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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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José Capela20O relatório, referindo as razões gerais da diminuição nas importaçõesmetropolitanas, acrescenta uma especial para a «do chamado vinho parapretos, que tem cada vez menos procura, porque a essa mixórdia preferemos indígenas a aguardente do Buzi».Já agora acentue-se não ser, por igual, de hoje, a questão da «mixordice»nos vinhos exportados para Angola e Moçambique. Vem logo desdeo princípio da exportação em grande escala. Se localizarmos esse princípioem meados do séc. XIX, vemos que ainda antes do fim do século já haviagrandes questões e medidas legislativas provocadas pelas traficâncias queiam ao ponto de introduzir em Moçambique álcoois dos cereais ao abrigodos benefícios pautais destinados aos vinhos.De quando vem esta preocupação calculada da introdução do vinhocomo alternativa às bebidas cafreais?Certamente que não foram os pequenos comerciantes locais, fabricantesartesanais de álcool, a promovê-la.Tudo indica tratar-se de um esforço conjugado dos exportadores, dosgovernantes e dos importadores.Embora tivesse atingido vulto a importação moçambicana de vinhoé facto que as entidades oficiais da última década de oitocentos continuavampreocupadas com o assunto e no sentido de a incrementarem. Paragovernadores e outros era, manifestamente, o problema número um deMoçambique.Mouzinho de Albuquerque, governador de Lourenço Marques, emofício dirigido ao Intendente-Geral dos Negócios Indígenas em Gaza,em Janeiro de 1891, informava-o do facto de correrem naquela cidadeinsistentes boatos assustadores a propósito de atitudes do Gungunhana.Segundo esses boatos, o Intendente a muito custo obtivera do réguloo prazo de três meses para a retirada dos negociantes do Bilene e daCossine.E a principal preocupação dos governos Geral e Distrital, perante umaameaça de guerra do Gungunhana aos régulos do Bilene e da Cossine, eraa de que levasse a «produzir uma baixa enorme na importação do álcoole pólvora, isto é nas principais fontes de receita do distrito» (21) .(21)MOUZINHO GOVERNADOR DE LOURENÇO MARQUES, 1956, Imprensa Nacional de Moçambique,Lourenço Marques, pág. 88.E-BOOK CEAUP 2008

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