19.08.2015 Views

A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto AfricanoTransformaçãoIIRegresso da heroína a casaVisitas ao fi lhoFesta da purifi cação das criançasAjuda do Hipopótamo – preparaçãodo jovem e oferta deprendas (riquezas)IIIPoderes mágicos do fi lho daheroínaFesta – rituais– Numa das visitas, a mulher informa o Hipopótamo da festa da purifi -cação 13 que estão a preparar para as crianças-ratos, o Hipopótamodiz-lhe para ir a Nhembane, a casa dos pais, e que estes preparem acerveja para a festa do seu fi lho.– Os pais da mulher preparam a cerveja de acordo com as instruções doHipopótamo (pormenores culinários). 14– No dia da festa, a mulher vai ao rio com um copo de cerveja e canta,mas o Hipopótamo não aparece. Ela chora, grita e insulta o Hipopótamo.– O Hipopótamo demorara propositadamente, pois queria pôr à provaa mulher, e também estava muito ocupado a preparar o jovem, quefi cou branco, belo, mais brilhante do que todos os outros rapazes, umesplendor.Deu-lhe bens valiosos, um ajudante, Siguila, e um nome, Sidiulu. Lembra-lhea sua história e avisa-o de que tem que casar com uma mulhermiserável, coberta de chagas, de sujidade e asquerosa.– Chegada do Hipopótamo à beira do rio, onde está a fi lha de Nhembane.Aparecem as crianças com as inúmeras riquezas e o fi lho que amãe não reconhece. Conta como viu a sua desgraça, como mandou aPomba ajudá-la e manda-a celebrar a festa da purifi cação da criança.– Partida do cortejo até à aldeia, onde encontraram todos a dormir.– Sidiulu, com o poder dado pelo Hipopótamo, mandou a velha palhotaerguer-se, ali dormiram até de manhã, altura em que a palhota voltouao estado de ruína.– As mulheres da aldeia acordaram e festejavam a celebração da festada purifi cação das suas crianças-ratos, batiam com a mão na bocagritando em sinal de troça 15 ridicularizando a mulher sem fi lho.– A fi lha de Nhembane começou a bater nos lábios, troçando delas.Estendeu as suas esteiras até à praça principal da aldeia, perantea surpresa das outras, e depois chegaram as pessoas da aldeia deNhembane, trazendo consigo numerosos potes de cerveja e vinhama dançar. 16– Chegado todo o clã, a mãe de Sidiulu saiu da palhota a dançar, magnífica, toda branca, seguida do fi lho, resplandecente. Caminharam semprepor cima das esteiras até à praça principal, perante as mulheresescandalizadas.– Nhembane, o pai da mulher perseguida, pôs-se a cantar e a dançardirigindo-se ao genro, a fi lha contou toda a história de Sidiulu e os seusinimigos calaram-se envergonhados.24713Trata-se de uma cerimónia bastante semelhante ao baptismo que se realiza para as crianças algumassemanas após o seu nascimento.14Os narradores rongas apreciam a insistência em pormenores culinários, sobretudo tratando-se dafamosa cerveja da África Austral, byala, indispensável em qualquer festividade de aldeia. O passador como qual se realiza a última operação (nhluto) é tecido com tiras de folha de palmeira entrelaçadas. Apresentapois estreitos interstícios pelos quais passa o líquido, ficando os fragmentos de milho em suspensãona cerveja retidos no nhluto. Entretanto a bebida tornou-se bastante mais alcoólica.15Trata-se de uma espécie de grito denominado chibubutuana de que as mulheres se servem querpara se chamarem umas às outras quer para fazer troça. Bu-bu-bu-bu-bu-bu fazem batendo nos lábios.16Dança Ronga especial – Hi ku khana.2009 E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!