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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Ação afirmativa no ensino superiordesenvolver o raciocínio lógico” 38 , ou seja, os brancos. A história e avida dos <strong>negro</strong>s neste país de pronto descartaram tal benefício para apopulação negra.Os teóricos de relações raciais e racismo apresentam o podercomo estrutural <strong>na</strong> conformação de suas práticas. Ainda, estas relaçõesde poder que o racismo oferece, via de regra, cruzam-se com outrosinterferentes de opressão para melhor atender os objetivos ideológicosde domi<strong>na</strong>ção e do racismo, qual seja a desconstituição da humanidadedo grupo oprimido em face do grupo opressor. 39Nesse contexto, o Direito Nacio<strong>na</strong>l tem papel preponderante.Primeiro organiza o valor social dos preceitos jurídicos como liberdadee igualdade, conforme se apresentem os indivíduos neste ou <strong>na</strong>quelegrupo racial. Ser livre para um <strong>negro</strong> é ser liberto, segundo a legislação daépoca. Nenhuma confusão ou similaridade com liberdade cidadã quea Carta Constitucio<strong>na</strong>l de 1824 propiciava como garantia de direitosfundamentais reservada, então, aos indivíduos brancos.Ser liberto em razão da proibição do tráfico negreiro, conformea Lei de 1831 citada, também não significava, àqueles trazidos a estepaís em tráfico proibido, nem o seu retorno à terra <strong>na</strong>tal, nem o seuestabelecimento <strong>na</strong>s cidades, com oportunidade de integração nosespaços sociais. Ao invés, o Governo deles se apossava para que fossemescravos do Estado. Porém, aquelas leis eram libertárias à época e assim38Este é um dos argumentos utilizados pelos contrários às ações afirmativas de reservade vagas <strong>na</strong>s <strong>universidade</strong>s para <strong>negro</strong>, deixando explícito que aquele é o espaço domérito e somente quem o tem a ele faz jus. Não há <strong>negro</strong>s <strong>na</strong>s <strong>universidade</strong>s, portanto,não há <strong>negro</strong>s com mérito para tal!39JONES, James. Racismo e Preconceito. Trad. Dante Moreira Leite. São Paulo, EdgardBluher/EDUSP, 1973. GILROY, Paul. There ain’t no Black in the Union Jack”The culturalpolitics of Race and Nation. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. Emborareconheça a interferência das relações econômicas <strong>na</strong> formulação da ideologia racista e <strong>na</strong>discrimi<strong>na</strong>ção racial, entendo que há outros elementos além dessa explicação para ofenômeno do racismo, mesmo porque os fenômenos sociais não se restringem ao processode exploração e relações econômicas, entendo, ainda, que o processo de “<strong>na</strong>turalização” dacultura provoca a autonomização desses fenômenos que passam a agir com independência,podendo ou não necessitar um do outro para sua manutenção e reprodução.75

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