José CapelaMédia OutrasImposto deAnosdo imposto receitaspalhotaContos de réis1896-1897 134 242Médias deoutras receitasContos de réis1897-1898 297 1761898-1899 278 252 186 2061899-1900 300 2191900-1901(a) 184 — 148 —1901-1902(a) 196 — 126 —1902-1903 286 1611903-1904(a) 344 1491904-1905 368 339 174 1631905-1906 355 169(a)(b)Guerra do Transval.Lei de 7 de Maio de 1902.106Comparando com estes números a importação do vinho em Inhambane,vemos que esta não aumenta com o rendimento do imposto de palhotae que, pelo contrário, se mantém estacionária ou quase estacionária.A diminuição de receitas de 1902-1903 a 1906, comparado com a dosanos de 1896 a 1899, é de 172 contos de réis, representando esta quantiao quanto custou ao distrito de Inhambane o citado decreto de 1902, e istosupondo que os rendimentos do distrito ficavam estacionários na médiados quatro anos de 1896 a 1899, o que não era de esperar, pois que omapa acima mostra a sua tendência a crescer, a partir do ano de 1897,crescimento bem marcado até à época da guerra do Transval.Mas, por outro lado, temos que pelo Chai-Chai a importação de vinhotem aumentado sucessivamente, e uma grande parte dele é vendido àgente da margem esquerda do Limpopo, que tem grandes afinidades demodo de vida com o gentio de Inhambane. Não sabe a alfândega qual aimportação que se faz para o Chai-Chai por ser comércio de cabotagem,mas basta ver o número de licenças que ali há para venda, para julgar dasua importância (4) .(4)Pelas informações obtidas nas agências de navegação a exportação do vinho para o Chai-Chai em1905 e 1906 até hoje foi de 7.542.360 litros.E-BOOK CEAUP 2008
O Vinho para o PretoNotas e Textos sobre a Exportação do Vinho para ÁfricaOra como explicar o facto singular de que a importação marcha eavança para o interior pelo Chai-Chai e não acontece o mesmo por Inhambane,onde não só se conserva estacionária, mas diminui?Uma só é a razão, a meu ver, e imposta pela lei de 1902: a proibição,ao sul do Save, de se fabricar o álcool e as bebidas fermentadas. O pretonão gosta do vinho, porque a ele não estava habituado; mas também onão estava em Lourenço Marques e no Chai-Chai e entretanto aqui a vendatem-se propagado largamente.Mas em Inhambane sucedia o que não acontecia nos outros dois pontos,isto é, que os cafres numa certa zona em redor da vila estavam habituadosao sope, à sura e ao caju que era fabricado pelos cultivadores dali, e,encontrando essa bebida feita, compravam-na e bebiam-na; estabeleceu-seassim uma zona de resistência natural à penetração do vinho, e o preto, nãoencontrando fabricados os licores fermentados que dantes bebia, começoua fabricá-los clandestinamente, e até fabricou álcool de mandioca, o queanteriormente não fazia, pelo menos, em tão larga escala, por isso que oscultivadores tinham interesse em evitar o contrabando, e o denunciavam,concorrendo também para o mesmo fim a influência que tinham entãoentre os negros.Mas a isto responder-se-á que, se fiscalizarmos a fabricação clandestina,o preto, não podendo fabricar álcool, ver-se-á forçado a bebero vinho. Talvez, mas não o creio; e a promulgação de uma medida dessaordem poderá levar a uma revolta ou à fuga dos indígenas, aos quaisnão se pode exigir que de um momento para o outro, mudem os seushábitos seculares. Estão habituados ao sope, à sura e ao caju e para quetroquem estas bebidas pelo vinho, preciso será fazer uma propagandalenta, durante a qual as dificuldades da venda das bebidas indígenas vãoprogressivamente aumentando e as facilidades para a venda do vinhoaumentem igualmente.Para isso se conseguir, o processo será, a meu ver:1071.ºManter a proibição da fabricação do álcool, permitindo a vendado sope, sura, caju, etc., pelos agricultores, pondo-lhe um impostoque torne o seu preço, em igualdade de circunstâncias, um poucosuperior ao preço do vinho para indígenas;2008 E-BOOK CEAUP
- Page 1:
EDIÇÕESELECTRÓNICASCEAUPO VINHO
- Page 5 and 6:
O VINHO PARA O PRETONOTAS E TEXTOS
- Page 7:
ÍNDICE01. INTRODUÇÃO 9Bebidas Ca
- Page 10 and 11:
José Capela10de combate ao alcooli
- Page 12 and 13:
José Capela12Por outro lado, as mu
- Page 14 and 15:
José Capela14os europeus e asiáti
- Page 16 and 17:
José CapelaEm Outubro de 1919 fund
- Page 18 and 19:
José Capela18As exportações port
- Page 20 and 21:
José Capela20O relatório, referin
- Page 22 and 23:
José CapelaNa Base VII das suas pr
- Page 24 and 25:
José CapelaUma tese apresentada ao
- Page 26 and 27:
José Capelaem navios tanques, com
- Page 28 and 29:
José Capela28Foi o que aconteceu.
- Page 30 and 31:
José Capelacusto de transporte e f
- Page 32 and 33:
José Capelamultirracial e pluriter
- Page 34 and 35:
José Capela02. TEXTOSDA CORRESPOND
- Page 36 and 37:
José Capelada gente civilizada de
- Page 38 and 39:
José Capela38e as despesas da apan
- Page 40 and 41:
José Capela40que é indispensável
- Page 42 and 43:
José Capela42agora feitas são ins
- Page 44 and 45:
José Capela44ser impraticável, n
- Page 46 and 47:
José Capela2.ª46Será expressamen
- Page 48 and 49:
José Capela7.ªProibir-se-á rigor
- Page 50 and 51:
José Capela9.ªSerá proibida a ve
- Page 52 and 53:
José Capela14.ªO programa para a
- Page 54 and 55:
José Capelaempregando-se nesse fab
- Page 56 and 57: José Capela3.ªO governador-geral
- Page 58 and 59: José CapelaOs depósitos oficiais
- Page 60 and 61: José CapelaJORNAL O SÉCULO DE 21
- Page 62 and 63: José CapelaNo meio desta ignorânc
- Page 64 and 65: José Capela64o preto. Benguela é
- Page 66 and 67: José CapelaTESE APRESENTADA AO CON
- Page 68 and 69: José Capela68ainda pela qualidade
- Page 70 and 71: José Capela70Este inconveniente é
- Page 72 and 73: José Capelanhada e que o que se pr
- Page 74 and 75: José CapelaConsiderando que a agri
- Page 76 and 77: José Capelados relatores das concl
- Page 78 and 79: José Capelacasas de venda pelo int
- Page 80 and 81: José Capela80significando esta div
- Page 82 and 83: José Capela82nós temos que, enqua
- Page 84 and 85: José Capela84Um dos ilustres relat
- Page 86 and 87: José CapelaALFREDO AUGUSTO FREIRE
- Page 88 and 89: José Capeladeitarem água e assim
- Page 90 and 91: José CapelaB - INTERESSES DA PROV
- Page 92 and 93: José CapelaA fiscalização direct
- Page 94 and 95: José Capelaé beber o máximo poss
- Page 96 and 97: José Capelaaceitável, na prática
- Page 98 and 99: José Capela98Para tal efeito prop
- Page 100 and 101: José Capela2.º Fiscalização sev
- Page 102 and 103: José Capelalibertar o comércio po
- Page 104 and 105: José CapelaDISTRITO DE INHAMBANE10
- Page 108 and 109: José Capela2.º Limitar o número
- Page 110 and 111: José Capela110No primeiro caso, e
- Page 112 and 113: José Capela112e)f)g)praticando out
- Page 114 and 115: José CapelaA cifra de 60 contos é
- Page 116 and 117: José CapelaNota - Em 1990 foi publ
- Page 118 and 119: José Capela118A despesa foi de 2:6
- Page 120 and 121: José CapelaDISTRITO DE INHAMBANERe
- Page 122 and 123: José Capela122Como se sabe, desde
- Page 124 and 125: José Capela162:450 litros que no a
- Page 126 and 127: José Capelarem como alguém alegav
- Page 128 and 129: José CapelaResumo do movimento de
- Page 130 and 131: José Capela130Maxixe 332 1.740$00
- Page 132 and 133: José Capeladústrias que promovam
- Page 134 and 135: José Capela134§ 1.° No requerime
- Page 136 and 137: José Capela136palmeiras; de $80, a
- Page 138 and 139: José Capelamuito sope é fabricado
- Page 140 and 141: José Capela140levar a efeito a con
- Page 142 and 143: José CapelaPeço também licença
- Page 144 and 145: José Capela144quantidade de copra,
- Page 146 and 147: José CapelaNo projecto de portaria
- Page 148 and 149: José Capela148As crianças assiste
- Page 150 and 151: José Capela150Como esta monstruosi
- Page 152 and 153: José Capela152O triste argumento,
- Page 154 and 155: José CapelaO problema das transfer
- Page 156 and 157:
José Capelade excedentes da produ
- Page 158 and 159:
José Capela158e) Tapetes e tapeça
- Page 160 and 161:
José Capelaos subsídios, de igual
- Page 162 and 163:
José Capela2.4. NÚMEROS REFERENTE
- Page 164 and 165:
José CapelaVinhos licorosos — ta