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UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

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nistas. Também nasceu na Bahia, filho do conselheiro AntônioPereira Rebouças, pardo, mudou-se para corte ainda criança. Formou-seem engenharia e ensinou botânica, cálculo e geometria naEscola Politécnica do Rio de Janeiro. Mesmo não tendo o domda oratória de Luiz Gama e de José do Patrocínio, Rebouçastinha uma visão bastante lúcida das questões cruciais que envolviamo futuro do povo negro.Vale dizer que não havia unidade de pensamento e açãoentre os abolicionistas. Na verdade, o movimento abrigava indivíduose grupos com visões políticas diferentes. Podiam-se encontrarliberais e conservadores, monarquistas e republicanos.Eles se dividiam principalmente em relação às formas de atuaçãoe aos objetivos. Para muitos, a abolição devia ser feita pelavia parlamentar, sem mobilizar as camadas populares e muitomenos os escravos. Para outros, no entanto, o abolicionismo deveriaenvolver toda a população, sobretudo os escravos. Essasegunda vertente vai se fortalecer na década de 1880 e será responsávelpelas ações mais ousadas, promovendo fugas e confrontandocapitães-do-mato e policiais que perseguiam escravosfugidos.Quanto aos objetivos, muitos achavam que a luta abolicionistadeveria acabar com o fim da escravidão, pois acreditavamque daí por diante não haveria mais entraves ao desenvolvimentoe ao progresso do país. Entre estes havia quem achasse que o“progresso” só seria viável se os trabalhadores negros fossem substituídospor imigrantes europeus. Para eles, não só a escravidão,mas também os escravos eram empecilhos ao desenvolvimentodo país. Eles esperavam que a abolição fosse feita, não para melhorara sorte dos negros escravizados, e sim para motivar a vindade imigrantes europeus.Mas havia quem pensasse o contrário e apostasse na aboliçãocomo o começo de um processo de modernização do país que trariabenefícios para os ex-escravos e seus descendentes. Por isso defendiamreformas sociais que deveriam complementar a abolição.A luta contra a escravidão e suas conseqüências sociais haveria decontinuar por muito tempo depois da abolição. Além da ampliaçãode oportunidades econômicas para negros e mulatos, alguns aboli-182 Uma história do negro no Brasil

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