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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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José Capeladeitarem água e assim iludirem a alfândega. De uma maneira bastantesegura posso dizer a V. Ex.a que o vinho de preto que aqui se vende nãotem mais de 12° a 14°; logo, aqui, o interesse dos exportadores pode irde encontro ao dos agricultores, e, portanto, desde já se deduz que, parafavorecer estes, o vinho entrado na Província não deveria ter mais de 14°,ou então deveria pagar mais direitos por cada grau a mais, salvo se essaalcoolização fosse obtida com álcool de vinho. Se para os transportes locaisprecisasse de mais álcool, podia este ser-lhe adicionado, empregando oálcool colonial, como vantagem para os produtores da Província. Discordaum tanto desta minha opinião o Sr. T. C. Ribeiro, que, representando eexpondo com a sua muita competência a opinião comum, diz:88Talvez não seja absolutamente exacto dizer-se que é interesse doexportador alcoolizar fortemente o vinho, e é antes muito naturalque procurasse eximir-se a esse grande aumento de despesano tratamento do vinho, se não houvesse motivo ponderoso quea tal o compelisse.É de manifesta evidência que o vinho chamado colonial é preparadocom massas que não podem servir para a formação detipos finos e delicados, pois que a estas corresponde sempre umpreço mais elevado e tem mais fácil escoamento em mercados demaiores exigências. É certo que a enotecnia dispõe de processosde conservação desses vinhos, sem recorrer a uma alcoolizaçãoexagerada, mas não é menos verdade que esses processos acarretamdespesas desproporcionadas com o pequeno valor dasmassas empregadas no vinho colonial.Este vinho, além de ter que suportar uma longa viagem, necessitamuitas vezes de aguardar quatro e cinco meses o momentode ser entregue ao consumo, passando parte desse tempo emmorosas viagens pelo interior, já em barcos, já em carros ou àscostas de pretos, suportando sempre temperaturas elevadas eestando exposto às vezes semanas inteiras ao sol. Em tais condições,se uma forte alcoolização não garante a boa conservaçãodo vinho, corre-se o risco de alteração, inutilizando-se amercadoria.E-BOOK CEAUP 2008

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