19.08.2015 Views

O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaOs factos que aí vão ficando apontados conspiram, a meu ver, paraafugentar ou descontentar os capitais; além disso, os poucos que porlá andam labutando empregam-se, por via de regra, nos giros que lhesparecem mais facilmente rendosos, mas não nos empreendimentos comque mais lucraria a economia da província.Acompanhe V. Ex.ª com a vista um imigrante, Europeu ou Asiático,desembarcado de fresco em Moçambique com alguns valores a mais nosbraços: o que vai ele fazer, se não tem nem pretende emprego público?É quase certo que, se o homem se aplica à agricultura, compra, arrendaou planta coqueiros e cajueiros; se tenciona comerciar, abre venda, porgrosso ou por miúdo, de bebidas destiladas. O pessoal da Companhiade Moçambique entrou na Beira, levando por bagagens umas poucas detoneladas de álcool, que pagaram mais de 5:000$000 réis de direitos; estaverba foi a primeira que a Companhia inscreveu no seu livro de receita.Desses centenares de colonos do Porto e de Lisboa que em 1891 forammandados a granel para a África Oriental, os raros que mostraram teralguma iniciativa para ganhar a vida estabeleceram tabernas. A bitolado movimento comercial e a importação dos líquidos inebriantes. O anoé bom ou mau para a agricultura conforme a nascença e o sazonamentodo cajú. A maior calamidade que ainda pesou sobre Lourenço Marquesnão foi tal a redução das despesas de obras públicas, foi a paralisação dasvendas de álcool em Gaza.O próprio esbelto coqueiro, que na Índia é um tesouro, porque nãotem filamento que se lhe não aproveite, não é apreciado em Moçambiqueporque dá cocos, mas sim porque verte sura e produz palmeira; se o consentissea natureza, não se colheriam em todos os palmares da provínciacocos, que chegassem para o caril, quanto mais para copra!Perguntei a proprietários: «Porque não plantam café ou cana, porquenão experimentam o cacau, porque não semeiam arroz nos pântanos?»A resposta foi sempre a mesma em toda a parte: o melhor é o coqueiro;nada há como o caju! Certamente. Um coqueiro mediano rende em cocos1 a 2 rupias por ano, e só dá o trabalho de colher os frutos. Já não é mau;mas lavrado à sura pode produzir 10 até 20 rupias, e mais. Um barril dequinto de aguardente de cajueiro vale bem 10$000 réis em Moçambique,372008 E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!