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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto AfricanoTransformaçãoIISalvação dos prisioneirosTentativa de matar o herói porinvejaIIIPartida de DjiwaôObjecto mágico – anelEngano do herói e castigoIVAdjuvantes – cavalo, rato e ocãoVProvas do herói– Durante a noite, tenta matá-lo três vezes, mas o cão avisa-o.– Djiwaô zangou-se e luta com ela, cortando-lhe as cabeças.– Djiwaô e o criado foram abrir as portas da cavalariça e soltar os homens.– Estes confusos pensam ser a vez de outro morrer, mandam um cápara fora e Djiwaô diz-lhe para anunciar a morte de Sakatabêla.– Todos saíram e dispersaram em todas as direcções.– Djiwaô ao querer ir ver o sítio onde eles estavam, os homens tentarammatá-lo por inveja, mas ele escapou e não foi para o buraco.– Partida de Djiwaô com o cavalo e o cão para a cidade dos brancos.– Com o anel que tinha construiu uma casa magnífi ca, o governadordeu-lhe a fi lha em casamento.– O cavalo avisa Djiwaô de nunca contar à mulher o poder do anel.– Pressionado Djiwaô contou-lhe e ela, com a ajuda de um homem, fogecom ele e o anel para Maputo. 44– Djiwaô fi ca só e despojado e é preso pelo governador; a sua tarefa eracarregar água e passava pelo cavalo, que ressentido não lhe falava.Um dia Djiwaô com feridas começou a chorar e o cavalo ajudou-o.– O cavalo mandou Djiwaô ir buscar um rato à colina, que enviou juntamentecom o cão a Maputo buscar o anel.– O rato e o cão recuperam o anel, mas no regresso, ao atravessarema baía, perderam-no, o rato tinha-o deixado cair à água e foi engolidopor um peixe.– Esperaram o regresso dos pescadores e encontraram o anel, voltarampara casa.– Djiwaô recuperou o seu tesouro e o cavalo foi libertado, a sua reputaçãoespalhou-se.– Foi chamado pelo chefe Guanazi à corte de Maputo, este deu-lhe atarefa de ir buscar a sua esposa a Moçambique. 45seu dono (Jacottet). É interessante constatar estas coincidências, não poderão ser consideradas fortuitase são a prova da unidade básica do folclore africano. No conto «Os dois irmãos», descoberto num papirodo antigo Egipto (Máspero), encontra-se também um incidente análogo. O irmão mais novo, refugiadono «Vale de Accacia», indica a seu irmão mais velho a forma de determinar a ocorrência de certa desgraça.«Quando a cerveja que te trouxerem abundar em espuma, saberás que morri» diz-lhe ele. Um belo dia, oirmão mais velho vê a sua cerveja engrossar por forma estranha. Parte para o «Vale de Accacia», encontrao jovem já morto e ressuscita-o. Nestes contos egípcios extremamente antigos, publicados por Máspero,Junod verificou ainda outras afinidades com os Rongas. Assim vê-se um fugitivo escapar ao inimigograças a um rio subitamente surgido entre eles (como no caso do Hipopótamo perseguido pelo Sapo daAreia). Tal como no conto XXIX, numa destas narrativas a Grande Serpente prepara-se para engolir umser humano mas acaba por se contentar com cabaças de leite, deixando o desgraçado com vida.44O homem e a mulher partem para a região do Maputo, que constitui o extremo sul do país ronga,o narrador chama Guanazi ao chefe a quem eles se apresentam. Era esse, com efeito, o nome do rei deMaputo (exilado depois de 1896). Para chegar a essas bandas há que atravessar a baía de Lourenço Marquesnum local onde ela é bastante estreita, não contando sequer um quilómetro de largura. Na margemnorte os pescadores desembarcam todos os dias a partir de uma hora da tarde para vender o peixe queapanharam de manhã. Todos estes circunstancialismos locais serviram para compor este conto.45Considera-se aqui o caso de uma mulher, filha de um chefe negro de Moçambique e casada comGuanazi que, sendo bastante caprichosa, o abandonou para voltar a casa dos pais. As esposas negrasabandonam frequentemente o domicílio conjugal quando têm algum motivo de queixa; os amridos vãoem sua busca e elas regressam após apresentarem as suas condições.2672009 E-BOOK CEAUP

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