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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaDa Manhiça, e acentuando a necessidade do desenvolvimento daagricultura, o administrador opina que «para tal se conseguir é necessárioque o Poço do Bispo deixe de exportar colonial (sic), que se proíba o sope,que as cantinas se limitem à venda de fazendas (... )» (10) .Por sua vez, o administrador de Marracuene informa que comércioda circunscrição, na sua quase totalidade, se dedica exclusivamente àtransacção com o indígena, sendo o artigo principal o vinho e defendeque o governo deveria atender ao problema do definhamento da raça peloabuso do álcool sob a forma de bebidas fermentadas e do vinho colonial,decretando medidas enérgicas de repressão ao fabrico e comércio de taisbebidas (11) .Um outro administrador, o da circunscrição de Magude, sugere amodificação do Regulamento da Contribuição Industrial e especialmenteno que respeita às facilidades dadas à «venda, por toda a parte, de bebidasdestiladas, quando a observação nos aconselha que essa venda deviarestringir-se às sedes das administrações e dos postos, e ainda, nesteslocais, em estabelecimento onde não fosse permitida a entrada a indígenas(sic).«Se com a venda do ‘vinho colonial’ vamos inutilizando o indígena,mais depressa o inutilizaremos vendendo-lhe bebidas alcoólicas, pois éele o único consumidor da genebra e do whisky que enche as estantes dosestabelecimentos espalhados pelo mato».Álvaro de Castro, governador-geral de Moçambique, pela mesma data,afirmava que as características (estabelecimentos comerciais do matocujo negócio principal consistia no fabrico e venda de bebidas alcoólicas,incluindo o vinho) «são no mato o mais forte elemento de dissolução dafamília e da sociedade indígenas, marcando duma maneira vergonhosaa nossa acção no interior».Achava que a proibição do fabrico do sope era inteiramente ineficazporque sendo um negócio altamente rendoso suportaria toda a espéciede penas (12) .15(10)RELATÓRIOS DO DISTRITO DE LOURENÇO MARQUES, 1919, Imprensa Nacional, Lourenço Marques,pág. 69.(11)Idem, págs. 51 e 52.(12)Idem, pág. 111 e Álvaro de Castro ÁFRICA ORIENTAL PORTUGUESA, Notas e Impressões, Lis -boa, s/d, págs. 86 e segs.2008 E-BOOK CEAUP

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