</strong>is motivos:• São mais simples de reunir, determinar e visualizar.• São mais simples de mensurar.Para identificar esse tipo de custos no seu negócio, você deverá seperguntar o que ocorreria se tivesse um volume de vendas cinco vezes maior queo volume projeta<strong>do</strong>, ou cinco vezes menor. Custos fixos tendem a se manterconstantes, não importa a variação sofrida pelas receitas da empresa.Para que você compreenda melhor os custos fixos, observe o exemplo:Os custos fixossão aquelescuja variaçãonão é afetadapelo volumetotal deprodução ou devendas daempresa. Issosignifica que,não importa sea empresa estávenden<strong>do</strong>pouco oumuito, elespermanecem osmesmos.Se realizar cinco serviços de consultoria por mês, umaempresa irá pagar R$ 4.000,00 por mês de aluguel;caso ela preste três vezes mais consultorias, o valor <strong>do</strong>aluguel será o mesmo, portanto, o aluguel é um custofixo.Os custos fixos independem das vendas, ou seja, eles não variam conformevaria a venda de bens ou serviços.Bem, entendi<strong>do</strong> o que representa um custo fixo, veja como se calculaalgumas rubricas que o compõem.DepreciaçãoDentro <strong>do</strong>s custos fixos da empresa, existe uma parcela de custos que édestinada à proteção <strong>do</strong> investimento realiza<strong>do</strong>. Por exemplo:Você investe R$ 45.000,00 em máquinas,equipamentos e utensílios para a montagem de suaempresa. À medida que o tempo passa, esseinvestimento vai perden<strong>do</strong> gradativamente o seu valor.Isso acontece por <strong>do</strong>is motivos:341


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoUm computa<strong>do</strong>r,por exemplo,depois de algunsanos de usotorna-seultrapassa<strong>do</strong>,obsoleto. Porisso, ele passa avaler muitopouco, sen<strong>do</strong>necessárioinvestir maisdinheiro paracomprar outromais moderno.•Envelhecimento <strong>do</strong>s bens, também chama<strong>do</strong> obsolescência; e•a própria utilização <strong>do</strong>s bens no processo produtivo da empresa, queos desgasta e diminui sua vida útil.O processo de obsolescência (envelhecimento) faz com que os R$45.000,00 investi<strong>do</strong>s inicialmente no negócio percam seu valor gradativamente,ou, em linguagem contábil, depreciem-se.Para assegurar que o montante por você investi<strong>do</strong> irá manter-se o mesmo,é necessário criar um fun<strong>do</strong> de depreciação. O fun<strong>do</strong> de depreciação é um fun<strong>do</strong>cujos depósitos mensais equivalem <strong>ao</strong> montante <strong>do</strong> investimento que foi perdi<strong>do</strong>devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> envelhecimento <strong>do</strong>s bens e diminuição de sua vida útil.Suponha que dentro <strong>do</strong> investimento inicial de um escritório,os móveis tenham custa<strong>do</strong> R$ 10.000,00 e possuam umavida útil de 5 anos. O valor total <strong>do</strong>s bens dividi<strong>do</strong> pelo tempoútil resulta no valor de depreciação anual (R$ 2.000,00/ano).Nesse caso, é necessário que o empreende<strong>do</strong>r guarde R$2.000,00 por ano para assegurar recursos suficientes paraadquirir outros móveis <strong>ao</strong> final <strong>do</strong>s 5 anos, quan<strong>do</strong> estes jáestiverem em mal esta<strong>do</strong>. Dividin<strong>do</strong> esse valor (R$ 2.000,00)por 12 (meses), descobrimos quanto deve guardarmensalmente. Nesse caso, será preciso guardar R$ 166,67mensais para que, <strong>ao</strong> final <strong>do</strong>s 5 anos de trabalho os móveispossam ser troca<strong>do</strong>s por novos.Isso evitará a necessidade de completar o valor com um investimentoadicional, que saia <strong>do</strong> seu bolso. Esse mesmo raciocínio deve ser efetua<strong>do</strong> parato<strong>do</strong>s os bens da empresa. O fun<strong>do</strong> de depreciação irá proteger a empresa contraa perda de valor <strong>do</strong>s bens adquiri<strong>do</strong>s.342ManutençãoOutra parcela <strong>do</strong>s custos fixos é formada pela manutenção. Ela énecessária para recuperar o desgaste natural das máquinas devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> uso. Comcerteza, os fabricantes de equipamentos prevêem a necessidade de revisões anuais,e essas revisões têm um custo que não se encontra no valor pago pelo equipamentona data de sua aquisição. Para custeá-las é necessário criar um fun<strong>do</strong> demanutenção.


Escala IX - Aspectos FinanceirosO fun<strong>do</strong> de manutenção funciona de forma muitosemelhante <strong>ao</strong> de depreciação:Calcula-se quanto de manutenção preventiva (revisões,troca de óleo etc.) deverão ser gastos <strong>ao</strong> longo da vida útil<strong>do</strong> equipamento (10 anos, por exemplo), dividin<strong>do</strong>-se essetotal pelo número de meses previsto para a vida útil. Oresulta<strong>do</strong> deve ser guarda<strong>do</strong> mensalmente para o custeiodessa despesa.SegurosFinalmente, existe ainda o risco de que algum tipo de acidente (incêndio,queda de um raio, ou ainda um roubo) cause a perda <strong>do</strong>s equipamentos. Para quevocê não corra o risco de perder to<strong>do</strong> o investimento inicial realiza<strong>do</strong>, é necessárioguardar recursos para o pagamento <strong>do</strong> seguro anual <strong>do</strong>s bens.Já compreendi! Funciona da mesmaforma: divide-se o total de gastosanuais com seguros por 12, parater uma idéia aproximada <strong>do</strong> gastomensal.Isso mesmo! E esse valor deverá ser separa<strong>do</strong> mensalmente, para opagamento <strong>do</strong>s seguros quan<strong>do</strong> precisar ser feita sua renovação.Enfim, podemos dizer que os custos de manutenção, depreciação e segurosão os chama<strong>do</strong>s custos de proteção <strong>do</strong> investimento. São to<strong>do</strong>s fixos e têmuma particularidade que os diferencia <strong>do</strong>s demais: são chama<strong>do</strong>s de “custos nãocaixa”,pois não implicam no pagamento de obrigações mensais, mas apenas noprovisionamento desses recursos em uma conta bancária remunerada.Veja o quadro a seguir, onde sugerimos alíquotas que lhe auxiliarão noscálculos de custos envolven<strong>do</strong> depreciação, manutenção e seguros (padrõesinternacionalmente aceitos para a elaboração de projetos).343


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAlíquotasSugeridas par<strong>ao</strong> Cálculo <strong>do</strong>sCustos deProteção <strong>do</strong>Investimento.Item Depreciação Manutenção SeguroObras civis 3,5% 1,5% 1,0%Instalações 5,0% 3,0% 2,5%Móveis eutensíliosMáquinas eequipamentosEquipamentosde Informática10,0% 3,0% 2,5%15,0% 4,5% 3,5%25,0% 5,0% 3,0%Veículos 15,0% 5,0% 4,0%Ten<strong>do</strong> calcula<strong>do</strong> os chama<strong>do</strong>s custos de proteção <strong>do</strong> investimento, estána hora de acrescentar to<strong>do</strong>s os outros custos fixos às suas memórias de cálculo.Quanto mais orestaurantevende, maisauxiliares serãocontrata<strong>do</strong>s,tornan<strong>do</strong> esteum custovariável.É importante chamar atenção para as rubricas: Pessoal eEncargos Sociais. São considera<strong>do</strong>s custos fixos de pessoalos salários da equipe de funcionários que exerce funçõesadministrativas, ou seja, não estão liga<strong>do</strong>s à áre<strong>ao</strong>peracional.Quan<strong>do</strong> há variações significativas no volume de vendas, o pessoaladministrativo não varia tão diretamente quanto os que trabalham na produção/prestação de serviços, por isso são considera<strong>do</strong>s custos fixos.Se o aumento das vendas implica aumento de produção, fazen<strong>do</strong> comque seja preciso contratar mais pessoas para trabalhar (como os auxiliares decozinha, em um restaurante, por exemplo), então, este é considera<strong>do</strong> um custovariável, mesmo que o salário dessas pessoas seja fixo.Os encargos merecem atenção à parte. O percentual de encargos sociaissobre a folha de pagamento varia bastante de negócio para negócio. Para ter umanoção precisa de como eles devem ser inseri<strong>do</strong>s na sua empresa, consulte umconta<strong>do</strong>r a respeito e utilize os percentuais que ele sugerir nos seus cálculos.Relembran<strong>do</strong>, pode-se dizer que os custos fixos são aqueles cuja variaçãonão é afetada pelo volume de vendas da empresa. Isso significa que,344


Escala IX - Aspectos Financeirosnão importa se a empresa estará venden<strong>do</strong> pouco ou muito, eles permanecerãoos mesmos.Custos variáveisAgora vamos trabalhar sobre oscustos variáveis – os maisimportantes e os de maiorparticipação em um negócio sadio.Como os custos variáveis variam com a venda de produtos/serviços e,por conseqüência, com as receitas, você deverá utilizar como padrão de referênciaa produção total estimada.Os custos variáveis costumam ser representa<strong>do</strong>s pelos seguintes itens:•mão-de-obra direta (que está diretamente envolvida com a produção);•serviços contrata<strong>do</strong>s temporariamente;•matéria-prima;•embalagens;•demais gastos que ocorrem mensalmente e cuja variação está ligadacom o volume de vendas e não com o tempo.O primeiro passo é trabalhar sobre a mão-de-obra. Tenha em mente,entretanto, que a mão-de-obra variável cresce com o aumento das vendas. Sevocê imagina que a empresa vai iniciar suas atividades com um montante devendas inferior <strong>ao</strong> que venderia se estivesse a pleno vapor (o que é absolutamentenormal), provavelmente seus custos variáveis refletirão isso.Nesse caso, lembre-se da necessidade de aumentoda sua folha de pagamento à medida que aempresa cresça, e preveja esses custos na suaplanilha de mão-de-obra.345


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoEsse sistema évantajoso paraas empresasque possuemelevadasmargens delucro, emmontantesuperior àprojeção delucratividade<strong>do</strong> governo(normalmentesituada na casa<strong>do</strong>s 15% sobreo lucropresumi<strong>do</strong>.O segun<strong>do</strong> passo é analisar os impostos que incidirão sobre a receitada empresa.Existem, basicamente, três sistemas de recolhimento de impostoslegalmente aceitos, entre os quais sua empresa poderá optar:•o recolhimento por meio da análise <strong>do</strong> lucro real;•o recolhimento por meio da análise <strong>do</strong> lucro presumi<strong>do</strong>; e•o recolhimento pelo SIMPLES – Sistema Unifica<strong>do</strong> de Pagamentode Impostos e Tributos, <strong>do</strong> Governo Federal, já disponível em váriosesta<strong>do</strong>s também para os impostos estaduais.As diferenças são as seguintes: Lucro real:Ao final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> fiscal (ano), apuram-se todas as receitas e despesas daempresa e calcula-se o lucro final <strong>do</strong> ano. Sobre esse lucro, aplica-se a alíquota deimposto pertinente (variável em função <strong>do</strong> faturamento) e recolhem-se os tributosdevi<strong>do</strong>s. Essa operação é efetuada mensalmente. Esse sistema é vantajoso para asempresas que possuem gastos muito eleva<strong>do</strong>s, com baixas margens de lucro. Lucro presumi<strong>do</strong>:Presume-se uma lucratividade média para a empresa sobre suas operaçõese atribui-se o percentual tributável sobre essa lucratividade. O resulta<strong>do</strong> é umaalíquota que é aplicada sobre a receita bruta da empresa mensalmente, sem anecessidade de cálculos mais aprofunda<strong>do</strong>s.Os tributos variam de empresa para empresa, dependen<strong>do</strong> de sua formajurídica. Porém, é conveniente que você fale com o seu futuro conta<strong>do</strong>r e peçaque ele lhe passe, detalhadamente, os tributos que você irá pagar, de acor<strong>do</strong> coma sua empresa e da forma jurídica que ela está registrada nos órgãosgovernamentais. Simples:Sistema com raciocínio semelhante <strong>ao</strong> <strong>do</strong> Lucro Real, mas commecanismo similar <strong>ao</strong> <strong>do</strong> lucro presumi<strong>do</strong>. Unifica vários impostos e contribuiçõessobre a mesma rubrica, com a mesma data de recolhimento mensal.346


Escala IX - Aspectos FinanceirosBem... até o momento, você trabalhou nos seus custos variáveis de mãode-obra,impostos e contribuições. Agora, você se concentrará nos custos deprodução e/ou custos de comercialização. Vamos ver como é isso?Custos de ProduçãoO cálculo <strong>do</strong>s custos de produção envolve basicamente <strong>do</strong>is insumos: amão-de-obra variável (já analisada) e a matéria-prima utilizada.Para a determinação <strong>do</strong> custo <strong>do</strong> produto ou serviço vendi<strong>do</strong> você deveráseguir as seguintes etapas:1 calcule a soma <strong>do</strong>s custos variáveis por produto;2 some o total <strong>do</strong>s custos fixos;3 levante o total de produção;4 divida o total <strong>do</strong>s custos fixos pelo total da produção; e5 some o valor <strong>do</strong>s custos variáveis por produto (1) com o resulta<strong>do</strong> dadivisão <strong>do</strong>s custos fixos pelo total da produção (4).No caso da matéria-prima, o mais interessante é que você calcule o valornecessário para a produção de uma unidade <strong>do</strong> seu produto, para depois extrapolálopara o volume total de produção mensal ou anual. Por exemplo:Matérias para Elaboração de Cartões ArtesanaisMatéria-primaQuantidadeValorUnitário (R$)Valor (R$)Cola 1 tubo (50 g) 3,20 o tubo 3,20Papel 2 m² 12,50/m² 25,00Pigmentos dediferentes cores50 g 374,00/kg 18,70TOTAL 46,90347


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoVeja, com esta quantidade de material é possível produzir 100 cartões.Portanto, o custo de matéria-prima para produzir um cartão será de R$ 0,47(quarenta e sete centavos).No caso de uma empresa <strong>do</strong> segmento comercial, a matéria-prima serásubstituída pelo CMV (Custo da Merca<strong>do</strong>ria Vendida). Nesse caso, o valor integralpago pela merca<strong>do</strong>ria já se encontra na nota fiscal de compra que o fornece<strong>do</strong>remite para sua empresa – o que facilita bastante o processo de cálculo <strong>do</strong>s gastoscom merca<strong>do</strong>rias para venda. Então, vamos a algumas dicas:••••Para calcular o custo de produção unitário, você terá quefazer um levantamento com os fornece<strong>do</strong>res para saberquanto custa a matéria-prima e demais insumos.Lembre-se: no caso de uma empresa de comércio, não seesqueça de desconsiderar o ICMS pago (que está incluí<strong>do</strong>na nota fiscal de venda <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r).Alguns <strong>do</strong>s itens incluí<strong>do</strong>s nos custos acima também podemser denomina<strong>do</strong>s de despesas operacionais (despesasadministrativas e despesas com vendas) e despesas nãooperacionais.Se a empresa fabrica mais de um produto, podemos ratearos custos fixos com base, por exemplo, na quantidade detempo utilizada para fabricação de cada produto.Mas... como determinar o preçoda venda?A Determinação <strong>do</strong>Preço de VendasA formação <strong>do</strong> preço de venda depende <strong>do</strong> conhecimento prévio daestrutura de custos da empresa. Saben<strong>do</strong> o custo unitário <strong>do</strong> produto/serviço, éfácil você estimar o seu preço de venda.As informações a respeito <strong>do</strong> preço pratica<strong>do</strong> pelo merca<strong>do</strong> e o preço devenda estima<strong>do</strong> são muito importantes para que você tome decisões como:348


Escala IX - Aspectos FinanceirosÉ vantajoso produzir ou não determina<strong>do</strong> produto?Qual o volume de produção ideal para que a empresatenha lucro?Para fazer o cálculo <strong>do</strong> preço de venda, você deverá trabalhar com asreceitas unitárias, ou seja, por unidade produzida e vendida.Para trabalhar com a receita proporcionada por unidade produzida/vendida, o primeiro passo é fazer o Rateio de Custos Fixos (RCF). Veja estafigura:Rateio <strong>do</strong>s Custos Fixos =Custo Fixo Total (ano)Quantidade de unidades vendidas (ano)Isso nada maisé <strong>do</strong> que ratear(dividir) tu<strong>do</strong> oque será gastoem custos fixosdurante o anopelo númerode unidadesvendidas <strong>ao</strong>longo dessemesmo ano.Assim, é necessário que os custos fixos sejam ratea<strong>do</strong>s por venda realizada,já que cada produto vendi<strong>do</strong> terá que contribuir com uma parcela destes custos<strong>ao</strong> longo <strong>do</strong> ano.Um raciocínio muito semelhante é a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para os custos variáveis. Vocêprecisa saber qual é o gasto total da empresa por unidade fabricada e vendida.Para isso, divida o total de gastos com matéria-prima e com mão-de-obra pelaquantidade de unidades produzidas, da mesma forma como fez com os custosfixos.Custo Unitário Variávelde Mão-de-Obra=Custo Variável de Mão-de-ObraProdução TotalCusto Unitário Variávelde Matéria-Prima=Custo Variável de Matéria-PrimaProdução TotalAgora, juntan<strong>do</strong> o RCF com os custos unitários de matéria-prima e mãode-obra,teremos o Custo Unitário de Produção (CUP), ou seja, o valor gastopara fabricar (e não para vender) cada unidade fabricada e comercializada na suafutura empresa.349


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTen<strong>do</strong> calcula<strong>do</strong> o Custo Unitário de Produção (CUP), você poderá,finalmente, calcular o preço de venda <strong>do</strong>s produtos/serviços de sua empresa:CUPPVU = X 100100% - (CC% + ML%)•PVU : Preço de Venda Unitário final <strong>ao</strong> consumi<strong>do</strong>r.•CUP : Custo unitário de Produção.•CC : Custo de Comercialização, que é a soma <strong>do</strong>s gastos que aempresa terá para vender cada unidade de produto ou serviço.•ML: Margem de Lucro Bruta (antes <strong>do</strong> imposto de renda).Até o momento, vimos como se calcula o Custo Unitário de Produção(CUP). Agora, vamos apresentar como se calcula os outros <strong>do</strong>is componentesda formação <strong>do</strong> preço de venda: O Custo de Comercialização e a Margem deLucro.O Custo de Comercialização (CC)Conforme você viu anteriormente, o Custo Unitário de Produção refleteapenas o custo para produzir os seus produtos. Os custos para vendê-los nãoestão aí incluí<strong>do</strong>s. Por isso, você deverá agregar mais alguns custos que ainda nãoforam incluí<strong>do</strong>s na sua análise.Os custos que integram os custos de comercialização são os seguintes:• Custo de Divulgação: são os investimentos em marketing que serãoefetua<strong>do</strong>s para tornar o produto mais conheci<strong>do</strong> junto <strong>ao</strong> públicoalvono ponto de venda;• Comissões de Venda: são as comissões a serem pagas <strong>ao</strong>s vende<strong>do</strong>resque trabalharão para colocar o produto no merca<strong>do</strong>;• Impostos sobre a Venda: são os impostos que incidem sobre acomercialização das merca<strong>do</strong>rias. Normalmente, o ICMS, o ISS ou oIPI. Um conta<strong>do</strong>r poderá explicar-lhe em qual caso você se enquadrae quais são as alíquotas no seu esta<strong>do</strong>;350


Escala IX - Aspectos Financeiros• Previsões para perdas: são as provisões necessárias para cobrirprejuízos decorrentes de avarias, extravios ou furtos/roubos demerca<strong>do</strong>rias;• Fretes: são os gastos necessários para transportar os produtos até oslocais onde serão vendi<strong>do</strong>s.Observe que to<strong>do</strong>s esses custos podem ser expressos em valorespercentuais, o que é necessário para que se encaixem adequadamente na fórmulade cálculo <strong>do</strong> preço de venda. Para a determinação <strong>do</strong> percentual específico paracada negócio, converse com seus parceiros comerciais (principalmente no quetange <strong>ao</strong> custo de divulgação, comissões de vendas e fretes), os funcionários deempresas comerciais similares (previsões para perdas) e o seu conta<strong>do</strong>r (impostossobre as vendas).A soma de to<strong>do</strong>s os percentuais equivale <strong>ao</strong> Custo deComercialização.Margem de lucroHum... margem de lucro? Istomuito me interessa!!!Então, atenção, pois em princípio, estabelecer as suas margens de lucrobruto pode parecer simples e uma decisão que se encontra inteiramente em suasmãos, mas isso não é verdade. Quem determina sua margem de lucro é a suapesquisa de merca<strong>do</strong> concorrente, que terá aponta<strong>do</strong> os preços médios <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> onde você atua.Veja bem... você não pode considerar uma margemde lucro tão grande que o preço <strong>do</strong> produto torne-seinviável e ninguém o compre. Sua margem de lucrotem que permitir que o preço <strong>do</strong> seu produto possacompetir com os preços pratica<strong>do</strong>s pelos concorrentes,caso contrário o seu negócio não sobreviverá.351


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoRepita ess<strong>ao</strong>peração até quevocê encontreum preço devenda que lheproporcione amaior margemde lucro possívele que esteja deacor<strong>do</strong> com ospreçospratica<strong>do</strong>s pelomerca<strong>do</strong>.Portanto, após testar o preço de venda <strong>do</strong>s seus produtos/serviços coma margem de lucro que você escolheu, compare-o com os preços pratica<strong>do</strong>spelos seus concorrentes, para ter certeza de que sua empresa é realmentecompetitiva.Agora que você já sabe como calcular o Custo Unitário de Produção, oCusto de Comercialização e a Margem de Lucro, já é possível calcular o Preço deVenda. Vamos lá?Os Resulta<strong>do</strong>s OperacionaisPara projetar a receita possibilitada pela venda <strong>do</strong>s produtos/serviço,basta fazer a seguinte operação:Receita Anual Preço de Venda Quantidade de unidades=xTotalUnitáriovendidas (ano)Margem de contribuiçãoA margem de contribuição é conhecida como contribuição para o lucro,e é obtida subtrain<strong>do</strong>-se o total <strong>do</strong>s custos variáveis da receita de vendas.MC = R - CVTMC = R - (CVU x Q)Como a Receita (R) também pode ser expressa como (PVU x Q), temos:MC = (PVU x Q) - (CVU x Q)MC = (PVU - CVU) x QOnde:R = Receita Anual TotalPVU = Preço de Venda UnitárioCVT = Custo Variável TotalCVU= Custo Variável UnitárioQ = Quantidade de produtos vendi<strong>do</strong>s352


Escala IX - Aspectos FinanceirosA importância da análise baseada no custeio variável reside nos seguintesaspectos:•Permite uma análise mais acurada <strong>do</strong> preço de venda <strong>do</strong>s produtos,uma vez que podemos conhecer qual a contribuição de cada produtono pagamento <strong>do</strong>s custos fixos da empresa;•Permite tomar decisões de venda, como, por exemplo, aceitar umpedi<strong>do</strong> de compra com preço abaixo <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong>. Por exemplo, nocaso de a empresa já ter feito a quantidade de vendas necessária parapagar os custos fixos <strong>do</strong> mês, seria possível vender mais barato, umavez que seria necessário remunerar apenas os custos variáveis.Com todas as informações levantadas, já é possível montar umdemonstrativo que lhe permita analisar os resulta<strong>do</strong>s anuais <strong>do</strong> seu negócio, paraverificar se ele é viável <strong>do</strong> ponto de vista financeiro.Demonstrativo de Resulta<strong>do</strong>s1.Receita operacional mensalValor (R$)2.Custos variáveis2.1 Merca<strong>do</strong>ria vendida ou matéria-prima utilizada2.2 Custo de comercialização3.Soma (2.1 + 2.2)4.Margem de contribuição (1 - 3)5.Gastos fixos6.Lucro líqui<strong>do</strong> (4 - 5)Indica<strong>do</strong>res de DesempenhoQuanto <strong>ao</strong>s indica<strong>do</strong>res de desempenho, eles são calcula<strong>do</strong>s a partir decombinações entre os da<strong>do</strong>s sobre o seu negócio que, a esta altura, você já conhece.Eles têm por finalidade indicar a saúde financeira <strong>do</strong> negócio em questão e, a353


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismopartir de sua análise, oferecer uma resposta clara sobre as possibilidades de sucesso<strong>do</strong> seu novo empreendimento.Vamos apresentar como se calcula quatro indica<strong>do</strong>res de desempenhodiferentes: a lucratividade, a rentabilidade, o prazo de retorno <strong>do</strong>investimento e o ponto de equilíbrio.LucratividadeA lucratividade é um indica<strong>do</strong>r de eficiência operacional. Obti<strong>do</strong> sobre aforma de valor percentual, indica qual é o ganho que a empresa consegue gerarsobre o trabalho que desenvolve. Por exemplo:Se uma empresa tem uma lucratividade de 15%, significaque para cada R$ 100,00 vendi<strong>do</strong>s, R$ 15,00 “sobram” soba forma de lucro, depois de pagas todas as despesas eimpostos. Na prática, significa que a empresa ganhou R$15,00 no trabalho de produção e comercialização <strong>do</strong> seuproduto, avalia<strong>do</strong> em R$ 100,00.Lucro Líqui<strong>do</strong>Lucratividade = x 100Receita TotalRentabilidadeA Rentabilidade é um indica<strong>do</strong>r de atratividade <strong>do</strong> negócio, pois mostraa velocidade com que o capital por você investi<strong>do</strong> retornará. É obti<strong>do</strong> sob aforma de valor percentual por unidade de tempo, e mostra qual a taxa de retorno<strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong> por unidade de tempo (por exemplo, mês ou ano). Porexemplo:Se uma empresa tem uma rentabilidade de 20% a.a., issosignifica que 20% de tu<strong>do</strong> o que o empresário investiu nonegócio retorna sob a forma de lucro por ano.354


Escala IX - Aspectos FinanceirosObserve a fórmula para cálculo da rentabilidade:Lucro Líqui<strong>do</strong>Rentabilidade = x 100Investimento TotalPrazo de retorno <strong>do</strong> investimento (PRI)O Prazo de Retorno <strong>do</strong> Investimento (PRI) é também um indica<strong>do</strong>r deatratividade <strong>do</strong> negócio, pois mostra o tempo necessário para que você recuperetu<strong>do</strong> o que investiu no seu negócio. É calcula<strong>do</strong> sob a forma de unidade detempo, e consiste basicamente no inverso da rentabilidade. Por exemplo:Se uma empresa tem um Prazo de Retorno <strong>do</strong> Investimento de2,5 anos, isso significa que <strong>do</strong>is anos e seis meses após o iníciodas atividades o empresário terá recupera<strong>do</strong>, sob a forma delucro, tu<strong>do</strong> o que gastou no empreendimento.Então a fórmula de cálculo para o PRI é a seguinte:PRI =Ponto de equilíbrioInvestimento TotalLucro Líqui<strong>do</strong>A seguir, você irá aprender a calcular o ponto de equilíbrio, que é outraferramenta básica no gerenciamento de sua empresa.O Ponto de Equilíbrio é o nível de produção e vendas suficientes paraigualar receitas e custos. Para a empresa, o ponto de equilíbrio representa o pontoem que ela não terá prejuízo nem lucro. Ou seja, as receitas da empresa cobremto<strong>do</strong>s os gastos, não sobran<strong>do</strong> nada de lucro. Com certeza, essa não é uma situaçãoagradável para nenhuma empresa, e, caso ela continue por muito tempo nessaSe o nível devendas estáabaixo <strong>do</strong> Pontode Equilíbrio,significa que ototal de receitasé insuficientepara cobrirto<strong>do</strong>s os custosfixos e variáveis,ou seja, o custototal.355


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismosituação, a falência é inevitável. Porém, toda a unidade que for vendida acima <strong>do</strong>ponto de equilíbrio irá trazer lucro para a empresa, o que é muito positivo.Do ponto de vista <strong>do</strong> planejamento empresarial, a análise <strong>do</strong> Ponto deEquilíbrio representa um <strong>do</strong>s instrumentos gerenciais mais importantes. A partirdesse instrumento, geram-se informações para a definição das metas de receitase despesas da empresa. A análise <strong>do</strong> Ponto de Equilíbrio ajuda você a tomardecisões importantes, como o volume a ser vendi<strong>do</strong> e o nível adequa<strong>do</strong> de despesasfixas.Você poderá calcular o ponto de equilíbrio para sua empresa por meioda fórmula:PE =Custos FixosMCUOnde:MCU é a Margem de Contribuição UnitáriaPE = PVU - CVUPVU = Preço de Venda UnitárioCVU = Custo Variável UnitárioA MCU representa o percentual <strong>do</strong> preço de venda com que cada produtocontribui para cobrir os custos fixos da empresa.Dessa maneira, a fórmula <strong>do</strong> Ponto de Equilíbrio também pode serexpressa da seguinte forma:PE =Custos FixosPVU - CVU356Consideran<strong>do</strong> as seguintes informações gerenciais de uma empresa, vejacomo se calcula o Ponto de Equilíbrio:


Escala IX - Aspectos FinanceirosCusto Variável Unitário R$ 30,00Preço de venda R$ 60,00Custos fixos R$ 17.100,00MCU = PVU – CVUMCU = 60,0 – 30,0 = R$ 30,00PE = Custos Fixos / (PVU – CVU)PE = 17.100,0 / (60,0 – 30,0)PE = 17.100,0/30,0PE = 570,00Ou seja, para não ter lucro ou prejuízo é necessário que a empresa venda570 unidades <strong>do</strong> seu produto. Venden<strong>do</strong> acima de 570 unidades, a empresa passaa ter lucro.No Ponto de Equilíbrio, o faturamento (Receita) da empresa será de:Receita = 570 unidades x R$ 60,00Receita = R$ 34.200,00Agora que você já tem muitas informações arespeito de como planejar sua empresa,estan<strong>do</strong> ela já constituída ou em processo decriação, que tal colocar tu<strong>do</strong> isso em prática?Que você tenha muito sucesso em seusnegócios!Diário de Bor<strong>do</strong>Puxa! Acredito que você tenha gosta<strong>do</strong> <strong>do</strong> que aprendeu com o Sr.Luiz Otávio. Para fecharmos nossa viagem, com chave de ouro, vamosrelembrar juntos os pontos principais desta escala:357


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoTÓPICOSINVESTIMENTOINICIALa) Investimento físicosb) Investimentosfinanceiros(capital de giro)CUSTOS FIXOSCONSIDERAÇÕESO investimento inicial expressa o montante decapital necessário para que a empresa possaser criada e comece a operar. Isso quer dizerque, além das instalações físicas, equipamentose móveis, é preciso também de capital parainiciar e manter a empresa durante os primeirosmeses de atividade. Dessa necessidade resultaa separação <strong>do</strong> investimento inicial em duasrubricas: os investimentos físicos e osinvestimentos financeiros.Compreende os recursos necessários à comprade bens físicos como máquinas, equipamentos,instalações, veículos, móveis, utensílios,equipamentos de informática, obras civis,dentre outros. Diz respeito <strong>ao</strong> capital que épreciso investir em alguns recursos quepossibilitarão operar o negócio.Compreende o conjunto de recursosnecessários para que o negócio possa operardurante um curto intervalo de tempo. Essecapital permite que a empresa tenha estoquesde produtos acaba<strong>do</strong>s ou de materiais, venda aprazo, pague os salários <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s,dentre outros.São aqueles cuja variação não é afetada pelovolume total de produção ou de vendas daempresa. Isso significa que, não importa se aempresa está venden<strong>do</strong> pouco ou muito, elespermanecem os mesmos. Custos fixos tendema manter-se constantes, não importa a variaçãosofrida pelas receitas da empresa.358


Escala IX - Aspectos Financeirosa) Depreciaçãob) Manutençãoc) Segurosd) Mão-de-obra-indiretaCUSTOS VARIÁVEISCUSTOS TOTALDE PRODUÇÃOCustos variáveisCOSTUMAM SER ESQUECIDOS NACOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS FIXOS:Parcela de custos destinada à proteção <strong>do</strong> investimentofísico proveniente <strong>do</strong> envelhecimento e utilização <strong>do</strong>sbens no processo produtivo da empresa.Parcela de custos referente à manutenção preventiva(revisões, troca de óleo etc.).Parcela de custos destinada <strong>ao</strong> pagamento <strong>do</strong> seguroanual <strong>do</strong>s bens.No cálculo <strong>do</strong>s custos fixos deverá ser soma<strong>do</strong> ovalor correspondente à mão-de-obra indireta, ou seja,aquela que não atua diretamente na produção, masna administração da empresa. Nesse caso, não devemser esqueci<strong>do</strong>s os correspondentes encargos sociais,que totalizam alguns benefícios concedi<strong>do</strong>s <strong>ao</strong>semprega<strong>do</strong>s, deven<strong>do</strong> ser igualmente contabiliza<strong>do</strong>s.Os custos variáveis são aqueles que variam com avenda de produtos e, por conseqüência, com asreceitas. Eles costumam ser representa<strong>do</strong>s pelosseguintes itens:- mão-de-obra direta;- matéria-prima (indústria)- custo da merca<strong>do</strong>ria vendida (comércio);- embalagens;- demais gastos que ocorrem mensalmente, cujavariação se dá em função <strong>do</strong> volume de vendas.O custo total de produção de um produto é oresulta<strong>do</strong> da soma <strong>do</strong>s custos fixos e <strong>do</strong>s custosvariáveis por unidade produzida.Você precisa saber qual é o gasto total da empresapor peça fabricada/vendida. Para isso, divida o totalde gastos com matéria-prima e com mão-de-obrapela quantidade de unidades fabricadas ou horas deserviço prestadas, da mesma forma como fez comos custos fixos.359


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoCÁLCULO DOS CUSTOS VARIÁVEISCusto unitário Variável Custo Variável de Mão-de-obra=de Mão-de-obraProdução TotalCusto unitário Variávelde Matéria-prima=Custo Variável de Matéria-primaProdução TotalCUSTO UNITÁRIODE PRODUÇÃO (CUP)O Custo Unitário de Produção (CUP), ouseja, o valor gasto para fabricar (e não paravender) cada unidade fabricada oucomercializada na sua futura empresa.Cálculo <strong>do</strong> custo unitário de produção (CUP)Rateio de Custos Fixos(+) Custo Unitário de Matéria-Prima(+) Custo Unitário de Mão-de-Obra(=) Custo Unitário de ProduçãoPREÇO DE VENDA PVU =CUP1 – (CC + ML)Ten<strong>do</strong> calcula<strong>do</strong> oCusto Unitário deProdução (CUP),você poderá,finalmente, calcular opreço de venda <strong>do</strong>sprodutos/serviços desua empresa.• PVU: Preço de Venda Unitário final <strong>ao</strong>consumi<strong>do</strong>r.• CUP: Custo unitário de Produção,calcula<strong>do</strong> no item anterior.• CC: Custo de Comercialização.Demonstra quanto sua empresa gastapara vender cada unidade.• ML: Margem de Lucro Bruta (antes <strong>do</strong>imposto de renda).360


Escala IX - Aspectos FinanceirosO CUSTO DE COMERCIALIZAÇÃO (CC)Além <strong>do</strong>s custos para produzir os produtos a empresa tem outros custos como:a) Custo de Divulgação São os investimentos em marketing queserão efetua<strong>do</strong>s para tornar o produto maisconheci<strong>do</strong> junto <strong>ao</strong> público-alvo no pontode venda.b) Comissões de Venda São as comissões a serem pagas <strong>ao</strong>svende<strong>do</strong>res que trabalharão para colocar oproduto no merca<strong>do</strong>.c) Impostos sobre as Vendas São os impostos que incidem sobre acomercialização das merca<strong>do</strong>rias.Normalmente, o ICMS, o ISS ou o IPI. Umconta<strong>do</strong>r poderá explicar-lhe em qual casovocê se enquadra e quais são as alíquotasno seu esta<strong>do</strong>.d) Previsões para perdas São as provisões necessárias para cobrirprejuízos decorrentes de avarias, extraviosou furtos/roubos de merca<strong>do</strong>rias.e) Fretes São os gastos necessários para transportaros produtos até os locais onde serãovendi<strong>do</strong>s.f) Margem de Lucro Quem determina sua margem de lucro é asua pesquisa de merca<strong>do</strong> concorrente, queterá aponta<strong>do</strong> os preços médios <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> onde você atua.OS RESULTADOS OPERACIONAIS:Receita Anual = Preço de Venda Unitário x Quantidade de unidades vendidas(ano)Agora já é possível montar um demonstrativo, que lhe permita analisar osresulta<strong>do</strong>s anuais <strong>do</strong> seu negócio, para verificar se ele é viável <strong>do</strong> ponto devista financeiro.361


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoINDICADORES DEDESEMPENHOOs indica<strong>do</strong>res de desempenho servem paraindicar a viabilidade financeira <strong>do</strong> seu negócio:a lucratividade, a rentabilidade, o prazo deretorno <strong>do</strong> investimento e o ponto de equilíbrio.A LUCRATIVIDADEA lucratividade é um indica<strong>do</strong>rde eficiência operacional. Obti<strong>do</strong>sobre a forma de valorpercentual, indica qual é o ganhoque sua empresa consegue gerarsobre o trabalho que desenvolve.Lucro Líqui<strong>do</strong>Lucratividade = x 100Receita TotalA Rentabilidade é um indica<strong>do</strong>rde atratividade <strong>do</strong> negócio, poismostra a velocidade com que ocapital por você investi<strong>do</strong>retornará. É obti<strong>do</strong> sob a formade valor percentual por unidadede tempo, e mostra qual a taxade retorno <strong>do</strong> capital investi<strong>do</strong>por unidade de tempo (porexemplo, mês ou ano).A RENTABILIDADELucro Líqui<strong>do</strong>Rentabilidade = x 100Investimento TotalO PRAZO DE RETORNO DO INVESTIMENTO (PRI)O Prazo de Retorno <strong>do</strong>Investimento (PRI) é tambémum indica<strong>do</strong>r de atratividade <strong>do</strong>negócio, pois mostra o temponecessário para que vocêrecupere tu<strong>do</strong> o que investiu noseu negócio. É calcula<strong>do</strong> sob aforma de unidade de tempo, econsiste basicamente no inversoda rentabilidade.PRI =Investimento TotalLucro Líqui<strong>do</strong>362


Escala IX - Aspectos FinanceirosO ponto de equilíbrio represent<strong>ao</strong> volume de vendas em que aempresa não terá prejuízo nemlucro. Ou seja, as receitas de suaempresa cobrem to<strong>do</strong>s os gastos,não sobran<strong>do</strong> nada de lucro.PONTO DE EQUILÍBRIOPE =Custos FixosMCUCFT = custo fixo operacional totalPVU = preço de venda unitárioCVU = custo variável unitárioAtividades de <strong>Viagem</strong>Também sugiro algumas questões de reflexão, enquanto voltamos danossa viagem <strong>ao</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo:1 Como são forma<strong>do</strong>s os investimentos iniciais? Dê exemplos <strong>do</strong>scomponentes de cada um <strong>do</strong>s custos que integram o investimentoinicial.2 O que representam os investimentos financeiros (capital de giro)?3 O que caracteriza os custos fixos? Cite exemplos.4 Quais os principais custos de proteção <strong>do</strong>s investimentos?5 Como se calcula a depreciação de um bem?6 O que caracteriza os custos variáveis? Cite exemplos.7 Quais os principais insumos que compõem os custos de produçãode um bem?8 Como se deve proceder para estabelecer o preço de venda de umproduto/serviço?9 Qual a importância <strong>do</strong> cálculo da rentabilidade, lucratividade e pontode equilíbrio?10 O que expressa o valor de unidades vendidas ou a receita, no pontoequilíbrio?363


<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoFuturos RoteirosBERLE, G., KIRSCHNER. Plano de Negócios Instantâneo. Rio de Janeiro:Axcel Books, 1995.GUIA ERNEST & YOUNG PARA DESENVOLVER SEU PLANO DENEGÓCIOS. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996Comandantes de Bor<strong>do</strong>ABELL. Derek F. Administran<strong>do</strong> com dupla estratégia. São Paulo: Pioneira,1995. Como abrir seu próprio negócio. In: AZEVEDO, João Humberto de(Coord.). Brasília: SEBRAE, 1997.ABRAMS, R. M. Business plan: segre<strong>do</strong>s e estratégias para o sucesso. São Paulo:Érica, 1994.BACK, N. Meto<strong>do</strong>logia de projetos industriais. Rio de Janeiro: GuanabaraDois, 1983.BERLE, G., KIRSCHNER. Plano de Negócios Instantâneo. Rio de Janeiro:Axcel Books, 1995.GUIA ERNEST & YOUNG PARA DESENVOLVER SEU PLANO DENEGÓCIOS. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.KISHEL, Gregory F., KISHEL, Patricia. Como iniciar, dirigir e manter umnegócio: o guia para tornar realidade seu sonho. Rio de Janeiro: Infobook, 1994.LONGENECKER et al. Administração de pequenas empresas. São Paulo:Makron Books, 1997.PEREIRA, H. J. Crian<strong>do</strong> seu próprio negócio: como desenvolver o potencialempreende<strong>do</strong>r. Brasília: SEBRAE, 1995.SANTANA, J. Como Planejar sua empresa: roteiro para o plano de negócio.Brasília: SEBRAE, 1993.364


Escala IX - Aspectos FinanceirosFinalizan<strong>do</strong> nossa <strong>Viagem</strong>Caro leitor, desejamos que você tenha aproveita<strong>do</strong> a <strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong><strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismo e que possa aplicar suas descobertas no seu negócioatual ou futuro. Foi muito bom tê-lo conosco durante estas nove escalas. Porém,queremos lhe contar um segre<strong>do</strong>: estas escalas, na verdade, nunca terminam paraum empreende<strong>do</strong>r. Volte sempre! Estaremos aqui.Sucesso!365


Anotações366


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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mun<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> Empreende<strong>do</strong>rismoAnotações370


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