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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaEm ofício da mesma proveniência e com o mesmo destino, datado de28 de Abril de 1891 (22) refere-se o acordo com o Gungunhana sobre a vendado álcool, e que tinha sido realizado em reunião de 22 de Janeiro daqueleano, com a participação do Intendente-Geral e mais pessoal da Intendência,Gungunhana e seus secretários, assim como 88 comerciantes.O acordo estabelecia a proibição da venda de álcool outro que não ovinho português. «(O Intendente-Geral estimava que esta medida proporcionaria‘incremento descomunal à indústria portuguesa’. Calculava queos 40 000 ou 50 000 garrafões de álcool que se consumia dariam a vez a200 ou 300 000 de vinho português)» (23) .Mouzinho de Albuquerque acaba por solicitar a informação de «qualo tipo de vinho nacional que mais facilmente encontrará venda entre osvátuas para transmitir aos comerciantes e ao governo central».António Enes (24) , por sua vez, descreve o comércio europeu em Moçambiqueque não sendo agente de poderosas indústrias, vivia de «fornecimentoao Estado, de vendas fiadas aos funcionários públicos e da paixãodo negro pelo álcool».O mesmo autor (25) anota que europeu e asiático que desembarca emMoçambique com algum capital se vai para a agricultura trata de comprar,arrendar, ou plantar coqueiros e cajueiros; se para o comércio montataberna de bebidas destiladas.Conta ainda que a primeira verba inscrita pela Companhia de Moçambiqueforam mais de 5 000$000 réis de direitos devidos a algumastoneladas de álcool desembarcado com a bagagem dos seus primeirosfuncionários!A actividade económica de Moçambique de então pautava-se pelaprodução e venda de álcool.António Enes considerava, porém, que se tratava de um vício inatonos africanos e nenhuma culpa cabia aos europeus na sua deflagração.«Foi a natureza que fez o africano borracho» (26) .21(22)Idem, págs. 92 e 93.(23)Idem, Ibidem, em nota.(24)MOÇAMBIQUE Relatório apresentado ao Governo (publicado pela primeira vez em 1893), 3.ªedição, Agência Geral das Colónias, Lisboa,1946, pág. 19.(25)Idem, págs. 43 e 44.(26)Idem, pág. 48.2008 E-BOOK CEAUP

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