19.08.2015 Views

UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

do país, algo que não ocorre no Brasil.Contudo, os Estados Unidos não devem servir comomodelo ideal. Lá apenas uma minoria de negros conseguiu formaruma classe média e uma classe empresarial, além de ocuparpostos governamentais, alguns muito altos na administração federal.A grande maioria dos negros continua a viver em bairros insalubres,onde a pobreza, a violência, a desestruturação familiar, asdrogas fazem parte do dia-a-dia. Como no Brasil, as prisões estãoabarrotadas de negros, numa proporção muito maior do que elessão na população do país. Os negros são apenas 13% dos americanos,mas 49% dos prisioneiros. A situação de pobreza da maioriados negros americanos ficou patente com a tragédia do furacãoKatrina, em agosto de 2005. A multidão negra desesperada apedir ajuda foi a cena mais insistentemente mostrada nas tevês,cenas do Terceiro Mundo no país mais rico do mundo. Enfim,repetimos, apesar de muitos avanços, os Estados Unidos não sãoum bom exemplo de justiça racial. Por isso o Brasil deverá trilharseu próprio caminho.A partir de meados da década de 1990, as organizaçõesnegras brasileiras conseguiram, finalmente, que em nosso país fossemdiscutidas medidas governamentais contra o racismo e asdesigualdades raciais. Em 1996 foi criado pelo governo federal oGrupo de Trabalho Interministerial para a Implementação dePolíticas de Ações Afirmativas. Em 2001, durante a III ConferênciaMundial Contra o Racismo, na África do Sul, o governo federalassumiu o compromisso de implantar o sistema de cotas raciais,tendo adotado a medida em alguns setores do mercado detrabalho e da educação.Independente de política de governo, uma das medidasque está sendo adotada por um número crescente de universidadespúblicas brasileiras são as chamadas cotas sociais e raciais.Apesar de cada universidade adotar políticas específicas, a idéiageral é reservar um determinado número de vagas para pessoaspobres e negras, em geral vindas de escolas públicas.Aqueles que defendem as cotas acham que, apesar de nãoresolver o racismo e as desigualdades imediatamente, este sistemapelo menos seria um primeiro passo nessa direção. Os que sãoUma história do negro no Brasil 303

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!