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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto AfricanoPara alargar o campo de análise das narrativas de tradição oral, podemosreferir os trabalhos de Claude Brémond. Apresenta-nos um esquemaestrutural mais aberto e flexível, tendo por base três momentos essenciais.O contador para cada sequência narrativa tem pelo menos mais umapossibilidade de um comportamento alternativo que pode mudar o rumodos acontecimentos posteriores. Confere ao contador uma margem demanobra onde pode pôr à prova a sua criatividade. Lourenço do Rosáriochama a esta estratégia “liberdade de percursos”. Brémond apresenta aseguinte estrutura esquemática: “Existe uma determinada situação queabre a possibilidade de o fluxo sequencial progredir” - estado inicial, apossibilidade é actualizada ou não (estado modificado), se é actualizada oherói obtém sucesso, caso contrário, o sucesso não existe (restauração doestado inicial). O modelo de Brémond procura conciliar análises a váriosníveis: a tabulação final que, para cada fase do conto, determina, além doprocesso (que seria a verdadeira função), o agente e o paciente do próprioprocesso e também a sintaxe dos processos (sucessão, simultaneidade,causalidade, implicação), a sua fase (eventualidade, actualização, efectividade)e a volição por parte do agente. Segundo este autor, a exigência deum texto imutável, objecto de um respeito escrupuloso só aparece a nívelde dois limites culturais: o limite inferior da criança que exige da mãe todasas noites a mesma narrativa, e se insurge com as modificações. E o limitesuperior do chefe tirano que aspira ao culto da obra que o imortalize. Brémondapresenta uma sequência elementar tridimensionada, três estados:inicial, desenvolvimento e final, mais propícia como instrumento operativopara a abordagem estrutural da narrativa. Propp apenas contemplava asituação inicial e a situação final. Brémond, tal como outros estudiososno seguimento dos trabalhos de Propp, pretenderia chegar a uma teoriageral da narratividade, independentemente do género a que pertencemas manifestações textuais singulares.Paull Larivaille desdobra a sequência tridimensional de Brémondem dois momentos: primeiro, momentos estáticos (descritivos), quemarcam os estados inicial e final, momentos que representam o estadode equilíbrio. Por vezes, neste primeiro momento, aparecem situaçõesperturbadoras e instáveis, contudo, não há qualquer evolução em termosnarrativos. Exemplificando momentos iniciais com referências às colec-592009 E-BOOK CEAUP

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