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A MILENAR ARTE DA ORATURA ANGOLANA E MOÇAMBICANA

a milenar arte da oratura angolana e moçambicana - Centro de ...

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A Milenar Arte Da Oratura Angolana e MoçambicanaAspectos Estruturais e Receptividade dos Alunos Portugueses ao Conto Africanomim, soube seguir as recomendações que me fizeram. Morreu, a minhairmã’”. O discurso da irmã mais velha exprime a causa do evento descrito,a morte da irmã. Ela, pelo contrário, como seguiu as recomendações feitaspelos actantes adjuvantes, está viva e feliz.Nestes três contos moçambicanos, a finalização das narrativas é idêntica.O contador não profere opinião directamente, atribui esse papel aoherói ou à heroína dos contos, com a reprodução no discurso das suasfalas. Assim, o ouvinte não identifica o contador com o julgamento decertos comportamentos das personagens enunciados no final. É feitauma transferência de responsabilidade para os intervenientes directosna acção.Os contos angolanos finalizam de forma diferente. Na narrativa “OKianda e a rapariga”, temos duas situações de desenlace, com o despoletarde situações inversas ao início do conto. A estabilidade inicial nãoé recuperada. Os inimigos não são mortos para obtermos um final feliz.Pelo contrário, o Kianda partiu sem destino, a mulher segue-o, mas eledesaparece dentro de uma rocha. Ela regressa a casa e morre tal como asua mãe e toda a gente da aldeia, excepto uma mulher. Temos a primeirasituação de encerramento do conto, com a morte e o castigo devido à desobediência.O conto continua com o rapto da única mulher que sobrevive porum Di-kishi (com maiúscula). A transgressão e posterior fuga da mulhersão igualmente castigadas com a morte. O Di-kishi por vingança come amulher e o próprio filho. No conto, “O cão e o chacal”, o final contemplauma explicação de natureza etiológica. O cão trocou a liberdade da vidano mato e a companhia do irmão chacal pela companhia do homem eos encantos da civilização. O contador acentua a felicidade encontradapelo herói ao referir que este cumpriu a ordem dada, encontrou alimentoe ficou satisfeito com a situação, “Quando foi cumprir essa ordem, o cãoencontrou alimento e, satisfeito, ficou na companhia dos homens”. Noconto “O Passado e o Futuro”, a narração das aventuras de dois homenscom nomes próprios peculiares, “De onde venho” (Passado) e “Para ondevou” (Futuro), termina com a sentença do juiz a decidir quem tinha razãona discussão sobre qual era o nome mais correcto. Há uma situação judicialque provoca um duplo sublinhado: a recompensa de um e a punição deoutro.1212009 E-BOOK CEAUP

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