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UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

Untitled - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

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As sociedades escravistas nas Américas foram marcadas pelarebeldia escrava. Onde quer que o trabalho escravo tenha existido,senhores e governantes foram regularmente surpreendidoscom a resistência escrava. No Brasil, tal resistência assumiu diversasformas. A desobediência sistemática, a lentidão na execuçãodas tarefas, a sabotagem da produção e as fugas individuaisou coletivas foram algumas delas. Fugir sempre fazia parte dosplanos dos escravos.Os cativos fugiam por vários motivos e para muitos destinos.Castigo, trabalho excessivo, pouco tempo para o lazer, desagregaçãofamiliar, impossibilidade de ter a própria roça e, é óbvio,o simples desejo de liberdade eram as razões mais freqüentes queos levavam a escapar dos senhores. Por vezes os cativos se ausentavamapenas por tempo suficiente para pressionar o senhor anegociar melhores condições de trabalho, moradia e alimentação,para convencê-lo a dispensar um malvado feitor, a manter na mesmafazenda uma família escrava, a cumprir acordos já firmados ouaté para conseguir ser vendido a outro senhor.Essas eram as chamadas fugas reivindicatórias, ausênciastemporárias do trabalho, das quais o fugitivo costumava retornarpor conta própria depois de alguns dias. Ao fugir o escravo comprometiaa produção e colocava em xeque a autoridade do senhor.Isso quer dizer que as fugas não só traziam prejuízos econômicos,como expunham os limites da dominação senhorial. Diante daUma história do negro no Brasil 117

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