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VERTENTES DA INSULARIDADE NA NOVELÍSTICA DE MANUEL LOPES

Vertentes da Insularidade na Novelística de Manuel Lopes

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Maria Luísa Baptistaágua que se sumira debaixo daquelas rochas, trazê-la à face da terra,devolvê-la às suas plantações como tesoiro perdido que voltasse, enfim,às mãos do dono.»O cenário tornar-se-á paradisíaco, em absoluta consonância, solidariedade(cf. referência às bananeiras, p. 42) ou conivência talvez aliáscom as cenas para que o narrador vai preparando o leitor (banho matinalde Escolástica, no ribeiro; sua relação amorosa com Mané Quim— CB, pp. 42-45; pp. 50-51).Noutras tonalidades, a montanha reflecte de igual modo a humanizaçãoda paisagem habitat de Leandro (cf. FVL, pp. 172-173, passagemesta reproduzida, aliás, em 5.4.1 —«Do espaço físico», p. 122 do presentetrabalho).Por quanto fica expresso, é que nhô Lourencinho afirma:«Quem vai longe não volta mais. O corpo pode um dia voltar, mas aalma, essa, não volta mais. É suor do rosto todos os dias, toda a hora, ecalos nas mãos, que fazem a alma aguentar aqui. Pensas que a terra dáalguma coisa sem fé?» (CB, p. 57).Observemos os efeitos da «aragem preguiçosa» (FVL, p. 13) sobre os«arbustos esguedelhados» (FVL, p. 13), ou os do vento nas correrias dasnuvens, ou ainda os da lestada nas culturas:158• «As nuvens fugiam à desgarrada no céu pintado de anil; prendiam-seum instante às agulhas dos penhascos mais elevados, deixavam-serasgar sem se deterem mais que uns escassos segundos; e então,libertas, suas sombras despedaçadas atravessavam em doidas corridaso planalto de extremo a extremo, impelidas pelo vento que assobiavanas arestas das montanhas, transpunham os córregos secos, galgavamos montes cor de tijolo e os picos queimados e, num instante, rolavampara lá dos contrafortes do Monte Trigo ou trepavam o áspero declivedo Topo de Coroa, a montanha mais alta da Ilha, onde descansavamuns minutos antes de se lançarem na grande aventura por sobre o largomar.» (FVL, p. 112).E-book CEAUP 2007

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