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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para Áfricamotivos seguintes: fala-se muito nessa acta em tráfico de escravaturafeito por mouros e baneanes, e, como V. Ex.ª sabe, devido em parte àsmás intenções dos nossos adversários em África, em parte ao disparatedas nossas leis darem aos mouros, canarins e pretos os mesmos foros decidadãos portugueses que aos naturais de Portugal, nada mais fácil nemmais propício do carácter britânico do que, à vista daquela acta publicadano boletim oficial, declararem que um documento emanado do GovernoPortuguês reconhece que os portugueses fazem tráfico de escravatura.Aos comerciantes era dado um prazo de três meses, a contar de 1 deFevereiro, para liquidarem as suas fazendas e saírem do país. De entãopor diante, só seriam admitidos os que se apresentassem munidos delicenças passadas pelos municípios de onde viessem. (Contava-se assimgarantir à Câmara Municipal de Lourenço Marques um rendimento muitoapreciável). Os lugares das vendas seriam indicados pelo Gungunhana.Alguns até podem fazer isto na melhor fé, pois, por ex., para um angloindianonem V. Ex.ª nem eu somos portugueses. Portuguese é o Canarim, nóssomos portugueses de Espanha ou espanhóis de Portugal, portanto creioque V. Ex.ª à vista disto concordará em que seria inconveniente publicar noboletim oficial um documento em que se fale desse tráfico. Embora concordeplenamente com tudo que V. Ex.ª diz, com respeito às medidas tomadas sobreo comércio do álcool, é do meu dever não ocultar a V. Ex.ª que decerto se vailevantar um grande clamor em Lourenço Marques: da parte dos empregadosda Alfândega, cujos proventos diminuem; da parte dos negociantes, que comoV. Ex.ª sabe nunca perdem uma ocasião para reclamar e de se apresentaremcomo uns verdadeiros alicerces da prosperidade deste distrito; da parte dosque não querem bem a V. Ex.ª e, finalmente, dos que, talvez com razão,estão descontentes com a minha norma de proceder neste distrito e queem boa hora são muito numerosos. Creio que V. Ex.ª nada se importa comisto, eu ainda menos, mas entendo dever preveni-lo. Decerto não serei euque levante o repto que a expedição de Gaza lança no fim da acta, pois vejodemais as dificuldades com que luto para tratar com os pseudocivilizadosdaqui, para me querer meter também a resolver as dificuldades da política aseguir com o régulo, que embora sem pretensões a civilizado não é por certonem mais ávido de lucros ilícitos nem menos escrupuloso que a maior parte352008 E-BOOK CEAUP

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