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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto Africanointerlocutores se situam numa relação de desigualdade relativamente aum saber e o momento a posteriori, em que emissor e receptor partilhamo mesmo saber e uma “espacialidade contida no prefixo transmissão”, omomento do contar prolonga-se no tempo e no espaço, as narrativas sãorepetidas e prolongadas.Nuno Júdice verifica a existência de um “plano transcendente” aoconto: o conhecimento, a sabedoria para que o conto remete. No acto docontar coexistem duas dimensões: o conto e o conhecimento do conto(dimensão do conto e da aprendizagem do contar) desencadeiam umaresposta, a repetição do conto. No entanto, esta transmissão é enriquecidarelativamente ao momento inicial com a individualidade e a experiênciado sujeito transmissor. O esquema seguinte, apresentado por Júdice, e queaqui reproduzimos, sintetiza esta situação transmissiva:A conta a B um conto;B aprende/apreende o conteúdo do conto;A e B conhecem o conto para o re-contar (Júdice, 2005: 39).Esta situação repetitiva encerra mais do que o simples acto de transmissãode conteúdos, o re-contar implica uma interpretação/execuçãode conteúdos que pode variar em função de certos contextos. Os signosextra e para-verbais condicionam a narração, modificando ou repetindoa performance no acto de contar. Este é o primeiro contexto do conto,uma voz que conta, só depois entra o plano do conteúdo, a mensagem. Atransmissão efectua-se através da voz, destacando-se o plano fónico danarrativa. A linguagem é o meio de realização da narrativa que exige quese processem determinadas operações e que se verifiquem certas condições:“uma tomada de consciência dos sujeitos A e B (emissor e receptor)do seu estatuto mediador do conto; o aparecimento do contar como umanecessidade do próprio conto, inscrevendo-se na instância necessária dalinguagem comunitária” (Júdice, 2005: 40).Segundo o mesmo autor, a narrativa do conto implica uma dinâmicaque articula real e conto, na linha factual (significado), e linguagem econtar na linha formal (significante). É a narrativa que remete para oarquétipo do conto, na situação emissor-receptor, num plano em que ocontar referencia um contexto visível apenas no acto do contar, quandosurge uma linguagem que impõe o seu modo na forma privilegiada do792009 E-BOOK CEAUP

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