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VERTENTES DA INSULARIDADE NA NOVELÍSTICA DE MANUEL LOPES

Vertentes da Insularidade na Novelística de Manuel Lopes

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Vertentes da insularidade na novelística de Manuel Lopes(6) Baltazar Lopes, «Uma experiência românica nos trópicos» (I), Claridade, 4, Janeiro1947, pp. 15-22.(7) «[...] Note-se, todavia, que intrinsecamente o crioulo de Cabo Verde tem mais condiçõespara se afirmar em língua autónoma do que, por exemplo, o falar brasileiro. E quea linguagem brasileira está mais perto do português de Portugal, a força diferencial foimenor por no seu processo formativo ter havido maior aportação do elemento metropolitano.Já no crioulo de Cabo Verde o choque foi maior, devido ao predomínio étnico doelemento afro-negro na miscegenação e ao carácter, possivelmente, menos impositivo daacção do metropolitano na vida Colonial. Consequências, a meu ver, do factor económico:— o elemento português menos poderoso economicamente em Cabo Verde, terra delimitados recursos agrários, do que no Brasil, em que a casa-grande representa os grandeslatifúndios e a monocultura, possíveis num regime profundamente escravocrata. De aí, terhavido em Cabo Verde maior contribuição dos grupos africanos e ser mais acentuado oaspecto patológico da evolução do reinol. É esta a razão, de resto já algures apontada, demesmo a linguagem sertaneja do Brasil ser muito mais compreensível para um portuguêsda Metrópole do que o crioulo caboverdeano — e isto apesar de o dialecto das ilhas ser deestrutura nitidamente portuguesa, de tipos mórficos resultantes da simplificação do reinolde léxico quase totalmente português.» (Baltazar Lopes, «Notas para o estudo da linguagemdas ilhas», Claridade, 2, Agosto 1936, p. 10).(8) Veja-se, por exemplo, Manuel Lopes, «Reflexões sobre a literatura cabo-verdiana»,in Colóquios Cabo-Verdianos, Estudos de Ciências Políticas e Sociais, 22, Lisboa, Junta deInvestigações do Ultramar, 1959, p. 20.(9) «[...] These slaves were brought in small groups. As a result, slaves were broughttogether who did not know each other’s languages. In Guine-Bissau alone there are at leasttwenty languages. Who solved the problem of a Guinean language? It was the Cape Verdeanwho invented “Crioulo” and later exported it to Guine. In Guine they speak the criouloof the island of Sao Tiago in Cape Verde. When the slaves from West Africa arrived at CapeVerde, they found a different ambiance. It was not easy to find food. There were no forests;instead of rivers there were rivulets. There were no houses; in Cape Verde they found thecool northeast wind. They found a confusion of languages. They found other Africans whospoke languages they did not understand. In almost every aspect they found a differentworld from the one they had known on the African continent. So “Crioulo” was created.When the African arrived in Cape Verde his tradition was left behind on the beaches ofAfrica. The Cape Verdean was obliged to create a new system. The Cape Verdean has hisown music, his own dances, his own cooking.» Manuel Lopes, entrevista conduzida porDonald Burness, ibid.205(10) Em entrevista a JL — Jornal de letras, artes e ideias, 25-31 Maio 1987, BaltasarLopes referia a antiga intenção, ainda não concretizada, de um levantamento exaustivo dopatrimónio linguístico caboverdiano.(11) Russell G. Hamilton, op. cit., p. 133.2007 E-BOOK CEAUP

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