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UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

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norte da África. Contava-se que no interior do continente haviacidades de ouro e rios que transbordavam pedras preciosas. Desdeentão, os barcos lusitanos tomaram a direção dos ventos quepudessem levá-los à costa africana, onde chegaram em meados doséculo XV.E foi grande o assombro dos africanos que viviam emArguim — região do atual Senegal ao sul do Cabo Branco —, aonotarem que barcos enormes e estranhos se aproximavam da costa.Embora já estivessem acostumados com a presença estrangeirados árabes, a visão dos europeus e de embarcação tão grandedeve ter-lhes causado estranheza. Havia homens brancos na África,mas não como aqueles; existiam grandes barcos usados para otransporte de pessoas e mercadorias, mas nenhum com as dimensõesdas caravelas.Os portugueses, desde que principiaram as grandes navegações,compreenderam a importância de ter intérpretes na tripulação.Os tripulantes mauritanos, os marujos mouros, malaios e indianoseram tão necessários numa viagem quanto os conhecedoresda direção dos ventos, das correntes marinhas, da posição dasestrelas e do litoral africano. É certo que os primeiros encontrosentre portugueses e africanos não foram amistosos. Flechas envenenadasde um lado e mosquetes de outro fizeram algumas baixas,entretanto, coube aos tradutores dos portugueses estabelecer contatosamistosos com a gente da terra. E, ali, nas proximidades dorio Senegal tratava-se de gente e terras que faziam parte do impériojalofo.Logo, os europeus mostraram interesse em conseguir ouro,já os reis jalofos queriam os produtos que costumavam adquirircom os caravaneiros do deserto: armas, tecidos, manufaturas doMarrocos e do Egito, contas de vidro de Veneza e, sobretudo,bons cavalos já equipados para a montaria, fundamentais para vencerguerras e ostentar poder e riqueza. Os portugueses não conseguiramo ouro tão desejado, mas zarparam abastecidos de escravos,como faziam os mercadores do Saara. Realizados os primeirosnegócios, a curiosidade acerca do destino dos cativos embarcadostomou conta dos africanos.20 Uma história do negro no Brasil

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