19.08.2015 Views

VERTENTES DA INSULARIDADE NA NOVELÍSTICA DE MANUEL LOPES

Vertentes da Insularidade na Novelística de Manuel Lopes

Vertentes da Insularidade na Novelística de Manuel Lopes

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Maria Luísa Baptista(solidariedade), lhes incute a força anímica indispensável a aguentar ascircunstâncias, por piores que sejam, e os impele para a luta pela causaque é sua. Entre o vento e a chuva, entre o caos e o cosmos a erguerpela sua acção, o sujeito vê enaltecida a sua imagem; ele não é escravode um condicionalismo porque consciente da sua condição. Vimos que«em Manuel Lopes, a insularidade identifica-se com a própria condiçãohumana» (p. 193); isto é, a insularidade e o seu despojamento iluminama limitação da liberdade existencial do homem, caboverdiano ou não.Rivas dissera já: «[...] l’île est un monde et le monde est une île [...]» (1) .Observámos a individualidade própria de cada conceito (telurismo, evasão,«querer bipartido», religiosidade), a sua interarticulação solidária,a maior abrangência da vertente «religiosidade». Concluímos ainda queé a existência simbiótica das diversas facetas referenciais subjacentesaos conceitos supra-citados que confere à insularidade caboverdiana, deacordo com Manuel Lopes, a sua genuína identidade, isto é, o seu estatutoda caboverdianidade.5. Observámos depois, genericamente, que:1985.1. – GCB, embora só publicado em 1959, constitui uma espécie defonte matricial da obra narrativa de Lopes;– CB e FVL se organizam segundo uma estrutura externa semelhante,em que cada uma das suas duas grandes partes configura um todo e integrauma outra unidade global, a da narrativa a que pertence;– CB e FVL, por sua parte, juntamente com GCB, perfazem uma outratotalidade, a mais abrangente de todas, com laços intrínsecos que consolidama coesão interna do macro-texto. Dentre esses laços salientamos:• uma unidade temática que se desdobra em subtemas articulados porcharneiras íntimas que reenviam exclusivamente para a condição geo-humanae existencial do ilhéu caboverdiano, como sujeito do enunciado:«Como pretendi na Chuva Braba e em O Galo que cantou na Baía,tento dar, na presente narrativa, um pouco do que sei das minhas ilhascrioulas de Cabo Verde e do seu povo.» (FVL, Prefácio).E-book CEAUP 2007

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!