UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

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eleza negra, do heroísmo de Zumbi e das lutas do povo negrodemonstrava o empenho da militância em transformar o ano de1988 num marco no processo de valorização da negritude e decombate ao racismo.A principal estratégia das organizações negras durante asmanifestações públicas, atividades acadêmicas e solenidades docentenário foi enaltecer a cultura negra, definida como a continuidadede tradições africanas e símbolo da resistência, além de denunciara desigualdade social e econômica. Toda essa movimentaçãonegra na década de 1980 teve repercussão política. Desde 1988a Constituição Federal prevê que a prática de racismo é crimeinafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Isso querdizer que o agressor não pode ser solto com o pagamento defiança e pode ser preso mesmo quando já se tiver passado muitotempo do crime. Com isso, foi revogada a Lei 1.390/51, conhecidacomo Lei Afonso Arinos, que punia mais brandamente atitudesracistas.Em 1989 foi promulgada a Lei 7.716/89, conhecida comoLei Caó por ter sido proposta pelo deputado negro Carlos Albertode Oliveira, conhecido como Caó. Esta é a única lei que definepráticas de crime de racismo no Brasil, das quais os negros são asmaiores vítimas. A Lei Caó torna evidente o quanto é importante apresença de negros em cargos públicos. O aumento significativo dapresença na vida política brasileira de negros identificados com acausa anti-racista foi outra decorrência importante da açãoconscientizadora dos movimentos negros. Entre esses políticos queassumiram cargos nos poderes legislativos e executivos não se podedeixar de lembrar os nomes do senador Abdias do Nascimento, dasenadora e governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva, dosdeputados federais Luiz Alberto, Paulo Paim, Francisca Trindade eoutros, apenas para falar de alguns com projeção nacional.Uma história do negro no Brasil 297
Zumbi: política e carnavalse inspiram na história da resistência negraManifesto do Dia Nacionalda Consciência Negra (1988):Nós, negros brasileiros, orgulhosospor descendermos de Zumbi, líder daRepública Negra de Palmares, que existiuno Estado de Alagoas, de 1595 a1695, desafiando o domínio portuguêse até holandês, nos reunimos hoje,após 283 anos, para declarar a todopovo brasileiro nossa verdadeira e efetivadata: 20 de novembro, DIA NA-CIONAL DA CONSCIÊNCIA NE-GRA. Dia da morte do grande lídernacional, ZUMBI, responsável pelaprimeira e única tentativa brasileira deestabelecer uma sociedade democrática,ou seja, livre e em que todos – negros,índios e brancos – realizassemum grande avanço político e social.Tentativa esta que sempre esteve presenteem todos os quilombos.” Nocarnaval de 1988 a escola de samba EstaçãoPrimeira de Mangueira apresentouum samba-enredo que traduzia osentimento de perplexidade entre osnegros diante da permanência daopressão racial, cem anos depois daabolição.100 A<strong>NO</strong>S DE LIBERDADE:REALIDADE OU ILUSÃO?(Hélio Turco, Jurandir e Alvino)Será...Que já raiou a liberdadeOu se foi tudo ilusãoSerá....Que a Lei Áurea tão sonhadaHá tanto tempo assinadaNão foi o fim da escravidãoHoje dentro da realidadeOnde está a liberdadeOnde está que ninguém viuSonhei...Que Zumbi dos Palmares voltouA tristeza do negro acabouFoi uma nova redençãoSenhor...Eis a luta do bem contra o malQue tanto samba derramouContra o preconceito racial.298 Uma história do negro no Brasil
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Wlamyra R. de AlbuquerqueWalter Fra
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Chefe de Gabinete da Fundação Cul
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Capítulo IXCultura negra e cultura
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Às vezes tivemos que abordar assun
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com o atual país Congo), mas tamb
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A escravidão islâmicaUm terço do
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Durante a viagem, os caravaneiros m
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norte da África. Contava-se que no
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Mali e SongaiNo século XVI dois gr
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o consumidor final havia uma série
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Por falarem variações do mesmo id
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competiam pelas mercadorias europé
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do rei de Portugal, com a promessa
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cultivo do milho, da mandioca, bata
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algumas dezenas de portugueses já
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Capítulo IIÁFRICA E AFRICANOSNO T
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A África do tráfico brasileiroOs
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últimos anos do século XVIII, qua
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do direções diversas. Para onde f
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Rotas de navegação no Atlântico
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Marcas étnicas africanas, segundo
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Disposição dos escravos no interi
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Ah! Como doía nas costas o chicote
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No século XVIII, Belém e São Lu
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Desembarque de escravos africanos n
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Interior de um armazém onde africa
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tráfico o faziam pelo medo de que
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deles eram levados para os portos d
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Capítulo IIIESCRAVOS E ESCRAVIDÃO
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De africano a escravoDepois da long
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Castigo de escravos em pelourinho,
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Escravos no canavial.Uma história
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Trabalho escravo vigiado pelo senho
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ém, isso não garantia colaboraç
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Escravos numa fazenda de café.Uma
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e dotá-lo de elementos culturais a
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culo XIX vendedores ambulantes e ma
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ias nas ruas e portos. No século X
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Carregadores de cadeiras e condutor
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Escravos trabalhando em obras públ
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Solidariedades no mundo do trabalho
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EXERCÍCIOS:1. Discuta a importânc
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além de escravos crioulos. O afric
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laços familiares no Brasil foi fun
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de confinamento era o tempo todo de
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mem livre que intermediasse o retor
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Juca Rosa ou Pai Quibombo foi um l
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Em algumas propriedades rurais os s
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em fins do século XVII, quando o n
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das irmandades do Santo Elesbão, R
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do Império, as festas das irmandad
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possibilidade de não poder contar
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as autoridades e causavam tantos tr
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Uma das maiores ameaças aos quilom
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Calcula-se que em meados do século
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Em Mato Grosso, o quilombo do rio M
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conflitos facilitavam o surgimento
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Depois de uma investigação minuci
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Trechos dos versos subversivosdo Di
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MATTOSO, Kátia de Queirós Mattoso
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Exemplo de carta de liberdade gratu
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A tendência geral era favorecer ao
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lheres, em particular aquelas empre
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Limites da liberdadeNem sempre a al
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eleitos para cargos políticos, com
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que plantavam, ou prestavam serviç
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Na Bahia, libertos e escravos pegar
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as e privilégios que separavam a m
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ate português, nasceu na Bahia em
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cola Politécnica do Rio de Janeiro
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Capítulo VIIO FIM DA ESCRAVIDÃOE
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Podemos dizer que, para a maior par
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licionista Joaquim Nabuco, afirmou
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No final da década de 1860, deputa
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favor de suas demandas, impedindo a
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Castro Alves, poeta e abolicionista
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Luiz Gama, poeta e abolicionista.Um
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Sociedade Libertadora de Passo Fund
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edade. Por exemplo, em Fortaleza, n
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abril de 1883, o Echo Santamarense,
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Ao longo da década de 1880, ficou
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Em 1882, ocorreram outros levantes
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A festa do 13 de maio de 1888, segu
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Festa da abolição no Rio de Janei
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mas de inclusão dos negros na soci
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Traduzia-se, assim, o desejo de man
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Desde a década de 1850 do século
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entra em nossas cogitações? Daqui
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Durante a guerra, os principais jor
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A Revolta da VacinaDesde meados do
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Havia ainda o medo de que a vacina
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dos excessos cometidos por alguns o
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Capítulo IXCULTURA NEGRA E CULTURA
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A idéia de democracia racial, já
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Entrudo, o antigo carnaval de rua.U
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(um cargo hierárquico importante)
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Presença negra no carnaval carioca
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A coroação dos reis congos é uma
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imaginavam que o modelo do Carnaval
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da cidade, que se reuniam os princi
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pois da oficialização do Carnaval
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Mãe Aninha e Mãe Senhora, famosas
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tiriam cerimônias, seguidas de exp
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Jogo de capoeira na Bahia, década
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