José Capelaaceitável, na prática deve ser empregada com a máxima cautelapara evitar conflitos, sempre desagradáveis, entre duasestações oficiais. No caso de tal medida se adoptar, deve ficarrodeada das máximas garantias, permitindo-se o recurso comnova análise feita na Metrópole. Frequentes são os exemplosde analistas se terem iludido, dando como existentesno vinho substâncias alheias à sua composição normal. Semir mais longe, recordo-me do largo debate científico com osquímicos brasileiros, sobre vinhos que apresentam os caracteresde terem sido salicilados. O nosso distinto químicoFerreira da Silva provou à evidência que tais vinhos não continhamácido salicílico, mas que existia neles naturalmenteuma substância que dava, reacção idêntica. O vinho naturalé de composição extremamente complexa e variável entrelimites muito largos, sendo, portanto, perigoso obrigar a sujeitarsem recurso à decisão do laboratório local, o qual, pormuito bem montado que esteja, e por mais inteligente queseja o analista que o dirige, ainda assim não pode merecertão absoluta confiança, como os laboratórios da Metrópole,aonde há pessoal que desde largos anos se especializou naanálise de vinhos.Limitação da área de exploração das cantinas do mato96É excelente doutrina, desde o momento em que as zonas nãosejam excessivas. É impossível fixar em absoluto a superfície deuma zona, porque isso em parte depende da maior ou menordensidade de população, de serem ou não cruzadas por caminhosfrequentados, e de outras circunstâncias que podem fazercom que uma zona restrita seja muito mais valiosa debaixo doponto de vista comercial do que uma outra mais vasta. Comotermo médio, porém, talvez se pudesse admitir a que fosse limitadapor uma circunferência em volta da cantina, cujo raio nãoexcedesse três quilómetros.E-BOOK CEAUP 2008
O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaEstou de acordo em que a análise, a fazer-se aqui, como contraprova,seja o menos vexatória possível. Não sou mesmo contrário a que haja umacerta tolerância; mas a verdade é que eu mesmo já tive ocasião de analisarum vinho para os pretos, no qual não entrava sumo de uva; facto este quese passou há aproximadamente quatro anos.Admite S. Ex.ª o princípio do imposto sobre o vinho, que será vantajoso,e só quer que garantam que seja empregado ao fim a que se destina; é oseu receio, infelizmente fundado, em consequência do modo de procederdos Governos anteriores; mas não me parece que se deva agora recear,por motivos diversos que não me deterei a indicar.Com respeito à falsificação, diz o Sr. Casal Ribeiro:A destilação clandestina feita pelos indígenas atingiu um grandedesenvolvimento, com tendências para aumentar. Nos meses emque a árvore da ocanha apresenta as frutas maduras, a importaçãode vinho desce para menos de metade da média mensal, maso preto já não se contenta com esses três meses em que a ocanhafrutifica, e dia a dia vai dando provas do seu espírito inventivo,aproveitando todos os vegetais capazes de dar um líquido fermentável.Empregam em larga escala o ananás e com dois troncosde árvore bem roliços conseguem espremer a cana sacarina,para beber o sumo depois de fermentado.FiscalizaçãoTudo quanto se faça para impedir, quer a destilação de frutasindígenas, quer o desdobramento de vinho importado, é dignodo maior aplauso, e V. Ex.a prestaria um assinalado serviço àviticultura nacional e ao comércio local, montando uma fiscalizaçãoeficaz.Sem me aventurar em longos cálculos, não me parece arrojadocalcular em 30 por cento o aumento do consumo, logo que semontasse uma boa fiscalização, que seguramente teria de serdispendiosa.972008 E-BOOK CEAUP
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