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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Ação afirmativa no ensino superiore, assim, não “engre<strong>na</strong>va”. Faltava-lhe coragem para enfrentarocupações degradantes, como os italianos que engraxavam sapatos,vendiam peixes e jor<strong>na</strong>is, etc. não era suficientemente “industrioso”para fomentar a poupança [...] não sentia o ferrete da ânsia depoder voltado para a acumulação da riqueza...”A igualdade é jurídica formal, pois não se concretizou <strong>na</strong> prática.Logo após a abolição, apesar de alguns autores afirmarem que haviainteresse do Estado em inserir o liberto no mercado de trabalho livre 47 ,não é o que os estudos evidenciam. O trabalho assalariado quer <strong>na</strong>cidade, quer no campo, coube aos imigrantes e brasileiros brancospobres já existentes no período escravista. Aos libertos restaram osserviços ditos de periferia – não inseridos no contexto do capital,embora necessários: domésticos, biscates, carregadores e uma peque<strong>na</strong>elite de trabalhadores artesa<strong>na</strong>is como sapateiros alfaiates, marceneiros.A outra oportunidade que se apresentava aos libertos era a polícia. Arepressão e controle comportamentais eram aparatos do Estado parao sucesso do plano (isto perdura até nossos dias; <strong>negro</strong>s são maislegítimos para caçarem <strong>negro</strong>s) e, devido aos baixos salários, forampreenchidos os batalhões com <strong>negro</strong>s que sintomaticamente nãoultrapassavam os escalões de serviço. O oficialato sempre foi reservadoaos brancos. 48No campo, o novo sistema das culturas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, inseridas <strong>na</strong>nova ordem econômica, foi entregue aos colonos, não importandoque quem conhecia o trabalho <strong>na</strong> produção agrícola eram os <strong>negro</strong>s,que há quase quatro séculos trabalhavam <strong>na</strong> agricultura. Os imigrantes,em grande número, vão-se afirmando dentro da ordem econômica eressurgem como burgueses e pequenos burgueses. O sistema, porém,47CHALOUB, Sidney. Trabalho Lar e Botequim. O cotidiano dos trabalhadores no Riode Janeiro da Belle Époque, 1986. Nesta obra o autor sugere o interesse do Estado eminserir o liberto no trabalho.48Vide CHIAVENATTO, Júlio. op. Cit.81

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