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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Dora Lucia de Lima Bertuliocontínua e, crescentemente, necessita de mão-de-obra barata e, aos poucos,a população negra inicia a incursão no trabalho formal. Agora, brancospobres e <strong>negro</strong>s vão formar a grande massa proletária brasileira. 49Somente em 1980 os censos oficiais brasileiros deixam à mostraa grande diferença entre os salários e funções de <strong>negro</strong>s e brancos emnossa sociedade. Funções e idênticas exigências de formação não sãosuficientes para que os <strong>negro</strong>s concorram igualmente com os brancos.Estes continuam tendo melhores salários, melhores funções, por serembrancos, ainda que despossuídos:...dentre os 10% da força de trabalho que representam a populaçãomais pobre, os brancos totalizam 40,1% e os <strong>negro</strong>s 56,6%. Dentreos 20% da força de trabalho com menor rendimento estasproporções praticamente não variam. Por outro lado, quandoestudamos os 10% da força de trabalho com maior rendimento,observamos que neste grupo, 83,9% das pessoas são brancase12,9% são pretas. Da camada da força de trabalho de maiorrendimento, os 5% considerados mais ricos, 85,5% são brancos,10,9% são pretos. [...]Chama nossa atenção, no entanto, que para essas camadas maisricas da população o rendimento médio é muito diferenciado entreos grupos raciais. Os 10% de brancos mais ricos apresentam um rendimentomédio de Cr$ 14.393,00. O rendimento médio dos 10% de <strong>negro</strong>s maisricos é ape<strong>na</strong>s 24,1% daquele valor. [...] O rendimento médio para osbrancos é quase seis vezes maior que dos pretos e quase trêsvezes maior que dos pardos. 50Toda essa discussão nos remete para dois fenômenos, raça eclasse, que se aliam, se incluímos outro interferente, o gênero, quando oassunto é mulher negra. Embora não seja este o objeto deste estudo, éimportante considerar as relações de gênero em nossa sociedade que,49IANNI, Octávio. Escravidão e Racismo. São Paulo: Hucitec. 1978. p. 51-80.Especialmente p. 75-80.50OLIVEIRA, Lucia Ele<strong>na</strong> G.; PORCARO, Rosa Maria; ARAUJO, Tereza Cristi<strong>na</strong> N.O lugar do Negro <strong>na</strong> Força de Trabalho. Rio de Janeiro. IBGE. 1985. p. 58-59.82

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