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VERTENTES DA INSULARIDADE NA NOVELÍSTICA DE MANUEL LOPES

Vertentes da Insularidade na Novelística de Manuel Lopes

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Vertentes da insularidade na novelística de Manuel Lopes• «[...] eu bem dizia a ocês: Sol ruim é sinal das águas. Bem dizia:ano d’água alta, milho de riba de milho, mão na enxada, gente! Eu bemdizia a ocês assim.» (FVL, pp. 37-38).Não admira que Mircea Elíade afirme: «As águas simbolizam a somauniversal das virtualidades; elas são fons et origo, o reservatório de todasas possibilidades de existência; elas precedem toda a forma e suportamtoda a criação.» (3)O final do penúltimo extracto de CB é também elucidativo quantoà«fé» que alimenta e atiça a vontade estóica de permanecer radicado, adespeito da adversidade.A água é sempre o valor máximo, o eldorado, a miragem. Ela condicionao presente e o futuro das populações, já que o futuro só convirá serconstruído em bases económicas estáveis. Como, por exemplo, firmarcasamento, se o ano não for «de boas águas»? (CB, p. 19). Para caracterizaro Brasil, por outro lado, afirmar-se-á que se trata de uma terra demuito dinheiro e muita água» (CB, p. 29). Das nuvens se diz, a página138 de CB: «Mensageiras da boa nova [...] portadoras da bênção de Deusaos escravos libertos da terra».A propósito do conceito de telurismo, respigaremos casos de emergênciasdiscursivas como a animização-personificação, a cristalizaçãoaforística, a mitização, a metalinguagem (instrumentos de clarificaçãodefinidora através da comparação e da metáfora).Animização-personificaçãoSeja a água elemento de ligação entre as considerações que vínhamosexpendendo e as que agora se nos oferece formular:155• «Há quantos anos naquele lugar, a água não falava assim!» (FVL,p. 43).• «A água liberta entrou na levada balanceando em silêncio. Viroupara a direita e caiu sobre o primeiro pilar, depois, como uma grossa cobracor de prata, precipitou-se para o segundo, derrando-se finalmentepara o pilar do mandiocal, onde se depositou um momento.» (CB, p. 96).2007 E-BOOK CEAUP

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