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UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

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Da família à comunidadeAs comunidades negras no Brasil foram formadas em meio à desagregaçãofamiliar resultante do tráfico e às adversidades da vidaescrava. A condição escrava dificultou a formação e consolidaçãode famílias e comunidades, já que amigos e parentes podiam serseparados pela venda para proprietários diferentes. Para sobreviversob o cativeiro, os escravos e escravas buscaram acionar relaçõessociais aprendidas na África e as aqui inventadas. Os vínculosformados a partir do trabalho, da família, dos grupos de convívioe da religião foram fundamentais para a sobrevivência e paraa recriação de valores e referências culturais.Num primeiro momento, o escravo recém-vindo da Áfricaera submetido a um treinamento conduzido por senhores e feitores.Estes ensinavam os rudimentos da língua portuguesa, principalmenteos que fossem necessários para compreender as ordensdo senhor e do feitor. Senhores e feitores ensinavam também tarefas,impunham disciplina e formas de deferência. Na cartilhasenhorial, antes de tudo, era preciso definir e deixar claro quemmandava e quem obedecia. O senhor desejava também que o cativocompreendesse os rudimentos da religião católica, sobretudoaprendesse a rezar. A sociedade escravista contou com o apoio daIgreja Católica para inculcar nos cativos paciência e humildadecomo virtudes desejáveis.Nos grandes engenhos, fazendas de café, nas minas e cidades,a escravaria geralmente era formada por africanos de etnias diversas,Uma história do negro no Brasil 95

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