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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto Africanoestranheza e a admiração de alunos que leram contos populares africanospela primeira vez, com gosto, e que são convidados a entrar num mundonovo de descoberta.Começando pelos contos angolanos, relativamente ao primeiro, “OKianda e a rapariga”, os alunos manifestaram dificuldades ao nível lexical,querendo saber o significado do nome das personagens, e ao nível do entendimentode figuras fantásticas como o Kianda e os Ma-kishi. Revelaramestranheza quando a caveira, que não associaram de imediato ao Kianda,pede em casamento uma rapariga, com quem depois vai viver debaixo deágua. Não encontraram sentido para as pessoas que estão no céu e falamcom a mulher que procura o Kianda. Quanto à estrutura, o facto de nesteconto termos a presença de duas histórias, em que a primeira desencadeiaa segunda, causou dúvidas na interpretação do conto. Pareceu aos alunosque uma história nada tinha a ver com a outra. A vingança do Di-kishi, nofinal da narrativa, ao devorar a sua mulher e o seu filho, provocou entreos alunos reacções de perplexidade e repulsa. É-lhes incompreensível ummonstro, com características humanas, devorar os da própria família.Quanto ao segundo conto, os alunos compreenderam a narrativa, masquestionaram como seria possível um veado já morto e sem pele fugir dasmãos do caçador. Nota-se que é recorrente este tipo de dúvida, ou seja, osalunos quando confrontados com um discurso simbólico revelam algumarenitência e até desconforto, fruto do contexto cultural em que vivem. Apresença de um veado morto e sem pele, que depois fala com o caçador,causou estranheza pela realidade surreal que envolve. Na questão damoralidade, apresentada por 77, 6% dos discentes, são contempladasvisões semelhantes: “Quem ri por último ri melhor”, “Quem te avisa teuamigo é”, “Não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam”,“Não te rias dos outros”, “Nunca contes nada a ninguém, porque podemfazer pouco de ti”, “Não olhes para o que eu faço, mas sim para o que eudigo”, “Nem sempre o mais rápido é o melhor”. Os alunos partem do conhecimentoprévio de ditos populares portugueses e aplicam à narrativa. Apedagogia presente neste conto foi correctamente explicitada pela maioriados alunos, “quem ri por último ri melhor”.No que concerne ao terceiro conto, “O chacal e o cão”, os discentesacharam curiosa a explicação dada na narrativa para o facto dos cães vi-1372009 E-BOOK CEAUP

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