José Capelacasas de venda pelo interior, não é possível fazer uma fiscalização práticados vinhos, como com facilidade se pode obter na metrópole.Entende que a 2.ª e 3.ª conclusões em nada beneficiam os viticultoresportugueses. Estes não deverão apenas apelar para o Governo, mas deverãolembrar-se de que no seu esforço inteligente e na sua iniciativa podemencontrar talvez o melhor meio de debelar a crise vinícola que assoberbao país. Apela, pois, para essa iniciativa. Devem lembrar-se de que precisamcriar tipos de vinho, fixos e constantes; que devem aperfeiçoar quantopossível os processos de fabricação.Manda para a Mesa a seguinte proposta:O limite do grau alcoólico para os vinhos exportados para as colóniasdeve ser mantido, como se acha estabelecido.(a) Portugal Durão.Presidente – Tem a palavra o Sr. Pestana da Silva.78Pestana da Silva (relator) – Lembra que há pouco para demonstrarpraticamente que seria bem dado o conselho defendido pelo sr. PortugalDurão de que o limite dos vinhos para consumo do indígena deve serbaixo e que, pelo contrário é prejudicial o alvitre sugerido por ele, orador,doutra vez que usou da palavra, entende que nestas questões são muitoelucidativas as cifras. E assim é.Tem presente uma nota de exportação para o ultramar desde 1895até 1900 e por ela se vê que, neste período, a exportação para os nossosdomínios ultramarinos, Guiné, Cabo-Verde, Angola, Moçambique e Índia,exceptuando apenas Timor, foi, em 1895, para todos estes pontos, de13.560 pipas; em 1896 a exportação subiu a 14.780 pipas; em 1897 a18.540: em 1898 a 20.300; em 1899 a 24.140 e em 1900 a 25.000 pipas.Examinando estas cifras e estudando onde se faz sentir mais o desenvolvimentodo consumo, chega-se à conclusão de que, pondo de parte osvinhos da Madeira, Porto e os licorosos não especificados, o que avultasão os vinhos tintos e brancos.Vejamos as fases porque têm passado uns e outros. Temos para ovinho branco, e é neste que consiste a preparação do vinho chamado paraE-BOOK CEAUP 2008
O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para Áfricapreto, o seguinte movimento: Em 1895, 1.580 pipas; em 1896, 2.480; em1897, 4.400; em 1898, 6.900; em 1899, 6.422 e em 1900, 7.740 pipas.Houve, portanto, neste período de 6 anos, um aumento em absoluto de5.100 pipas.Tratando-se da marca oficial, parece que aqueles que inventarama tribuneca deviam querê-la tanto para os vinhos brancos, como paraos vinhos tintos. Mas não sucede assim, porque todas as providências etodas as preocupações vão para o vinho branco, precisamente porque estevinho veio demonstrar que é o processo mais seguro de desviar o pretogradualmente da aguardente.A uma outra circunstância quer ainda o orador referir-se com respeitoà marca oficial; é que havendo em todas as províncias ultramarinas interessesde higiene a salvaguardar, em parte nenhuma há a preocupaçãode atender a esses interesses senão na província de Moçambique. Foi sópara a África Oriental que houve o cuidado de se determinar qual o limiteacima do qual o vinho era considerado álcool puro.Vejamos agora o consumo do vinho branco na província de Moçambique,e encontraremos que, nesta província, onde em 1895 se gastavam500 pipas, em 1896 gastavam-se 1.340; em 1897, 3.780; em 1898, 4.160,em 1899, 5.240 e em 1900, 4.720 pipas, o que dá uma percentagemaproximadamente de 81p.c. na totalidade deste aumento.Ao passo que isto sucede em Moçambique, nota-se que o consumodo vinho branco em Angola foi em 1895 de 620 pipas; em 1896, 480; em1897, 760; em 1898, 1.080; em 1899, 1.010 e em 1900, 840, o que dá umapercentagem de 4 p. c.Passemos agora a ver se o aumento do consumo do vinho tinto é tãoimportante.Presidente – Deu a hora. Tem a palavra o sr. Moreira d’ Almeida.79Moreira d’ Almeida – Diz que lhe é desagradável entrar neste debatepara apresentar uma opinião diametralmente oposta à doutrina dorelatório e tese em discussão, tendo sido, pela sua interferência junto dosr. Presidente da Associação Comercial do Porto, que se conseguiu serelaborado naquela cidade um dos relatórios para o Congresso. Mas não2008 E-BOOK CEAUP
- Page 1:
EDIÇÕESELECTRÓNICASCEAUPO VINHO
- Page 5 and 6:
O VINHO PARA O PRETONOTAS E TEXTOS
- Page 7:
ÍNDICE01. INTRODUÇÃO 9Bebidas Ca
- Page 10 and 11:
José Capela10de combate ao alcooli
- Page 12 and 13:
José Capela12Por outro lado, as mu
- Page 14 and 15:
José Capela14os europeus e asiáti
- Page 16 and 17:
José CapelaEm Outubro de 1919 fund
- Page 18 and 19:
José Capela18As exportações port
- Page 20 and 21:
José Capela20O relatório, referin
- Page 22 and 23:
José CapelaNa Base VII das suas pr
- Page 24 and 25:
José CapelaUma tese apresentada ao
- Page 26 and 27:
José Capelaem navios tanques, com
- Page 28 and 29: José Capela28Foi o que aconteceu.
- Page 30 and 31: José Capelacusto de transporte e f
- Page 32 and 33: José Capelamultirracial e pluriter
- Page 34 and 35: José Capela02. TEXTOSDA CORRESPOND
- Page 36 and 37: José Capelada gente civilizada de
- Page 38 and 39: José Capela38e as despesas da apan
- Page 40 and 41: José Capela40que é indispensável
- Page 42 and 43: José Capela42agora feitas são ins
- Page 44 and 45: José Capela44ser impraticável, n
- Page 46 and 47: José Capela2.ª46Será expressamen
- Page 48 and 49: José Capela7.ªProibir-se-á rigor
- Page 50 and 51: José Capela9.ªSerá proibida a ve
- Page 52 and 53: José Capela14.ªO programa para a
- Page 54 and 55: José Capelaempregando-se nesse fab
- Page 56 and 57: José Capela3.ªO governador-geral
- Page 58 and 59: José CapelaOs depósitos oficiais
- Page 60 and 61: José CapelaJORNAL O SÉCULO DE 21
- Page 62 and 63: José CapelaNo meio desta ignorânc
- Page 64 and 65: José Capela64o preto. Benguela é
- Page 66 and 67: José CapelaTESE APRESENTADA AO CON
- Page 68 and 69: José Capela68ainda pela qualidade
- Page 70 and 71: José Capela70Este inconveniente é
- Page 72 and 73: José Capelanhada e que o que se pr
- Page 74 and 75: José CapelaConsiderando que a agri
- Page 76 and 77: José Capelados relatores das concl
- Page 80 and 81: José Capela80significando esta div
- Page 82 and 83: José Capela82nós temos que, enqua
- Page 84 and 85: José Capela84Um dos ilustres relat
- Page 86 and 87: José CapelaALFREDO AUGUSTO FREIRE
- Page 88 and 89: José Capeladeitarem água e assim
- Page 90 and 91: José CapelaB - INTERESSES DA PROV
- Page 92 and 93: José CapelaA fiscalização direct
- Page 94 and 95: José Capelaé beber o máximo poss
- Page 96 and 97: José Capelaaceitável, na prática
- Page 98 and 99: José Capela98Para tal efeito prop
- Page 100 and 101: José Capela2.º Fiscalização sev
- Page 102 and 103: José Capelalibertar o comércio po
- Page 104 and 105: José CapelaDISTRITO DE INHAMBANE10
- Page 106 and 107: José CapelaMédia OutrasImposto de
- Page 108 and 109: José Capela2.º Limitar o número
- Page 110 and 111: José Capela110No primeiro caso, e
- Page 112 and 113: José Capela112e)f)g)praticando out
- Page 114 and 115: José CapelaA cifra de 60 contos é
- Page 116 and 117: José CapelaNota - Em 1990 foi publ
- Page 118 and 119: José Capela118A despesa foi de 2:6
- Page 120 and 121: José CapelaDISTRITO DE INHAMBANERe
- Page 122 and 123: José Capela122Como se sabe, desde
- Page 124 and 125: José Capela162:450 litros que no a
- Page 126 and 127: José Capelarem como alguém alegav
- Page 128 and 129:
José CapelaResumo do movimento de
- Page 130 and 131:
José Capela130Maxixe 332 1.740$00
- Page 132 and 133:
José Capeladústrias que promovam
- Page 134 and 135:
José Capela134§ 1.° No requerime
- Page 136 and 137:
José Capela136palmeiras; de $80, a
- Page 138 and 139:
José Capelamuito sope é fabricado
- Page 140 and 141:
José Capela140levar a efeito a con
- Page 142 and 143:
José CapelaPeço também licença
- Page 144 and 145:
José Capela144quantidade de copra,
- Page 146 and 147:
José CapelaNo projecto de portaria
- Page 148 and 149:
José Capela148As crianças assiste
- Page 150 and 151:
José Capela150Como esta monstruosi
- Page 152 and 153:
José Capela152O triste argumento,
- Page 154 and 155:
José CapelaO problema das transfer
- Page 156 and 157:
José Capelade excedentes da produ
- Page 158 and 159:
José Capela158e) Tapetes e tapeça
- Page 160 and 161:
José Capelaos subsídios, de igual
- Page 162 and 163:
José Capela2.4. NÚMEROS REFERENTE
- Page 164 and 165:
José CapelaVinhos licorosos — ta