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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto Africanodiscentes indica a máxima “Espertos e estúpidos são todos iguais” emrelação a este conto, mostrando o entendimento parcial que retiraramdo mesmo. Por fim, no conto “O passado e o futuro”, a dificuldade dosalunos residiu na interpretação do título da narrativa e da relação destecom o nome atribuído às personagens. Nos contos portugueses, não encontramosa nomeação de personagens partindo de expressões (grupospreposicionais) como as que estão presentes neste texto: “De onde venho”,“Para onde vou”. Os alunos revelam, assim, alguma confusão na leituraque deve ser feita destas denominações. É-lhes exigida a compreensão deuma realidade elaborada, que passa pela manipulação lúdica de conceitos,como o passado e o futuro. E esta elaboração não é conseguida, devidoà realidade objectiva e formatada na qual vivem. Relativamente à moralidade,as referências dos alunos envolvem as noções de tempo presentee passado: “Não se deve olhar para o passado”, “Temos de andar para afrente e esquecer o passado”, “Não podemos fazer nada pelo passado mastudo pelo futuro”, “Não se deve olhar para trás”, “Não devemos ignorar osoutros, principalmente o futuro”, “Não julgar as pessoas pelo seu nome”e “Nunca deixes de lado ninguém pelo seu nome”. O passado é um tempopara ser esquecido, o futuro é o que conta.Nos contos moçambicanos, no primeiro apresentado, “A Lebre e aAndorinha”, a estranheza dos alunos recaiu nas características atribuídasa estes dois animais. No imaginário ocidental, a lebre seria a mais astuta eesperta e saíria certamente vencedora neste duelo. Duelo este que causoualguma admiração entre os alunos, pois não se trata nem de uma corrida,nem de uma prova de força ou até um combate. Temos uma ilusão criadapela andorinha para enganar a lebre. Esta astúcia da andorinha surpreendeuos discentes. No conto “Nhandzumula-Ndenguela, o comedorde homens”, os alunos estranharam o cariz surreal do conto. Apesar deconhecerem contos semelhantes do mundo ocidental, por exemplo “Ocapuchinho vermelho”, onde as características atribuídas ao lobo mauestão mais próximas do comportamento real do animal lobo, os estudantesreferiram a inverosimilhança e o carácter fantástico do comedor. Para eles,o papão, sendo um homem, nunca teria as capacidades descritas e nuncacometeria tais actos. A lição de moral retirada dos contos, traduzida novamentepor provérbios, “Não fazer aos outros aquilo que não queremos que1392009 E-BOOK CEAUP

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