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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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Susana Dolores Machado NunesXIX – NABANDJI, A RAPARIGA DOS SAPOSFUNÇÕES ESTRUTURAISMOTIVOSModelo TipoElementos TextuaisMotivos Temáticos260Estado inicial deequilíbrioSituação de perturbaçãoTransformaçãoSituação restabelecidaEstado fi nalEstabilidadeInstabilidadePartidaEscolhaRegressoMetamorfose (canto)DescobertaProva públicaCastigo pela desobediênciaPuniçãoLamento e pedidoUm jovem estava prestes a casar, pois tinha juntado o sufi ciente paraadquirir mulher. Os pais quiseram arranjar-lhe esposa.O jovem recusou querendo ser ele a escolher.– Partida para uma aldeia, escolheu uma rapariga e fez o pagamento.– Nenhuma das pessoas da aldeia partilhou a refeição consigo.– O jovem não se apercebeu que aquelas pessoas tinham duas bocas:uma à frente para falar e outra na parte de trás da cabeça, com a qualcomem, só que se encontra escondida pelo cabelo.– Regresso a casa com a mulher, onde são rcebidos com alegria.– 1º dia, recusa da mulher em comer.– Partida com as cunhadas para partir lenha, quando as outras desapareceram,Nabandji começou a cantar, dizendo ser um licorne 32 – transformaçãoda rapariga em animal. Comeu erva, enquanto cantava, equando saciada voltou à forma de rapariga.– Dia seguinte, ida ao lago buscar água, afastou-se das outras e transformou-se,cantando «Chama os sapos, os sapos».– Os sapos saíram todos e vieram ter com ela e ela comia-os (a carne dagente do seu país é carne de sapo).– Regresso ao seu estado normal depois de saciada.– A sogra estranhou a atitude da nora, que não comia mas não emagreciae pediu às fi lhas que a observassem.– Um dia foram apanhar lenha e as cunhadas ouviram-na cantar, viramnatransformar-se em animal e comer erva, e, no dia seguinte, comeros sapos.– As cunhadas contam à mãe e esta pretende avisar o marido, mas receiaque ele não acredite, pois foram contra o casamento.– O marido não acreditou, mesmo depois de ter visto a metamorfose.Regressou a casa e nunca mais mostrou amor pela sua mulher.– Um dia, enquanto Nabandji preparava farinha e cerveja para o marido,ele pegou no piano-mbila, começou a cantar o canto que provocava atransformação da mulher em animal selvagem.– Todos os habitantes da aldeia assistiram: o animal comia erva e engoliaos sapos, quando parou de tocar e de cantar, ela voltou ao estadonormal e regressaram a casa, os pais cobraram dele não ter seguidoos seus conselhos.– O marido decide levar a mulher aos sogros, acompanhado pelo piano,quando chegou começou a cantar e todos da aldeia se transformaram.– Acusou-os de ter sido enganado e exigiu a devolução do dote.Regresso a casa com o dote.Lamenta ter desobedecido aos pais e pede-lhes que escolham a suamulher.32Licorne = chitchweya, animal mitológico que supomos corresponder ao licorne com a diferençade ter, provavelmente, dois chifres.E-BOOK CEAUP 2009

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