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Vol. 11 - nº 1 - 2013 - CRMV-SP

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P r o d u ç ã o A n i m a lO sistema de produção orgânico surgiu para atenderàs expectativas dos referidos consumidores, poispromove melhorias quanto ao quesito “bem-estar animal”durante as etapas de produção, pois respeita osaspectos fisiológicos, sociais e comportamentais dosanimais (HARPER, 2002). Anti-helmínticos, antibióticose outros produtos farmacêuticos industrializadossó podem ser utilizados sob diversas restrições, sendonormalmente substituídos por produtos fitoterápicose homeopáticos, dos quais a maioria ainda não possuia eficácia comprovada cientificamente. No entanto, asvacinas, como a de febre aftosa e brucelose em bovinos,cuja aplicação é obrigatória por lei, devem ser realizadasnormalmente (BRASIL, 2011b; GADE, 2002).O objetivo principal é tornar os rebanhos saudáveispelo manejo adequado e libertar os produtores e os animaisda dependência das indústrias farmacêuticas queincentivam a utilização de suas drogas, e que, inevitavelmenteacabam contaminando o meio ambiente e osconsumidores que consomem os resíduos de fármacossintéticos nos alimentos de origem animal.O sistema de produção de alimentos orgânicosapresenta-se como uma importante alternativa para aagricultura familiar, pois apresenta baixa dependênciade insumos externos, aumenta o valor agregado dosprodutos com consequente aumento de renda e respeitaos aspectos ambientais da produção (CAVALCANTE;HOLANDA JUNIOR; SOARES, 2007; FAO, 2007).No Brasil, a produção orgânica é regulamentada pelaLei 10.831 de 23 de dezembro de 2003, que estabeleceos regulamentos técnicos de produção e as substânciasque podem ser utilizadas, destacando-se a necessidadede promover a saúde animal por meio de ações preventivas.Dentro desse sistema de produção animal, deve-sebuscar a saúde e o bem-estar animal em todas as etapas,higiene em todo processo criatório, alimentação nutritivae saudável de acordo com cada espécie, oferta de água dequalidade e em quantidade suficiente, utilização de instalaçõesadequadas para cada espécie e destinação dosresíduos das criações de maneira ambientalmente correta(BRASIL, 2011b).A Instrução Normativa Nº46 de 06 de Outubro de2011, da referida Lei, estabelece as exigências para acertificação dos sistemas orgânicos de produção animal,quanto aos aspectos de nutrição, alimentação, ambientede criação, práticas de manejo permitidas e sanidade.Quanto à sanidade, deve-se destacar que todas as vacinase os exames determinados pela legislação são obrigatórios,de forma a não serem comprometidas as ações dedefesa sanitária animal e o comércio dos produtos de origemanimal. A utilização de produtos quimiossintéticosartificais pode ser realizada quando o animal estiver emsofrimento ou em risco de morte e as substâncias permitidasnão estiverem fazendo efeito. Nesse caso, seráutilizado o dobro do período de carência indicado nabula do medicamento (BRASIL, 2011b).A presente revisão analisou as principais diferençasentre os alimentos de origem animal (carne, leite, mel,ovos e pescado) produzidos em sistemas orgânicos comoaqueles obtidos nos sistemas convencionais.CarneA pecuária de corte orgânica no Brasil é considerada umaatividade nova, pois teve seu primeiro rebanho de criacertificado no país em 1999, no estado de Mato Grossodo Sul (HADDAD; ALVES, 2002). Nos dias de hoje,existe apenas uma marca de carne orgânica certificadaem nosso país (Swift Orgânico®), pertencente ao grupoJBS (BEEFPOINT, 2012). Questiona-se a inocuidade dosalimentos produzidos em sistemas orgânicos, principalmentepelo maior risco de contaminação por patógenos.Porém, Miranda et al. (2009), avaliando a influência dosistema de produção (orgânico e convencional) na contaminaçãomicrobiológica de carnes obtidas no mesmoabatedouro, não encontraram Salmonella spp. em nenhumaamostra e não houve diferença significativa paraa presença de Listeria monocytogenes, Escherichia coli eStaphylococcus aureus.Diferenças em outros aspectos foram observadas naEuropa, por Fernández e Woodward (1999), que, aocompararem sistemas de produção convencionais queutilizavam dietas de alto custo e valor energético, comoos orgânicos quanto às diferenças de custo e de desempenhode bovinos de corte, observaram que a terminaçãode novilhos produzidos de maneira orgânica custe 39%a mais do que a dos produzidos no sistema convencional.Verificaram, ainda, que os novilhos terminados nosistema convencional possuíam carcaça mais pesada emenor marmoreio da carne em relação àqueles terminadosem sistema de produção orgânico.O sistema de produção orgânico também afeta aqualidade da carne produzida, Olsson et al. (2003),comparando a carne oriunda de suínos produzidos demaneira orgânica ou convencional, constataram que aproveniente dos animais produzidos em sistema orgânicoapresentavam menor capacidade de retenção de água(CRA) e maior força de cisalhamento, apesar dessas diferençasdificilmente serem notadas pelos consumidores.Resultados similares foram observados por Milletet al. (2004), que comparando a qualidade de carne ecarcaças de suínos oriundos de criações orgânicas e convencionais,observaram que a nutrição orgânica levou a8 mv&z c r m v s p . g o v . b r

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