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UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

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prontos para atacar invasores e abrigar com segurança até mil cativos.Mas a fortaleza não se mostrou tão segura. Em 1637, a CompanhiaHolandesa das Índias Ocidentais a tomou de assalto, visandocontrolar o comércio negreiro da região para abastecer Pernambuco,sob o seu domínio desde 1630. Naquela época, a economiapernambucana, baseada nos engenhos de açúcar, era grandeconsumidora de escravos africanos.Enquanto dominaram o castelo, os portugueses atraíram paraa vizinhança outros astutos negociantes, os mandingas, que compravamdos lusitanos escravos e tudo mais que pudessem revenderaos caravaneiros do deserto. Formava-se, assim, uma rede comercialque incluía os portugueses, mas também ampliava os lucrosdos comerciantes africanos. Por outro lado, a fortaleza facilitavao deslocamento dos moradores do forte ao longo do litoral,através da navegação de cabotagem, o que propiciava a negociaçãodireta com os reinos mais ao sul.Os europeus levavam sal para uns, arroz, tecidos de lã e panosde algodão para outros e, em contrapartida, recebiam ouro eescravos, que, por sua vez, eram trocados por outros produtos, aexemplo da pimenta. Estima-se que, entre 1500 e 1535, os portugueseslevaram para o castelo de São Jorge entre dez e doze milescravos. Muitos deles foram entregues pelos mandingas, e muitosoutros adquiridos no Golfo do Benim, onde as caravelas portuguesaspassaram a navegar com mais freqüência a partir do finaldo século XV. Em 1479, por exemplo, numa só viagem quatrocentoscativos vindo do Golfo do Benim foram trocados por ourono castelo de São Jorge.A Costa dos EscravosAntes de os portugueses começarem a comercializar no Golfo doBenim não havia grandes reinos africanos em regiões florestais. Aexuberante floresta tropical dificultava a penetração comercialnessas terras. O reino do Benim foi uma exceção. Nos últimosanos do século XV, uma expedição portuguesa foi à capital doreino e lá se deparou com uma grande cidade com ruas largas ecompridas e muitas casas. Mas, não há dúvidas de que a expansãoUma história do negro no Brasil 25

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