José Capelamultirracial e pluriterritorial, não querendo acreditar na nossa concepçãode Estado e nossos direitos de povo civilizador e não colonizador.(…)Terá laivos de justiça mais esta arremetida contra quem tanto se esforçaCRUENTA E INCRUENTAMENTE, repita-se, pela sua conservaçãoe preservação neste País em guerra aberta com o Mundo para tambémdefender aquele Estado das cobiças alheias?E se em Angola se fizesse um recto exame de consciência e outrossim secultivasse lá carinhosamente, não digo só a gratidão, mas o amor filialou fraternal, como quiserem?A não ser que os Congos, Conacri e quejandos parceiros mais ou menosvizinhos passem a ser modelos ideais até mesmo para os brancos lá residentesou dali oriundos.O EXPRESSO de 24 de Marco de 1973 concluía a análise do problemasugerindo «que Angola importasse alguns milhões de litros da Argélia, oque poderia fazer na casa dos dois escudos e não dos sete, ou mais, quelhe custará a importação da Metrópole».32O relatório do Grémio do Comércio de Exportação de Vinhos, relativoa 1972, refere o caso do Ultramar, nos termos seguintes (39) :«A nota mais saliente que nos apresenta a actividade neste ano de 1972que agora terminou é o verdadeiro afundamento da nossa exportação parao Ultramar. A política de restrições quantitativas em Angola e Moçambique,que já vigorava no ano anterior conduziu a que para em todo o Ultramarse atingissem, em 1972, apenas 74 968 711 litros, volume, portanto,inferior ao total das exportações para o estrangeiro, que atingiu 81 124972 litros. Depois de apontar as dificuldades criadas à contingentação econsequente registo prévio, às campanhas antivinho em Angola, à isençãodo registo prévio das pequenas remessas e outros problemas, o relatório doGrémio, diz: «No respeitante à exportação do vinho a granel, as restriçõesimpostas provocaram, como era de esperar, soluções de continuidade nas(39)Anote-se que o jornal A CAPITAL (5 de Abril de 1573) noticia, com o maior relevo, e na mesmapágina em que publica estes extractos do relatório, as diligências policiais na descoberta de fábricas de«vinho a martelo», após a detecção de um caso em Caldas de Moledo. Casos destes passaram a ser frequentementerelatados na imprensa.E-BOOK CEAUP 2008
O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para Áfricainstalações engarrafadoras de Angola e Moçambique. No termo do anoe com base em presumíveis excessos de teores de ferro, cobre e chumboforam levantadas pelos Serviços de Saúde de Angola dificuldades várias adiversos carregamentos a granel, o que provocou viva agitação nos meiosexportadores e importadores em virtude da legislação portuguesa nãoimpor quaisquer teores daqueles elementos».Seguem-se quadros que demonstram claramente que de 1969 para cáas exportações para Angola desceram de 100 387 434 litros, para 46 269783, e para Moçambique, de 46 630 558 litros, para 15 768 683. Em 1972,as exportações de vinhos para Angola e Moçambique não excederam os452 mil contos.Aí ficam apontamentos deveras incompletos se pretendêssemos levara efeito uma análise exaustiva deste capítulo de relações económicas coloniais.À falta do estofo bastante para o cometimento, entendemos, apesarde tudo, proveitoso assinalar, da maneira que o fizemos, essa realidadeque se nos afigura verdadeiramente significativa.Mais significativos, porém, são, sem dúvida, os textos seleccionadose que a seguir publicamos.332008 E-BOOK CEAUP
- Page 1: EDIÇÕESELECTRÓNICASCEAUPO VINHO
- Page 5 and 6: O VINHO PARA O PRETONOTAS E TEXTOS
- Page 7: ÍNDICE01. INTRODUÇÃO 9Bebidas Ca
- Page 10 and 11: José Capela10de combate ao alcooli
- Page 12 and 13: José Capela12Por outro lado, as mu
- Page 14 and 15: José Capela14os europeus e asiáti
- Page 16 and 17: José CapelaEm Outubro de 1919 fund
- Page 18 and 19: José Capela18As exportações port
- Page 20 and 21: José Capela20O relatório, referin
- Page 22 and 23: José CapelaNa Base VII das suas pr
- Page 24 and 25: José CapelaUma tese apresentada ao
- Page 26 and 27: José Capelaem navios tanques, com
- Page 28 and 29: José Capela28Foi o que aconteceu.
- Page 30 and 31: José Capelacusto de transporte e f
- Page 34 and 35: José Capela02. TEXTOSDA CORRESPOND
- Page 36 and 37: José Capelada gente civilizada de
- Page 38 and 39: José Capela38e as despesas da apan
- Page 40 and 41: José Capela40que é indispensável
- Page 42 and 43: José Capela42agora feitas são ins
- Page 44 and 45: José Capela44ser impraticável, n
- Page 46 and 47: José Capela2.ª46Será expressamen
- Page 48 and 49: José Capela7.ªProibir-se-á rigor
- Page 50 and 51: José Capela9.ªSerá proibida a ve
- Page 52 and 53: José Capela14.ªO programa para a
- Page 54 and 55: José Capelaempregando-se nesse fab
- Page 56 and 57: José Capela3.ªO governador-geral
- Page 58 and 59: José CapelaOs depósitos oficiais
- Page 60 and 61: José CapelaJORNAL O SÉCULO DE 21
- Page 62 and 63: José CapelaNo meio desta ignorânc
- Page 64 and 65: José Capela64o preto. Benguela é
- Page 66 and 67: José CapelaTESE APRESENTADA AO CON
- Page 68 and 69: José Capela68ainda pela qualidade
- Page 70 and 71: José Capela70Este inconveniente é
- Page 72 and 73: José Capelanhada e que o que se pr
- Page 74 and 75: José CapelaConsiderando que a agri
- Page 76 and 77: José Capelados relatores das concl
- Page 78 and 79: José Capelacasas de venda pelo int
- Page 80 and 81: José Capela80significando esta div
- Page 82 and 83:
José Capela82nós temos que, enqua
- Page 84 and 85:
José Capela84Um dos ilustres relat
- Page 86 and 87:
José CapelaALFREDO AUGUSTO FREIRE
- Page 88 and 89:
José Capeladeitarem água e assim
- Page 90 and 91:
José CapelaB - INTERESSES DA PROV
- Page 92 and 93:
José CapelaA fiscalização direct
- Page 94 and 95:
José Capelaé beber o máximo poss
- Page 96 and 97:
José Capelaaceitável, na prática
- Page 98 and 99:
José Capela98Para tal efeito prop
- Page 100 and 101:
José Capela2.º Fiscalização sev
- Page 102 and 103:
José Capelalibertar o comércio po
- Page 104 and 105:
José CapelaDISTRITO DE INHAMBANE10
- Page 106 and 107:
José CapelaMédia OutrasImposto de
- Page 108 and 109:
José Capela2.º Limitar o número
- Page 110 and 111:
José Capela110No primeiro caso, e
- Page 112 and 113:
José Capela112e)f)g)praticando out
- Page 114 and 115:
José CapelaA cifra de 60 contos é
- Page 116 and 117:
José CapelaNota - Em 1990 foi publ
- Page 118 and 119:
José Capela118A despesa foi de 2:6
- Page 120 and 121:
José CapelaDISTRITO DE INHAMBANERe
- Page 122 and 123:
José Capela122Como se sabe, desde
- Page 124 and 125:
José Capela162:450 litros que no a
- Page 126 and 127:
José Capelarem como alguém alegav
- Page 128 and 129:
José CapelaResumo do movimento de
- Page 130 and 131:
José Capela130Maxixe 332 1.740$00
- Page 132 and 133:
José Capeladústrias que promovam
- Page 134 and 135:
José Capela134§ 1.° No requerime
- Page 136 and 137:
José Capela136palmeiras; de $80, a
- Page 138 and 139:
José Capelamuito sope é fabricado
- Page 140 and 141:
José Capela140levar a efeito a con
- Page 142 and 143:
José CapelaPeço também licença
- Page 144 and 145:
José Capela144quantidade de copra,
- Page 146 and 147:
José CapelaNo projecto de portaria
- Page 148 and 149:
José Capela148As crianças assiste
- Page 150 and 151:
José Capela150Como esta monstruosi
- Page 152 and 153:
José Capela152O triste argumento,
- Page 154 and 155:
José CapelaO problema das transfer
- Page 156 and 157:
José Capelade excedentes da produ
- Page 158 and 159:
José Capela158e) Tapetes e tapeça
- Page 160 and 161:
José Capelaos subsídios, de igual
- Page 162 and 163:
José Capela2.4. NÚMEROS REFERENTE
- Page 164 and 165:
José CapelaVinhos licorosos — ta