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O VINHO PARA O PRETO

o vinho para o preto - Centro de Estudos Africanos da Universidade ...

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José Capela14os europeus e asiáticos e fabricam-nas porventura mais imperfeitas sim, mas nempor isso deixam de servir para beber e embriagar...» (sublinhado nosso).Parece que era claro no espírito do Governador terem sido os comercianteseuropeus e asiáticos os introdutores da «industrialização» destetipo de bebida, cujo uso viria a ser um dos leit-motiv para os colonialistasdenegrirem toda uma raça, motivarem o incentivo ao uso do vinho emalternativa e procederem, atempadamente, a bárbara repressão policialsobre aquelas mesmas bebidas.Ainda neste autor se pode ver a envergadura que tomou, em todos osaspectos, e naquele distrito, o caso das bebidas chamadas cafreais.Desde 1907, o seu fabrico e comércio eram inteiramente livres. Umdecreto de 20 de Junho de 1912 tentou levar os agricultores ao amanhodas terras e a abandonar aquela actividade. Mas foi de efeito precário,pois logo, em Julho do ano seguinte, perante os protestos levantados,nova disposição legal recriava as facilidades antigas.Uma estimativa do governador admite que, no distrito, e em 1914, seproduziu a quantia fabulosa de 20 milhões de litros de bebidas inebriantes,o que representava a capitação anual, por adulto, de 101,3 litros. E tudoindicava que a produção estava em aumento.É preciso notar que este cômputo, levando em conta o fabrico clandestino,assenta, porém, e primariamente, nas licenças concedidas; istoé, tratava-se sobretudo duma produção de europeus e asiáticos.Uma coisa é certa. A primeira actividade do distrito de Inhambane,para os períodos referidos, era a indústria das bebidas cafreais.Os textos que esse governador distrital dedicou nos seus relatórios aoassunto (e que vem, na sua parte substancial, assim como estatísticas, nofinal deste volume) são perfeitamente claros a esse respeito.O comércio das bebidas alcoólicas em geral, e levando em conta umaestatística de 1904 referente a Lourenço Marques, publicada pela SecretariaGeral do Governo Geral, era igualmente vultuoso. Só naquela cidade,e para uma população de 9 000 pessoas (30 % indígenas), havia 1 032estabelecimentos com licença de venda de bebidas!Indicações dos administradores de circunscrição, no Distrito de LourençoMarques, para os anos de 1915-1916, referem-nos o mal do alcoolismograssando por toda a parte.E-BOOK CEAUP 2008

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