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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaO alcoolismo, o definhamento da raça, o aumento da mortalidade, tudoisso constitui, para os fabricantes de bebidas fermentadas, uma nebulosaque não compreendem, nem consentem que se lhes faça compreender.Enriqueçam eles depressa e fique o distrito em ruínas, que a sua consciênciacontinuará tranquila como a superfície de um lago em noite de calmaria.Não esperemos pois que, sem a adopção de medidas especiais e rigorosasse consiga eliminar esta origem do mal, que venho a apontar.Com as modificações, que propus ao Regulamento de Bebidas Fermentadase de que tratei no capítulo — «agricultura» —, vibrava um golpe aeste estado de coisas, golpe que não seria decisivo, mas seria o primeirode uma série, pois à sombra da protecção oficial se criaram interesses, quenão é justo atingir mortalmente, sem lhe dar um pouco de tempo paratomarem diversa orientação.Este problema é preciso encará-lo de frente e pô-lo em equação parase facilitar a sua solução. Moralmente, sob o ponto de vista da civilizaçãoe da educação do indígena, sob o ponto de vista económico, sob qualqueraspecto, que se encare a questão, é um erro manter o actual estado decoisas e chega a ser um crime.O nosso papel não pode consistir em embriagar o indígena, colocandoassim a nossa civilização ao nível da dele; deve consistir em combater aembriaguez, por todos os processos possíveis, desde que ninguém põe emdúvida de que ela é uma causa da miséria e da ruína de uma raça.É um mal que o indígena se embriague com álcool, que ele fabrica, ouque para ele se importaria, mas é uma fonte de receita e deixa de ser ummal, se ele se embriaga com bebidas fermentadas, que os brancos fabricame lhe fornecem a preços módicos!Ao indígena, que é simplista nos seus raciocínios, há-de custar-lhemuito a compreender porque o não deixam beber o seu álcool e o afogamem bebidas fermentadas, que os brancos fabricam.Pois que, dirão eles, a embriaguez só é vício e só é prejudicial, quando sejaproduzida a preços baixos pelo álcool fabricado pelos nossos alambiques, edeixa de o ser, quando seja produzida pelo sope a sura e o caju, que os brancosfabricam e nos fornecem em qualquer quantidade a troco das nossas libras?Não, o que eles querem é apenas as nossas libras e nada mais. Confessemosque não raciocina mal de todo o bom indígena.1512008 E-BOOK CEAUP

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