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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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José CapelaEm Outubro de 1919 fundou-se a Liga Anti-Alcoólica da Província deMoçambique. Propunha-se lutar contra os abusos da bebida e trabalharcontra o alcoolismo, por meio de leis e punições, pela educação anti-alcoólica,pela imprensa e pela propaganda entre os indígenas do interior.Era composta por médicos, professores, missionários, comerciantes emembros do Conselho do Governo (13) .Chegamos a Moçambique no primeiro trimestre de 1955 e, a avaliarpelo que pudemos testemunhar, a acção desta Liga (da qual não houvenotícia desde então) deve ter sido de resultados práticos nulos.<strong>VINHO</strong> <strong>PARA</strong> O ULTRAMAR16Não vamos historiar factualmente o que foi e o que é a exportação do vinhopara o Ultramar de domínio português. Vamos apenas tentar apresentarfactos que denunciam constantes presentes aos textos publicados emantologia, textos esses razão única de ser desta pequena publicação.Certamente que o vinho não estava ausente dos carregamentos dasfrotas da índia, nos séc. XV e XVI.A título de curiosidade, anote-se, entretanto, que entre 8 de Março de1508 e 10 de Novembro de 1509 o feitor de Sofala, Pero Pessoa, recebeu,entre outros artigos, 242 almudes de vinho (14) .Mas o que é mais interessante é que já em 1518 se brigava por causado negócio do vinho na costa oriental de África: uma carta de Diogo Lopesde Sequeira (15) para o Rei tratava «das queixas de Afonso Luís, almoxarifeda venda dos vinhos de Sofala e Moçambique, que chegou à índia e declarouter abandonado o cargo porque Sancho de Toar persistiu em venderprimeiro os seus vinhos do que os do rei» (16) .(13)Georges de Tribolet, missionário suíço, in L’ANTI ALCOOLISME AU MOZAMBIQUE, FAITS ETREA LITÉS, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1920, 38.ª série, págs. 46 e segs. A criação daLiga ficou a dever-se ao Padre Vincente, também promotor do jornal O Africano. O Africano, 18 de Outubrode 1919 e segs.(14)Alexandre Lobato A EXPANSÃO PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE DE 1498 a 1530, Livro IIIAspectos e problemas da vida económica, de 1505 a 1530, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos,Lisboa, 1950, pág. 99.(15)Diogo Lopes de Sequeira — Carta ao Rei-Cochim, 23 de Dezembro de 1518, Arquivo Nacionalda Torre do Tombo — Cartas dos Vice-Reis, n.° 12, in Alexandre Lobato, idem, pág. 311.(16)Alexandre Lobato, idem, ibidem.E-BOOK CEAUP 2008

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